A Rede Genômica Fiocruz ultrapassou a marca de 50 mil genomas do coronavírus sequenciados e depositados na plataforma Gisaid, banco de dados internacional onde são arquivados os códigos genéticos de vírus da Covid-19 e da gripe. O número representa cerca de 30% dos mais de 150 mil sequenciamentos realizados no Brasil. Os dados constam do mais recente boletim do grupo, divulgado nesta quinta-feira, 07.
Formada em março de 2020, a Rede reúne pesquisadores de unidades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em oito estados. Referência em vírus respiratórios junto ao Ministério da Saúde e em Covid-19 nas Américas junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), o Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) integra o grupo e já sequenciou quase 22 mil genomas do SARS-CoV-2.
A chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC, Marilda Siqueira, ressalta a importância do trabalho realizado pela Rede. “As ações de vigilância genômica são fundamentais para detectar precocemente alterações que podem vir a impactar na disseminação do coronavírus”, enfatiza Marilda.
“Desde o início desse trabalho, conseguimos identificar linhagens importantes em circulação no país; caracterizamos casos de reinfecção e coinfecções. Também analisamos casos de pacientes que foram infectados após a vacinação e vimos que a maioria apresentou boa evolução”, acrescenta a pesquisadora Paola Resende, do mesmo laboratório.
O último boletim da Rede Genômica Fiocruz apresenta os resultados dos sequenciamentos realizados entre 17 e 30 de junho, quando o grupo decodificou mais de 1,7 mil genomas. A publicação traz ainda a análise dos dados atualizados disponíveis no Gisaid.
O trabalho mostra que a variante Ômicron permanece predominante no Brasil. Entre as linhagens desta variante, a BA.2 ainda é majoritária, mas vem cedendo espaço para BA.4 e BA.5. Entre maio e junho, a frequência da BA.2 caiu de 78% para 74%, enquanto a soma da BA.4 e da BA.5 subiu de 8% para 25%.
Segundo os cientistas, o processo é semelhante ao que ocorreu entre março e abril, quando a linhagem BA.2 substituiu a BA.1. O padrão observado no Brasil é o mesmo visto na Europa e América do Norte, indicando que BA.4 e BA.5 devem se tornar dominantes no país. [Saiba mais.]
Para realizar o sequenciamento genético de amostras do SARS-CoV-2 representativas de todos os estados do Brasil, a Rede Genômica Fiocruz conta com a parceria dos Laboratórios de Saúde Pública estaduais (Lacens). Além da amostragem, que é feita de forma aleatória entre os casos registrados, são sequenciados os genomas dos vírus de casos atípicos identificados pelas secretarias de saúde.
“Nesse momento em que os Lacens estão capacitados para realizar o sequenciamento genético, podemos ampliar o número de genomas decodificados no Brasil. A Rede Genômica Fiocruz permanece disponível para receber amostras e somar forças na vigilância da Covid-19”, pontua Paola.
Quinzenalmente, os resultados obtidos são computados e analisados em um relatório. Os dados são discutidos em reunião com o Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) e a Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLab) do Ministério da Saúde. A divulgação para o público é realizada através dos canais de comunicação da Fiocruz.
Além dos relatórios quinzenais, a comunicação dos resultados de sequenciamento é feita em tempo real para o Ministério da Saúde e a Secretaria estadual de Saúde da unidade da federação de origem da amostra.
Como centro nacional de referência em vírus respiratórios, os pesquisadores do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo participam ainda de reuniões semanais com a CGLab e a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, juntamente com pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL) e Instituto Evandro Chagas (IEC), que atuam como centros regionais de referência.
A Rede Genômica Fiocruz conta com 17 instituições parceiras, que colaboram de diferentes formas para as atividades, sendo que algumas também realizam sequenciamentos genéticos. A soma de genomas sequenciados pela Rede e pelos parceiros chega a quase 55 mil de junho de 2021 a junho de 2022.
Para Paola, os resultados salientam a importância do trabalho em equipe na pandemia. “A colaboração multidisciplinar de pesquisadores com diferentes expertises foi fundamental para a produção de tantos genomas e publicações científicas. Desde os profissionais que solicitam a coleta do PCR e registram as informações epidemiológicas, há uma cadeia, que começa muito antes do laboratório, que contribui para a vigilância”, ressalta a virologista.
Desde março de 2020, os pesquisadores da Rede Genômica Fiocruz realizaram 58 publicações acadêmicas, incluindo artigos em revistas científicas e plataformas de pré-print, além de publicações no fórum de especialistas ‘Virological.org’.
A Rede Genômica Fiocruz ultrapassou a marca de 50 mil genomas do coronavírus sequenciados e depositados na plataforma Gisaid, banco de dados internacional onde são arquivados os códigos genéticos de vírus da Covid-19 e da gripe. O número representa cerca de 30% dos mais de 150 mil sequenciamentos realizados no Brasil. Os dados constam do mais recente boletim do grupo, divulgado nesta quinta-feira, 07.
Formada em março de 2020, a Rede reúne pesquisadores de unidades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em oito estados. Referência em vírus respiratórios junto ao Ministério da Saúde e em Covid-19 nas Américas junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), o Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) integra o grupo e já sequenciou quase 22 mil genomas do SARS-CoV-2.
A chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC, Marilda Siqueira, ressalta a importância do trabalho realizado pela Rede. “As ações de vigilância genômica são fundamentais para detectar precocemente alterações que podem vir a impactar na disseminação do coronavírus”, enfatiza Marilda.
“Desde o início desse trabalho, conseguimos identificar linhagens importantes em circulação no país; caracterizamos casos de reinfecção e coinfecções. Também analisamos casos de pacientes que foram infectados após a vacinação e vimos que a maioria apresentou boa evolução”, acrescenta a pesquisadora Paola Resende, do mesmo laboratório.
O último boletim da Rede Genômica Fiocruz apresenta os resultados dos sequenciamentos realizados entre 17 e 30 de junho, quando o grupo decodificou mais de 1,7 mil genomas. A publicação traz ainda a análise dos dados atualizados disponíveis no Gisaid.
O trabalho mostra que a variante Ômicron permanece predominante no Brasil. Entre as linhagens desta variante, a BA.2 ainda é majoritária, mas vem cedendo espaço para BA.4 e BA.5. Entre maio e junho, a frequência da BA.2 caiu de 78% para 74%, enquanto a soma da BA.4 e da BA.5 subiu de 8% para 25%.
Segundo os cientistas, o processo é semelhante ao que ocorreu entre março e abril, quando a linhagem BA.2 substituiu a BA.1. O padrão observado no Brasil é o mesmo visto na Europa e América do Norte, indicando que BA.4 e BA.5 devem se tornar dominantes no país. [Saiba mais.]
Para realizar o sequenciamento genético de amostras do SARS-CoV-2 representativas de todos os estados do Brasil, a Rede Genômica Fiocruz conta com a parceria dos Laboratórios de Saúde Pública estaduais (Lacens). Além da amostragem, que é feita de forma aleatória entre os casos registrados, são sequenciados os genomas dos vírus de casos atípicos identificados pelas secretarias de saúde.
“Nesse momento em que os Lacens estão capacitados para realizar o sequenciamento genético, podemos ampliar o número de genomas decodificados no Brasil. A Rede Genômica Fiocruz permanece disponível para receber amostras e somar forças na vigilância da Covid-19”, pontua Paola.
Quinzenalmente, os resultados obtidos são computados e analisados em um relatório. Os dados são discutidos em reunião com o Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) e a Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLab) do Ministério da Saúde. A divulgação para o público é realizada através dos canais de comunicação da Fiocruz.
Além dos relatórios quinzenais, a comunicação dos resultados de sequenciamento é feita em tempo real para o Ministério da Saúde e a Secretaria estadual de Saúde da unidade da federação de origem da amostra.
Como centro nacional de referência em vírus respiratórios, os pesquisadores do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo participam ainda de reuniões semanais com a CGLab e a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, juntamente com pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL) e Instituto Evandro Chagas (IEC), que atuam como centros regionais de referência.
A Rede Genômica Fiocruz conta com 17 instituições parceiras, que colaboram de diferentes formas para as atividades, sendo que algumas também realizam sequenciamentos genéticos. A soma de genomas sequenciados pela Rede e pelos parceiros chega a quase 55 mil de junho de 2021 a junho de 2022.
Para Paola, os resultados salientam a importância do trabalho em equipe na pandemia. “A colaboração multidisciplinar de pesquisadores com diferentes expertises foi fundamental para a produção de tantos genomas e publicações científicas. Desde os profissionais que solicitam a coleta do PCR e registram as informações epidemiológicas, há uma cadeia, que começa muito antes do laboratório, que contribui para a vigilância”, ressalta a virologista.
Desde março de 2020, os pesquisadores da Rede Genômica Fiocruz realizaram 58 publicações acadêmicas, incluindo artigos em revistas científicas e plataformas de pré-print, além de publicações no fórum de especialistas ‘Virological.org’.
Permitido a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)