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Ao completar 121 anos, Instituto Oswaldo Cruz se solidariza aos familiares e amigos das mais de 450 mil vítimas da Covid-19 no país

Neste 25 de maio, o IOC reforça seu compromisso em permanecer mobilizado pela saúde da população brasileira
Por Max Gomes, Maíra Menezes e Vinicius Ferreira25/05/2021 - Atualizado em 28/06/2022

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), mais antiga unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), completa 121 anos nesta terça-feira, 25 de maio, em data compartilhada com a Fiocruz. Frente à crise em saúde pública sem precedentes associada ao coronavírus, o tradicional ato de celebrar a ocasião cedeu espaço à incessante mobilização de pesquisadores e estudantes no enfrentamento do vírus SARS-CoV-2.

Desde o início da pandemia, que já dura mais de um ano e levou a óbito mais de 450 mil brasileiros, o Instituto tem atuado em prol da saúde da população, colocando sua reconhecida capacidade em pesquisa e diagnóstico a serviço da busca de respostas sobre a Covid-19. Em março, quando a declaração de pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) completou um ano, a Unidade prestou homenagem a todas as vítimas da pandemia (relembre a seguir) e, agora, frente à triste marca de quase meio milhão de mortos e mais de 16 milhões de pessoas infectadas no país, o Instituto reitera sua solidariedade a todas as pessoas atingidas pela mais grave crise sanitária da história.


A Unidade é referência para a doença nas Américas junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), título recebido em abril de 2020 como reconhecimento ao seu protagonismo no diagnóstico laboratorial do vírus, além da atuação estratégica na capacitação de profissionais do país e de nações vizinhas. Esta missão permanente de atuar no diagnóstico de casos e na vigilância da dispersão do vírus e de suas variantes se soma às mais variadas linhas de pesquisa, da virologia básica a análises de presença ambiental do patógeno, do desenvolvimento de terapias à inovação em métodos de diagnóstico.

Em uma das mais recentes contribuições científicas produzidas pelo Instituto, pesquisadores se debruçaram sobre uma coletânea de dados para propor a reclassificação da doença como uma febre viral trombótica: descrita inicialmente como uma síndrome respiratória aguda grave, a infecção tem chamado atenção por ir além dos quadros pulmonares e desenvolver casos de hipercoagulabilidade.

Monitoramento ambiental do SARS-CoV-2 realizado em Niteroi (RJ) alia a tradição em atividades de pesquisa na área de Virologia Ambiental com estudos científicos internacionais, que têm demonstrado a importância da vigilância baseada em esgotos para a detecção precoce de novos casos de Covid-19. Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz
 

Especialistas do Instituto foram responsáveis ainda pela identificação de anticorpos contra o novo coronavírus em animais domésticos no Rio de Janeiro, o que reforça as evidências sobre a exposição de bichos ao vírus.

Em outro estudo recente, dados mostram que as crianças não parecem ser fonte de infecção nas famílias, sendo mais frequentemente infectadas pelos adultos, o que sugere que creches e escolas poderiam ser reabertas com segurança desde que as equipes estejam imunizadas e que sejam adotadas medidas para mitigar a transmissão do vírus. Estas descobertas mobilizaram diversas redes de parceiros, em uma demonstração de que a construção do conhecimento científico vem sendo conduzida de forma agregadora e solidária, com o estabelecimento de cooperações que ampliam o potencial de resposta para a sociedade.

Em um tema que vem dominando a atenção de todo o mundo – a emergência e dispersão de variantes do vírus –, o Instituto desempenha papel fundamental na Rede Genômica Fiocruz. A identificação de alterações na estrutura da proteína Spike (S) do vírus SARS-CoV-2 em circulação no Brasil está entre as contribuições dos pesquisadores, que também acompanham de perto a circulação de variante originalmente identificada na Índia e que foi detectada no Nordeste do país.

Cientistas da Fiocruz lideram um esforço nacional de pesquisa que busca decodificar o genoma do SARS-CoV-2 e acompanhar suas linhagens e mutações genéticas. Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz
 


Para conferir estas e outras dezenas de contribuições do IOC em Covid-19, acesse aqui o ‘Especial: novo coronavírus’.

Ao mesmo tempo em que as ações de pesquisa e diagnóstico foram intensificadas, foi preciso esforço concentrado para que o Ensino, que atende centenas de estudantes de pós-graduação, pudesse manter seu compromisso de formar novas gerações de cientistas. Para isso, defesas virtuais de teses e dissertações, aulas remotas e processos seletivos inteiramente à distância se tornaram uma realidade. No dia-a-dia, professores e estudantes se reinventaram para adequar as aulas às novas tecnologias. Com isso, o Ensino observou um efeito inesperado: com a disponibilidade do formato online, aumentou a presença de estudantes externos nas disciplinas oferecidas, incluindo alunos estrangeiros.

Na mesma linha, para seguir os protocolos de distanciamento social recomendados pelas autoridades de saúde, o Instituto reformulou a realização de eventos científicos. Para evitar aglomerações, os eventos institucionais passaram a ser transmitidos pelo Canal IOC no YouTube. As atividades realizadas no novo formato – incluindo sessões do Centro de Estudos e do Núcleo de Estudos Avançados, simpósios, workshops, cursos internacionais, dentre outros – acumulam milhares de acessos.

Discentes e coordenadores dos sete Programas de Pós-graduação do IOC promovem diálogo constante para debater o aperfeiçoamento do Ensino na Unidade, em especial, em meio aos desafios no contexto da pandemia. Foto: Divulgação

 

Ao mesmo tempo em que não mede esforços para o enfrentamento da Covid-19, o Instituto assegura a continuidade de estudos científicos em suas temáticas de atuação, além de garantir a preservação dos acervos biológicos sob sua responsabilidade, o andamento dos serviços de referência em diagnóstico e o funcionamento de seus ambulatórios em hepatites virais e hanseníase, que imediatamente adequaram suas atividades para que o atendimento a seus pacientes não fosse descontinuado.

Sempre com olhar colaborativo, o IOC formalizou recentemente um acordo de cooperação com a Universidade de Aveiro, de Portugal, totalmente estruturado com base no novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia & Inovação. Ainda no âmbito das parcerias, um trabalho junto ao Museu Nacional, no Rio de Janeiro, garantiu a preservação da memória da histórica Coleção de Mosquitos de Antonio Gonçalves Peryassú. Perto da conclusão da iniciativa, em 2018, o imponente museu sofreu um incêndio que levou à perda irreparável de quase todo o seu acervo, incluindo as centenas de amostras colecionadas pelo cientista. Com o desaparecimento dos itens, o inventário que acaba de ser publicado se tornou o registro mais completo da coleção que um dia existiu (confira aqui).

Raro registro de um dos tubos da Coleção Peryassú. Foto: acervo pessoal (IOC/Fiocruz)


A atuação em memória, aliás, é uma dimensão familiar para o Instituto. O aniversário de 121 anos é oportunidade para revisitar a primeira publicação científica, assinada pelo próprio patrono: o artigo em que Oswaldo Cruz descreve o mosquito Anopheles lutzi completa 12 décadas. Neste gesto, Oswaldo foi ao mesmo tempo capaz de honrar a memória e de ser visionário. Adolpho Lutz, a quem expressa reconhecimento pela nomeação do inseto, sete anos mais tarde ingressaria no time de pioneiros do Instituto.

Neste ponto, em que a mescla de tradição e memória com a capacidade de antever e de alcançar horizontes se consolida como um grande emblema da identidade institucional, é impossível deixar de registrar a ausência da figura icônica de José Rodrigues Coura nesta data de aniversário. O legado do cientista premiado deixa como marca e como inspiração o compromisso institucional, a atuação científica relevante e, sobretudo, a entrega ao ofício de formar novas gerações de pesquisadores.

José Rodrigues Coura recebendo o Prêmio Fundação Conrado Wessel, uma espécie de ‘Nobel brasileiro’ que reconhece profissionais por sua excelência científica aliada à eficácia social. Acervo pessoal
 
Neste 25 de maio, o IOC reforça seu compromisso em permanecer mobilizado pela saúde da população brasileira
Por: 
max.gomes
maira
viniciusferreira

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), mais antiga unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), completa 121 anos nesta terça-feira, 25 de maio, em data compartilhada com a Fiocruz. Frente à crise em saúde pública sem precedentes associada ao coronavírus, o tradicional ato de celebrar a ocasião cedeu espaço à incessante mobilização de pesquisadores e estudantes no enfrentamento do vírus SARS-CoV-2.

Desde o início da pandemia, que já dura mais de um ano e levou a óbito mais de 450 mil brasileiros, o Instituto tem atuado em prol da saúde da população, colocando sua reconhecida capacidade em pesquisa e diagnóstico a serviço da busca de respostas sobre a Covid-19. Em março, quando a declaração de pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) completou um ano, a Unidade prestou homenagem a todas as vítimas da pandemia (relembre a seguir) e, agora, frente à triste marca de quase meio milhão de mortos e mais de 16 milhões de pessoas infectadas no país, o Instituto reitera sua solidariedade a todas as pessoas atingidas pela mais grave crise sanitária da história.

A Unidade é referência para a doença nas Américas junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), título recebido em abril de 2020 como reconhecimento ao seu protagonismo no diagnóstico laboratorial do vírus, além da atuação estratégica na capacitação de profissionais do país e de nações vizinhas. Esta missão permanente de atuar no diagnóstico de casos e na vigilância da dispersão do vírus e de suas variantes se soma às mais variadas linhas de pesquisa, da virologia básica a análises de presença ambiental do patógeno, do desenvolvimento de terapias à inovação em métodos de diagnóstico.

Em uma das mais recentes contribuições científicas produzidas pelo Instituto, pesquisadores se debruçaram sobre uma coletânea de dados para propor a reclassificação da doença como uma febre viral trombótica: descrita inicialmente como uma síndrome respiratória aguda grave, a infecção tem chamado atenção por ir além dos quadros pulmonares e desenvolver casos de hipercoagulabilidade.

Monitoramento ambiental do SARS-CoV-2 realizado em Niteroi (RJ) alia a tradição em atividades de pesquisa na área de Virologia Ambiental com estudos científicos internacionais, que têm demonstrado a importância da vigilância baseada em esgotos para a detecção precoce de novos casos de Covid-19. Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz
 

Especialistas do Instituto foram responsáveis ainda pela identificação de anticorpos contra o novo coronavírus em animais domésticos no Rio de Janeiro, o que reforça as evidências sobre a exposição de bichos ao vírus.

Em outro estudo recente, dados mostram que as crianças não parecem ser fonte de infecção nas famílias, sendo mais frequentemente infectadas pelos adultos, o que sugere que creches e escolas poderiam ser reabertas com segurança desde que as equipes estejam imunizadas e que sejam adotadas medidas para mitigar a transmissão do vírus. Estas descobertas mobilizaram diversas redes de parceiros, em uma demonstração de que a construção do conhecimento científico vem sendo conduzida de forma agregadora e solidária, com o estabelecimento de cooperações que ampliam o potencial de resposta para a sociedade.

Em um tema que vem dominando a atenção de todo o mundo – a emergência e dispersão de variantes do vírus –, o Instituto desempenha papel fundamental na Rede Genômica Fiocruz. A identificação de alterações na estrutura da proteína Spike (S) do vírus SARS-CoV-2 em circulação no Brasil está entre as contribuições dos pesquisadores, que também acompanham de perto a circulação de variante originalmente identificada na Índia e que foi detectada no Nordeste do país.

Cientistas da Fiocruz lideram um esforço nacional de pesquisa que busca decodificar o genoma do SARS-CoV-2 e acompanhar suas linhagens e mutações genéticas. Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz
 

Para conferir estas e outras dezenas de contribuições do IOC em Covid-19, acesse aqui o ‘Especial: novo coronavírus’.

Ao mesmo tempo em que as ações de pesquisa e diagnóstico foram intensificadas, foi preciso esforço concentrado para que o Ensino, que atende centenas de estudantes de pós-graduação, pudesse manter seu compromisso de formar novas gerações de cientistas. Para isso, defesas virtuais de teses e dissertações, aulas remotas e processos seletivos inteiramente à distância se tornaram uma realidade. No dia-a-dia, professores e estudantes se reinventaram para adequar as aulas às novas tecnologias. Com isso, o Ensino observou um efeito inesperado: com a disponibilidade do formato online, aumentou a presença de estudantes externos nas disciplinas oferecidas, incluindo alunos estrangeiros.

Na mesma linha, para seguir os protocolos de distanciamento social recomendados pelas autoridades de saúde, o Instituto reformulou a realização de eventos científicos. Para evitar aglomerações, os eventos institucionais passaram a ser transmitidos pelo Canal IOC no YouTube. As atividades realizadas no novo formato – incluindo sessões do Centro de Estudos e do Núcleo de Estudos Avançados, simpósios, workshops, cursos internacionais, dentre outros – acumulam milhares de acessos.

Discentes e coordenadores dos sete Programas de Pós-graduação do IOC promovem diálogo constante para debater o aperfeiçoamento do Ensino na Unidade, em especial, em meio aos desafios no contexto da pandemia. Foto: Divulgação

 

Ao mesmo tempo em que não mede esforços para o enfrentamento da Covid-19, o Instituto assegura a continuidade de estudos científicos em suas temáticas de atuação, além de garantir a preservação dos acervos biológicos sob sua responsabilidade, o andamento dos serviços de referência em diagnóstico e o funcionamento de seus ambulatórios em hepatites virais e hanseníase, que imediatamente adequaram suas atividades para que o atendimento a seus pacientes não fosse descontinuado.

Sempre com olhar colaborativo, o IOC formalizou recentemente um acordo de cooperação com a Universidade de Aveiro, de Portugal, totalmente estruturado com base no novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia & Inovação. Ainda no âmbito das parcerias, um trabalho junto ao Museu Nacional, no Rio de Janeiro, garantiu a preservação da memória da histórica Coleção de Mosquitos de Antonio Gonçalves Peryassú. Perto da conclusão da iniciativa, em 2018, o imponente museu sofreu um incêndio que levou à perda irreparável de quase todo o seu acervo, incluindo as centenas de amostras colecionadas pelo cientista. Com o desaparecimento dos itens, o inventário que acaba de ser publicado se tornou o registro mais completo da coleção que um dia existiu (confira aqui).

Raro registro de um dos tubos da Coleção Peryassú. Foto: acervo pessoal (IOC/Fiocruz)

A atuação em memória, aliás, é uma dimensão familiar para o Instituto. O aniversário de 121 anos é oportunidade para revisitar a primeira publicação científica, assinada pelo próprio patrono: o artigo em que Oswaldo Cruz descreve o mosquito Anopheles lutzi completa 12 décadas. Neste gesto, Oswaldo foi ao mesmo tempo capaz de honrar a memória e de ser visionário. Adolpho Lutz, a quem expressa reconhecimento pela nomeação do inseto, sete anos mais tarde ingressaria no time de pioneiros do Instituto.

Neste ponto, em que a mescla de tradição e memória com a capacidade de antever e de alcançar horizontes se consolida como um grande emblema da identidade institucional, é impossível deixar de registrar a ausência da figura icônica de José Rodrigues Coura nesta data de aniversário. O legado do cientista premiado deixa como marca e como inspiração o compromisso institucional, a atuação científica relevante e, sobretudo, a entrega ao ofício de formar novas gerações de pesquisadores.

José Rodrigues Coura recebendo o Prêmio Fundação Conrado Wessel, uma espécie de ‘Nobel brasileiro’ que reconhece profissionais por sua excelência científica aliada à eficácia social. Acervo pessoal
 
Edição: 
Raquel Aguiar

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)