O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras
Portuguese English Spanish
Interface
Adjust the interface to make it easier to use for different conditions.
This renders the document in high contrast mode.
This renders the document as white on black
This can help those with trouble processing rapid screen movements.
This loads a font easier to read for people with dyslexia.
Busca Avançada
Você está aqui: Notícias » Ciência e ensino: faces da mesma moeda

Ciência e ensino: faces da mesma moeda

Leia artigo sobre&nbsp;ciência e ensino, assinado pela pesquisador IOC,&nbsp;Eloi&nbsp;Garcia, e publicado no Jornal da Ciência da última quinta-feira, 17/03<BR>
Por Jornalismo IOC18/03/2011 - Atualizado em 10/12/2019

A ciência, como o ensino, faz parte da vida e deve chegar a toda a população. É o ponto encontro entre a aprendizagem, o conhecimento, o pensamento e a imaginação, para buscar ou tentar compreender o mundo que nos cerca e ter uma vida melhor. Ambas são essenciais porque contêm a objetividade, a visão diversificada fundamental das pessoas, a racionalidade e a luta contra o dogmatismo. Elas perdem o sentido quando se fecha em seus limites menores.

Não dá para ter uma vocação de cientista sem a de professor. Transferir e gerar conhecimentos são os pontos comuns. Ciência e ensino não são patrimônios de ninguém. São bens públicos e, por isto, dar-lhes uma dimensão social integrada é nossa obrigação, é nosso dever, é nosso compromisso. São atividades que não pertencem ao cientista ou professor isoladamente, mas sim a toda a população.

A emancipação das pessoas através da ciência e do saber crítico constitui o núcleo central que dá mais sentido a educação. A igualdade, a sustentabilidade, a cooperação e a inovação social devem estar presentes em todas as formas de aprendizagem de países que querem o desenvolvimento. Não podemos ter jovens do século 21, com professores/cientistas do século 20 em escolas do século 19. No mundo de hoje vive-se com ideias que nascem cotidianamente em um mundo que se modifica diariamente. Discerni-las é o papel da população bem educada.

Não se deve existir hierarquia entre os professores, cientistas e a população. Para aprender há necessidade de convivências tranquilas, positivas, que envolva confiança, respeito e afeto entre as pessoas e o educador. O encanto da ciência e do ensino funciona como um todo, muito mais que a soma das partes, dos resultados, pois a aprendizagem se constrói e desconstrói diariamente. Deve-se sempre evitar a frase de Einstein: "a educação é o que sobra depois que esqueci o que aprendi na escola" ou a de Churchill: "sempre gostei de aprender, o que não gosto é o que me ensinam na escola".

A ciência e o ensino não devem ter pátria - a não serem os limites éticos e morais - nem fronteiras, é universal e deve chegar a todos os cidadãos. O governo sabe que o futuro do país depende de um trabalho árduo do presente na ciência e no ensino.

Eloi S Garcia é pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), assessor da presidência do Inmetro, ex-presidente da Fiocruz, e membro da Academia Brasileira de Ciências.

Publicado na editoria de Opinião do Jornal da Ciência 17/03/2011

Leia artigo sobre&amp;nbsp;ciência e ensino, assinado pela pesquisador IOC,&amp;nbsp;Eloi&amp;nbsp;Garcia, e publicado no Jornal da Ciência da última quinta-feira, 17/03&lt;BR&gt;
Por: 
jornalismo

A ciência, como o ensino, faz parte da vida e deve chegar a toda a população. É o ponto encontro entre a aprendizagem, o conhecimento, o pensamento e a imaginação, para buscar ou tentar compreender o mundo que nos cerca e ter uma vida melhor. Ambas são essenciais porque contêm a objetividade, a visão diversificada fundamental das pessoas, a racionalidade e a luta contra o dogmatismo. Elas perdem o sentido quando se fecha em seus limites menores.

Não dá para ter uma vocação de cientista sem a de professor. Transferir e gerar conhecimentos são os pontos comuns. Ciência e ensino não são patrimônios de ninguém. São bens públicos e, por isto, dar-lhes uma dimensão social integrada é nossa obrigação, é nosso dever, é nosso compromisso. São atividades que não pertencem ao cientista ou professor isoladamente, mas sim a toda a população.

A emancipação das pessoas através da ciência e do saber crítico constitui o núcleo central que dá mais sentido a educação. A igualdade, a sustentabilidade, a cooperação e a inovação social devem estar presentes em todas as formas de aprendizagem de países que querem o desenvolvimento. Não podemos ter jovens do século 21, com professores/cientistas do século 20 em escolas do século 19. No mundo de hoje vive-se com ideias que nascem cotidianamente em um mundo que se modifica diariamente. Discerni-las é o papel da população bem educada.

Não se deve existir hierarquia entre os professores, cientistas e a população. Para aprender há necessidade de convivências tranquilas, positivas, que envolva confiança, respeito e afeto entre as pessoas e o educador. O encanto da ciência e do ensino funciona como um todo, muito mais que a soma das partes, dos resultados, pois a aprendizagem se constrói e desconstrói diariamente. Deve-se sempre evitar a frase de Einstein: "a educação é o que sobra depois que esqueci o que aprendi na escola" ou a de Churchill: "sempre gostei de aprender, o que não gosto é o que me ensinam na escola".

A ciência e o ensino não devem ter pátria - a não serem os limites éticos e morais - nem fronteiras, é universal e deve chegar a todos os cidadãos. O governo sabe que o futuro do país depende de um trabalho árduo do presente na ciência e no ensino.

Eloi S Garcia é pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), assessor da presidência do Inmetro, ex-presidente da Fiocruz, e membro da Academia Brasileira de Ciências.

Publicado na editoria de Opinião do Jornal da Ciência 17/03/2011

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)