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Epidemiologia da toxoplasmose é alvo de estudo

Trabalho, que investiga as populações humanas, animais domésticos de produção e animais silvestres no ciclo de transmissão da doença, institui parceria entre IOC e Embrapa
Por Jornalismo IOC13/09/2012 - Atualizado em 10/12/2019

Trabalho, que investiga as populações humanas, animais domésticos de produção e animais silvestres no ciclo de transmissão da doença, institui parceria entre IOC e Embrapa

Um estudo inédito, que busca mapear a transmissão da toxoplasmose no bioma do Pantanal, está sendo conduzido por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com a Embrapa Pantanal. Realizado na sub-região da Nhecolândia, que corresponde a 19,48% da área total do Pantanal, no município de Corumbá, Mato Grosso do Sul, o trabalho investiga as populações humanas e de animais domésticos e silvestres envolvidos na infecção pelo Toxoplasma gondii, protozoário causador da doença, a partir de abordagem sorológica e molecular.

A estreita relação de animais silvestres com animais domésticos e o homem tem causado maior expansão de agentes infecciosos de caráter zoonótico, como a toxoplasmose. Assim, o conhecimento dos agentes infecciosos presentes na população silvestre auxilia no entendimento epidemiológico e em medidas de prevenção e controle da doença. Neste contexto, o objetivo do estudo é determinar, para a região do Pantanal, a prevalência da infecção por Taxoplasma gondii em animais silvestres, bovinos, ovinos, suínos e população humana, utilizando métodos de diagnóstico sorológicos, caracterização molecular e análise genotípica do polimorfismo para IFN gama. O projeto, fruto da parceria firmada entre o IOC e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é desenvolvido pela veterinária Magyda Dahroug durante o doutoramento no Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC/Fiocruz), sob orientação da pesquisadora Maria Regina Reis Amendoeira, chefe do Laboratório de Toxoplasmose do IOC. O estudo inclui trabalho de campo para captura de animais e a posterior realização de testes laboratoriais. 

Divulgação

O estudo inédito, conduzido por pesquisadores Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com a Embrapa Pantanal, investiga as populações humanas e de animais domésticos e silvestres envolvidos na infecção pelo Toxoplasma gondii

“A princípio, há a possibilidade de que o felino silvestre, como onças, jaguatiricas entre outras espécies de felinos estejam contaminando as pastagens com fezes contendo o protozoário. À medida que bois e carneiros, como qualquer outro animal, se alimentam dessa pastagem, podem ser infectados. A ingestão da carne destes animais, quando preparada e manipulada de forma inadequada, pode, potencialmente, levar à infecção”, explicou Magyda, acrescentando que o consumo de carne bem cozida não oferece risco.  Ela prevê que até o final do ano os resultados devem ser concluídos. Para a especialista Regina Amendoeira, a escolha da região do Pantanal foi imprescindível para o bom desenvolvimento da pesquisa. “Escolhemos a região do Pantanal porque nunca havíamos estudado esse tipo de bioma. Esse estudo é inédito no Brasil”, ressaltou.

Trabalho de campo

As campanhas, como são conhecidos os trabalhos de campo, são realizadas na Fazenda Nhumirim, que possui cerca de 4.313 hectares, e duram em torno de 10 dias. A propriedade é dividida em lotes e uma área determinada é escolhida para a instalação de armadilhas. “Em cada campanha, a armadilha é posicionada em pontos diferentes para, no final do trabalho, abranger toda a fazenda. A escolha é aleatória, mas, como focamos, sobretudo em felinos, procuramos lugares próximos a baías, matas fechadas e nos locais onde sejam visualizadas pegadas de animais”, explica Magyda.

As armadilhas são cobertas com folhas de acuri (espécie de palmeira encontrada no estado de Mato Grosso, de pequeno porte e folhagens grandes) e instaladas no chão ou no alto. Um pedaço de bacon é usado como isca. Além de camuflar a armadilha, a folhagem serve como sombra para o animal. “Após a captura, são realizados exames, como aferição de temperatura, mensuração das frequências cardíacas e respiratórias, pesagem dos animais e exame de sangue.Também é realizada a introdução de um transporder [microchip afixado embaixo da pele], com uma sequência de números que identifica cada animal, capaz de informar os dados da primeira captura caso este for recapturado algum dia, pontua a estudante.

Pesquisa certificada

O estudo realizado na Fazenda Nhumirim tem autorização do SISBIO (Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade), a CEUA (Comissão de Ética no Uso de Animais/Fiocruz), e conta com a supervisão da doutora em Ciência Animal e pesquisadora da Embrapa, Raquel Juliano, e do doutor em Biologia (Ecologia) e pesquisador da Embrapa, Guilherme Mourão.

Sobre a toxoplasmose

A toxoplasmose é uma doença infecciosa, adquirida de forma congênita ou pós natal, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, cuja a forma de resistência (o ocisto) é encontrado nas fezes dos gatos e outros felinos. Homens e outros animais também podem hospedar sob a forma de cistos em seus tecidos. A doença pode ser adquirida pela ingestão de alimentos contaminados e pode apresentar quadro clínico que varia desde casos assintomáticos até aqueles com manifestações graves no miocárdio, fígado e no sistema nervoso central. Também pode causar febre, cansaço, dor de cabeça, gânglios infartados e dores no corpo.

Caroline Carneiro
12/09/2012

Trabalho, que investiga as populações humanas, animais domésticos de produção e animais silvestres no ciclo de transmissão da doença, institui parceria entre IOC e Embrapa
Por: 
jornalismo

Trabalho, que investiga as populações humanas, animais domésticos de produção e animais silvestres no ciclo de transmissão da doença, institui parceria entre IOC e Embrapa

Um estudo inédito, que busca mapear a transmissão da toxoplasmose no bioma do Pantanal, está sendo conduzido por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com a Embrapa Pantanal. Realizado na sub-região da Nhecolândia, que corresponde a 19,48% da área total do Pantanal, no município de Corumbá, Mato Grosso do Sul, o trabalho investiga as populações humanas e de animais domésticos e silvestres envolvidos na infecção pelo Toxoplasma gondii, protozoário causador da doença, a partir de abordagem sorológica e molecular.

A estreita relação de animais silvestres com animais domésticos e o homem tem causado maior expansão de agentes infecciosos de caráter zoonótico, como a toxoplasmose. Assim, o conhecimento dos agentes infecciosos presentes na população silvestre auxilia no entendimento epidemiológico e em medidas de prevenção e controle da doença. Neste contexto, o objetivo do estudo é determinar, para a região do Pantanal, a prevalência da infecção por Taxoplasma gondii em animais silvestres, bovinos, ovinos, suínos e população humana, utilizando métodos de diagnóstico sorológicos, caracterização molecular e análise genotípica do polimorfismo para IFN gama. O projeto, fruto da parceria firmada entre o IOC e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é desenvolvido pela veterinária Magyda Dahroug durante o doutoramento no Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (IPEC/Fiocruz), sob orientação da pesquisadora Maria Regina Reis Amendoeira, chefe do Laboratório de Toxoplasmose do IOC. O estudo inclui trabalho de campo para captura de animais e a posterior realização de testes laboratoriais. 

Divulgação

O estudo inédito, conduzido por pesquisadores Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com a Embrapa Pantanal, investiga as populações humanas e de animais domésticos e silvestres envolvidos na infecção pelo Toxoplasma gondii

“A princípio, há a possibilidade de que o felino silvestre, como onças, jaguatiricas entre outras espécies de felinos estejam contaminando as pastagens com fezes contendo o protozoário. À medida que bois e carneiros, como qualquer outro animal, se alimentam dessa pastagem, podem ser infectados. A ingestão da carne destes animais, quando preparada e manipulada de forma inadequada, pode, potencialmente, levar à infecção”, explicou Magyda, acrescentando que o consumo de carne bem cozida não oferece risco.  Ela prevê que até o final do ano os resultados devem ser concluídos. Para a especialista Regina Amendoeira, a escolha da região do Pantanal foi imprescindível para o bom desenvolvimento da pesquisa. “Escolhemos a região do Pantanal porque nunca havíamos estudado esse tipo de bioma. Esse estudo é inédito no Brasil”, ressaltou.

Trabalho de campo



As campanhas, como são conhecidos os trabalhos de campo, são realizadas na Fazenda Nhumirim, que possui cerca de 4.313 hectares, e duram em torno de 10 dias. A propriedade é dividida em lotes e uma área determinada é escolhida para a instalação de armadilhas. “Em cada campanha, a armadilha é posicionada em pontos diferentes para, no final do trabalho, abranger toda a fazenda. A escolha é aleatória, mas, como focamos, sobretudo em felinos, procuramos lugares próximos a baías, matas fechadas e nos locais onde sejam visualizadas pegadas de animais”, explica Magyda.

As armadilhas são cobertas com folhas de acuri (espécie de palmeira encontrada no estado de Mato Grosso, de pequeno porte e folhagens grandes) e instaladas no chão ou no alto. Um pedaço de bacon é usado como isca. Além de camuflar a armadilha, a folhagem serve como sombra para o animal. “Após a captura, são realizados exames, como aferição de temperatura, mensuração das frequências cardíacas e respiratórias, pesagem dos animais e exame de sangue.Também é realizada a introdução de um transporder [microchip afixado embaixo da pele], com uma sequência de números que identifica cada animal, capaz de informar os dados da primeira captura caso este for recapturado algum dia, pontua a estudante.

Pesquisa certificada

O estudo realizado na Fazenda Nhumirim tem autorização do SISBIO (Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade), a CEUA (Comissão de Ética no Uso de Animais/Fiocruz), e conta com a supervisão da doutora em Ciência Animal e pesquisadora da Embrapa, Raquel Juliano, e do doutor em Biologia (Ecologia) e pesquisador da Embrapa, Guilherme Mourão.

Sobre a toxoplasmose



A toxoplasmose é uma doença infecciosa, adquirida de forma congênita ou pós natal, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, cuja a forma de resistência (o ocisto) é encontrado nas fezes dos gatos e outros felinos. Homens e outros animais também podem hospedar sob a forma de cistos em seus tecidos. A doença pode ser adquirida pela ingestão de alimentos contaminados e pode apresentar quadro clínico que varia desde casos assintomáticos até aqueles com manifestações graves no miocárdio, fígado e no sistema nervoso central. Também pode causar febre, cansaço, dor de cabeça, gânglios infartados e dores no corpo.

Caroline Carneiro

12/09/2012

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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