Portuguese English Spanish
Interface
Adjust the interface to make it easier to use for different conditions.
This renders the document in high contrast mode.
This renders the document as white on black
This can help those with trouble processing rapid screen movements.
This loads a font easier to read for people with dyslexia.

vw_cabecalho_novo

Busca Avançada
Você está aqui: Notícias » Ciclo Carlos Chagas de Palestras: novo prazo para envio de resumos

Ciclo Carlos Chagas de Palestras: novo prazo para envio de resumos

Submissão de trabalhos foi prorrogada até 8 de março. Evento acontece nos dias 11 e 12 de abril e homenageia os 70 anos do Posto Avançado de Pesquisas Emmanuel Dias, em Minas Gerais
Por Jornalismo IOC31/01/2013 - Atualizado em 17/04/2023

Há 70 anos, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) inaugurava, na cidade de Bambuí, em Minas Gerais, um importante espaço de pesquisa e discussão sobre a doença de Chagas: o Centro de Estudos e Profilaxia da Moléstia de Chagas (CEPMC) – mais tarde batizado como Posto Avançado de Pesquisas Emmanuel Dias (PAPED/CPqRR/Fiocruz), em homenagem ao pesquisador que o fundou.

Nos dias 11 e 12 de abril de 2013, João Carlos Pinto Dias, filho de Emmanuel e também pesquisador, atualmente na Fiocruz-Minas, junta-se à chefe do Laboratório de Biologia das Interações do IOC, Joseli Lannes, e à pesquisadora Tania Araujo Jorge, atual diretora do Instituto, para inaugurar outro importante espaço de debate sobre o agravo: o Ciclo Carlos Chagas de Palestras (CCC).

Arte: Leandro Vaz

Inscrições

O evento será realizado no campus da Fundação Oswaldo Cruz (Manguinhos – RJ) e oferecerá palestras de nove especialistas; uma exposição fotográfica sobre o controle do vetor Triatoma infestans em Bambuí, organizada em conjunto com a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz); e a exibição de 30 a 50 pôsteres. Os três melhores serão selecionados para uma apresentação oral.

Para se inscrever, os interessados devem enviar a ficha de inscrição preenchida para ciclocarloschagas@ioc.fiocruz.br até o dia 3 de março. As informações sobre o envio de resumos estão no próprio formulário.

Nesta edição, a participação será restrita à comunidade da Fiocruz e o número de vagas está sujeito à lotação do auditório que recebe o evento (Emmanuel Dias/Pavilhão Arthur Neiva).

Cardiopatias e Vetores

O tema do Ciclo Carlos Chagas será ‘Cardiopatias e Vetores’, uma homenagem a Emmanuel Dias e a dois de seus maiores trabalhos a frente do Centro de Bambuí.

O primeiro é um extenso estudo de caracterização da cardiopatia chagásica crônica, uma das mais graves implicações da doença.

Já o segundo discorre sobre a ação de inseticidas no combate ao Triatoma infestans, principal responsável pela transmissão na região e popularmente conhecido como barbeiro.

De acordo com Joseli, embora o país conte, desde 2006, com a certificação de controle da transmissão da doença de Chagas por este triatomíneo, poder público e comunidade científica devem permanecer vigilantes.

Espécies endêmicas do nosso país, como o Triatoma braziliensis, Panstrongylus megistus e o Panstrongylus lutzi continuam atuando como transmissores.

Dias (à direita) obteve reconhecimento internacional a frente do CEPMC. Foto: Acervo COC

“Famílias que antes viviam em casas no interior de carnaubais e plantações agora contam com energia elétrica, o que facilita a entrada de barbeiros nos domicílios, pois são insetos atraídos pela luz”, explica Joseli.

Além disso, a pesquisadora lembra que assim como a globalização, os vetores da doença de Chagas tampouco conhecem fronteiras. Isso significa que o T. infestans, trazido ao Brasil por viajantes da Argentina e da Bolívia há centenas de anos, pode ser reintroduzido no nosso território, carreado por turistas e imigrantes de países vizinhos por acidente, em suas bagagens.

Já a transmissão via oral, que ocorre com o consumo de alimentos contaminados por fezes do barbeiro ou pelo próprio inseto triturado, também é uma realidade.

“Pode ocorrer, principalmente, com açaí e cana-de-açúcar em regiões do Norte e do Nordeste onde o consumo é intenso e os estabelecimentos nem sempre seguem as normas de manejo preconizadas pelo Ministério da Saúde. Por isso, criar um espaço de discussão sobre a doença de Chagas que agregue estudantes e cientistas é importante neste momento, e cabe ao IOC assumir o protagonismo”, ressalta.

Gerações dedicadas à pesquisa

:: Saiba mais sobre Emmanuel Dias ::

Emmanuel Dias, pesquisador carioca nascido em 1908, foi filho de Ezequiel Dias, eminente cientista que trabalhou em parceria com Carlos Chagas e Oswaldo Cruz desde a fundação do Instituto, em 1900.

Emmanuel perdeu o pai aos 14 anos, o que reforçou seu desejo de prosseguir com os estudos na área. Ingressou na faculdade de Medicina aos 19 anos e, em seu segundo ano, integrou a equipe de Chagas no IOC para, rapidamente, se tornar um dos seus principais discípulos.

Em 1933, defendeu a tese intitulada “Estudos sobre o Schizotrypanum cruzi”, adquirindo o grau de doutor pela Faculdade de Medicina, a mesma que formou seu pai, Chagas e Cruz.

A tese foi publicada, em 1934, no periódico Memórias do Instituto Oswaldo Cruz e é, ainda nos dias atuais, uma das referências científicas mais citadas no campo da doença de Chagas. Acesse o estudo.

Em 1943, foi convidado pelo diretor do IOC, Henrique de Beaurepaire Aragão, a liderar o CEPMC. A unidade, vinculada à Divisão de Estudos de Endemias do IOC, foi implantada em virtude da descoberta de um foco da doença na cidade mineira de Bambuí.

Em 1947, Emmanuel descreveu a ação eficaz do composto “gammexane” no combate aos transmissores da doença. O estudo iria nortear a atuação de entidades públicas de saúde no controle do principal vetor do país, o T. infestans.

Durante o período em que esteve à frente do Centro, Emmanuel Dias foi reconhecido por adotar ações efetivas para o controle da doença e realizar importantes investigações científicas no campo da cardiopatia chagásica crônica.

Faleceu em 1962 e, por todo o esforço no combate à doença de Chagas, passou a ser considerado pela comunidade científica como um dos pesquisadores que teve o maior impacto nesta tripanossomíase.

*Reportagem: Isadora Marinho

Submissão de trabalhos foi prorrogada até 8 de março. Evento acontece nos dias 11 e 12 de abril e homenageia os 70 anos do Posto Avançado de Pesquisas Emmanuel Dias, em Minas Gerais
Por: 
jornalismo

Há 70 anos, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) inaugurava, na cidade de Bambuí, em Minas Gerais, um importante espaço de pesquisa e discussão sobre a doença de Chagas: o Centro de Estudos e Profilaxia da Moléstia de Chagas (CEPMC) – mais tarde batizado como Posto Avançado de Pesquisas Emmanuel Dias (PAPED/CPqRR/Fiocruz), em homenagem ao pesquisador que o fundou.

Nos dias 11 e 12 de abril de 2013, João Carlos Pinto Dias, filho de Emmanuel e também pesquisador, atualmente na Fiocruz-Minas, junta-se à chefe do Laboratório de Biologia das Interações do IOC, Joseli Lannes, e à pesquisadora Tania Araujo Jorge, atual diretora do Instituto, para inaugurar outro importante espaço de debate sobre o agravo: o Ciclo Carlos Chagas de Palestras (CCC).

Arte: Leandro Vaz

Inscrições

O evento será realizado no campus da Fundação Oswaldo Cruz (Manguinhos – RJ) e oferecerá palestras de nove especialistas; uma exposição fotográfica sobre o controle do vetor Triatoma infestans em Bambuí, organizada em conjunto com a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz); e a exibição de 30 a 50 pôsteres. Os três melhores serão selecionados para uma apresentação oral.

Para se inscrever, os interessados devem enviar a ficha de inscrição preenchida para ciclocarloschagas@ioc.fiocruz.br até o dia 3 de março. As informações sobre o envio de resumos estão no próprio formulário.

Nesta edição, a participação será restrita à comunidade da Fiocruz e o número de vagas está sujeito à lotação do auditório que recebe o evento (Emmanuel Dias/Pavilhão Arthur Neiva).

Cardiopatias e Vetores

O tema do Ciclo Carlos Chagas será ‘Cardiopatias e Vetores’, uma homenagem a Emmanuel Dias e a dois de seus maiores trabalhos a frente do Centro de Bambuí.

O primeiro é um extenso estudo de caracterização da cardiopatia chagásica crônica, uma das mais graves implicações da doença.

Já o segundo discorre sobre a ação de inseticidas no combate ao Triatoma infestans, principal responsável pela transmissão na região e popularmente conhecido como barbeiro.

De acordo com Joseli, embora o país conte, desde 2006, com a certificação de controle da transmissão da doença de Chagas por este triatomíneo, poder público e comunidade científica devem permanecer vigilantes.

Espécies endêmicas do nosso país, como o Triatoma braziliensis, Panstrongylus megistus e o Panstrongylus lutzi continuam atuando como transmissores.

Dias (à direita) obteve reconhecimento internacional a frente do CEPMC. Foto: Acervo COC

“Famílias que antes viviam em casas no interior de carnaubais e plantações agora contam com energia elétrica, o que facilita a entrada de barbeiros nos domicílios, pois são insetos atraídos pela luz”, explica Joseli.

Além disso, a pesquisadora lembra que assim como a globalização, os vetores da doença de Chagas tampouco conhecem fronteiras. Isso significa que o T. infestans, trazido ao Brasil por viajantes da Argentina e da Bolívia há centenas de anos, pode ser reintroduzido no nosso território, carreado por turistas e imigrantes de países vizinhos por acidente, em suas bagagens.

Já a transmissão via oral, que ocorre com o consumo de alimentos contaminados por fezes do barbeiro ou pelo próprio inseto triturado, também é uma realidade.

“Pode ocorrer, principalmente, com açaí e cana-de-açúcar em regiões do Norte e do Nordeste onde o consumo é intenso e os estabelecimentos nem sempre seguem as normas de manejo preconizadas pelo Ministério da Saúde. Por isso, criar um espaço de discussão sobre a doença de Chagas que agregue estudantes e cientistas é importante neste momento, e cabe ao IOC assumir o protagonismo”, ressalta.

Gerações dedicadas à pesquisa

:: Saiba mais sobre Emmanuel Dias ::

Emmanuel Dias, pesquisador carioca nascido em 1908, foi filho de Ezequiel Dias, eminente cientista que trabalhou em parceria com Carlos Chagas e Oswaldo Cruz desde a fundação do Instituto, em 1900.

Emmanuel perdeu o pai aos 14 anos, o que reforçou seu desejo de prosseguir com os estudos na área. Ingressou na faculdade de Medicina aos 19 anos e, em seu segundo ano, integrou a equipe de Chagas no IOC para, rapidamente, se tornar um dos seus principais discípulos.

Em 1933, defendeu a tese intitulada “Estudos sobre o Schizotrypanum cruzi”, adquirindo o grau de doutor pela Faculdade de Medicina, a mesma que formou seu pai, Chagas e Cruz.

A tese foi publicada, em 1934, no periódico Memórias do Instituto Oswaldo Cruz e é, ainda nos dias atuais, uma das referências científicas mais citadas no campo da doença de Chagas. Acesse o estudo.

Em 1943, foi convidado pelo diretor do IOC, Henrique de Beaurepaire Aragão, a liderar o CEPMC. A unidade, vinculada à Divisão de Estudos de Endemias do IOC, foi implantada em virtude da descoberta de um foco da doença na cidade mineira de Bambuí.

Em 1947, Emmanuel descreveu a ação eficaz do composto “gammexane” no combate aos transmissores da doença. O estudo iria nortear a atuação de entidades públicas de saúde no controle do principal vetor do país, o T. infestans.

Durante o período em que esteve à frente do Centro, Emmanuel Dias foi reconhecido por adotar ações efetivas para o controle da doença e realizar importantes investigações científicas no campo da cardiopatia chagásica crônica.

Faleceu em 1962 e, por todo o esforço no combate à doença de Chagas, passou a ser considerado pela comunidade científica como um dos pesquisadores que teve o maior impacto nesta tripanossomíase.

*Reportagem: Isadora Marinho

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)