Treinamento organizado por Laboratório do IOC abordou aspectos da biologia e técnicas de identificação e controle de caramujos transmissores de doenças
Mais de 30 profissionais das secretarias de Saúde municipal e estadual do Rio de Janeiro participaram do Treinamento em Malacologia com ênfase nas parasitoses de importância médica e veterinária, oferecido pelo Laboratório de Malacologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com o Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ). A atividade, que ocorreu de 22 a 26 de janeiro, no campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro, teve como objetivo apresentar as principais diferenças entre as espécies de caramujos, identificando aqueles que podem transmitir doenças e detalhando as medidas de controle que devem ser adotadas em cada caso. Além disso, a iniciativa exibiu aos participantes um panorama da diversidade de moluscos encontrados no Brasil, discutindo aspectos importantes para a saúde humana e para o meio ambiente. Realizamos anualmente este treinamento, no mês de janeiro. A importância desta periodicidade se dá por conta da rotatividade entre os agentes de vigilância nos municípios e a necessidade de atualizações sobre temas relevantes à saúde e ao meio ambiente, comentou Monica Ammon Fernandez, coordenadora da atividade e pesquisadora do Laboratório de Malacologia, que atua como Serviço de Referência Nacional para Esquistossomose-Malacologia, do Ministério da Saúde.
Foto: Josué Damacena
Profissionais das secretarias de Saúde municipal e estadual do Rio de Janeiro participaram do Treinamento, realizado de 22 a 26 de janeiro
De acordo com a pesquisadora, o objetivo central do treinamento foi conscientizar os profissionais para a importância da vigilância epidemiológica, estimulando o desenvolvimento das atividades de campo e laboratório, com o apoio do IOC. Dividida em atividades teóricas e práticas, a capacitação enfatizou também a difusão de informações, uma vez que muitos alunos têm contato direto com a população ao desempenhar suas atividades. Sendo assim, incluímos na programação atividades como coleta e técnicas de manutenção, fixação, embalagem e remessa de moluscos; além da prática de observação de espécies transmissoras naturais de Schistosoma mansoni, trematódeo causador da esquistossomose, detalhou. Monica chamou atenção também para quantidade de inscritos na edição 2018 do treinamento e, principalmente, para as diferentes localidades dos profissionais. Além de profissionais da vigilância malacológica do Rio e Grande Rio, tivemos a presença de representantes dos municípios Cachoeiras de Macacu, Varre-Sai, Paty do Alferes, São João da Barra e Pinheiral, pontuou.
Uma das espécies também destacadas no treinamento foi o caramujo Achatina fulica, popularmente conhecido como caramujo gigante africano. Introduzido no Brasil na década de 1980, o molusco se espalhou pelo país, estando presente em todos os estados brasileiros. Sua expansão gerou um problema ambiental e econômico, além de grande incômodo para a população e risco à saúde pública, por ser o principal transmissor do verme Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite eosinofílica, também chamada de angiostrongilíase cerebral. Monica ressaltou que a participação da equipe do Laboratório de Malacologia, nas aulas práticas e teóricas, foi de grande importância ao êxito do treinamento, assim como o apoio dos profissionais do LACEN-RJ.
Para o diretor do Núcleo de Controle de Zoonoses de São João da Barra, Marcos Machado, a participação no treinamento propiciou um conhecimento mais preciso em relação às espécies. A partir das aulas práticas de coleta, conseguimos reconhecer os tipos de moluscos e, sobretudo, distinguir os que não deverão ser recolhidos, pois fazem parte da fauna nativa, ressaltou. Segundo Marcos, o primeiro passo pós-treinamento será repassar o conhecimento adquirido para a equipe de animais sinantrópicos de São João da Barra. A ideia é apresentar para os nossos profissionais questões de saúde pública relativas aos caramujos, às doenças que eles podem transmitir e como controlar sua proliferação, adiantou.
Esta edição do treinamento também contou com profissional inscrito na atividade pela segunda vez. Foi o caso da médica veterinária do Departamento de Vigilância e Saúde da Prefeitura de Pinheiral, Fernanda Valim. A primeira vez foi há seis anos, logo depois que entrei para a prefeitura. A decisão de realizar novamente o curso veio da vontade de reciclar conhecimentos e ter contato com profissionais de outros municípios. Afinal, também aprendemos com a experiência dos outros, comentou Valim, sugerindo que o treinamento tenha duração de duas semanas, sendo a primeira para as atividades teóricas e a segunda, para as práticas.
A agente de vigilância malacológica da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Gláucia Nascimento, parabenizou o Instituto pelo conteúdo programático apresentado no treinamento. Esses cinco dias me proporcionaram um conhecimento aprofundado em relação às parasitoses de importância médica e veterinária. Agora, por exemplo, consigo olhar para um caramujo, identificá-lo e saber que tipo de doença transmite, declarou.
02/02/2018
Reportagem: Kadu Cayres
Edição: Vinícius Ferreira
Treinamento organizado por Laboratório do IOC abordou aspectos da biologia e técnicas de identificação e controle de caramujos transmissores de doenças
Mais de 30 profissionais das secretarias de Saúde municipal e estadual do Rio de Janeiro participaram do Treinamento em Malacologia com ênfase nas parasitoses de importância médica e veterinária, oferecido pelo Laboratório de Malacologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com o Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ). A atividade, que ocorreu de 22 a 26 de janeiro, no campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro, teve como objetivo apresentar as principais diferenças entre as espécies de caramujos, identificando aqueles que podem transmitir doenças e detalhando as medidas de controle que devem ser adotadas em cada caso. Além disso, a iniciativa exibiu aos participantes um panorama da diversidade de moluscos encontrados no Brasil, discutindo aspectos importantes para a saúde humana e para o meio ambiente. Realizamos anualmente este treinamento, no mês de janeiro. A importância desta periodicidade se dá por conta da rotatividade entre os agentes de vigilância nos municípios e a necessidade de atualizações sobre temas relevantes à saúde e ao meio ambiente, comentou Monica Ammon Fernandez, coordenadora da atividade e pesquisadora do Laboratório de Malacologia, que atua como Serviço de Referência Nacional para Esquistossomose-Malacologia, do Ministério da Saúde.
Foto: Josué Damacena
Profissionais das secretarias de Saúde municipal e estadual do Rio de Janeiro participaram do Treinamento, realizado de 22 a 26 de janeiro
De acordo com a pesquisadora, o objetivo central do treinamento foi conscientizar os profissionais para a importância da vigilância epidemiológica, estimulando o desenvolvimento das atividades de campo e laboratório, com o apoio do IOC. Dividida em atividades teóricas e práticas, a capacitação enfatizou também a difusão de informações, uma vez que muitos alunos têm contato direto com a população ao desempenhar suas atividades. Sendo assim, incluímos na programação atividades como coleta e técnicas de manutenção, fixação, embalagem e remessa de moluscos; além da prática de observação de espécies transmissoras naturais de Schistosoma mansoni, trematódeo causador da esquistossomose, detalhou. Monica chamou atenção também para quantidade de inscritos na edição 2018 do treinamento e, principalmente, para as diferentes localidades dos profissionais. Além de profissionais da vigilância malacológica do Rio e Grande Rio, tivemos a presença de representantes dos municípios Cachoeiras de Macacu, Varre-Sai, Paty do Alferes, São João da Barra e Pinheiral, pontuou.
Uma das espécies também destacadas no treinamento foi o caramujo Achatina fulica, popularmente conhecido como caramujo gigante africano. Introduzido no Brasil na década de 1980, o molusco se espalhou pelo país, estando presente em todos os estados brasileiros. Sua expansão gerou um problema ambiental e econômico, além de grande incômodo para a população e risco à saúde pública, por ser o principal transmissor do verme Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite eosinofílica, também chamada de angiostrongilíase cerebral. Monica ressaltou que a participação da equipe do Laboratório de Malacologia, nas aulas práticas e teóricas, foi de grande importância ao êxito do treinamento, assim como o apoio dos profissionais do LACEN-RJ.
Para o diretor do Núcleo de Controle de Zoonoses de São João da Barra, Marcos Machado, a participação no treinamento propiciou um conhecimento mais preciso em relação às espécies. A partir das aulas práticas de coleta, conseguimos reconhecer os tipos de moluscos e, sobretudo, distinguir os que não deverão ser recolhidos, pois fazem parte da fauna nativa, ressaltou. Segundo Marcos, o primeiro passo pós-treinamento será repassar o conhecimento adquirido para a equipe de animais sinantrópicos de São João da Barra. A ideia é apresentar para os nossos profissionais questões de saúde pública relativas aos caramujos, às doenças que eles podem transmitir e como controlar sua proliferação, adiantou.
Esta edição do treinamento também contou com profissional inscrito na atividade pela segunda vez. Foi o caso da médica veterinária do Departamento de Vigilância e Saúde da Prefeitura de Pinheiral, Fernanda Valim. A primeira vez foi há seis anos, logo depois que entrei para a prefeitura. A decisão de realizar novamente o curso veio da vontade de reciclar conhecimentos e ter contato com profissionais de outros municípios. Afinal, também aprendemos com a experiência dos outros, comentou Valim, sugerindo que o treinamento tenha duração de duas semanas, sendo a primeira para as atividades teóricas e a segunda, para as práticas.
A agente de vigilância malacológica da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Gláucia Nascimento, parabenizou o Instituto pelo conteúdo programático apresentado no treinamento. Esses cinco dias me proporcionaram um conhecimento aprofundado em relação às parasitoses de importância médica e veterinária. Agora, por exemplo, consigo olhar para um caramujo, identificá-lo e saber que tipo de doença transmite, declarou.
02/02/2018
Reportagem: Kadu Cayres
Edição: Vinícius Ferreira
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)