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Conferência internacional reúne autoridades que estudam a resistência do vírus da gripe a medicamentos

Resistência do Influenza aos antivirais e efetividade dos fármacos são destaques em evento  no Rio de Janeiro com pesquisadores da Fiocruz, OMS, OPAS, universidades e instituições de pesquisas científicas de vários países
Por Jornalismo IOC09/11/2011 - Atualizado em 06/06/2023

Após a pandemia de H1N1 (conhecida como gripe suína), o tema da resistência do vírus Influenza aos medicamentos antivirais ganhou ainda mais destaque entre autoridades de saúde pública mundial.

No Rio de Janeiro, entre 08 e 10 de novembro, o debate do tema reúne mais de 130 pesquisadores de diversas instituições científicas de países das Américas, Europa, Oceania e Ásia. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) é o anfitrião da conferência internacional 'Antivirais para Influenza: Eficácia e Resistência' (Influenza Antivirals: Efficacy and Resistance), realizado no Othon Palace Hotel, em Copacabana.

O evento é organizado em parceria com o Antiviral Group of International Society for Influenza and Other Respiratory Diseases (ISIRV-AVG).

Na abertura do evento, Alan Hay, presidente do Grupo de Antivirais da ISIRV e membro do National Institute for Medical Research, de Londres, disse que este é o primeiro grande evento realizado em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz.

"Essa conferência, aqui no Brasil, representa uma longa parceria entre a Fiocruz, a Health Protection Agency e o National Institute for Medical Research. O foco do evento é ter também um olhar especial sobre a América Latina que, cada vez mais, vem realizando pesquisas a respeito dos antivirais contra influenza e está atenta às limitações do vírus aos medicamentos", disse o pesquisador, que coordena o evento com Marilda Siqueira, pesquisadora do IOC.
 

Na mesa, da esquerda para a direita: Felipe Teixeira, Paulo Gadelha, Marilda Siqueira e Alan Hay.

 

O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, disse que a Fundação vem desenvolvendo, pela diversidade das suas atividades, questões ligadas à saúde pública de uma maneira multifacetada e cooperativa há mais de um século.

"A Fiocruz desenvolve não somente questões ligadas às tarefas de laboratórios de referência internacional, mas também aquelas vinculadas à área da produção, de pesquisas clínicas e de diagnósticos, enfatizou. Gadelha desejou a todas as autoridades presentes um encontro produtivo, cujas análises e discussões sejam importantes para a comunidade científica global", comentou.

Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do IOC/Fiocruz e organizadora do evento, disse estar muito feliz em abrir e participar da conferência. ]

"Quero agradecer a presença de todos vocês, de vários amigos do Brasil, do exterior, com os quais nós temos uma longa colaboração e que contribuíram para o fortalecimento do conhecimento que nós estamos tentando adquirir ao longo desses anos", agradeceu.

A virologista do IOC disse que, em novembro de 2010, aceitou prontamente o desafio de realizar um encontro deste porte no Brasil.

"Quando o Dr. Alan Hay me convidou para participar da comissão organizadora, aceitei com bastante felicidade. Temos a oportunidade de discutir e analisar como estamos trabalhando com vírus influenza, particularmente com relação aos antivirais", afirmou Marilda.

A pesquisadora disse que as instituições de pesquisas principalmente dos países dos hemisférios Norte e Austrália já têm uma larga e importante experiência em trabalho com influenza e antivirais. No entanto, em vários países do hemisfério Sul essa experiência é menor.

"Teremos, durante o evento, a oportunidade de nos conectarmos, discutirmos, trocarmos informações, o que será extremamente importante pata todos", enfatizou.

O Instituto Oswaldo Cruz é o anfitrião da conferência internacional Antivirais para Influenza: Eficácia e Resistência em parceria com o Antiviral Group of International Society for Influenza and Other Respiratory Diseases (ISIRV-AVG). Evento reúne 130 pesquisadores de diversas instituições científicas de países das Américas, Europa, Oceania e Ásia.

Para Marilda, o intercâmbio de experiências entre a comunidade cientifica, em especial para sua geração, foi um legado deixado por Hélio e Peggy Pereira, nos anos 80 e 90, no antigo Departamento de Virologia da Fiocruz. O respeito, a ética no trabalho e a troca de informação entre pesquisadores de diversas instituições foram aspectos muito importantes que eles nos ensinaram, conclui. Chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do IOC, que atua como serviço de referência nacional em influenza junto ao Ministério da Saúde, ela coordenou todos os esforços de diagnóstico laboratorial dos casos de influenza pandêmica no Brasil, em 2009, e participou da elaboração do plano de preparação da OMS para o enfrentamento da gripe aviária.

Expansão

Ainda na abertura do evento, o epidemiologista Felipe Teixeira, representando a coordenação da Divisão de Influenza do Ministério da Saúde, contou que foi desenvolvida uma nova proposta para expandir o sistema de vigilância do vírus da gripe no país e que deve começar em 2012.

"O Brasil tem uma tradição antiga de vigilância de doenças infecciosas, que se iniciou nos anos 70 e 80 com algumas doenças que na época eram mais comuns, como tuberculose e sarampo. Porém, o sistema de vigilância do influenza [iniciado em 2002], que é baseada numa rede de unidades sentinelas e que monitorava a síndrome gripal, fez com que nós, na pandemia de 2009, criássemos também um sistema para captar casos graves", descreveu Felipe.

"O novo projeto, focado na expansão de todo o sistema de vigilância de influenza no Brasil, vai incluir tanto unidades de doenças graves, quanto unidades para expandir a rede que já existe para síndrome gripal. Teremos, no total, mais de 280 unidades de sentinelas funcionando no país a partir de 2012", revelou.

Primeira sessão

Com mediação de Alan Hay e Marilda Siqueira, foi apresentado o tema Medicamentos antivirais pra Influenza: situação atual na primeira sessão do simpósio.

Um panorama sobre a situação atual dos antivirais no combate ao vírus Influenza foi mostrado por quatro pesquisadores estrangeiros. Jonathan Van Tam, que trabalhou como chefe do escritório de Pandemia de Influenza no HPA e atualmente, consultor da OMS, apresentou o tema 'Eficácia e Efetividade dos Antivirais de Influenza'.

Em seguida, o médico norte-americano Michael Ison, da Northwestern University Comprehensive Transplant Center, apresentou o estudo sobre o uso clínico dos antivirais, focado no tratamento em pacientes hospitalizados.

Já a australiana Jenny McKimm-Breschkin, virologista-chefe da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO) e, atualmente membro da Australian and American Societies for Microbiology, apresentou os mecanismos de resistência dos inibidores de influenza e a ação dos antivirais.

Frederick Hayden, o último palestrante desta terça-feira, que já trabalhou durante dois anos no Programa Global de Influenza, da OMS, apresentou o tema Novos antivirais para influenza, bioterapêutica e combinações.

Os estudos do virologista e coordenador de pesquisas em Influenza da Wellcome Trust, de Londres, concentram-se nas infecções de vírus respiratórios, particularmente no desenvolvimento e aplicação dos antivirais em infecções de influenza e rinovírus.

Resistência do Influenza aos antivirais e efetividade dos fármacos são destaques em evento  no Rio de Janeiro com pesquisadores da Fiocruz, OMS, OPAS, universidades e instituições de pesquisas científicas de vários países
Por: 
jornalismo

Após a pandemia de H1N1 (conhecida como gripe suína), o tema da resistência do vírus Influenza aos medicamentos antivirais ganhou ainda mais destaque entre autoridades de saúde pública mundial.

No Rio de Janeiro, entre 08 e 10 de novembro, o debate do tema reúne mais de 130 pesquisadores de diversas instituições científicas de países das Américas, Europa, Oceania e Ásia. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) é o anfitrião da conferência internacional 'Antivirais para Influenza: Eficácia e Resistência' (Influenza Antivirals: Efficacy and Resistance), realizado no Othon Palace Hotel, em Copacabana.

O evento é organizado em parceria com o Antiviral Group of International Society for Influenza and Other Respiratory Diseases (ISIRV-AVG).

Na abertura do evento, Alan Hay, presidente do Grupo de Antivirais da ISIRV e membro do National Institute for Medical Research, de Londres, disse que este é o primeiro grande evento realizado em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz.

"Essa conferência, aqui no Brasil, representa uma longa parceria entre a Fiocruz, a Health Protection Agency e o National Institute for Medical Research. O foco do evento é ter também um olhar especial sobre a América Latina que, cada vez mais, vem realizando pesquisas a respeito dos antivirais contra influenza e está atenta às limitações do vírus aos medicamentos", disse o pesquisador, que coordena o evento com Marilda Siqueira, pesquisadora do IOC.
 

Na mesa, da esquerda para a direita: Felipe Teixeira, Paulo Gadelha, Marilda Siqueira e Alan Hay.

 

O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, disse que a Fundação vem desenvolvendo, pela diversidade das suas atividades, questões ligadas à saúde pública de uma maneira multifacetada e cooperativa há mais de um século.

"A Fiocruz desenvolve não somente questões ligadas às tarefas de laboratórios de referência internacional, mas também aquelas vinculadas à área da produção, de pesquisas clínicas e de diagnósticos, enfatizou. Gadelha desejou a todas as autoridades presentes um encontro produtivo, cujas análises e discussões sejam importantes para a comunidade científica global", comentou.

Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do IOC/Fiocruz e organizadora do evento, disse estar muito feliz em abrir e participar da conferência. ]

"Quero agradecer a presença de todos vocês, de vários amigos do Brasil, do exterior, com os quais nós temos uma longa colaboração e que contribuíram para o fortalecimento do conhecimento que nós estamos tentando adquirir ao longo desses anos", agradeceu.

A virologista do IOC disse que, em novembro de 2010, aceitou prontamente o desafio de realizar um encontro deste porte no Brasil.

"Quando o Dr. Alan Hay me convidou para participar da comissão organizadora, aceitei com bastante felicidade. Temos a oportunidade de discutir e analisar como estamos trabalhando com vírus influenza, particularmente com relação aos antivirais", afirmou Marilda.

A pesquisadora disse que as instituições de pesquisas principalmente dos países dos hemisférios Norte e Austrália já têm uma larga e importante experiência em trabalho com influenza e antivirais. No entanto, em vários países do hemisfério Sul essa experiência é menor.

"Teremos, durante o evento, a oportunidade de nos conectarmos, discutirmos, trocarmos informações, o que será extremamente importante pata todos", enfatizou.

O Instituto Oswaldo Cruz é o anfitrião da conferência internacional Antivirais para Influenza: Eficácia e Resistência em parceria com o Antiviral Group of International Society for Influenza and Other Respiratory Diseases (ISIRV-AVG). Evento reúne 130 pesquisadores de diversas instituições científicas de países das Américas, Europa, Oceania e Ásia.

Para Marilda, o intercâmbio de experiências entre a comunidade cientifica, em especial para sua geração, foi um legado deixado por Hélio e Peggy Pereira, nos anos 80 e 90, no antigo Departamento de Virologia da Fiocruz. O respeito, a ética no trabalho e a troca de informação entre pesquisadores de diversas instituições foram aspectos muito importantes que eles nos ensinaram, conclui. Chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do IOC, que atua como serviço de referência nacional em influenza junto ao Ministério da Saúde, ela coordenou todos os esforços de diagnóstico laboratorial dos casos de influenza pandêmica no Brasil, em 2009, e participou da elaboração do plano de preparação da OMS para o enfrentamento da gripe aviária.

Expansão

Ainda na abertura do evento, o epidemiologista Felipe Teixeira, representando a coordenação da Divisão de Influenza do Ministério da Saúde, contou que foi desenvolvida uma nova proposta para expandir o sistema de vigilância do vírus da gripe no país e que deve começar em 2012.

"O Brasil tem uma tradição antiga de vigilância de doenças infecciosas, que se iniciou nos anos 70 e 80 com algumas doenças que na época eram mais comuns, como tuberculose e sarampo. Porém, o sistema de vigilância do influenza [iniciado em 2002], que é baseada numa rede de unidades sentinelas e que monitorava a síndrome gripal, fez com que nós, na pandemia de 2009, criássemos também um sistema para captar casos graves", descreveu Felipe.

"O novo projeto, focado na expansão de todo o sistema de vigilância de influenza no Brasil, vai incluir tanto unidades de doenças graves, quanto unidades para expandir a rede que já existe para síndrome gripal. Teremos, no total, mais de 280 unidades de sentinelas funcionando no país a partir de 2012", revelou.

Primeira sessão

Com mediação de Alan Hay e Marilda Siqueira, foi apresentado o tema Medicamentos antivirais pra Influenza: situação atual na primeira sessão do simpósio.

Um panorama sobre a situação atual dos antivirais no combate ao vírus Influenza foi mostrado por quatro pesquisadores estrangeiros. Jonathan Van Tam, que trabalhou como chefe do escritório de Pandemia de Influenza no HPA e atualmente, consultor da OMS, apresentou o tema 'Eficácia e Efetividade dos Antivirais de Influenza'.

Em seguida, o médico norte-americano Michael Ison, da Northwestern University Comprehensive Transplant Center, apresentou o estudo sobre o uso clínico dos antivirais, focado no tratamento em pacientes hospitalizados.

Já a australiana Jenny McKimm-Breschkin, virologista-chefe da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO) e, atualmente membro da Australian and American Societies for Microbiology, apresentou os mecanismos de resistência dos inibidores de influenza e a ação dos antivirais.

Frederick Hayden, o último palestrante desta terça-feira, que já trabalhou durante dois anos no Programa Global de Influenza, da OMS, apresentou o tema Novos antivirais para influenza, bioterapêutica e combinações.

Os estudos do virologista e coordenador de pesquisas em Influenza da Wellcome Trust, de Londres, concentram-se nas infecções de vírus respiratórios, particularmente no desenvolvimento e aplicação dos antivirais em infecções de influenza e rinovírus.

Texto de João Paulo Soldati

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)