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Ciência cidadã e educação científica: experiências do Rio de Janeiro a Portugal

A temática tomou conta da programação do segundo dia (21) do Simpósio pelos 125 anos do IOC
Por Kadu Cayres23/05/2025 - Atualizado em 30/05/2025

:: Confira a cobertura especial

No segundo dia do Simpósio IOC Jubileu 125 anos (21/5), o período da tarde ficou por conta do painel ‘Ciência cidadã e educação científica’, realizado em parceria com o Instituto Nacional de Ciência Cidadã (INCC). A iniciativa reuniu, virtualmente, as especialistas: Luciana Garzoni, pesquisadora e vice-diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz); Carla Morais, docente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (Portugal); e Joselaine Setilk, pesquisadora do INCC. Confira aqui a programação da parte da manhã.  

Joselaine, Karen, Carla e Luciana durante o debate ao final do painel. Imagem: print de tela 

Autora do livro ‘Ciência Cidadã na Educação em Ciências’, Carla Morais abriu o webnário destacando as origens e definições do termo ‘Ciência cidadã’ e ressaltando um pouco das contribuições e dos desafios que permeiam a interação entre os dois espectros. 

“Ciência cidadã fornece uma variedade de contextos em que a aprendizagem científica pode ocorrer e se constituiu como um contributo substancial para a democratização da ciência. Embora apresente consideráveis oportunidades, existem desafios decorrentes da sua integração em contextos educativos”, definiu a autora, apontando como desafios a necessidade de encontrar equilíbrio entre o currículo escolar da educação formal e as novas maneiras de envolver e motivar os estudantes.

A pesquisadora também apresentou dois projetos em desenvolvimento na Universidade do Porto. Ambos têm como objetivo principal mitigar a carência de iniciativas voltadas para área química, no âmbito da ciência cidadã.

“Buscamos alinhar as duas ações a projetos já existentes, como EarthEcho Water Challenge e o Microplásticos. O objetivo principal, do ponto de vista educacional, foi sensibilizar os alunos sobre a relevância da química; apresentá-los como se desenvolve o processo de pesquisa e incentivá-los a tomar decisões positivas em relação à química”, explicou.

Na sequência, Luciana Garzoni falou das experiências em áreas vulnerabilizadas e em escolas, no contexto da ciência cidadã. O primeiro ponto trazido pela vice-diretora foi um estudo, realizado em 2020, sobre as inequidades relativas ao acesso à saúde durante a pandemia de Covid-19.

“Com base no Painel Rio Covid, percebemos que o percentual de óbitos em bairros da Zona Sul da cidade, como Gávea, Leblon e Jardim Botânico, era de 5,4%. Já em comunidades como Complexo do Alemão, Cidade de Deus e Rocinha, o percentual era de 20,8%. Ou seja, nas áreas mais pobres analisadas, a mortalidade foi cinco vezes maior do que nos bairros mais ricos”, destacou Garzoni.

Ainda no contexto pandêmico, outro ponto abordado pela pesquisadora foi a demanda de líderes comunitários de comunidades da baixada fluminense, solicitando algum tipo de apoio do Instituto e da Fiocruz, visto o completo abandono do poder público nestes locais.

Assista à transmissão das palestras:

Segundo ela, por meio do Edital Inova Fiocruz, o IOC convidou o grupo para elaborar o projeto ‘Vigilância Epidemiológica de Base Comunitária em Áreas Vulnerabilizadas Expostas à Violência Urbana’.

“Os próprios líderes apelidaram o projeto de ‘Inova Baixada’, o que demonstra a sensação de pertencimento. No contexto da Ciência Cidadã, todas as etapas do processo científico da iniciativa foram cocriadas, desde a definição da questão até a disseminação dos resultados e o levantamento de novos questionamentos”, explicou a vice-diretora, que, ao longo de sua apresentação, chamou atenção para outros projetos. 

Ao final do painel, Joselaine Setilk apresentou os resultados preliminares de uma revisão de literatura em andamento sobre processos formativos em ciência cidadã, realizada no âmbito do INCC.

Setilk, de forma resumida, explicou como foi a delimitação do estudo, a seleção de 334 artigos e as definições pensadas a partir dos resultados de aprendizagem para dar continuidade ao estudo de revisão no âmbito da prática e formação em ciência cidadã.

“Após a leitura dos artigos selecionados, excluímos 115 e seguimos com 219. Todas as informações relevantes foram inseridas em uma tabela, o que resultou em uma lista com mais de 240 cursos e treinamentos na área”, comentou a docente, acrescentando que, no momento, o projeto está na fase de separação dos tipos de formação e treinamento.

“Estamos separando essas atividades em três grupos diferentes: cursos em diferentes espaços, que são os mais integrados ao currículo escolar; sessões informativas (workshops), ações que mais se aproximam do modelo contributivo; e cursos de criação (workshops de cocriação), que são os mais próximos do modelo de cocriação”, explicou.

A programação do segundo dia (21) encerrou com a exibição de vídeos com pesquisadores e bolsistas de projetos do Programa Inova-IOC.

A temática tomou conta da programação do segundo dia (21) do Simpósio pelos 125 anos do IOC
Por: 
kadu

:: Confira a cobertura especial

No segundo dia do Simpósio IOC Jubileu 125 anos (21/5), o período da tarde ficou por conta do painel ‘Ciência cidadã e educação científica’, realizado em parceria com o Instituto Nacional de Ciência Cidadã (INCC). A iniciativa reuniu, virtualmente, as especialistas: Luciana Garzoni, pesquisadora e vice-diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz); Carla Morais, docente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (Portugal); e Joselaine Setilk, pesquisadora do INCC. Confira aqui a programação da parte da manhã.  

Joselaine, Karen, Carla e Luciana durante o debate ao final do painel. Imagem: print de tela 

Autora do livro ‘Ciência Cidadã na Educação em Ciências’, Carla Morais abriu o webnário destacando as origens e definições do termo ‘Ciência cidadã’ e ressaltando um pouco das contribuições e dos desafios que permeiam a interação entre os dois espectros. 

“Ciência cidadã fornece uma variedade de contextos em que a aprendizagem científica pode ocorrer e se constituiu como um contributo substancial para a democratização da ciência. Embora apresente consideráveis oportunidades, existem desafios decorrentes da sua integração em contextos educativos”, definiu a autora, apontando como desafios a necessidade de encontrar equilíbrio entre o currículo escolar da educação formal e as novas maneiras de envolver e motivar os estudantes.

A pesquisadora também apresentou dois projetos em desenvolvimento na Universidade do Porto. Ambos têm como objetivo principal mitigar a carência de iniciativas voltadas para área química, no âmbito da ciência cidadã.

“Buscamos alinhar as duas ações a projetos já existentes, como EarthEcho Water Challenge e o Microplásticos. O objetivo principal, do ponto de vista educacional, foi sensibilizar os alunos sobre a relevância da química; apresentá-los como se desenvolve o processo de pesquisa e incentivá-los a tomar decisões positivas em relação à química”, explicou.

Na sequência, Luciana Garzoni falou das experiências em áreas vulnerabilizadas e em escolas, no contexto da ciência cidadã. O primeiro ponto trazido pela vice-diretora foi um estudo, realizado em 2020, sobre as inequidades relativas ao acesso à saúde durante a pandemia de Covid-19.

“Com base no Painel Rio Covid, percebemos que o percentual de óbitos em bairros da Zona Sul da cidade, como Gávea, Leblon e Jardim Botânico, era de 5,4%. Já em comunidades como Complexo do Alemão, Cidade de Deus e Rocinha, o percentual era de 20,8%. Ou seja, nas áreas mais pobres analisadas, a mortalidade foi cinco vezes maior do que nos bairros mais ricos”, destacou Garzoni.

Ainda no contexto pandêmico, outro ponto abordado pela pesquisadora foi a demanda de líderes comunitários de comunidades da baixada fluminense, solicitando algum tipo de apoio do Instituto e da Fiocruz, visto o completo abandono do poder público nestes locais.

Assista à transmissão das palestras:

Segundo ela, por meio do Edital Inova Fiocruz, o IOC convidou o grupo para elaborar o projeto ‘Vigilância Epidemiológica de Base Comunitária em Áreas Vulnerabilizadas Expostas à Violência Urbana’.

“Os próprios líderes apelidaram o projeto de ‘Inova Baixada’, o que demonstra a sensação de pertencimento. No contexto da Ciência Cidadã, todas as etapas do processo científico da iniciativa foram cocriadas, desde a definição da questão até a disseminação dos resultados e o levantamento de novos questionamentos”, explicou a vice-diretora, que, ao longo de sua apresentação, chamou atenção para outros projetos. 

Ao final do painel, Joselaine Setilk apresentou os resultados preliminares de uma revisão de literatura em andamento sobre processos formativos em ciência cidadã, realizada no âmbito do INCC.

Setilk, de forma resumida, explicou como foi a delimitação do estudo, a seleção de 334 artigos e as definições pensadas a partir dos resultados de aprendizagem para dar continuidade ao estudo de revisão no âmbito da prática e formação em ciência cidadã.

“Após a leitura dos artigos selecionados, excluímos 115 e seguimos com 219. Todas as informações relevantes foram inseridas em uma tabela, o que resultou em uma lista com mais de 240 cursos e treinamentos na área”, comentou a docente, acrescentando que, no momento, o projeto está na fase de separação dos tipos de formação e treinamento.

“Estamos separando essas atividades em três grupos diferentes: cursos em diferentes espaços, que são os mais integrados ao currículo escolar; sessões informativas (workshops), ações que mais se aproximam do modelo contributivo; e cursos de criação (workshops de cocriação), que são os mais próximos do modelo de cocriação”, explicou.

A programação do segundo dia (21) encerrou com a exibição de vídeos com pesquisadores e bolsistas de projetos do Programa Inova-IOC.

Edição: 
Maíra Menezes

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)