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Ecos de 11 de setembro

Uso de Anthrax como arma biológica foi tema de debate no I Simpósio em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Doenças Bacterianas e Fúngicas
Por Jornalismo IOC05/11/2010 - Atualizado em 26/09/2024

Anthrax e bioterrorismo foram alvo de debate durante o primeiro dia do I Simpósio em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Doenças Bacterianas e Fúngicas, realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

O pesquisador Leon Rabinovitch, chefe do Laboratório de Fisiologia Bacteriana do IOC, participou da mesa-redonda Diagnóstico Avançado em Doenças Bacterianas e Fúngicas com o tema Anthracis: Diagnóstico e Bioterrorismo.

O especialista apresentou dados sobre o bacilo anthrax, conhecido pelo uso como arma biológica por grupos extremistas após o atentado de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.

Desde 1976 não se registrava um caso de contaminação por anthrax nos Estados Unidos e o alerta das autoridades norte-americanas sobre os riscos e perigos da bactéria chegou ao Brasil.

Em 2001, o governo federal acionou técnicos especializados, inclusive pesquisadores da Fiocruz, para verificar que pó suspeito era aquele achado num avião comercial no [Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim] Galeão (RJ), mas nada foi confirmado, relatou.

Pesquisador Leon Rabinovitch do IOC em palestra. Foto: Gutemberg Brito

"Essa bactéria pode ser encontrada em solos adubados e a contaminação do homem se dá pelo contato cutâneo, intestinal ou pulmonar", descreveu.

"A forma mais visível da destruição do bacilo anthrax ocorre na pele. Na forma cutânea, pode evoluir de uma vermelhidão seguida por um edema amarronzado e causar hematomas graves", disse o pesquisador.

Uma vez inalado ou ingerido, provoca mal-estar parecido com o de uma gripe ou o de um distúrbio intestinal simples. Sete dias depois da contaminação surgem os sinais da doença, na forma de infecções no pulmão ou no aparelho digestivo, podendo levar à morte em 24 horas.

O cientista revelou que o tempo de tratamento da forma cutânea do bacilo pode se estender por 60 dias, além de deixar cicatrizes.

"Existem, no entanto, 80% de chances de cura. Já a contaminação por outras formas, como a respiratória e gastrointestinal, pode levar de 7 a 10 dias de tratamento", contou.

Rabinovitch afirmou que a forma pulmonar do anthrax é 80% mais letal que a de pele.

Uso de Anthrax como arma biológica foi tema de debate no I Simpósio em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Doenças Bacterianas e Fúngicas
Por: 
jornalismo

Anthrax e bioterrorismo foram alvo de debate durante o primeiro dia do I Simpósio em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Doenças Bacterianas e Fúngicas, realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

O pesquisador Leon Rabinovitch, chefe do Laboratório de Fisiologia Bacteriana do IOC, participou da mesa-redonda Diagnóstico Avançado em Doenças Bacterianas e Fúngicas com o tema Anthracis: Diagnóstico e Bioterrorismo.

O especialista apresentou dados sobre o bacilo anthrax, conhecido pelo uso como arma biológica por grupos extremistas após o atentado de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.

Desde 1976 não se registrava um caso de contaminação por anthrax nos Estados Unidos e o alerta das autoridades norte-americanas sobre os riscos e perigos da bactéria chegou ao Brasil.

Em 2001, o governo federal acionou técnicos especializados, inclusive pesquisadores da Fiocruz, para verificar que pó suspeito era aquele achado num avião comercial no [Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim] Galeão (RJ), mas nada foi confirmado, relatou.

Pesquisador Leon Rabinovitch do IOC em palestra. Foto: Gutemberg Brito

"Essa bactéria pode ser encontrada em solos adubados e a contaminação do homem se dá pelo contato cutâneo, intestinal ou pulmonar", descreveu.

"A forma mais visível da destruição do bacilo anthrax ocorre na pele. Na forma cutânea, pode evoluir de uma vermelhidão seguida por um edema amarronzado e causar hematomas graves", disse o pesquisador.

Uma vez inalado ou ingerido, provoca mal-estar parecido com o de uma gripe ou o de um distúrbio intestinal simples. Sete dias depois da contaminação surgem os sinais da doença, na forma de infecções no pulmão ou no aparelho digestivo, podendo levar à morte em 24 horas.

O cientista revelou que o tempo de tratamento da forma cutânea do bacilo pode se estender por 60 dias, além de deixar cicatrizes.

"Existem, no entanto, 80% de chances de cura. Já a contaminação por outras formas, como a respiratória e gastrointestinal, pode levar de 7 a 10 dias de tratamento", contou.

Rabinovitch afirmou que a forma pulmonar do anthrax é 80% mais letal que a de pele.

Texto de João Paulo Soldati

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)