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Projeto Mosaic reforça vigilância e ações integradas em Saúde Única na fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia

Com participação do IOC, missões integraram trabalho de campo com coleta de amostras e diálogo com comunidades indígenas
Por Yuri Neri17/07/2025 - Atualizado em 29/07/2025

Duas missões realizadas pelo Projeto Mosaic na região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, no mês de junho, reforçaram o compromisso da iniciativa com a vigilância de patógenos e a articulação com comunidades locais. 

Lideradas por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), da Fiocruz Amazônia (ILMD) e da Fiocruz Ceará, as atividades incluíram coleta de amostras de morcegos, reuniões com lideranças indígenas e articulações com gestores públicos, com o objetivo de contribuir com a construção de ambientes mais saudáveis e resilientes a emergências sanitárias e mudanças climáticas. 

No desenvolvimento do trabalho, foi adotada a abordagem de Saúde Única, que reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental, e parte do princípio de que o bem-estar humano está diretamente relacionado às condições dos ecossistemas. 


Projeto internacional Mosaic atua em fronteiras da América do Sul e da África. Foto: Acervo/Mosaic

Nesse contexto, o monitoramento de patógenos em animais silvestres e o diálogo com populações tradicionais tornam-se estratégias essenciais para prevenir surtos, proteger a biodiversidade e promover soluções sustentáveis para os desafios em saúde pública. 

“Muitas dessas comunidades identificam que as estações do ano já não são como antes. Elas percebem que algo está mudando — e esse conhecimento é fundamental para entender os efeitos tanto das mudanças climáticas quanto das emergências sanitárias”, destaca o pesquisador do Programa Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PICTIS) e da Fiocruz Ceará, José Cordeiro, que esteve à frente de uma das missões. 

Coordenado no Brasil por instituições como a Fiocruz e o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), da França, o Projeto Mosaic promove ações integradas de pesquisa, vigilância e formação, com foco na construção de ambientes mais saudáveis em territórios vulnerabilizados. A iniciativa atua em regiões estratégicas da América do Sul e da África, unindo ciência aberta, participação social e colaboração entre países. 

Sentinelas naturais 

A primeira missão de junho, realizada entre os dias 12 e 22, teve como foco a captura de morcegos em três ambientes distintos do município de Tabatinga (AM): uma área florestal preservada, uma zona de transição com desmatamento recente e uma comunidade indígena. 

A atividade reuniu uma equipe multidisciplinar formada por pesquisadores do IOC, da Fiocruz Amazônia, da Fiocruz Ceará, do Museu Nacional e da Universidade Nacional de Colômbia, além de estudantes de pós-graduação e iniciação científica. 

O objetivo foi identificar a presença de vírus que podem ser transmitidos de animais para humanos e entender como as características de cada ambiente influenciam a circulação desses patógenos. 

“Para a missão, nós usamos morcegos porque eles são sentinelas naturais. São animais com aspectos evolutivos e imunológicos únicos, que conseguem armazenar diversos patógenos sem adoecer. Isso nos dá pistas valiosas sobre o que circula naquele território”, explica a pesquisadora da Fiocruz Amazônia e cocoordenadora da missão, Alessandra Nava. 

Esses mamíferos voadores possuem um papel crucial nos ecossistemas, atuando na polinização, na dispersão de sementes e no controle de insetos. Justamente por ocuparem uma ampla variedade de habitats — incluindo áreas florestais, agrícolas e até mesmo urbanas — e por sua biologia singular, são considerados indicadores estratégicos em programas de vigilância epidemiológica. 

Segundo Cordeiro, critérios logísticos também foram levados em conta para a escolha dos quirópteros, nome científico dos morcegos. A relativa facilidade de captura e de transporte para análises em laboratório fez desses animais a escolha ideal para a primeira etapa da pesquisa. 

“Foi o grupo mais viável para essa primeira missão de captura. A estrutura de campo e os métodos laboratoriais que testamos agora são os mesmos que vamos aplicar nas próximas fases, com outros mamíferos. Além disso, outro ponto que colaborou com a escolha é que os morcegos vivem muito próximos dos humanos, mesmo em áreas urbanas, e muitas vezes sem que percebamos”, explicou. 

Conforme o especialista, essa proximidade, inclusive, evidencia a importância da vigilância em diferentes tipos de ambiente. Morcegos habitam forros de casas, árvores frutíferas, telhados e galpões, sendo encontrados tanto em centros urbanos quanto em plantações e áreas de mata. Por isso, sua presença é estratégica para o rastreio de vírus emergentes. 


O sistema imunológico dos morcegos os permite armazenar diferentes patógenos sem adoecer, o que os torna excelentes 'sentinelas naturais'. Foto: Acervo/Mosaic

Ao todo, cerca de 100 amostras de aproximadamente 20 espécies de morcegos foram coletadas. Elas serão analisadas por laboratórios da Fiocruz e do Museu Nacional, incluindo diagnósticos virais conduzidos pela equipe do Laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia, coordenada pelo pesquisador do IOC e da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca.  

A missão contou com apoio logístico essencial da Secretaria Municipal de Saúde de Tabatinga e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), por meio do Laboratório de Fronteiras (LAFRON). 

Segundo os participantes, apesar da escolha pelos quirópteros facilitar a coleta e o manuseio inicial das amostras, realizar o trabalho em campo ainda exigiu um esforço logístico considerável. O transporte de equipamentos delicados, a falta de insumos básicos na região e as dificuldades de acesso terrestre e fluvial impuseram desafios à equipe, especialmente no que diz respeito à conservação das amostras biológicas. 

“Foi uma expedição piloto, e os desafios logísticos foram imensos. A região é de difícil acesso, sem nitrogênio disponível localmente. Precisamos transportar tudo de Manaus com muito planejamento para garantir a integridade das amostras”, relatou Alessandra. 

Vigilância além das fronteiras 

Entre os dias 23 e 28 de junho, a segunda missão do Mosaic no mês se concentrou na articulação com lideranças locais, gestores de saúde e de ambiente e representantes indígenas. 

Formada pelos pesquisadores Martha Suárez-Mutis, do IOC, e José Joaquim Carvajal-Cortés, da Fiocruz Amazônia, a equipe percorreu diferentes localidades da Tríplice Fronteira para mapear atores estratégicos e apresentar formalmente o projeto a conselhos indígenas e instituições parceiras. 

“Nosso papel foi identificar as partes interessadas no projeto, ou seja, pessoas que podem se beneficiar das ações do Mosaic ou contribuir com seus conhecimentos. Isso envolve um esforço contínuo, porque nas regiões de fronteira há muita rotatividade de profissionais, e é preciso entender quem está atuando com saúde humana, animal e ambiental”, explicou Martha. 

A missão incluiu uma apresentação oficial do Mosaic ao Conselho Distrital de Saúde Indígena (CONDISI) no Vale do Javari, a segunda maior terra indígena do Brasil. A aprovação pelo colegiado, que representa democraticamente as comunidades locais, foi considerada um passo fundamental para a atuação do projeto em território indígena. 

“É um espaço em que eles podem, inclusive, recusar a presença do projeto. Por isso foi tão significativo quando o CONDISI aprovou nossa proposta. Estava presente, por exemplo, um representante do povo Corubo, recentemente contatado. Esse reconhecimento reforça a importância do diálogo respeitoso e da construção conjunta”, contou. 

Além do lado brasileiro, a missão também promoveu diálogos com populações indígenas da Colômbia, onde foi pactuado um plano de coleta de dados que será conduzido ao longo de um ano. A iniciativa prevê o registro, pelos próprios indígenas, das mudanças percebidas no território, incluindo saúde humana, animal, ambiental e alterações climáticas. Esse trabalho é acompanhado pela médica e antropóloga colombiana, Johanna Gonçalves, pesquisadora da PICTIS contratada pelo projeto.  

“A proposta do Mosaic é justamente atravessar as fronteiras. Parasitas, vetores e pessoas circulam livremente, mas as políticas públicas costumam parar no limite nacional. Nosso objetivo é construir uma vigilância em saúde inovadora, que leve em conta as conexões entre os territórios e entre diferentes formas de conhecimento”, refletiu a pesquisadora. 


Membros do Mosaic apresentam o projeto a representes de comunidades locais. Foto: Acervo/Mosaic

Visando construir uma ciência mais conectada aos territórios, a equipe busca desenvolver modelos de vigilância colaborativa, em que as próprias comunidades possam acompanhar mudanças no ambiente e na saúde local utilizando recursos simples e adaptados à realidade amazônica. 

“Esse é um modelo que se inspira em experiências bem-sucedidas do Mosaic, como a dos pastores Maasai no Quênia, que monitoram o crescimento da vegetação para orientar o manejo de seus rebanhos. A ideia é adaptar esse tipo de vigilância participativa ao nosso contexto, respeitando os saberes locais e fortalecendo a autonomia das comunidades”, conclui. 

A dupla de pesquisadores também se reuniu com a coordenação da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS) em Tabatinga, discutindo possibilidades de cooperação com o projeto.  

Participaram ainda da mesa agroclimática territorial em Leticia, na Colômbia, espaço que debate soluções locais frente às mudanças climáticas. Os pesquisadores também se encontraram com a chefia dos Parques Nacionais Naturais (PNN) do país, assim como com professores de universidades atuantes na fronteira, para apresentar o Mosaic à instituição. 

Com participação do IOC, missões integraram trabalho de campo com coleta de amostras e diálogo com comunidades indígenas
Por: 
yuri.neri

Duas missões realizadas pelo Projeto Mosaic na região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, no mês de junho, reforçaram o compromisso da iniciativa com a vigilância de patógenos e a articulação com comunidades locais. 

Lideradas por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), da Fiocruz Amazônia (ILMD) e da Fiocruz Ceará, as atividades incluíram coleta de amostras de morcegos, reuniões com lideranças indígenas e articulações com gestores públicos, com o objetivo de contribuir com a construção de ambientes mais saudáveis e resilientes a emergências sanitárias e mudanças climáticas. 

No desenvolvimento do trabalho, foi adotada a abordagem de Saúde Única, que reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental, e parte do princípio de que o bem-estar humano está diretamente relacionado às condições dos ecossistemas. 


Projeto internacional Mosaic atua em fronteiras da América do Sul e da África. Foto: Acervo/Mosaic

Nesse contexto, o monitoramento de patógenos em animais silvestres e o diálogo com populações tradicionais tornam-se estratégias essenciais para prevenir surtos, proteger a biodiversidade e promover soluções sustentáveis para os desafios em saúde pública. 

“Muitas dessas comunidades identificam que as estações do ano já não são como antes. Elas percebem que algo está mudando — e esse conhecimento é fundamental para entender os efeitos tanto das mudanças climáticas quanto das emergências sanitárias”, destaca o pesquisador do Programa Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PICTIS) e da Fiocruz Ceará, José Cordeiro, que esteve à frente de uma das missões. 

Coordenado no Brasil por instituições como a Fiocruz e o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), da França, o Projeto Mosaic promove ações integradas de pesquisa, vigilância e formação, com foco na construção de ambientes mais saudáveis em territórios vulnerabilizados. A iniciativa atua em regiões estratégicas da América do Sul e da África, unindo ciência aberta, participação social e colaboração entre países. 

Sentinelas naturais 

A primeira missão de junho, realizada entre os dias 12 e 22, teve como foco a captura de morcegos em três ambientes distintos do município de Tabatinga (AM): uma área florestal preservada, uma zona de transição com desmatamento recente e uma comunidade indígena. 

A atividade reuniu uma equipe multidisciplinar formada por pesquisadores do IOC, da Fiocruz Amazônia, da Fiocruz Ceará, do Museu Nacional e da Universidade Nacional de Colômbia, além de estudantes de pós-graduação e iniciação científica. 

O objetivo foi identificar a presença de vírus que podem ser transmitidos de animais para humanos e entender como as características de cada ambiente influenciam a circulação desses patógenos. 

“Para a missão, nós usamos morcegos porque eles são sentinelas naturais. São animais com aspectos evolutivos e imunológicos únicos, que conseguem armazenar diversos patógenos sem adoecer. Isso nos dá pistas valiosas sobre o que circula naquele território”, explica a pesquisadora da Fiocruz Amazônia e cocoordenadora da missão, Alessandra Nava. 

Esses mamíferos voadores possuem um papel crucial nos ecossistemas, atuando na polinização, na dispersão de sementes e no controle de insetos. Justamente por ocuparem uma ampla variedade de habitats — incluindo áreas florestais, agrícolas e até mesmo urbanas — e por sua biologia singular, são considerados indicadores estratégicos em programas de vigilância epidemiológica. 

Segundo Cordeiro, critérios logísticos também foram levados em conta para a escolha dos quirópteros, nome científico dos morcegos. A relativa facilidade de captura e de transporte para análises em laboratório fez desses animais a escolha ideal para a primeira etapa da pesquisa. 

“Foi o grupo mais viável para essa primeira missão de captura. A estrutura de campo e os métodos laboratoriais que testamos agora são os mesmos que vamos aplicar nas próximas fases, com outros mamíferos. Além disso, outro ponto que colaborou com a escolha é que os morcegos vivem muito próximos dos humanos, mesmo em áreas urbanas, e muitas vezes sem que percebamos”, explicou. 

Conforme o especialista, essa proximidade, inclusive, evidencia a importância da vigilância em diferentes tipos de ambiente. Morcegos habitam forros de casas, árvores frutíferas, telhados e galpões, sendo encontrados tanto em centros urbanos quanto em plantações e áreas de mata. Por isso, sua presença é estratégica para o rastreio de vírus emergentes. 


O sistema imunológico dos morcegos os permite armazenar diferentes patógenos sem adoecer, o que os torna excelentes 'sentinelas naturais'. Foto: Acervo/Mosaic

Ao todo, cerca de 100 amostras de aproximadamente 20 espécies de morcegos foram coletadas. Elas serão analisadas por laboratórios da Fiocruz e do Museu Nacional, incluindo diagnósticos virais conduzidos pela equipe do Laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia, coordenada pelo pesquisador do IOC e da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca.  

A missão contou com apoio logístico essencial da Secretaria Municipal de Saúde de Tabatinga e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), por meio do Laboratório de Fronteiras (LAFRON). 

Segundo os participantes, apesar da escolha pelos quirópteros facilitar a coleta e o manuseio inicial das amostras, realizar o trabalho em campo ainda exigiu um esforço logístico considerável. O transporte de equipamentos delicados, a falta de insumos básicos na região e as dificuldades de acesso terrestre e fluvial impuseram desafios à equipe, especialmente no que diz respeito à conservação das amostras biológicas. 

“Foi uma expedição piloto, e os desafios logísticos foram imensos. A região é de difícil acesso, sem nitrogênio disponível localmente. Precisamos transportar tudo de Manaus com muito planejamento para garantir a integridade das amostras”, relatou Alessandra. 

Vigilância além das fronteiras 

Entre os dias 23 e 28 de junho, a segunda missão do Mosaic no mês se concentrou na articulação com lideranças locais, gestores de saúde e de ambiente e representantes indígenas. 

Formada pelos pesquisadores Martha Suárez-Mutis, do IOC, e José Joaquim Carvajal-Cortés, da Fiocruz Amazônia, a equipe percorreu diferentes localidades da Tríplice Fronteira para mapear atores estratégicos e apresentar formalmente o projeto a conselhos indígenas e instituições parceiras. 

“Nosso papel foi identificar as partes interessadas no projeto, ou seja, pessoas que podem se beneficiar das ações do Mosaic ou contribuir com seus conhecimentos. Isso envolve um esforço contínuo, porque nas regiões de fronteira há muita rotatividade de profissionais, e é preciso entender quem está atuando com saúde humana, animal e ambiental”, explicou Martha. 

A missão incluiu uma apresentação oficial do Mosaic ao Conselho Distrital de Saúde Indígena (CONDISI) no Vale do Javari, a segunda maior terra indígena do Brasil. A aprovação pelo colegiado, que representa democraticamente as comunidades locais, foi considerada um passo fundamental para a atuação do projeto em território indígena. 

“É um espaço em que eles podem, inclusive, recusar a presença do projeto. Por isso foi tão significativo quando o CONDISI aprovou nossa proposta. Estava presente, por exemplo, um representante do povo Corubo, recentemente contatado. Esse reconhecimento reforça a importância do diálogo respeitoso e da construção conjunta”, contou. 

Além do lado brasileiro, a missão também promoveu diálogos com populações indígenas da Colômbia, onde foi pactuado um plano de coleta de dados que será conduzido ao longo de um ano. A iniciativa prevê o registro, pelos próprios indígenas, das mudanças percebidas no território, incluindo saúde humana, animal, ambiental e alterações climáticas. Esse trabalho é acompanhado pela médica e antropóloga colombiana, Johanna Gonçalves, pesquisadora da PICTIS contratada pelo projeto.  

“A proposta do Mosaic é justamente atravessar as fronteiras. Parasitas, vetores e pessoas circulam livremente, mas as políticas públicas costumam parar no limite nacional. Nosso objetivo é construir uma vigilância em saúde inovadora, que leve em conta as conexões entre os territórios e entre diferentes formas de conhecimento”, refletiu a pesquisadora. 


Membros do Mosaic apresentam o projeto a representes de comunidades locais. Foto: Acervo/Mosaic

Visando construir uma ciência mais conectada aos territórios, a equipe busca desenvolver modelos de vigilância colaborativa, em que as próprias comunidades possam acompanhar mudanças no ambiente e na saúde local utilizando recursos simples e adaptados à realidade amazônica. 

“Esse é um modelo que se inspira em experiências bem-sucedidas do Mosaic, como a dos pastores Maasai no Quênia, que monitoram o crescimento da vegetação para orientar o manejo de seus rebanhos. A ideia é adaptar esse tipo de vigilância participativa ao nosso contexto, respeitando os saberes locais e fortalecendo a autonomia das comunidades”, conclui. 

A dupla de pesquisadores também se reuniu com a coordenação da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS) em Tabatinga, discutindo possibilidades de cooperação com o projeto.  

Participaram ainda da mesa agroclimática territorial em Leticia, na Colômbia, espaço que debate soluções locais frente às mudanças climáticas. Os pesquisadores também se encontraram com a chefia dos Parques Nacionais Naturais (PNN) do país, assim como com professores de universidades atuantes na fronteira, para apresentar o Mosaic à instituição. 

Edição: 
Renata Silva da Fontoura

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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