Para 84 estudantes de diferentes estados do Brasil, as férias de julho tiveram endereço certo: os laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) no campus de Manguinhos, no Rio de Janeiro.
Entre 21 e 28 de julho, graduandos da área da saúde participaram da 33ª edição dos Cursos de Férias. O programa transformou o recesso de meio do ano em uma imersão científica, com atividades teóricas e práticas conduzidas por pós-graduandos do IOC, sob coordenação de pesquisadores do Instituto.
A programação começou na manhã de segunda-feira (21) com aula inaugural ministrada pelo pós-doutorando do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Saúde, Lucas Barbosa Cortinhas, vinculado ao Laboratório Integrado: Simulídeos e Oncocercose & Entomologia Médica e Forense e ao Laboratório de Biologia, Controle e Vigilância de Insetos Vetores.
O recém-doutor proferiu a palestra ‘Moscas e biodiversidade: da teoria à prática, do laboratório ao campo’. Na sessão, Lucas introduziu os alunos ao mundo dos insetos e contou detalhes de sua trajetória acadêmica.
Segundo ele, os Cursos de Férias do IOC são uma oportunidade única para jovens graduandos conhecerem de perto o ambiente de pesquisa, descobrirem novas áreas de atuação e ampliarem suas perspectivas profissionais.
Em 2025, a edição de inverno contou com cinco modalidades presenciais e uma remota, com temas que foram da investigação de doenças genéticas ao estudo de vetores da doença de Chagas. Confira a relação das atividades:
— A busca pela origem: investigando doenças genéticas;
— Introdução ao cultivo de células de mamíferos e artrópodes;
— Neuroinfecções e a batalha das estrelas: células da Glia;
— Saúde Única: um olhar sobre as leishmanioses;
— Técnicas diagnósticas de doenças parasitárias: práticas e aplicações;
— Biodiversidade dos vetores de Trypanosoma cruzi e seu papel na doença de Chagas (online).
Em cinco dias, as turmas vivenciaram uma rotina completa de aprendizado, que combinou aulas em sala, experimentos em laboratórios e simulações de atividades de campo.
A experiência aproximou os participantes de metodologias utilizadas na pesquisa científica e na vigilância em saúde, ampliando a visão sobre possíveis caminhos profissionais e acadêmicos.

Para o graduando em medicina veterinária pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), Pedro Ribeiro, as aulas foram essenciais para suprir lacunas da formação acadêmica. O jovem carioca de 24 anos frequentou a modalidade ‘Técnicas diagnósticas de doenças parasitárias: práticas e aplicações’.
"Durante a faculdade, tive uma grande escassez de conteúdo sobre diagnóstico e parasitas. No curso do IOC, conheci métodos que eu nem sabia que existiam, e a prática foi sensacional. Gostei muito da parte sobre leishmaniose, que é de difícil diagnóstico na veterinária", relatou.
A graduanda em farmácia na Estácio (RJ), Lidiane Tostes, de 43 anos, participou do curso ‘Introdução ao cultivo de células de mamíferos e artrópodes’ e destacou o diferencial da experiência prática.

“Cada etapa trouxe um conhecimento diferente, mas o que mais me marcou foi a microscopia. Ver o cultivo acontecendo ali na nossa frente é algo que abrilhanta nosso currículo e nossa experiência em pesquisa”, refletiu.
Ambos os participantes conheceram a iniciativa pelas redes sociais do IOC, o que reforça como a ciência também circula nas plataformas digitais e se aproxima dos jovens.
"Eu acompanho as redes do IOC e os sites da Fiocruz. Assim que vi a chamada, preparei minha carta de interesse e fui selecionada", comemorou Lidiane.

Além de cativar jovens estudantes, os Cursos de Férias também fortalecem a formação dos pós-graduandos que atuam como docentes., Para Allan Pita, doutorando do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Saúde do IOC, essa troca é valiosa.
"Participar como docente foi uma experiência incrível. O curso é importante não só para compartilhar conhecimento, mas também para mostrar às pessoas de fora o trabalho que realizamos aqui", ressaltou.

A edição de 2025 teve participação de estudantes de 10 estados — Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Pará, Paraná, Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso e Piauí —, reforçando o alcance nacional da iniciativa.
A graduanda em medicina veterinária do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Raine Ornelas, de 29 anos, percorreu mais de 20 horas para chegar de Salinas, onde estuda, ao campus de Manguinhos.
“Eu sou de uma cidade bem pequena, chamada Comercinho, e faço faculdade em Salinas. Viajei de Salinas a Comercinho para meu pai me levar a uma terceira cidade, Medina, onde há uma rodoviária. De lá, peguei um ônibus e, após 18 horas de viagem, cheguei ao Rio”, disse.

Apesar do longo trajeto, Raine não teve dúvidas: inscrever-se nas aulas de ‘Saúde Única: um olhar sobre as leishmanioses’ foi a melhor decisão para suas férias.
“Todos foram muito receptivos e eu me senti em casa. Voltei com uma bagagem enorme de conhecimento sobre Leishmanioses. A experiência agregou para a minha vida como um todo”, enfatizou.
O aluno de medicina da Universidade Federal de Mato Grosso, Gustavo Andrade, participou do mesmo curso. O estudante cuiabano de 26 anos elogiou o caráter amplo das aulas, com temas que vão desde o contexto histórico à identificação de vetores, e ainda revelou que alguns amigos da faculdade, inclusive, já se interessaram pela atividade.
“Vários amigos demonstraram interesse. Fui perguntado como fiz para participar e expliquei que os Cursos de Férias do IOC têm duas edições no ano, verão e inverno, e cada uma tem seu edital de seleção, com todas as informações necessárias para a inscrição”, observou.

A graduanda de enfermagem na Faculdade Anhanguera Santa Bárbara D'Oeste (SP), Beatriz Andrade, de 31 anos, ressaltou a importância de estar na Fiocruz para o seu desenvolvimento como profissional.
“A experiência foi muito enriquecedora em vários sentidos. Em tempos de desinformação e negacionismo, estar na Fiocruz também inspira fôlego para continuar se esforçando pela saúde pública, pelas pessoas e pelo Sistema Único de Saúde ”, apontou.
A edição de inverno também contou com a adesão de estudantes que optaram pela modalidade remota. A graduanda em biomedicina do Centro Universitário Metropolitano da Amazônia (UNIFAMAZ), Gleice Martins, participou do curso online ‘Biodiversidade dos vetores de Trypanosoma cruzi e seu papel na doença de Chagas’. A participante de 26 anos, que mora em Belém (PA), destacou o impacto do aprendizado à distância.
“Não sabia da diversidade dos vetores da doença de Chagas. Para mim, formanda em biomedicina, as aulas abriram a minha mente como pesquisadora”, contou.
Os Cursos de Férias seguem como uma porta de entrada para jovens interessados em pesquisa científica. A próxima edição está prevista para o verão de 2026, mantendo o compromisso do IOC de estimular vocações e formar novas gerações de cientistas.

Para 84 estudantes de diferentes estados do Brasil, as férias de julho tiveram endereço certo: os laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) no campus de Manguinhos, no Rio de Janeiro.
Entre 21 e 28 de julho, graduandos da área da saúde participaram da 33ª edição dos Cursos de Férias. O programa transformou o recesso de meio do ano em uma imersão científica, com atividades teóricas e práticas conduzidas por pós-graduandos do IOC, sob coordenação de pesquisadores do Instituto.
A programação começou na manhã de segunda-feira (21) com aula inaugural ministrada pelo pós-doutorando do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Saúde, Lucas Barbosa Cortinhas, vinculado ao Laboratório Integrado: Simulídeos e Oncocercose & Entomologia Médica e Forense e ao Laboratório de Biologia, Controle e Vigilância de Insetos Vetores.
O recém-doutor proferiu a palestra ‘Moscas e biodiversidade: da teoria à prática, do laboratório ao campo’. Na sessão, Lucas introduziu os alunos ao mundo dos insetos e contou detalhes de sua trajetória acadêmica.
Segundo ele, os Cursos de Férias do IOC são uma oportunidade única para jovens graduandos conhecerem de perto o ambiente de pesquisa, descobrirem novas áreas de atuação e ampliarem suas perspectivas profissionais.
Em 2025, a edição de inverno contou com cinco modalidades presenciais e uma remota, com temas que foram da investigação de doenças genéticas ao estudo de vetores da doença de Chagas. Confira a relação das atividades:
— A busca pela origem: investigando doenças genéticas;
— Introdução ao cultivo de células de mamíferos e artrópodes;
— Neuroinfecções e a batalha das estrelas: células da Glia;
— Saúde Única: um olhar sobre as leishmanioses;
— Técnicas diagnósticas de doenças parasitárias: práticas e aplicações;
— Biodiversidade dos vetores de Trypanosoma cruzi e seu papel na doença de Chagas (online).
Em cinco dias, as turmas vivenciaram uma rotina completa de aprendizado, que combinou aulas em sala, experimentos em laboratórios e simulações de atividades de campo.
A experiência aproximou os participantes de metodologias utilizadas na pesquisa científica e na vigilância em saúde, ampliando a visão sobre possíveis caminhos profissionais e acadêmicos.

Para o graduando em medicina veterinária pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), Pedro Ribeiro, as aulas foram essenciais para suprir lacunas da formação acadêmica. O jovem carioca de 24 anos frequentou a modalidade ‘Técnicas diagnósticas de doenças parasitárias: práticas e aplicações’.
"Durante a faculdade, tive uma grande escassez de conteúdo sobre diagnóstico e parasitas. No curso do IOC, conheci métodos que eu nem sabia que existiam, e a prática foi sensacional. Gostei muito da parte sobre leishmaniose, que é de difícil diagnóstico na veterinária", relatou.
A graduanda em farmácia na Estácio (RJ), Lidiane Tostes, de 43 anos, participou do curso ‘Introdução ao cultivo de células de mamíferos e artrópodes’ e destacou o diferencial da experiência prática.

“Cada etapa trouxe um conhecimento diferente, mas o que mais me marcou foi a microscopia. Ver o cultivo acontecendo ali na nossa frente é algo que abrilhanta nosso currículo e nossa experiência em pesquisa”, refletiu.
Ambos os participantes conheceram a iniciativa pelas redes sociais do IOC, o que reforça como a ciência também circula nas plataformas digitais e se aproxima dos jovens.
"Eu acompanho as redes do IOC e os sites da Fiocruz. Assim que vi a chamada, preparei minha carta de interesse e fui selecionada", comemorou Lidiane.

Além de cativar jovens estudantes, os Cursos de Férias também fortalecem a formação dos pós-graduandos que atuam como docentes., Para Allan Pita, doutorando do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Saúde do IOC, essa troca é valiosa.
"Participar como docente foi uma experiência incrível. O curso é importante não só para compartilhar conhecimento, mas também para mostrar às pessoas de fora o trabalho que realizamos aqui", ressaltou.

A edição de 2025 teve participação de estudantes de 10 estados — Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Pará, Paraná, Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso e Piauí —, reforçando o alcance nacional da iniciativa.
A graduanda em medicina veterinária do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Raine Ornelas, de 29 anos, percorreu mais de 20 horas para chegar de Salinas, onde estuda, ao campus de Manguinhos.
“Eu sou de uma cidade bem pequena, chamada Comercinho, e faço faculdade em Salinas. Viajei de Salinas a Comercinho para meu pai me levar a uma terceira cidade, Medina, onde há uma rodoviária. De lá, peguei um ônibus e, após 18 horas de viagem, cheguei ao Rio”, disse.

Apesar do longo trajeto, Raine não teve dúvidas: inscrever-se nas aulas de ‘Saúde Única: um olhar sobre as leishmanioses’ foi a melhor decisão para suas férias.
“Todos foram muito receptivos e eu me senti em casa. Voltei com uma bagagem enorme de conhecimento sobre Leishmanioses. A experiência agregou para a minha vida como um todo”, enfatizou.
O aluno de medicina da Universidade Federal de Mato Grosso, Gustavo Andrade, participou do mesmo curso. O estudante cuiabano de 26 anos elogiou o caráter amplo das aulas, com temas que vão desde o contexto histórico à identificação de vetores, e ainda revelou que alguns amigos da faculdade, inclusive, já se interessaram pela atividade.
“Vários amigos demonstraram interesse. Fui perguntado como fiz para participar e expliquei que os Cursos de Férias do IOC têm duas edições no ano, verão e inverno, e cada uma tem seu edital de seleção, com todas as informações necessárias para a inscrição”, observou.

A graduanda de enfermagem na Faculdade Anhanguera Santa Bárbara D'Oeste (SP), Beatriz Andrade, de 31 anos, ressaltou a importância de estar na Fiocruz para o seu desenvolvimento como profissional.
“A experiência foi muito enriquecedora em vários sentidos. Em tempos de desinformação e negacionismo, estar na Fiocruz também inspira fôlego para continuar se esforçando pela saúde pública, pelas pessoas e pelo Sistema Único de Saúde ”, apontou.
A edição de inverno também contou com a adesão de estudantes que optaram pela modalidade remota. A graduanda em biomedicina do Centro Universitário Metropolitano da Amazônia (UNIFAMAZ), Gleice Martins, participou do curso online ‘Biodiversidade dos vetores de Trypanosoma cruzi e seu papel na doença de Chagas’. A participante de 26 anos, que mora em Belém (PA), destacou o impacto do aprendizado à distância.
“Não sabia da diversidade dos vetores da doença de Chagas. Para mim, formanda em biomedicina, as aulas abriram a minha mente como pesquisadora”, contou.
Os Cursos de Férias seguem como uma porta de entrada para jovens interessados em pesquisa científica. A próxima edição está prevista para o verão de 2026, mantendo o compromisso do IOC de estimular vocações e formar novas gerações de cientistas.

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)