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Encontro científico em busca do avanço da pesquisa em malária

Em sua 23ª edição, Seminário Laveran e Deane reuniu estudantes de mestrado e doutorado, sendo a maioria de cursos de pós-graduação da região amazônica
Por Vinicius Ferreira02/10/2018 - Atualizado em 28/09/2022

Estudos desenvolvidos na região amazônica, área que concentra mais de 99% dos casos de malária no Brasil, representaram a maioria dos trabalhos apresentados na 23ª edição do Seminário Laveran e Deane sobre Malária.

Promovido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), de 17 a 21 de setembro, em Itacuruçá, na Costa Verde do Rio de Janeiro, o evento contou com a participação de 15 estudantes de mestrado e doutorado, sendo oito matriculados em cursos de pós-graduação de universidades e institutos de pesquisa do Pará, Amazonas e Rondônia. Idealizador e coordenador do Seminário, Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC e do Centro de Pesquisa, Diagnóstico e Treinamento em Malária (CPD-Mal), destacou que o encontro tradicionalmente prioriza as inscrições de estudantes oriundos da Amazônia com o objetivo de estimular o desenvolvimento das pesquisas em malária na região endêmica do Brasil.

"Chama atenção a progressiva qualificação dos projetos da Amazônia. É impressionante e gratificante recebermos, a cada ano, um número maior de pedidos de inscrição, o que evidencia a crescente qualidade dos centros de pesquisa do norte do País", avaliou.

Evento reuniu estudantes de mestrado e doutorado e pesquisadores seniores para discutir projetos de pesquisa em malária. Foto: Gutemberg Brito

Visando aprimorar a qualidade dos projetos de pós-graduação no campo da malariologia, o Seminário reúne estudantes que estão na metade dos cursos de mestrado e doutorado.

Em sessões de apresentação oral e grupos de discussão, os alunos expõem seus trabalhos e discutem suas abordagens com professores convidados, incluindo malariologistas e cientistas de diferentes especialidades com potencial de contribuir para as pesquisas. O engajamento dos estudantes nas atividades foi ressaltado pela pesquisadora Maria de Fátima Ferreira da Cruz, do Laboratório de Pesquisa em Malária, que organiza o evento em parceria com Cláudio.

"Para muitos alunos, é a primeira participação em um evento científico e o nervosismo ao apresentar os resultados do trabalho é normal. O grupo se mostrou muito participativo e aberto para ouvir os comentários, críticas e sugestões aos projetos", enfatizou.

Pesquisador francês Daniel Camus recebeu título de Professor Emérito do Seminário Laveran e Deane sobre Malária. Foto: Gutemberg Brito

Em sua terceira participação no evento, o pesquisador francês Daniel Camus, do Instituto Pasteur de Lille, foi agraciado com o título de Professor Emérito do Seminário Laveran e Deane.

Autor de mais de 200 estudos no campo da microbiologia, o cientista integra a Comissão Especial sobre Doenças Infecciosas e Emergentes do Alto Conselho de Saúde Pública da França e fez parte do grupo de trabalho do 'Plano de Ação Global para Vacinas contra Influenza' da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Além de ser um grande cientista, o professor Camus foi um dos criadores do Seminário Laveran francês, que inspirou o evento brasileiro, inicialmente chamado de Seminário Laveran e posteriormente de Seminário Laveran e Grassi, antes de ser definitivamente nomeado Seminário Laveran e Deane", ressaltou Cláudio.

A homenagem teve a participação do diretor do IOC, José Paulo Gagliardi Leite, e da pesquisadora Dalma Maria Banic, do Laboratório de Imunologia Clínica do IOC, que foi orientada por Camus em seu doutorado. Também estiveram presentes os representantes do governo francês Damien Gairin-Calvo, adido de cooperação técnica da embaixada da França no Brasil; Philippe Michelon, adido científico e tecnológico do consulado geral da França; e Pauline Combaret, encarregada das missões científicas e universitárias do consulado geral francês.

Conferências abordaram situação atual da malária no Brasil, na Amazônia e na extra-Amazônia, entre outros temas. Foto: Gutemberg Brito

Além de Camus, quatro estrangeiros estiveram entre os 15 professores seniores que participaram do encontro: os franceses Frederic Ariey, do Hospital Cochin de Paris; e Stéphane Picot, da Universidade de Lyon I; o inglês Richard Leighton Culleton, da Universidade de Nagasaki, no Japão; e o indiano Arnab Pain, da Universidade de Ciência e Tecnologia do Rei Abdullah, na Arábia Saudita.

Complementando as apresentações dos projetos dos estudantes e os grupos de discussão, a programação do Seminário contemplou conferências que abordaram a situação da malária na Amazônia e na extra-Amazônia, estratégias de tratamento do agravo, panorama da malária em aves e primatas não-humanos, modelos experimentais e abordagens de sequenciamento genético em pesquisas sobre a doença.

O evento contou com apoio do IOC, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e do governo da França. A edição 2018 não recebeu apoio das agências de fomento à pesquisa como Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), como ressaltam os organizadores.

Em sua 23ª edição, Seminário Laveran e Deane reuniu estudantes de mestrado e doutorado, sendo a maioria de cursos de pós-graduação da região amazônica
Por: 
viniciusferreira

Estudos desenvolvidos na região amazônica, área que concentra mais de 99% dos casos de malária no Brasil, representaram a maioria dos trabalhos apresentados na 23ª edição do Seminário Laveran e Deane sobre Malária.

Promovido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), de 17 a 21 de setembro, em Itacuruçá, na Costa Verde do Rio de Janeiro, o evento contou com a participação de 15 estudantes de mestrado e doutorado, sendo oito matriculados em cursos de pós-graduação de universidades e institutos de pesquisa do Pará, Amazonas e Rondônia. Idealizador e coordenador do Seminário, Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC e do Centro de Pesquisa, Diagnóstico e Treinamento em Malária (CPD-Mal), destacou que o encontro tradicionalmente prioriza as inscrições de estudantes oriundos da Amazônia com o objetivo de estimular o desenvolvimento das pesquisas em malária na região endêmica do Brasil.

"Chama atenção a progressiva qualificação dos projetos da Amazônia. É impressionante e gratificante recebermos, a cada ano, um número maior de pedidos de inscrição, o que evidencia a crescente qualidade dos centros de pesquisa do norte do País", avaliou.

Evento reuniu estudantes de mestrado e doutorado e pesquisadores seniores para discutir projetos de pesquisa em malária. Foto: Gutemberg Brito

Visando aprimorar a qualidade dos projetos de pós-graduação no campo da malariologia, o Seminário reúne estudantes que estão na metade dos cursos de mestrado e doutorado.

Em sessões de apresentação oral e grupos de discussão, os alunos expõem seus trabalhos e discutem suas abordagens com professores convidados, incluindo malariologistas e cientistas de diferentes especialidades com potencial de contribuir para as pesquisas. O engajamento dos estudantes nas atividades foi ressaltado pela pesquisadora Maria de Fátima Ferreira da Cruz, do Laboratório de Pesquisa em Malária, que organiza o evento em parceria com Cláudio.

"Para muitos alunos, é a primeira participação em um evento científico e o nervosismo ao apresentar os resultados do trabalho é normal. O grupo se mostrou muito participativo e aberto para ouvir os comentários, críticas e sugestões aos projetos", enfatizou.

Pesquisador francês Daniel Camus recebeu título de Professor Emérito do Seminário Laveran e Deane sobre Malária. Foto: Gutemberg Brito

Em sua terceira participação no evento, o pesquisador francês Daniel Camus, do Instituto Pasteur de Lille, foi agraciado com o título de Professor Emérito do Seminário Laveran e Deane.

Autor de mais de 200 estudos no campo da microbiologia, o cientista integra a Comissão Especial sobre Doenças Infecciosas e Emergentes do Alto Conselho de Saúde Pública da França e fez parte do grupo de trabalho do 'Plano de Ação Global para Vacinas contra Influenza' da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Além de ser um grande cientista, o professor Camus foi um dos criadores do Seminário Laveran francês, que inspirou o evento brasileiro, inicialmente chamado de Seminário Laveran e posteriormente de Seminário Laveran e Grassi, antes de ser definitivamente nomeado Seminário Laveran e Deane", ressaltou Cláudio.

A homenagem teve a participação do diretor do IOC, José Paulo Gagliardi Leite, e da pesquisadora Dalma Maria Banic, do Laboratório de Imunologia Clínica do IOC, que foi orientada por Camus em seu doutorado. Também estiveram presentes os representantes do governo francês Damien Gairin-Calvo, adido de cooperação técnica da embaixada da França no Brasil; Philippe Michelon, adido científico e tecnológico do consulado geral da França; e Pauline Combaret, encarregada das missões científicas e universitárias do consulado geral francês.

Conferências abordaram situação atual da malária no Brasil, na Amazônia e na extra-Amazônia, entre outros temas. Foto: Gutemberg Brito

Além de Camus, quatro estrangeiros estiveram entre os 15 professores seniores que participaram do encontro: os franceses Frederic Ariey, do Hospital Cochin de Paris; e Stéphane Picot, da Universidade de Lyon I; o inglês Richard Leighton Culleton, da Universidade de Nagasaki, no Japão; e o indiano Arnab Pain, da Universidade de Ciência e Tecnologia do Rei Abdullah, na Arábia Saudita.

Complementando as apresentações dos projetos dos estudantes e os grupos de discussão, a programação do Seminário contemplou conferências que abordaram a situação da malária na Amazônia e na extra-Amazônia, estratégias de tratamento do agravo, panorama da malária em aves e primatas não-humanos, modelos experimentais e abordagens de sequenciamento genético em pesquisas sobre a doença.

O evento contou com apoio do IOC, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e do governo da França. A edição 2018 não recebeu apoio das agências de fomento à pesquisa como Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), como ressaltam os organizadores.

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)