O 4º ato do Simpósio Jubileu Secular de Prata do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) iniciou nesta quinta-feira (04/12), no auditório do Pavilhão Arthur Neiva, reunindo lançamentos audiovisuais, exposições, homenagens e debates sobre temas estratégicos para o presente e o futuro da ciência.
A mesa de abertura contou com a diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge, e os diretores Eduardo de Mello Volotão, Luciana Garzoni e Guilherme de Beaurepaire, que ressaltaram a importância do tema do ato — Passado e futuro: agenda 2050 — para pensar os próximos ciclos institucionais.
Luciana Garzoni, diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação durante a mesa de abertura. Foto: Rudson Amorim
Ao destacar a relevância histórica do Instituto, uma das falas enfatizou como as trajetórias se conectam:
“Falar de passado e futuro me trouxe o pensamento de que sempre esses dois se encontram no presente. Eles nunca estão distantes o suficiente, então olhar para trás é olhar para frente. A gente vê esses 125 anos e tudo que o Instituto já passou, e isso dá muita esperança e muito orgulho dessa casa”, ressaltou Eduardo Volotão.
Em sua fala, a diretora Luciana Garzoni reforçou o diálogo entre memória e inovação como diretriz estratégica do IOC.
“Estamos em um momento em que a Fiocruz discute a pesquisa do futuro. O Fórum Oswaldo Cruz trouxe essa reflexão para as unidades e, quando falamos de futuro, não há como não revisitar o nosso passado. O tema de hoje está especialmente alinhado a esse movimento.”
Eduardo de Mello Volotão, Guilherme de Beaurepaire e Tania Araujo-Jorge. Foto: Rudson Amorim
Também compondo a mesa, Guilherme abordou os desafios para o próximo ciclo institucional:
“Que tipo de direcionamento precisamos para continuar sendo um Instituto tão forte quanto fomos ao longo desses 125 anos? Precisamos estar atentos para construir o futuro e pavimentar o caminho dos próximos 125.”
A programação teve início com a apresentação do projeto MOSAIC, conduzida pelo pesquisador Paulo Peiter, que compartilhou os resultados do primeiro ano de atividades. A exposição “MOSAIC: experiências do primeiro ano do projeto internacional” ficou aberta ao público no hall do Pavilhão durante todo o dia.
O projeto reúne 15 parceiros de cinco países (Brasil, Quênia, França, Portugal e Polônia) e surge no contexto das mudanças climáticas e das degradações ambientais que impactam diretamente populações vulnerabilizadas. Considerando a existência de grandes bases de dados pouco utilizadas pelas comunidades locais, a iniciativa busca integrar esses conhecimentos e gerar ferramentas para fortalecer respostas a eventos climáticos em regiões de fronteira internacional.
Parte da exposição “MOSAIC: experiências do primeiro ano do projeto internacional”. Foto: Rudson Amorim
Ao apresentar as etapas já realizadas, Paulo explicou o caminho percorrido pela equipe, incluindo o mapeamento de stakeholders, a aproximação com comunidades e a integração de dados e saberes.
“Quando começamos os levantamentos de campo, percebemos que já existiam várias propostas desenvolvidas pelos próprios atores locais para lidar com os efeitos das mudanças climáticas. Estamos registrando essas iniciativas para entender como podemos contribuir de forma efetiva.”
Em seguida, foi exibido o documentário “Uma só saúde, um só mundo: quando os territórios e saberes se unem frente às epidemias”, seguido de um debate com Vicent Corbel (IRD/França) e Claudia Codesso (Fiocruz). A produção discute o conceito de Saúde Única, integrando dimensões humana, ambiental e animal.
Durante o debate, Vicent destacou a abordagem central do filme:
“O objetivo foi propor uma visão holística da saúde global. É preciso olhar além da saúde humana e compreender como ela se conecta à saúde ambiental e animal, especialmente diante das zoonoses e doenças vetoriais.”
Vicent Corbel (IRD/França) e Claudia Codesso (Fiocruz) durante o debate. Foto: Rudson Amorim
Claudia complementou ressaltando o caráter interinstitucional da obra:
“Este trabalho exemplifica a cooperação entre instituições. Ele foi apresentado na COP30, o que permitiu ampliar o debate sobre Saúde Única e integrar diferentes organizações.”
Tania Araujo-Jorge destacou a relevância das discussões e questionou sobre os próximos passos de disseminação da produção. Em resposta, Claudia explicou que a equipe planeja expandir a exibição para escolas, instituições, comunidades e workshops, transformando o filme em ferramenta contínua de formação e diálogo.
O diretor de documentários Genilton Vieira apresentou o filme “Haemagogus: vetores primários da febre amarela silvestre”, que documenta a biologia, o comportamento e o ciclo reprodutivo dos mosquitos transmissores. A produção, baseada em registros inéditos, mostra a dinâmica da febre amarela na natureza e destaca a importância da vigilância de epizootias.
Documentário “Haemagogus: vetores primários da febre amarela silvestre” foi exibido durante o evento. Foto: Rudson Amorim
Genilton comentou sobre os desafios envolvidos no trabalho:
“Levei 15 anos para fotografar mosquitos botando ovos no buraco de árvores. Para mim, este filme marca um ponto alto do meu trabalho e representa uma conquista científica.”
Após a exibição, a discussão foi aberta ao público, e o pesquisador Ricardo Lourenço ressaltou o papel da produção como ferramenta de educação e vigilância em saúde:
“Ter dentro do Instituto Oswaldo Cruz todas essas possibilidades nos dá segurança de oferecer informação qualificada. Não se trata apenas de um conteúdo lúdico; é uma mensagem essencial para a saúde pública e para a prevenção da febre amarela.”
Pesquisadores premiados com a Medalha Henrique Lenzi de Mérito em Ciência e Tecnologia. Foto: Rudson Amorim
Cinco pesquisadores do IOC receberam a Medalha Henrique Lenzi de Mérito em Ciência e Tecnologia, concedida a cientistas que figuraram entre os mais influentes do mundo, segundo ranking internacional. Os homenageados foram:
Ademir Martins Júnior – Laboratório de Biologia, Controle e Vigilância de Insetos Vetores
Denise Valle – Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores
Felipe Ferraz Figueiredo Moreira – Laboratório de Entomologia
Rubem Menna Barreto – Laboratório de Biologia Celular
Ricardo Lourenço – pesquisador do IOC
Finalizando o dia de atividades, os cinco pesquisadores que se aposentaram em 2025 foram homenageados: Alexandre Madi Fialho, Dalia dos Prazeres Rodrigues, Maria de Fátima Ferreira da Cruz, Nataly Araujo de Souza e Maria Helena Saad — presente na cerimônia, representando o grupo.
Maria Helena Saad, (ao centro) pesquisadora aposentada do IOC recebendo a homenagem. Foto: Rudson Amorim
Ao comentar a homenagem, Tania Araujo-Jorge destacou o simbolismo do momento:
“Agradeço ao DGP, que realiza este reconhecimento com tanto cuidado todos os anos. Em 2025, a homenagem ganha um significado especial, com a entrega da medalha dos 125 anos do IOC. Maria Helena Saad, aqui presente, representa esse tempo de dedicação ao Instituto em um ano tão marcante para a nossa história.”
O 4º ato do Simpósio Jubileu Secular de Prata do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) iniciou nesta quinta-feira (04/12), no auditório do Pavilhão Arthur Neiva, reunindo lançamentos audiovisuais, exposições, homenagens e debates sobre temas estratégicos para o presente e o futuro da ciência.
A mesa de abertura contou com a diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge, e os diretores Eduardo de Mello Volotão, Luciana Garzoni e Guilherme de Beaurepaire, que ressaltaram a importância do tema do ato — Passado e futuro: agenda 2050 — para pensar os próximos ciclos institucionais.
Luciana Garzoni, diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação durante a mesa de abertura. Foto: Rudson Amorim
Ao destacar a relevância histórica do Instituto, uma das falas enfatizou como as trajetórias se conectam:
“Falar de passado e futuro me trouxe o pensamento de que sempre esses dois se encontram no presente. Eles nunca estão distantes o suficiente, então olhar para trás é olhar para frente. A gente vê esses 125 anos e tudo que o Instituto já passou, e isso dá muita esperança e muito orgulho dessa casa”, ressaltou Eduardo Volotão.
Em sua fala, a diretora Luciana Garzoni reforçou o diálogo entre memória e inovação como diretriz estratégica do IOC.
“Estamos em um momento em que a Fiocruz discute a pesquisa do futuro. O Fórum Oswaldo Cruz trouxe essa reflexão para as unidades e, quando falamos de futuro, não há como não revisitar o nosso passado. O tema de hoje está especialmente alinhado a esse movimento.”
Eduardo de Mello Volotão, Guilherme de Beaurepaire e Tania Araujo-Jorge. Foto: Rudson Amorim
Também compondo a mesa, Guilherme abordou os desafios para o próximo ciclo institucional:
“Que tipo de direcionamento precisamos para continuar sendo um Instituto tão forte quanto fomos ao longo desses 125 anos? Precisamos estar atentos para construir o futuro e pavimentar o caminho dos próximos 125.”
A programação teve início com a apresentação do projeto MOSAIC, conduzida pelo pesquisador Paulo Peiter, que compartilhou os resultados do primeiro ano de atividades. A exposição “MOSAIC: experiências do primeiro ano do projeto internacional” ficou aberta ao público no hall do Pavilhão durante todo o dia.
O projeto reúne 15 parceiros de cinco países (Brasil, Quênia, França, Portugal e Polônia) e surge no contexto das mudanças climáticas e das degradações ambientais que impactam diretamente populações vulnerabilizadas. Considerando a existência de grandes bases de dados pouco utilizadas pelas comunidades locais, a iniciativa busca integrar esses conhecimentos e gerar ferramentas para fortalecer respostas a eventos climáticos em regiões de fronteira internacional.
Parte da exposição “MOSAIC: experiências do primeiro ano do projeto internacional”. Foto: Rudson Amorim
Ao apresentar as etapas já realizadas, Paulo explicou o caminho percorrido pela equipe, incluindo o mapeamento de stakeholders, a aproximação com comunidades e a integração de dados e saberes.
“Quando começamos os levantamentos de campo, percebemos que já existiam várias propostas desenvolvidas pelos próprios atores locais para lidar com os efeitos das mudanças climáticas. Estamos registrando essas iniciativas para entender como podemos contribuir de forma efetiva.”
Em seguida, foi exibido o documentário “Uma só saúde, um só mundo: quando os territórios e saberes se unem frente às epidemias”, seguido de um debate com Vicent Corbel (IRD/França) e Claudia Codesso (Fiocruz). A produção discute o conceito de Saúde Única, integrando dimensões humana, ambiental e animal.
Durante o debate, Vicent destacou a abordagem central do filme:
“O objetivo foi propor uma visão holística da saúde global. É preciso olhar além da saúde humana e compreender como ela se conecta à saúde ambiental e animal, especialmente diante das zoonoses e doenças vetoriais.”
Vicent Corbel (IRD/França) e Claudia Codesso (Fiocruz) durante o debate. Foto: Rudson Amorim
Claudia complementou ressaltando o caráter interinstitucional da obra:
“Este trabalho exemplifica a cooperação entre instituições. Ele foi apresentado na COP30, o que permitiu ampliar o debate sobre Saúde Única e integrar diferentes organizações.”
Tania Araujo-Jorge destacou a relevância das discussões e questionou sobre os próximos passos de disseminação da produção. Em resposta, Claudia explicou que a equipe planeja expandir a exibição para escolas, instituições, comunidades e workshops, transformando o filme em ferramenta contínua de formação e diálogo.
O diretor de documentários Genilton Vieira apresentou o filme “Haemagogus: vetores primários da febre amarela silvestre”, que documenta a biologia, o comportamento e o ciclo reprodutivo dos mosquitos transmissores. A produção, baseada em registros inéditos, mostra a dinâmica da febre amarela na natureza e destaca a importância da vigilância de epizootias.
Documentário “Haemagogus: vetores primários da febre amarela silvestre” foi exibido durante o evento. Foto: Rudson Amorim
Genilton comentou sobre os desafios envolvidos no trabalho:
“Levei 15 anos para fotografar mosquitos botando ovos no buraco de árvores. Para mim, este filme marca um ponto alto do meu trabalho e representa uma conquista científica.”
Após a exibição, a discussão foi aberta ao público, e o pesquisador Ricardo Lourenço ressaltou o papel da produção como ferramenta de educação e vigilância em saúde:
“Ter dentro do Instituto Oswaldo Cruz todas essas possibilidades nos dá segurança de oferecer informação qualificada. Não se trata apenas de um conteúdo lúdico; é uma mensagem essencial para a saúde pública e para a prevenção da febre amarela.”
Pesquisadores premiados com a Medalha Henrique Lenzi de Mérito em Ciência e Tecnologia. Foto: Rudson Amorim
Cinco pesquisadores do IOC receberam a Medalha Henrique Lenzi de Mérito em Ciência e Tecnologia, concedida a cientistas que figuraram entre os mais influentes do mundo, segundo ranking internacional. Os homenageados foram:
Ademir Martins Júnior – Laboratório de Biologia, Controle e Vigilância de Insetos Vetores
Denise Valle – Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores
Felipe Ferraz Figueiredo Moreira – Laboratório de Entomologia
Rubem Menna Barreto – Laboratório de Biologia Celular
Ricardo Lourenço – pesquisador do IOC
Finalizando o dia de atividades, os cinco pesquisadores que se aposentaram em 2025 foram homenageados: Alexandre Madi Fialho, Dalia dos Prazeres Rodrigues, Maria de Fátima Ferreira da Cruz, Nataly Araujo de Souza e Maria Helena Saad — presente na cerimônia, representando o grupo.
Maria Helena Saad, (ao centro) pesquisadora aposentada do IOC recebendo a homenagem. Foto: Rudson Amorim
Ao comentar a homenagem, Tania Araujo-Jorge destacou o simbolismo do momento:
“Agradeço ao DGP, que realiza este reconhecimento com tanto cuidado todos os anos. Em 2025, a homenagem ganha um significado especial, com a entrega da medalha dos 125 anos do IOC. Maria Helena Saad, aqui presente, representa esse tempo de dedicação ao Instituto em um ano tão marcante para a nossa história.”
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)