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Serviço de referência em oncocercose recebe diretora do Ministério da Saúde

Visita discutiu ações para fortalecer serviço com foco na eliminação da doença, conhecida como ‘cegueira dos rios’
Por Maíra Menezes27/09/2023 - Atualizado em 06/10/2023

Com papel importante na estratégia brasileira para eliminar a oncocercose, o Serviço de Referência Nacional em Simulídeos, Oncocercose e Mansonelose do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) recebeu a visita de duas representantes do Ministério da Saúde.

A diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS), Alda Maria da Cruz, e a coordenadora-geral de Vigilância das Doenças em Eliminação, Sandra Maria Barbosa Durães, foram recebidas no laboratório no dia 1º de setembro.

Encontro estreitou parceria em busca da eliminação da oncocercose. Na foto, a partir da esquerda: Sandra Durães, Sheila Cheles, Marco Horta, Alda Maria da Cruz, Érika Carvalho, Marilza Herzog e Ana Carolina Valente. Foto: Gutemberg Brito

Classificada como uma doença negligenciada, a oncocercose está no alvo do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDDS), criado pelo governo federal e coordenado pelo Ministério da Saúde.

O agravo é popularmente conhecido como ‘cegueira dos rios’ ou ‘mal do garimpeiro’. A infecção é causada pelo verme Onchocerca volvulus, que é transmitido pela picada de insetos simulídeos, popularmente conhecidos como borrachudos.

O verme é capaz de provocar o aparecimento de nódulos na pele e levar à perda parcial da visão.

Atualmente, a transmissão no Brasil ocorre unicamente na Terra Indígena Yanomami, nos estados do Amazonas e Roraima, na fronteira com a Venezuela.

“A eliminação da oncocercose depende do monitoramento contínuo. A sensibilização do Ministério da Saúde é muito importante para que não existam brechas na vigilância e para que possamos atender com agilidade as demandas do Programa Brasileiro de Eliminação”, ressaltou a coordenadora do serviço de referência, Erika Carvalho.

“Visitas como essa são essenciais. O trabalho dos serviços de referência, muitas vezes, fica invisível para o gestor. É importante o Ministério da Saúde estar presente na ponta, para ver desde as atividades desenvolvidas até o resultado de todo o trabalho”, pontuou o vice-diretor de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas, Marco Horta.

Além de Érika e Marco, a coordenadora adjunta do serviço de referência, Ana Carolina Valente; a ex-coordenadora do serviço, Marilza Maia Herzog; e a assessora da vice-diretoria de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas, Sheila Cheles, participaram da recepção à comitiva do Ministério da Saúde.

Comitiva do Ministério da Saúde conheceu instalações onde são realizadas análises para diagnósticos de pacientes e vetores. Foto: Gutemberg Brito

Os pesquisadores apresentaram a infraestrutura e a rotina do laboratório, que atua no diagnóstico de amostras humanas e de vetores, além da capacitação de profissionais. Foram discutidas ações para reforçar o serviço de referência, com foco na eliminação da oncocercose.

Para a vigilância da oncocercose, equipes do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI Yanomami) realizam coleta dos vetores no período de agosto a março, quando há proliferação mais intensa dos borrachudos. 

A capacitação dos profissionais para a coleta de vetores é realizada pelo serviço de referência, que oferece formação continuada e monitora a qualidade das ações. 

A cada ciclo de oito meses, o laboratório recebe aproximadamente cem mil vetores. Os profissionais realizam o diagnóstico biotaxonômico, identificando os insetos transmissores da oncocercose. Em seguida, esses insetos são submetidos ao diagnóstico molecular, para investigar a presença do verme causador da infecção nos vetores.

As equipes do DSEI também são responsáveis por coletar amostras de sangue dos indígenas, para monitorar os casos humanos. Por mês, cerca de 40 amostras são enviadas ao laboratório de referência para realização de diagnóstico imunológico capaz de detectar a infecção.

A estratégia para eliminação da oncocercose é baseada no tratamento semestral de toda a população que vive na área com transmissão da doença. O objetivo é interromper o ciclo de transmissão do agravo, pois os vetores se infectam ao picar pessoas infectadas com o verme.

A vigilância é fundamental para o sucesso da estratégia. O diagnóstico dos vetores é o principal indicador do progresso contra a doença.

“O objetivo é eliminar a oncocercose até 2030. O monitoramento do vetor é o que permite avaliar e mensurar se a transmissão foi interrompida. Quando não tivermos mais detecção da filária nos vetores, poderemos dizer que o país está livre desse agente etiológico”, ressalta Érika.

O foco de oncocercose na Terra Indígena Yanomami é o último da região das Américas. A doença ocorre dos dois lados da fronteira, no Brasil e na Venezuela, demandando esforços dos dois países para a eliminação.

Visita discutiu ações para fortalecer serviço com foco na eliminação da doença, conhecida como ‘cegueira dos rios’
Por: 
maira

Com papel importante na estratégia brasileira para eliminar a oncocercose, o Serviço de Referência Nacional em Simulídeos, Oncocercose e Mansonelose do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) recebeu a visita de duas representantes do Ministério da Saúde.

A diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS), Alda Maria da Cruz, e a coordenadora-geral de Vigilância das Doenças em Eliminação, Sandra Maria Barbosa Durães, foram recebidas no laboratório no dia 1º de setembro.

Encontro estreitou parceria em busca da eliminação da oncocercose. Na foto, a partir da esquerda: Sandra Durães, Sheila Cheles, Marco Horta, Alda Maria da Cruz, Érika Carvalho, Marilza Herzog e Ana Carolina Valente. Foto: Gutemberg Brito

Classificada como uma doença negligenciada, a oncocercose está no alvo do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDDS), criado pelo governo federal e coordenado pelo Ministério da Saúde.

O agravo é popularmente conhecido como ‘cegueira dos rios’ ou ‘mal do garimpeiro’. A infecção é causada pelo verme Onchocerca volvulus, que é transmitido pela picada de insetos simulídeos, popularmente conhecidos como borrachudos.

O verme é capaz de provocar o aparecimento de nódulos na pele e levar à perda parcial da visão.

Atualmente, a transmissão no Brasil ocorre unicamente na Terra Indígena Yanomami, nos estados do Amazonas e Roraima, na fronteira com a Venezuela.

“A eliminação da oncocercose depende do monitoramento contínuo. A sensibilização do Ministério da Saúde é muito importante para que não existam brechas na vigilância e para que possamos atender com agilidade as demandas do Programa Brasileiro de Eliminação”, ressaltou a coordenadora do serviço de referência, Erika Carvalho.

“Visitas como essa são essenciais. O trabalho dos serviços de referência, muitas vezes, fica invisível para o gestor. É importante o Ministério da Saúde estar presente na ponta, para ver desde as atividades desenvolvidas até o resultado de todo o trabalho”, pontuou o vice-diretor de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas, Marco Horta.

Além de Érika e Marco, a coordenadora adjunta do serviço de referência, Ana Carolina Valente; a ex-coordenadora do serviço, Marilza Maia Herzog; e a assessora da vice-diretoria de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas, Sheila Cheles, participaram da recepção à comitiva do Ministério da Saúde.

Comitiva do Ministério da Saúde conheceu instalações onde são realizadas análises para diagnósticos de pacientes e vetores. Foto: Gutemberg Brito

Os pesquisadores apresentaram a infraestrutura e a rotina do laboratório, que atua no diagnóstico de amostras humanas e de vetores, além da capacitação de profissionais. Foram discutidas ações para reforçar o serviço de referência, com foco na eliminação da oncocercose.

Para a vigilância da oncocercose, equipes do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI Yanomami) realizam coleta dos vetores no período de agosto a março, quando há proliferação mais intensa dos borrachudos. 

A capacitação dos profissionais para a coleta de vetores é realizada pelo serviço de referência, que oferece formação continuada e monitora a qualidade das ações. 

A cada ciclo de oito meses, o laboratório recebe aproximadamente cem mil vetores. Os profissionais realizam o diagnóstico biotaxonômico, identificando os insetos transmissores da oncocercose. Em seguida, esses insetos são submetidos ao diagnóstico molecular, para investigar a presença do verme causador da infecção nos vetores.

As equipes do DSEI também são responsáveis por coletar amostras de sangue dos indígenas, para monitorar os casos humanos. Por mês, cerca de 40 amostras são enviadas ao laboratório de referência para realização de diagnóstico imunológico capaz de detectar a infecção.

A estratégia para eliminação da oncocercose é baseada no tratamento semestral de toda a população que vive na área com transmissão da doença. O objetivo é interromper o ciclo de transmissão do agravo, pois os vetores se infectam ao picar pessoas infectadas com o verme.

A vigilância é fundamental para o sucesso da estratégia. O diagnóstico dos vetores é o principal indicador do progresso contra a doença.

“O objetivo é eliminar a oncocercose até 2030. O monitoramento do vetor é o que permite avaliar e mensurar se a transmissão foi interrompida. Quando não tivermos mais detecção da filária nos vetores, poderemos dizer que o país está livre desse agente etiológico”, ressalta Érika.

O foco de oncocercose na Terra Indígena Yanomami é o último da região das Américas. A doença ocorre dos dois lados da fronteira, no Brasil e na Venezuela, demandando esforços dos dois países para a eliminação.

Edição: 
Raquel Aguiar
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)