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IOC e Ministério da Saúde promovem capacitação para detecção do SARS-CoV-2 em esgotos

Profissionais de oito estados e do Distrito Federal participaram do treinamento, que integra projeto piloto de vigilância ambiental
Por Maíra Menezes30/09/2022 - Atualizado em 18/10/2022

 

Profissionais de oito estados e do Distrito Federal participaram de capacitação para detecção molecular do novo coronavírus (SARS-CoV-2) em esgotos. Promovido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com a Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Ministério da Saúde (CGLAB/SVS/MS), a atividade ocorreu entre 21 e 30 de setembro.

Profissionais aprenderam diversas técnicas para análise de águas residuais, da concentração viral à detecção do genoma do SARS-CoV-2. Fotos: Gutemberg Brito e Ricardo Schmidt. Arte: Jefferson Mendes

O treinamento foi ministrado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC, referência nacional em Covid-19 para o Ministério da Saúde e na região das Américas para a Organização Mundial da Saúde (OMS). A iniciativa faz parte do “Projeto piloto para monitoramento do SARS-CoV-2 em águas residuais”, que será implantado em dez unidades da federação.

A vigilância ambiental funciona como um sistema de alerta precoce para o aumento de incidência de casos de Covid-19 e introdução de variantes virais, permitindo ações de saúde pública e medidas de prevenção oportunas. Além disso, o projeto piloto visa consolidar a base laboratorial para atendimento às demandas de vigilância ambiental de outros agravos no país, como a poliomielite.

Realizado na sede da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro, o treinamento contou com representantes dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) do Maranhão, Goiás, São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Ceará, Distrito Federal e Minas Gerais, além do Instituto Evandro Chagas (IEC), do Pará.

Capacitação foi realizada em duas etapas. Na foto, especialistas da Fiocruz e Ministério da Saúde com os profissionais do Maranhão, Goiás, São Paulo e Santa Catarina. Foto: Gutemberg Brito

Coordenadora da capacitação, a pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo e vice-diretora de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas do IOC, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira, ressaltou a importância do monitoramento.

“A vigilância ambiental constitui uma abordagem a nível populacional, que consegue captar casos de indivíduos assintomáticos ou com sintomas leves que não procuram os sistemas de saúde. Quando há aumento da circulação do vírus na população, podemos ver o aumento da carga viral no esgoto, antes da alta nos registros de casos”, afirmou Lourdes, que coordena um projeto de pesquisa de monitoramento do SARS-CoV-2 em rios que recebem grande volume de dejetos na sub-bacia do Canal do Cunha, no Rio de Janeiro.

A pesquisadora lembrou ainda que alguns países da Europa e da América do Norte já incorporaram o monitoramento de esgotos ao sistema de vigilância da Covid-19. 

Este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um novo documento sobre o tema, apontando que a abordagem complementa a vigilância epidemiológica da doença, realizada a partir do diagnóstico em pacientes. Entre outras aplicações, a metodologia pode mapear áreas com presença do vírus, tendências de aumento ou redução de casos e circulação de variantes genéticas.

“É muito importante o esforço do Sistema Único de Saúde (SUS) para que essa ferramenta seja aplicada no Brasil”, salientou Lourdes.

Após treinamento, projeto piloto de vigilância deve alcançar dez unidades da federação. Na foto, profissionais da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Fiocruz e Ministério da Saúde. Foto: Gutemberg Brito

A consultora técnica da área de vigilância laboratorial em saúde ambiental da CGLAB, Karina Cavalcante, destacou que a capacitação para o monitoramento coronavírus abre portas para a vigilância ambiental de outras doenças. 

“Após estabelecer os protocolos para o SARS-CoV-2 nos LACENs, vamos avaliar o que é necessário para expandir o monitoramento para o vírus da poliomielite, que já está circulando nos Estados Unidos. A vigilância de bactérias resistentes a antibióticos também está no alvo”, apontou Karina. 

“Com o projeto-piloto, vamos avançar não apenas no fortalecimento laboratorial, mas também na estruturação da rede de vigilância em saúde, com vistas ao estabelecimento de uma política pública voltada à epidemiologia baseada em esgoto”, acrescentou a também consultora técnica da CGLAB, Bárbara Silva.

Treinamento teórico e prático

O RNA dos coronavírus pode ser encontrado no esgoto porque é excretado nas fezes de pessoas infectadas. A detecção do patógeno é realizada em águas residuais, que podem vir de redes coletoras e estações de tratamento de esgoto ou de rios que recebem dejetos em áreas sem saneamento básico.

Com aulas teóricas e atividades práticas, o treinamento contemplou diferentes etapas para o diagnóstico do SARS-CoV-2 em águas residuais, incluindo concentração viral, extração de ácidos nucleicos e detecção do genoma do vírus pela metodologia de RT-PCR em tempo real.  

A capacitação contou com a colaboração da pesquisadora Adriana Sotero Martins, do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz).

Profissionais de oito estados e do Distrito Federal participaram do treinamento, que integra projeto piloto de vigilância ambiental
Por: 
maira

 

Profissionais de oito estados e do Distrito Federal participaram de capacitação para detecção molecular do novo coronavírus (SARS-CoV-2) em esgotos. Promovido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com a Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Ministério da Saúde (CGLAB/SVS/MS), a atividade ocorreu entre 21 e 30 de setembro.

Profissionais aprenderam diversas técnicas para análise de águas residuais, da concentração viral à detecção do genoma do SARS-CoV-2. Fotos: Gutemberg Brito e Ricardo Schmidt. Arte: Jefferson Mendes

O treinamento foi ministrado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC, referência nacional em Covid-19 para o Ministério da Saúde e na região das Américas para a Organização Mundial da Saúde (OMS). A iniciativa faz parte do “Projeto piloto para monitoramento do SARS-CoV-2 em águas residuais”, que será implantado em dez unidades da federação.

A vigilância ambiental funciona como um sistema de alerta precoce para o aumento de incidência de casos de Covid-19 e introdução de variantes virais, permitindo ações de saúde pública e medidas de prevenção oportunas. Além disso, o projeto piloto visa consolidar a base laboratorial para atendimento às demandas de vigilância ambiental de outros agravos no país, como a poliomielite.

Realizado na sede da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro, o treinamento contou com representantes dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) do Maranhão, Goiás, São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Ceará, Distrito Federal e Minas Gerais, além do Instituto Evandro Chagas (IEC), do Pará.

Capacitação foi realizada em duas etapas. Na foto, especialistas da Fiocruz e Ministério da Saúde com os profissionais do Maranhão, Goiás, São Paulo e Santa Catarina. Foto: Gutemberg Brito

Coordenadora da capacitação, a pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo e vice-diretora de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas do IOC, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira, ressaltou a importância do monitoramento.

“A vigilância ambiental constitui uma abordagem a nível populacional, que consegue captar casos de indivíduos assintomáticos ou com sintomas leves que não procuram os sistemas de saúde. Quando há aumento da circulação do vírus na população, podemos ver o aumento da carga viral no esgoto, antes da alta nos registros de casos”, afirmou Lourdes, que coordena um projeto de pesquisa de monitoramento do SARS-CoV-2 em rios que recebem grande volume de dejetos na sub-bacia do Canal do Cunha, no Rio de Janeiro.

A pesquisadora lembrou ainda que alguns países da Europa e da América do Norte já incorporaram o monitoramento de esgotos ao sistema de vigilância da Covid-19. 

Este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um novo documento sobre o tema, apontando que a abordagem complementa a vigilância epidemiológica da doença, realizada a partir do diagnóstico em pacientes. Entre outras aplicações, a metodologia pode mapear áreas com presença do vírus, tendências de aumento ou redução de casos e circulação de variantes genéticas.

“É muito importante o esforço do Sistema Único de Saúde (SUS) para que essa ferramenta seja aplicada no Brasil”, salientou Lourdes.

Após treinamento, projeto piloto de vigilância deve alcançar dez unidades da federação. Na foto, profissionais da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Fiocruz e Ministério da Saúde. Foto: Gutemberg Brito

A consultora técnica da área de vigilância laboratorial em saúde ambiental da CGLAB, Karina Cavalcante, destacou que a capacitação para o monitoramento coronavírus abre portas para a vigilância ambiental de outras doenças. 

“Após estabelecer os protocolos para o SARS-CoV-2 nos LACENs, vamos avaliar o que é necessário para expandir o monitoramento para o vírus da poliomielite, que já está circulando nos Estados Unidos. A vigilância de bactérias resistentes a antibióticos também está no alvo”, apontou Karina. 

“Com o projeto-piloto, vamos avançar não apenas no fortalecimento laboratorial, mas também na estruturação da rede de vigilância em saúde, com vistas ao estabelecimento de uma política pública voltada à epidemiologia baseada em esgoto”, acrescentou a também consultora técnica da CGLAB, Bárbara Silva.

Treinamento teórico e prático

O RNA dos coronavírus pode ser encontrado no esgoto porque é excretado nas fezes de pessoas infectadas. A detecção do patógeno é realizada em águas residuais, que podem vir de redes coletoras e estações de tratamento de esgoto ou de rios que recebem dejetos em áreas sem saneamento básico.

Com aulas teóricas e atividades práticas, o treinamento contemplou diferentes etapas para o diagnóstico do SARS-CoV-2 em águas residuais, incluindo concentração viral, extração de ácidos nucleicos e detecção do genoma do vírus pela metodologia de RT-PCR em tempo real.  

A capacitação contou com a colaboração da pesquisadora Adriana Sotero Martins, do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz).

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)