O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras
Portuguese English Spanish
Interface
Adjust the interface to make it easier to use for different conditions.
This renders the document in high contrast mode.
This renders the document as white on black
This can help those with trouble processing rapid screen movements.
This loads a font easier to read for people with dyslexia.

vw_cabecalho_novo

Busca Avançada
Você está aqui: Notícias » Cronobiologia é tema de evento

Cronobiologia é tema de evento

Relógio biológico, trabalho noturno, sonolência na escola e os aspectos cronobiológicos dos transtornos mentais são os temas de destaque do XI Simpósio Brasileiro de Cronobiologia
Por Jornalismo IOC10/12/2012 - Atualizado em 10/12/2019


Relógio biológico, trabalho noturno, sonolência na escola e os aspectos cronobiológicos dos transtornos mentais são os temas de destaque do XI Simpósio Brasileiro de Cronobiologia

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), promove o XI Simpósio Brasileiro de Cronobiologia, principal evento da área em âmbito nacional. No evento, que acontece nos dias 10 e 11 de dezembro, serão apresentados os principais resultados científicos desenvolvidos por diversos grupos de pesquisas do país nesta área.  Os aspectos do ciclo vigília-sono no ambiente escolar, situações de interferência relacionadas aos horários de trabalho, assim como os aspectos cronobiológicos dos transtornos mentais e a ordem temporal de insetos, ratos e saguis são alguns dos temas de destaque da programação. [http://www.ioc.fiocruz.br/cronobiologia/].

 Gutemberg Brito

 

De acordo com a pesquisadora do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do IOC e uma das organizadoras do evento, Lucia Rotenberg, a cronobiologia nos ajuda a entender que a concepção de tempo é um elemento estruturador da organização biológica

De acordo com Lucia Rotenberg, pesquisadora do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do IOC e uma das organizadoras do evento, a cronobiologia busca explicar como funciona o nosso relógio biológico e como ele pode afetar o nosso organismo. “Nosso corpo apresenta diversos ritmos biológicos, ou seja, fenômenos que se expressam de maneira periódica, indo desde a secreção de hormônios até  comportamentos, como a alternância entre  sono e vigília. Estes ritmos são controlados por uma estrutura do sistema nervoso, chamado núcleo supraquiasmático, localizada no hipotálamo anterior, uma região do cérebro que atua como principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais. Esta estrutura é denominada ‘relógio biológico’, uma vez que é responsável pela temporização das funções biológicas”, explicou. Para a especialista, a cronobiologia nos ajuda a entender que a concepção de tempo é um elemento estruturador da organização biológica. “Esses ritmos se manifestam em todos os seres vivos e em todos os níveis de organização biológica”, acrescentou.

Segundo Rotenberg, na prática, a cronobiologia se manifesta em vários setores da organização da vida social.  Por exemplo, o trabalho em plantões noturnos ou em turnos de rodízio tende a ser prejudicial ao trabalhador tanto em relação à saúde, como no que se refere às relações sociofamiliares. “Isso ocorre justamente porque nosso organismo está adaptado para realizar as atividades durante o dia e repousar à noite. Por exemplo, nosso pico de secreção do cortisol, hormônio que nos ‘prepara’ para a vigília, ocorre de manhã bem cedo e nosso sistema renal funciona de tal forma que a necessidade de urinar é bem menos frequente à noite que de dia. Esta adaptação aos horários foi incorporada em nossa fisiologia ao longo dos muitos anos de evolução biológica e, por isso, não é facilmente alterada, levando ao chamado ‘desajuste temporal’ ou desajuste dos ritmos circadianos. Esta é a razão pela qual as pessoas que trabalham à noite são mais propensas a apresentar problemas cardiovasculares, dificuldades em relação ao sono, distúrbios gastrointestinais, entre outros fatores”, revelou. Estes desajustes são também a explicação para os problemas relacionados ao chamado ‘Jet lag’, que ocorre quando atravessamos fusos horários: a velocidade com que realizamos a viagem é maior do que a capacidade de nosso corpo de se adaptar ao novo tempo.

10/12/2012
Cristiane Albuquerque

Relógio biológico, trabalho noturno, sonolência na escola e os aspectos cronobiológicos dos transtornos mentais são os temas de destaque do XI Simpósio Brasileiro de Cronobiologia
Por: 
jornalismo



Relógio biológico, trabalho noturno, sonolência na escola e os aspectos cronobiológicos dos transtornos mentais são os temas de destaque do XI Simpósio Brasileiro de Cronobiologia

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), promove o XI Simpósio Brasileiro de Cronobiologia, principal evento da área em âmbito nacional. No evento, que acontece nos dias 10 e 11 de dezembro, serão apresentados os principais resultados científicos desenvolvidos por diversos grupos de pesquisas do país nesta área.  Os aspectos do ciclo vigília-sono no ambiente escolar, situações de interferência relacionadas aos horários de trabalho, assim como os aspectos cronobiológicos dos transtornos mentais e a ordem temporal de insetos, ratos e saguis são alguns dos temas de destaque da programação. [http://www.ioc.fiocruz.br/cronobiologia/].

 Gutemberg Brito

 

De acordo com a pesquisadora do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do IOC e uma das organizadoras do evento, Lucia Rotenberg, a cronobiologia nos ajuda a entender que a concepção de tempo é um elemento estruturador da organização biológica

De acordo com Lucia Rotenberg, pesquisadora do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do IOC e uma das organizadoras do evento, a cronobiologia busca explicar como funciona o nosso relógio biológico e como ele pode afetar o nosso organismo. “Nosso corpo apresenta diversos ritmos biológicos, ou seja, fenômenos que se expressam de maneira periódica, indo desde a secreção de hormônios até  comportamentos, como a alternância entre  sono e vigília. Estes ritmos são controlados por uma estrutura do sistema nervoso, chamado núcleo supraquiasmático, localizada no hipotálamo anterior, uma região do cérebro que atua como principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais. Esta estrutura é denominada ‘relógio biológico’, uma vez que é responsável pela temporização das funções biológicas”, explicou. Para a especialista, a cronobiologia nos ajuda a entender que a concepção de tempo é um elemento estruturador da organização biológica. “Esses ritmos se manifestam em todos os seres vivos e em todos os níveis de organização biológica”, acrescentou.

Segundo Rotenberg, na prática, a cronobiologia se manifesta em vários setores da organização da vida social.  Por exemplo, o trabalho em plantões noturnos ou em turnos de rodízio tende a ser prejudicial ao trabalhador tanto em relação à saúde, como no que se refere às relações sociofamiliares. “Isso ocorre justamente porque nosso organismo está adaptado para realizar as atividades durante o dia e repousar à noite. Por exemplo, nosso pico de secreção do cortisol, hormônio que nos ‘prepara’ para a vigília, ocorre de manhã bem cedo e nosso sistema renal funciona de tal forma que a necessidade de urinar é bem menos frequente à noite que de dia. Esta adaptação aos horários foi incorporada em nossa fisiologia ao longo dos muitos anos de evolução biológica e, por isso, não é facilmente alterada, levando ao chamado ‘desajuste temporal’ ou desajuste dos ritmos circadianos. Esta é a razão pela qual as pessoas que trabalham à noite são mais propensas a apresentar problemas cardiovasculares, dificuldades em relação ao sono, distúrbios gastrointestinais, entre outros fatores”, revelou. Estes desajustes são também a explicação para os problemas relacionados ao chamado ‘Jet lag’, que ocorre quando atravessamos fusos horários: a velocidade com que realizamos a viagem é maior do que a capacidade de nosso corpo de se adaptar ao novo tempo.

10/12/2012
Cristiane Albuquerque

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)