Portuguese English Spanish
Interface
Adjust the interface to make it easier to use for different conditions.
This renders the document in high contrast mode.
This renders the document as white on black
This can help those with trouble processing rapid screen movements.
This loads a font easier to read for people with dyslexia.

vw_cabecalho_novo

Busca Avançada
Você está aqui: Notícias » Construindo o Instituto do futuro

Construindo o Instituto do futuro

Teve início nesta semana, o 7º Encontro do IOC. Iniciativa busca criar, de forma coletiva, um planejamento de ações que fortaleçam a Unidade
Por Maíra Menezes, Kadu Cayres e Vinicius Ferreira06/09/2022 - Atualizado em 26/09/2022

 

 

Construir, de forma coletiva, o Plano Quadrienal do Instituto para o período 2022-2025. Afirmar a missão e os valores institucionais, assim como atualizar a visão de futuro. Com foco nesses objetivos, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) deu início, nesta segunda-feira (5/09), à 7ª edição do Encontro do IOC.

Sob o mote "Oswaldo Vive: crescer, sustentar e desenvolver o IOC do futuro", mais de 130 profissionais da Unidade, entre chefes de laboratório, de setores, membros de câmaras técnicas e representantes discentes e de categorias no Conselho Deliberativo (CD-IOC), se reuniram no auditório Horta Barbosa, do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Esta é a primeira atividade institucional desenvolvida totalmente no formato presencial.

O encontro teve início com a oficina ‘Escultura de ideias’, ministrada pela diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge. A partir da pergunta norteadora ‘Que IOC queremos em 10 anos?’, os participantes, divididos em oito grupos, construíram peças artísticas representativas da visão da equipe em relação à indagação proposta.

Comunidade institucional reunida durante a abertura do 7º Encontro do IOC.
Foto: Ricardo Schmidt (clique para ampliar)

"Essa oficina representa uma preparação, por meio da arte, para as discussões que acontecerão no decorrer de todo o 7º Encontro, em especial, nos grupos de trabalho, para construção de ideias e propostas, e nas plenárias finais", comentou Tania. 

No ano que marca os 150 anos de nascimento de Oswaldo Cruz, a reexibição do curta-metragem ‘Cartas para Oswaldo: o compromisso renovado com a saúde e a ciência’ marcou o início da Plenária ‘O IOC do futuro na Fiocruz do Presente’. Elaborado pelo Departamento de Jornalismo e Comunicação (DEJOR/IOC), o projeto consistiu em um convite aos profissionais e estudantes do Instituto para enviarem mensagens ao patrono.

Além da diretora do IOC, a mesa de abertura contou com a presença da vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado; do vice-diretor de Pesquisa, Elmo Eduardo de Almeida Amaral; e do representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS) pelo Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública da Fiocruz (ASFOC), Paulo Garrido. 

Durante a solenidade, a diretora do Instituto chamou atenção para o caráter de reflexão conjunta e de planejamento de futuro do evento. "Desde a primeira edição do Encontro do IOC, a gente vem contribuindo para a discussão da ciência nacional e, com base nesse debate, temos estruturado o nosso planejamento estratégico. Espero que tenhamos um evento significativo para todos", disse. 

Desde a primeira edição, em maio de 2003, a atividade busca olhar para o futuro, conforme explicou a diretora, comentando que o Encontro amplia as discussões para além da Diretoria e do CD, envolvendo o conjunto de profissionais e representações não eleitos para os cargos de gestão. "O perfil dos participantes foi estruturado a partir do que preconiza o regimento do Encontro do IOC, aprovado pelo nosso CD. O grupo formado reúne pessoas de diversas frentes de trabalho no Instituto, que, de maneira coletiva, vão planejar o IOC dos próximos anos. Olhar para o futuro sempre foi pauta recorrente nos debates do Encontro, o que baliza os mais de 20 anos de gestão participativa", disse.

 
Da direita pra esquerda, mesa de abertura contou com a presença de Elmo Amaral, vice-diretor de Pesquisa do IOC; Cristiani Machado, vice-presidente de Educação da Fiocruz; Tania Araujop-Jorge, diretora do IOC; e Paulo Garrido, representante do CNS pela ASFOC. Foto: Ricardo Schmidt

Tania reforçou, ainda, que documentos norteadores para as propostas e ideias a serem debatidas foram disponibilizados previamente na Intranet do IOC. Na ocasião, ela aproveitou para proferir agradecimento especial a três mulheres que estão à frente de importantes instituições de pesquisa e ensino: a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, que esteve presente nas celebrações pelos 150 anos de Oswaldo Cruz, em 5 de agosto; a representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ligia Bahia, cuja participação estava originalmente prevista no 7º Encontro; e a diretora e professora da Escola de Belas Artes da UFRJ, Madalena Grimaldi.

"O caminho a ser seguido depende muito de onde queremos chegar. Que estejamos aqui para que nosso caminhar faça diferença, para que saibamos onde queremos chegar", finalizou.

Segundo o representante do Conselho Nacional de Saúde, a realização do 7º Encontro do IOC fortalece a democracia em saúde. "Nosso país é capaz de superar a atual crise a partir do investimento em saúde, tecnologia, ciência, inovação, serviço público e atendimento às demandas da população", frisou Paulo Garrido. "Estamos na construção da 17ª Conferência Nacional de Saúde e o fortalecimento da democracia nessa área é um de nossos objetivos centrais, assim como pude perceber que é um dos focos do Instituto Oswaldo Cruz", completou.

Em relação ao local escolhido para a abertura das atividades, o vice-diretor de pesquisa do IOC destacou a longa parceria entre a UFRJ e o IOC nos campos da pesquisa e do ensino, e também o fato de muitos pesquisadores do Instituto terem formação pela UFRJ. "Fico emocionado e feliz em estar novamente nessa casa após ter passado muitos anos aqui durante a graduação e pós-graduação. Gosto de dizer que metade do meu DNA é UFRJ e a outra metade IOC", salientou.

Representando a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, a vice-presidente de Educação, Cristiani Machado, iniciou sua fala parabenizando a Diretoria e a Comissão Organizadora pela condução do 7º Encontro. O fortalecimento dos laços de cooperação entre a Fundação e a Universidade também foi destacado. "A realização desse evento se dá em um momento bastante oportuno. Em meio à crise provocada pela pandemia e ao período eleitoral brasileiro, o conjunto de desafios que temos que enfrentar é imenso", ressaltou.

Cristiani destacou, ainda, trechos da carta da Fiocruz enviada à Presidência da República e à sociedade, como o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), a priorização da Ciência, Tecnologia e Inovação, a promoção do desenvolvimento sustentável e do complexo econômico e industrial da saúde, e a valorização da educação e da democracia.

Após a cerimônia de abertura, a reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Lúcia Pellanda, proferiu a conferência ‘Educação, ciência e saúde para pensar o futuro’, cujo foco girou em torno do orçamento governamental destinado às universidades públicas, do impacto que a propagação de fake news causa na ciência e na saúde das populações, das ações de valorização profissional implementadas pela UFCSPA e da importância da divulgação científica. 

A reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Lúcia Pellanda, durante sua apresentação. Foto: Ricardo Schmidt

“Fabricar boatos diariamente e depois negá-los é uma estratégia para enfraquecer a ciência, já que nós, cientistas, perdemos tempo tentando comprovar o equívoco. A produção científica muda a cada descoberta. Para a população leiga, isso é difícil de compreender”, comentou. Traçando um paralelo entre desinformação e o orçamento das universidades públicas, Lucia chamou atenção para as campanhas que colocam as instituições de ensino e pesquisa como responsáveis pelo comprometimento de boa parte do orçamento nacional, o que, segundo ela, não procede. “A soma das isenções fiscais fornecidas pelo Estado a empresários, por exemplo, supriria o déficit de investimento em C,T&I no país. Educação e ciência são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer nação. Ainda mais a nossa, que tem 99% das pesquisas científicas realizadas por universidades públicas”, comentou. 

Resultado da oficina ‘Escultura de ideias’

Antes de dar início à programação da tarde, a diretora do IOC expôs as peças idealizadas durante a oficina e pediu para um membro de cada grupo explicar um pouco sobre a obra produzida. Temas como ‘Interconexão’, ‘Integração’, ‘IOC e Fiocruz conectados’, ‘Qualidade e excelência no modus operandi da produção científica do Instituto’ foram alguns citados pelos participantes da atividade.

Oficina de escultura de ideias contribuiu para ampliar a visão da equipe em relação ao planejamento de futuro do IOC. Foto: Ricardo Schmidt

 

Confira, na íntegra, o vídeo com as atividades da parte da manhã :

Planejamento Estratégico do IOC alinhado ao da Fiocruz

Na sequência, a iniciativa abordou o tema ‘Planejamento Estratégico do IOC alinhado ao Planejamento Estratégico da Fiocruz’. A primeira palestra, cujo foco esteve na apresentação da dinâmica do 7º Encontro e em reflexões sobre a missão e a visão institucional de organizações de ciência e tecnologia, ficou a cargo da diretora do IOC.

Na ocasião, Tania lembrou que a missão e a visão do IOC foram construídas há 10 anos e, apesar de necessitarem de revisão, não será possível realizar nesta primeira etapa – a discussão sobre o assunto está prevista para a segunda parte do Encontro, em 2024.

A participação da comunidade institucional foi intensa desde os primeiros momentos. Foto: Ricardo Schmidt

Para fomentar os debates, a diretora apresentou números atualizados relacionados ao IOC. “Contamos, hoje, somente na pesquisa, com mais de 1200 pessoas, sendo mais de 500 doutores gerando cerca de 800 publicações científicas por ano. Além disso, formamos ou qualificamos, aproximadamente, 1400 estudantes anualmente. O Instituto possui, ainda, mais de 140 patentes e já firmou colaboração com mais de 40 países”, elencou.

Outro ponto destacado foi o crescimento constante do número de artigos publicados e do fator de impacto das revistas onde as pesquisas são publicadas, subindo de 2 para 4. “Não podemos esquecer que mais de 45% das publicações foram em revistas de alto fator de impacto, acima de 4, em 2021”, frisou.

Indo além dos números, Tania instigou os participantes a pensarem em como transformar os dados quantitativos em impacto na sociedade. “Temos que pensar na qualidade e no grau de desenvolvimento dos produtos e projetos que se pretende desenvolver”, refletiu.

Em seguida, a diretora chamou atenção para a pergunta básica que todos os participantes precisam ter em mente no momento das discussões em grupo: “O que é possível e o que que é prioridade fazer?”.

A renovação e o rejuvenescimento do conjunto de pessoas na atual edição do Encontro foram valorizados pela diretora. De acordo com ela, a comissão organizadora buscou convidar pessoas que ingressaram nos últimos concursos, não somente os mais antigos, uma vez que serão os mais jovens de casa que viverão, na prática, o IOC do futuro que está pretendendo ser construído.

Para fomentar os debates, a diretora apresentou números atualizados relacionados ao IOC.
Foto: Ricardo Schmidt

“Nos próximos dez anos são essas pessoas que vão conduzir o IOC. É para essas pessoas que a gente tem que preparar o Instituto. Então, são elas que têm que estar aqui como protagonistas”, retratou, complementando com uma famosa frase de Paulo Freire: “Num país como o Brasil, manter a esperança viva é, em si, um ato revolucionário”.

Após rememorar a aprovação no 5º Encontro, em 2011, da política de pesquisa e desenvolvimento institucional do IOC, com diretrizes para 2011 a 2014, e na edição seguinte a elaboração de diretrizes para 2020 a 2023, explicou as diferenças entre um Plano de Diretrizes Estratégicas (PDE) e um Plano Quadrienal (PQ).

“O PDE deve avançar entre as gestões, fornecendo sustentabilidade a fatos e ações do Instituto, enquanto o PQ diz respeito às entregas de uma gestão específica”, disse. “O PQ que será analisado por todos é fruto de uma proposta da atual Diretoria, a partir da colaboração de seus assessores e do Departamento de Planejamento, Orçamento e Cooperação Técnica Institucional (DEPOC). O documento gerado após esse Encontro será levado para apreciação e aprovação do nosso Conselho Deliberativo”, concluiu.

Planejamento e sustentabilidade

"Essa discussão de como a Fiocruz reage às mudanças é uma discussão que temos que trazer mais à tona. Temos que entender como as mudanças externas impactam a nós, a sociedade e a nossa instituição. A discussão da sustentabilidade está por trás de qualquer processo de planejamento". Essas relevantes observações foram o ponto de partida da palestra do coordenador da Coordenação-Geral de Planejamento Estratégico (Cogeplan) da Fiocruz, Ricardo de Godoi Ferreira, que encerrou o primeiro dia da programação. 

Ricardo de Godoi durante sua apresentação. Foto: Ricardo Schmidt

O primeiro ponto apresentado pelo especialista foi sobre a importância da sustentabilidade institucional, que é a capacidade de interagir criativamente com os contextos sociais que estão em constante mudanças, de forma a manter a relevância social e fortalecer a credibilidade da organização.

"Temos passado por momentos de grandes transformações, principalmente na rotina de trabalho por meio da transformação digital que vem propiciando a automatização de processos e a intensa geração de dados em todos os setores da sociedade", pontuou.

Dando como exemplo as propostas de incentivo à inovação presentes no Plano Quadrienal do IOC, Godoi lembrou que, nas recentes discussões do IX Congresso Interno da Fiocruz, esse tema esteve muito presente. “Tivemos uma discussão muito forte acerca do empreendedorismo e do papel da Fiocruz na inovação, o que considero um tema importante”, disse.

O coordenador explicou que a Cogeplan está trabalhando na construção de uma agenda estruturante com macroprocessos inerentes à Fiocruz, sempre alinhado às diretrizes definidas no Congresso Interno. Ele também adiantou que, em 2023, um grande projeto irá compilar as diretrizes que estão sendo desenvolvidas por cada Unidade. Como exemplo, mencionou que um apontamento específico da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) passou a ser incorporado ao planejamento da Fundação como resposta à sociedade. “Em diálogo com a Unidade, entendemos que seria de grande valia para toda a Fundação ter esse diretriz em seu planejamento”, ressaltou.

Integrantes da Diretoria e membros da área de gestão institucional durante as conferências.
Foto: Ricardo Schmidt

A ampliação do papel da Fiocruz em função do enfrentamento da pandemia de Covid-19 também foi destacada. "Todos sabemos que a Fundação teve papel estratégico nessa crise sanitária. Então, fica a pergunta: daremos um passo para trás e voltamos a ser a instituição pré-pandemia ou permanecemos com o pé no acelerador para avançarmos ainda mais?", indagou.

Dinâmica das discussões em grupo

Em sequência, a Comissão Organizadora do 7º Encontro – representada pela coordenadora Ana Claudia Penna e por Daniel Daipert, seu adjunto – apresentaram a proposta de Plano Quadrienal (2022-2025) e os encaminhamentos para o debate nos grupos de trabalho.  

“Cada grupo conta com 2 coordenadores e 2 relatores previamente definidos. A discussão deve começar por um dos 4 eixos presentes no documento base, que será informado logo no início da dinâmica. Os grupos podem trazer contribuições para as ações e suas respectivas entregas/resultados. Caso os participantes não cheguem a um consenso, os coordenadores poderão conduzir uma votação”, explicou Ana.

De acordo com Daniel Daipert, o modelo de gestão participativa  no IOC já é histórico e o engajamento da comunidade no processo é fundamental. Coordenador adjunto da comissão organizadora do encontro, agradeceu em especial a equipe de coordenadores e de relatores, que conduzirão as discussões em grupos de trabalho.

Ele destacou, ainda, a importância da capilarização dos debates nos Laboratórios e setores onde os participantes do Encontro atuam.

"Esta disseminação do processo é uma forma fundamental de ampliação ainda maior da escuta e da participação", sintetizou.

Confira, na íntegra, o vídeo com as atividades da parte da tarde:

Troca de ideias para construção coletiva

O segundo dia de atividades do 7º Encontro do IOC, nesta terça-feira (6/9), realizado nas dependências do Pavilhão Arthur Neiva, foi repleto por trocas de ideias e propostas entre os participantes. Divididos em oito grupos de trabalho, eles debateram o documento base do Plano Quadrienal 2022-2025 proposto pela atual Diretoria para embasar as ações de gestão.

O documento está estruturado em 4 eixos estratégicos, que se desdobram em 22 ações definidas a partir dos compromissos assumidos pela gestão 2021-2025, das diretrizes do Plano de Diretrizes Estratégicas (PDE) elaborado no 6º Encontro, de questões identificadas no primeiro ano de gestão e do acúmulo de levantamentos e documentos anteriores. As ações previstas no PQ IOC estão alinhadas às teses do IX Congresso Interno da Fiocruz, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 ‐ na perspectiva da Saúde Única ‐ e à missão, visão de futuro e valores do IOC, a serem debatidos na segunda etapa do 7º Encontro do IOC.

Em relação ao eixo 1, que versa sobre “Assegurar as condições básicas para o cumprimento da missão institucional: gestão participativa, transparência, valorização de pessoas e financiamento”, houve proposta de que a segmentação orçamentária também fosse destinada às Plataformas Tecnológicas e não somente aos Ambulatórios.

Um dos grupos ressaltou a necessidade do planejamento dos recursos humanos com vistas a futuros concursos, considerando as demandas devidas a aposentadorias. A criação de um programa de prevenção e combate ao assédio no ambiente de trabalho e a realização de palestras, oficinas e ações de sensibilização sobre o tema também foi sugerida.

Sobre o eixo 2 “Atualizar, organizar e fortalecer os Laboratórios de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC como nicho central da missão institucional e do compromisso com a saúde, a sociedade, a Fiocruz, o Ministério da Saúde e o SUS”, diversos grupos debateram sobre a criação de uma base de dados informatizada e atualizada sobre os laboratórios, ressaltando a importância da integração de sistemas e bancos de dados. 

Uma das propostas discutiu a integrar as informações do Coleta IOC e dos relatórios do processo de credenciamento aos websites dos laboratórios, com a finalidade de facilitar e acelerar a atualização dos conteúdos, fundamentais para o estabelecimento de parcerias institucionais em âmbito nacional e internacional. 

Também foi apontada a importância de publicidade dos dados sobre os laboratórios e a necessidade de contemplar os sistemas SIAD (Sistema Integrado de Administração) e SIADS (Sistema Integrado de Administração de Serviços). 
A relevância de definir e pactuar temas integradores da pesquisa e redes de cooperação foi enfatizada nas discussões. Alguns grupos chamaram atenção para a perspectiva da integração nacional, além da internacional. Como uma iniciativa para fomentar as redes, surgiu a proposta de estabelecer uma agenda de eventos de integração.

Com o eixo 3 como foco, que trata sobre “Recuperar, modernizar e reorganizar a infraestrutura do IOC promovendo maior compartilhamento e cooperação interna e externa”, uma das propostas sugeridas visava a criação de planejamento específico, em parceria com a COGETIC, sobre manutenções preventivas e corretivas necessárias para o pleno funcionamento dos pavilhões do IOC. Atualmente, as manutenções ocorrem somente por demanda.

Divididos em oito grupos de trabalho, os participantes debateram o
documento base do plano quadrienal do Instituto

Também foi proposto realizar diagnóstico de segurança patrimonial com vistas a subsidiar um plano institucional para prevenção e garantia da integridade das coleções biológicas, acervo documental, obras raras, infraestrutura, vidas humanas, amostras, dentre outros.

Outro destaque está relacionado à criação de um fórum para definição de projeto institucional sobre infraestrutura física tendo como base o plano diretor de obras e espaços.  Também foi sugerida a criação de uma comissão multidisciplinar permanente empenhada na interlocução de todos os aspectos de definição do referido projeto. A ampliação da fonte de recursos externos para modernização do parque tecnológico da Unidade, como por exemplo, via emenda parlamentar e por recursos privados, foi outro ponto de debate.

Sobre o eixo 4, que trata sobre “Ampliar o impacto do IOC na saúde, na sociedade e no SUS por meio de translação de conhecimento e da formação de cientistas e profissionais de saúde”, foi defendida a necessidade de criação de estratégias que fortaleçam todas as modalidades de ensino institucionais e não somente os programas de pós-graduação Stricto sensu.

Também foi debatido manter e avaliar a possibilidade de ampliação da quantidade de cotas de bolsas IOC para a modalidade de estágios, não somente para os cursos técnicos e de Pós-graduação, assim como implementar programas de aperfeiçoamento científico dos alunos, e avaliar a possibilidade de complementação do valor das bolsas e discutir novos métodos para captação de recursos para o Ensino.

Também foi discutida a possibilidade de criação de pool de bolsas, que ficaria sob a gestão do IOC e poderia ser utilizado para apoiar o planejamento estratégico dos programas de pós-graduação. Foi enfatizada a necessidade de obter recursos para custear a medida, sem prejuízo da oferta de bolsas atual das pós-graduações. Além disso, foi destacada a relevância de incentivo às ações de internacionalização e solidariedade regional dos programas de pós-graduação.

Em relação à criação de um programa estratégico em ambiente, saúde e clima, foi apontada a importância do mapeamento de atores institucionais, da ampliação da visibilidade interna de programas e iniciativas da Fiocruz e do alinhamento com iniciativas internacionais.

Todas as contribuições, como propostas e apontamentos, serão compiladas, pela Comissão Organizadora, em documento único a ser debatido nas Plenárias finais, marcadas para os dias 20 e 22 de setembro.

Teve início nesta semana, o 7º Encontro do IOC. Iniciativa busca criar, de forma coletiva, um planejamento de ações que fortaleçam a Unidade
Por: 
maira
kadu
viniciusferreira

 

 

Construir, de forma coletiva, o Plano Quadrienal do Instituto para o período 2022-2025. Afirmar a missão e os valores institucionais, assim como atualizar a visão de futuro. Com foco nesses objetivos, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) deu início, nesta segunda-feira (5/09), à 7ª edição do Encontro do IOC.

Sob o mote "Oswaldo Vive: crescer, sustentar e desenvolver o IOC do futuro", mais de 130 profissionais da Unidade, entre chefes de laboratório, de setores, membros de câmaras técnicas e representantes discentes e de categorias no Conselho Deliberativo (CD-IOC), se reuniram no auditório Horta Barbosa, do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Esta é a primeira atividade institucional desenvolvida totalmente no formato presencial.

O encontro teve início com a oficina ‘Escultura de ideias’, ministrada pela diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge. A partir da pergunta norteadora ‘Que IOC queremos em 10 anos?’, os participantes, divididos em oito grupos, construíram peças artísticas representativas da visão da equipe em relação à indagação proposta.

Comunidade institucional reunida durante a abertura do 7º Encontro do IOC.
Foto: Ricardo Schmidt (clique para ampliar)

"Essa oficina representa uma preparação, por meio da arte, para as discussões que acontecerão no decorrer de todo o 7º Encontro, em especial, nos grupos de trabalho, para construção de ideias e propostas, e nas plenárias finais", comentou Tania. 

No ano que marca os 150 anos de nascimento de Oswaldo Cruz, a reexibição do curta-metragem ‘Cartas para Oswaldo: o compromisso renovado com a saúde e a ciência’ marcou o início da Plenária ‘O IOC do futuro na Fiocruz do Presente’. Elaborado pelo Departamento de Jornalismo e Comunicação (DEJOR/IOC), o projeto consistiu em um convite aos profissionais e estudantes do Instituto para enviarem mensagens ao patrono.

Além da diretora do IOC, a mesa de abertura contou com a presença da vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado; do vice-diretor de Pesquisa, Elmo Eduardo de Almeida Amaral; e do representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS) pelo Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública da Fiocruz (ASFOC), Paulo Garrido. 

Durante a solenidade, a diretora do Instituto chamou atenção para o caráter de reflexão conjunta e de planejamento de futuro do evento. "Desde a primeira edição do Encontro do IOC, a gente vem contribuindo para a discussão da ciência nacional e, com base nesse debate, temos estruturado o nosso planejamento estratégico. Espero que tenhamos um evento significativo para todos", disse. 

Desde a primeira edição, em maio de 2003, a atividade busca olhar para o futuro, conforme explicou a diretora, comentando que o Encontro amplia as discussões para além da Diretoria e do CD, envolvendo o conjunto de profissionais e representações não eleitos para os cargos de gestão. "O perfil dos participantes foi estruturado a partir do que preconiza o regimento do Encontro do IOC, aprovado pelo nosso CD. O grupo formado reúne pessoas de diversas frentes de trabalho no Instituto, que, de maneira coletiva, vão planejar o IOC dos próximos anos. Olhar para o futuro sempre foi pauta recorrente nos debates do Encontro, o que baliza os mais de 20 anos de gestão participativa", disse.

 
Da direita pra esquerda, mesa de abertura contou com a presença de Elmo Amaral, vice-diretor de Pesquisa do IOC; Cristiani Machado, vice-presidente de Educação da Fiocruz; Tania Araujop-Jorge, diretora do IOC; e Paulo Garrido, representante do CNS pela ASFOC. Foto: Ricardo Schmidt

Tania reforçou, ainda, que documentos norteadores para as propostas e ideias a serem debatidas foram disponibilizados previamente na Intranet do IOC. Na ocasião, ela aproveitou para proferir agradecimento especial a três mulheres que estão à frente de importantes instituições de pesquisa e ensino: a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, que esteve presente nas celebrações pelos 150 anos de Oswaldo Cruz, em 5 de agosto; a representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ligia Bahia, cuja participação estava originalmente prevista no 7º Encontro; e a diretora e professora da Escola de Belas Artes da UFRJ, Madalena Grimaldi.

"O caminho a ser seguido depende muito de onde queremos chegar. Que estejamos aqui para que nosso caminhar faça diferença, para que saibamos onde queremos chegar", finalizou.

Segundo o representante do Conselho Nacional de Saúde, a realização do 7º Encontro do IOC fortalece a democracia em saúde. "Nosso país é capaz de superar a atual crise a partir do investimento em saúde, tecnologia, ciência, inovação, serviço público e atendimento às demandas da população", frisou Paulo Garrido. "Estamos na construção da 17ª Conferência Nacional de Saúde e o fortalecimento da democracia nessa área é um de nossos objetivos centrais, assim como pude perceber que é um dos focos do Instituto Oswaldo Cruz", completou.

Em relação ao local escolhido para a abertura das atividades, o vice-diretor de pesquisa do IOC destacou a longa parceria entre a UFRJ e o IOC nos campos da pesquisa e do ensino, e também o fato de muitos pesquisadores do Instituto terem formação pela UFRJ. "Fico emocionado e feliz em estar novamente nessa casa após ter passado muitos anos aqui durante a graduação e pós-graduação. Gosto de dizer que metade do meu DNA é UFRJ e a outra metade IOC", salientou.

Representando a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, a vice-presidente de Educação, Cristiani Machado, iniciou sua fala parabenizando a Diretoria e a Comissão Organizadora pela condução do 7º Encontro. O fortalecimento dos laços de cooperação entre a Fundação e a Universidade também foi destacado. "A realização desse evento se dá em um momento bastante oportuno. Em meio à crise provocada pela pandemia e ao período eleitoral brasileiro, o conjunto de desafios que temos que enfrentar é imenso", ressaltou.

Cristiani destacou, ainda, trechos da carta da Fiocruz enviada à Presidência da República e à sociedade, como o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), a priorização da Ciência, Tecnologia e Inovação, a promoção do desenvolvimento sustentável e do complexo econômico e industrial da saúde, e a valorização da educação e da democracia.

Após a cerimônia de abertura, a reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Lúcia Pellanda, proferiu a conferência ‘Educação, ciência e saúde para pensar o futuro’, cujo foco girou em torno do orçamento governamental destinado às universidades públicas, do impacto que a propagação de fake news causa na ciência e na saúde das populações, das ações de valorização profissional implementadas pela UFCSPA e da importância da divulgação científica. 

A reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Lúcia Pellanda, durante sua apresentação. Foto: Ricardo Schmidt

“Fabricar boatos diariamente e depois negá-los é uma estratégia para enfraquecer a ciência, já que nós, cientistas, perdemos tempo tentando comprovar o equívoco. A produção científica muda a cada descoberta. Para a população leiga, isso é difícil de compreender”, comentou. Traçando um paralelo entre desinformação e o orçamento das universidades públicas, Lucia chamou atenção para as campanhas que colocam as instituições de ensino e pesquisa como responsáveis pelo comprometimento de boa parte do orçamento nacional, o que, segundo ela, não procede. “A soma das isenções fiscais fornecidas pelo Estado a empresários, por exemplo, supriria o déficit de investimento em C,T&I no país. Educação e ciência são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer nação. Ainda mais a nossa, que tem 99% das pesquisas científicas realizadas por universidades públicas”, comentou. 

Resultado da oficina ‘Escultura de ideias’

Antes de dar início à programação da tarde, a diretora do IOC expôs as peças idealizadas durante a oficina e pediu para um membro de cada grupo explicar um pouco sobre a obra produzida. Temas como ‘Interconexão’, ‘Integração’, ‘IOC e Fiocruz conectados’, ‘Qualidade e excelência no modus operandi da produção científica do Instituto’ foram alguns citados pelos participantes da atividade.

Oficina de escultura de ideias contribuiu para ampliar a visão da equipe em relação ao planejamento de futuro do IOC. Foto: Ricardo Schmidt

 

Confira, na íntegra, o vídeo com as atividades da parte da manhã :

Planejamento Estratégico do IOC alinhado ao da Fiocruz

Na sequência, a iniciativa abordou o tema ‘Planejamento Estratégico do IOC alinhado ao Planejamento Estratégico da Fiocruz’. A primeira palestra, cujo foco esteve na apresentação da dinâmica do 7º Encontro e em reflexões sobre a missão e a visão institucional de organizações de ciência e tecnologia, ficou a cargo da diretora do IOC.

Na ocasião, Tania lembrou que a missão e a visão do IOC foram construídas há 10 anos e, apesar de necessitarem de revisão, não será possível realizar nesta primeira etapa – a discussão sobre o assunto está prevista para a segunda parte do Encontro, em 2024.

A participação da comunidade institucional foi intensa desde os primeiros momentos. Foto: Ricardo Schmidt

Para fomentar os debates, a diretora apresentou números atualizados relacionados ao IOC. “Contamos, hoje, somente na pesquisa, com mais de 1200 pessoas, sendo mais de 500 doutores gerando cerca de 800 publicações científicas por ano. Além disso, formamos ou qualificamos, aproximadamente, 1400 estudantes anualmente. O Instituto possui, ainda, mais de 140 patentes e já firmou colaboração com mais de 40 países”, elencou.

Outro ponto destacado foi o crescimento constante do número de artigos publicados e do fator de impacto das revistas onde as pesquisas são publicadas, subindo de 2 para 4. “Não podemos esquecer que mais de 45% das publicações foram em revistas de alto fator de impacto, acima de 4, em 2021”, frisou.

Indo além dos números, Tania instigou os participantes a pensarem em como transformar os dados quantitativos em impacto na sociedade. “Temos que pensar na qualidade e no grau de desenvolvimento dos produtos e projetos que se pretende desenvolver”, refletiu.

Em seguida, a diretora chamou atenção para a pergunta básica que todos os participantes precisam ter em mente no momento das discussões em grupo: “O que é possível e o que que é prioridade fazer?”.

A renovação e o rejuvenescimento do conjunto de pessoas na atual edição do Encontro foram valorizados pela diretora. De acordo com ela, a comissão organizadora buscou convidar pessoas que ingressaram nos últimos concursos, não somente os mais antigos, uma vez que serão os mais jovens de casa que viverão, na prática, o IOC do futuro que está pretendendo ser construído.

Para fomentar os debates, a diretora apresentou números atualizados relacionados ao IOC.
Foto: Ricardo Schmidt

“Nos próximos dez anos são essas pessoas que vão conduzir o IOC. É para essas pessoas que a gente tem que preparar o Instituto. Então, são elas que têm que estar aqui como protagonistas”, retratou, complementando com uma famosa frase de Paulo Freire: “Num país como o Brasil, manter a esperança viva é, em si, um ato revolucionário”.

Após rememorar a aprovação no 5º Encontro, em 2011, da política de pesquisa e desenvolvimento institucional do IOC, com diretrizes para 2011 a 2014, e na edição seguinte a elaboração de diretrizes para 2020 a 2023, explicou as diferenças entre um Plano de Diretrizes Estratégicas (PDE) e um Plano Quadrienal (PQ).

“O PDE deve avançar entre as gestões, fornecendo sustentabilidade a fatos e ações do Instituto, enquanto o PQ diz respeito às entregas de uma gestão específica”, disse. “O PQ que será analisado por todos é fruto de uma proposta da atual Diretoria, a partir da colaboração de seus assessores e do Departamento de Planejamento, Orçamento e Cooperação Técnica Institucional (DEPOC). O documento gerado após esse Encontro será levado para apreciação e aprovação do nosso Conselho Deliberativo”, concluiu.

Planejamento e sustentabilidade

"Essa discussão de como a Fiocruz reage às mudanças é uma discussão que temos que trazer mais à tona. Temos que entender como as mudanças externas impactam a nós, a sociedade e a nossa instituição. A discussão da sustentabilidade está por trás de qualquer processo de planejamento". Essas relevantes observações foram o ponto de partida da palestra do coordenador da Coordenação-Geral de Planejamento Estratégico (Cogeplan) da Fiocruz, Ricardo de Godoi Ferreira, que encerrou o primeiro dia da programação. 

Ricardo de Godoi durante sua apresentação. Foto: Ricardo Schmidt

O primeiro ponto apresentado pelo especialista foi sobre a importância da sustentabilidade institucional, que é a capacidade de interagir criativamente com os contextos sociais que estão em constante mudanças, de forma a manter a relevância social e fortalecer a credibilidade da organização.

"Temos passado por momentos de grandes transformações, principalmente na rotina de trabalho por meio da transformação digital que vem propiciando a automatização de processos e a intensa geração de dados em todos os setores da sociedade", pontuou.

Dando como exemplo as propostas de incentivo à inovação presentes no Plano Quadrienal do IOC, Godoi lembrou que, nas recentes discussões do IX Congresso Interno da Fiocruz, esse tema esteve muito presente. “Tivemos uma discussão muito forte acerca do empreendedorismo e do papel da Fiocruz na inovação, o que considero um tema importante”, disse.

O coordenador explicou que a Cogeplan está trabalhando na construção de uma agenda estruturante com macroprocessos inerentes à Fiocruz, sempre alinhado às diretrizes definidas no Congresso Interno. Ele também adiantou que, em 2023, um grande projeto irá compilar as diretrizes que estão sendo desenvolvidas por cada Unidade. Como exemplo, mencionou que um apontamento específico da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) passou a ser incorporado ao planejamento da Fundação como resposta à sociedade. “Em diálogo com a Unidade, entendemos que seria de grande valia para toda a Fundação ter esse diretriz em seu planejamento”, ressaltou.

Integrantes da Diretoria e membros da área de gestão institucional durante as conferências.
Foto: Ricardo Schmidt

A ampliação do papel da Fiocruz em função do enfrentamento da pandemia de Covid-19 também foi destacada. "Todos sabemos que a Fundação teve papel estratégico nessa crise sanitária. Então, fica a pergunta: daremos um passo para trás e voltamos a ser a instituição pré-pandemia ou permanecemos com o pé no acelerador para avançarmos ainda mais?", indagou.

Dinâmica das discussões em grupo

Em sequência, a Comissão Organizadora do 7º Encontro – representada pela coordenadora Ana Claudia Penna e por Daniel Daipert, seu adjunto – apresentaram a proposta de Plano Quadrienal (2022-2025) e os encaminhamentos para o debate nos grupos de trabalho.  

“Cada grupo conta com 2 coordenadores e 2 relatores previamente definidos. A discussão deve começar por um dos 4 eixos presentes no documento base, que será informado logo no início da dinâmica. Os grupos podem trazer contribuições para as ações e suas respectivas entregas/resultados. Caso os participantes não cheguem a um consenso, os coordenadores poderão conduzir uma votação”, explicou Ana.

De acordo com Daniel Daipert, o modelo de gestão participativa  no IOC já é histórico e o engajamento da comunidade no processo é fundamental. Coordenador adjunto da comissão organizadora do encontro, agradeceu em especial a equipe de coordenadores e de relatores, que conduzirão as discussões em grupos de trabalho.

Ele destacou, ainda, a importância da capilarização dos debates nos Laboratórios e setores onde os participantes do Encontro atuam.

"Esta disseminação do processo é uma forma fundamental de ampliação ainda maior da escuta e da participação", sintetizou.

Confira, na íntegra, o vídeo com as atividades da parte da tarde:

Troca de ideias para construção coletiva

O segundo dia de atividades do 7º Encontro do IOC, nesta terça-feira (6/9), realizado nas dependências do Pavilhão Arthur Neiva, foi repleto por trocas de ideias e propostas entre os participantes. Divididos em oito grupos de trabalho, eles debateram o documento base do Plano Quadrienal 2022-2025 proposto pela atual Diretoria para embasar as ações de gestão.

O documento está estruturado em 4 eixos estratégicos, que se desdobram em 22 ações definidas a partir dos compromissos assumidos pela gestão 2021-2025, das diretrizes do Plano de Diretrizes Estratégicas (PDE) elaborado no 6º Encontro, de questões identificadas no primeiro ano de gestão e do acúmulo de levantamentos e documentos anteriores. As ações previstas no PQ IOC estão alinhadas às teses do IX Congresso Interno da Fiocruz, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 ‐ na perspectiva da Saúde Única ‐ e à missão, visão de futuro e valores do IOC, a serem debatidos na segunda etapa do 7º Encontro do IOC.

Em relação ao eixo 1, que versa sobre “Assegurar as condições básicas para o cumprimento da missão institucional: gestão participativa, transparência, valorização de pessoas e financiamento”, houve proposta de que a segmentação orçamentária também fosse destinada às Plataformas Tecnológicas e não somente aos Ambulatórios.

Um dos grupos ressaltou a necessidade do planejamento dos recursos humanos com vistas a futuros concursos, considerando as demandas devidas a aposentadorias. A criação de um programa de prevenção e combate ao assédio no ambiente de trabalho e a realização de palestras, oficinas e ações de sensibilização sobre o tema também foi sugerida.

Sobre o eixo 2 “Atualizar, organizar e fortalecer os Laboratórios de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC como nicho central da missão institucional e do compromisso com a saúde, a sociedade, a Fiocruz, o Ministério da Saúde e o SUS”, diversos grupos debateram sobre a criação de uma base de dados informatizada e atualizada sobre os laboratórios, ressaltando a importância da integração de sistemas e bancos de dados. 

Uma das propostas discutiu a integrar as informações do Coleta IOC e dos relatórios do processo de credenciamento aos websites dos laboratórios, com a finalidade de facilitar e acelerar a atualização dos conteúdos, fundamentais para o estabelecimento de parcerias institucionais em âmbito nacional e internacional. 

Também foi apontada a importância de publicidade dos dados sobre os laboratórios e a necessidade de contemplar os sistemas SIAD (Sistema Integrado de Administração) e SIADS (Sistema Integrado de Administração de Serviços). 
A relevância de definir e pactuar temas integradores da pesquisa e redes de cooperação foi enfatizada nas discussões. Alguns grupos chamaram atenção para a perspectiva da integração nacional, além da internacional. Como uma iniciativa para fomentar as redes, surgiu a proposta de estabelecer uma agenda de eventos de integração.

Com o eixo 3 como foco, que trata sobre “Recuperar, modernizar e reorganizar a infraestrutura do IOC promovendo maior compartilhamento e cooperação interna e externa”, uma das propostas sugeridas visava a criação de planejamento específico, em parceria com a COGETIC, sobre manutenções preventivas e corretivas necessárias para o pleno funcionamento dos pavilhões do IOC. Atualmente, as manutenções ocorrem somente por demanda.

Divididos em oito grupos de trabalho, os participantes debateram o
documento base do plano quadrienal do Instituto

Também foi proposto realizar diagnóstico de segurança patrimonial com vistas a subsidiar um plano institucional para prevenção e garantia da integridade das coleções biológicas, acervo documental, obras raras, infraestrutura, vidas humanas, amostras, dentre outros.

Outro destaque está relacionado à criação de um fórum para definição de projeto institucional sobre infraestrutura física tendo como base o plano diretor de obras e espaços.  Também foi sugerida a criação de uma comissão multidisciplinar permanente empenhada na interlocução de todos os aspectos de definição do referido projeto. A ampliação da fonte de recursos externos para modernização do parque tecnológico da Unidade, como por exemplo, via emenda parlamentar e por recursos privados, foi outro ponto de debate.

Sobre o eixo 4, que trata sobre “Ampliar o impacto do IOC na saúde, na sociedade e no SUS por meio de translação de conhecimento e da formação de cientistas e profissionais de saúde”, foi defendida a necessidade de criação de estratégias que fortaleçam todas as modalidades de ensino institucionais e não somente os programas de pós-graduação Stricto sensu.

Também foi debatido manter e avaliar a possibilidade de ampliação da quantidade de cotas de bolsas IOC para a modalidade de estágios, não somente para os cursos técnicos e de Pós-graduação, assim como implementar programas de aperfeiçoamento científico dos alunos, e avaliar a possibilidade de complementação do valor das bolsas e discutir novos métodos para captação de recursos para o Ensino.

Também foi discutida a possibilidade de criação de pool de bolsas, que ficaria sob a gestão do IOC e poderia ser utilizado para apoiar o planejamento estratégico dos programas de pós-graduação. Foi enfatizada a necessidade de obter recursos para custear a medida, sem prejuízo da oferta de bolsas atual das pós-graduações. Além disso, foi destacada a relevância de incentivo às ações de internacionalização e solidariedade regional dos programas de pós-graduação.

Em relação à criação de um programa estratégico em ambiente, saúde e clima, foi apontada a importância do mapeamento de atores institucionais, da ampliação da visibilidade interna de programas e iniciativas da Fiocruz e do alinhamento com iniciativas internacionais.

Todas as contribuições, como propostas e apontamentos, serão compiladas, pela Comissão Organizadora, em documento único a ser debatido nas Plenárias finais, marcadas para os dias 20 e 22 de setembro.

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)