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Estímulos no sistema imune podem contribuir para a reversão de dano cognitivo causado pela malária e melhorar a memória de reconhecimento na homeostase

Recuperação de déficits neurocognitivos ocorreu após utilização de imunógenos em camundongos
Por Jornalismo IOC24/09/2021 - Atualizado em 04/10/2021

O efeito de estímulos imunes na manutenção da função neurocognitiva, que pode ser afetada pela infecção por malária, foi o alvo de novo estudo conduzido pelo Laboratório de Pesquisa em Malária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Em artigo publicado na revista Scientifc Reports, os autores relatam que o estímulo da resposta imune com uma combinação de imunógenos referenciados como promotores de resposta imune do tipo 2 aumentou a memória de reconhecimento de longa duração de camundongos adultos jovens saudáveis e reverteu o comprometimento neurocognitivo causado pela infecção experimental com o parasito causador da malária murina Plasmodium berghei ANKA.

“Considerando que os sistemas imune e nervoso são cognitivos e interagem entre si e que a malária, sobretudo na sua forma cerebral, pode causar comprometimento cognitivo em humanos e no modelo experimental, nós trabalhamos com a possibilidade de que as performances cognitivas poderiam ser aprimoradas através de estímulos imunes promotores da cognição”, destaca Luciana Pereira de Sousa, pós-doutoranda que divide a primeira autoria do artigo com a pesquisadora Flávia Lima Ribeiro-Gomes, ambas do Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC, liderado por Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro.

O modelo experimental empregado no trabalho é o mais comumente utilizado para o estudo da malária cerebral, tendo sido os animais, entretanto, tratados antes do surgimento de qualquer manifestação clínica de comprometimento cerebral. “Da forma como o usamos, esse modelo simula o cenário de malária humana mais prevalente no mundo, a causada pelo Plasmodium falciparum, que pode resultar em malária cerebral, a forma mais grave da doença, que é, entretanto, prevenida no modelo de laboratório, pelo tratamento na fase inicial da doença”, explica Cáudio Ribeiro.

Da esquerda para direita: Luciana Pereira de Sousa, Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro e Flávia Lima Ribeiro-Gomes. Fotos: arquivo pessoal
 

Para avaliar a hipótese, camundongos foram divididos em quatro grupos: saudáveis sem estimulação do sistema imune; saudáveis com estimulação; infectados com P. berghei ANKA, tratados e sem estimulação; e infectados com P. berghei ANKA, tratados e imunoestimulados. A pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais do Instituto Oswaldo Cruz (CEUA-IOC) e seguiu todos os procedimentos éticos para saúde e bem-estar dos animais.

Após a realização dos protocolos de infecção, tratamento e imunização, todos os grupos experimentais e controle foram submetidos a estudos imunológicos e a uma série de tarefas de comportamento, nas quais foram analisadas a capacidade locomotora, a memória de reconhecimento de objeto novo e o comportamento do tipo ansioso.

Os resultados apontam que os camundongos saudáveis que tiveram o sistema imune estimulado, quando comparados aos camundongos do grupo controle (saudáveis e não estimulados), apresentaram melhor desempenho na tarefa de reconhecimento de objeto. Já os camundongos que tiveram um episódio de malária não grave e passaram pelo mesmo processo de estimulação imune apresentaram reversão do déficit neurocognitivo e da ansiedade causados pela malária.

“O estudo evidencia que estímulos imunes de um determinado tipo podem ser benéficos para a memória de reconhecimento com potencial no tratamento adjuvante de sequelas neurocognitivas de doenças infecciosas, como a malária, e, eventualmente, de doenças crônico-degenerativas, e até na atenuação dos efeitos naturais do envelhecimento”, conclui o grupo.

O trabalho foi realizado em conjunto com neurocientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade de Ouro Preto e colaboradores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

O atual trabalho deriva de outro realizado em 2018, publicado na Revista Parasite & Vectors, sobre os efeitos a longo prazo da malária no comportamento, com o mesmo modelo experimental aplicado ao estudo atual. Na época, não havia relatos de comprometimento da memória e ansiedade em modelos experimentais tradicionais de malária não grave. O emprego do modelo na forma em que vem sendo feito pelo grupo do Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC deu aos autores a possibilidade de estudar o efeito dos estímulos imunes em sequelas neurocognitivas de uma doença infecciosa, além de na homeostase.

Nas próximas etapas, o grupo visa estudar os mecanismos imunes e cerebrais que justificam os achados dos estudos conduzidos até o momento.

Recuperação de déficits neurocognitivos ocorreu após utilização de imunógenos em camundongos
Por: 
jornalismo

O efeito de estímulos imunes na manutenção da função neurocognitiva, que pode ser afetada pela infecção por malária, foi o alvo de novo estudo conduzido pelo Laboratório de Pesquisa em Malária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Em artigo publicado na revista Scientifc Reports, os autores relatam que o estímulo da resposta imune com uma combinação de imunógenos referenciados como promotores de resposta imune do tipo 2 aumentou a memória de reconhecimento de longa duração de camundongos adultos jovens saudáveis e reverteu o comprometimento neurocognitivo causado pela infecção experimental com o parasito causador da malária murina Plasmodium berghei ANKA.

“Considerando que os sistemas imune e nervoso são cognitivos e interagem entre si e que a malária, sobretudo na sua forma cerebral, pode causar comprometimento cognitivo em humanos e no modelo experimental, nós trabalhamos com a possibilidade de que as performances cognitivas poderiam ser aprimoradas através de estímulos imunes promotores da cognição”, destaca Luciana Pereira de Sousa, pós-doutoranda que divide a primeira autoria do artigo com a pesquisadora Flávia Lima Ribeiro-Gomes, ambas do Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC, liderado por Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro.

O modelo experimental empregado no trabalho é o mais comumente utilizado para o estudo da malária cerebral, tendo sido os animais, entretanto, tratados antes do surgimento de qualquer manifestação clínica de comprometimento cerebral. “Da forma como o usamos, esse modelo simula o cenário de malária humana mais prevalente no mundo, a causada pelo Plasmodium falciparum, que pode resultar em malária cerebral, a forma mais grave da doença, que é, entretanto, prevenida no modelo de laboratório, pelo tratamento na fase inicial da doença”, explica Cáudio Ribeiro.

Da esquerda para direita: Luciana Pereira de Sousa, Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro e Flávia Lima Ribeiro-Gomes. Fotos: arquivo pessoal
 

Para avaliar a hipótese, camundongos foram divididos em quatro grupos: saudáveis sem estimulação do sistema imune; saudáveis com estimulação; infectados com P. berghei ANKA, tratados e sem estimulação; e infectados com P. berghei ANKA, tratados e imunoestimulados. A pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais do Instituto Oswaldo Cruz (CEUA-IOC) e seguiu todos os procedimentos éticos para saúde e bem-estar dos animais.

Após a realização dos protocolos de infecção, tratamento e imunização, todos os grupos experimentais e controle foram submetidos a estudos imunológicos e a uma série de tarefas de comportamento, nas quais foram analisadas a capacidade locomotora, a memória de reconhecimento de objeto novo e o comportamento do tipo ansioso.

Os resultados apontam que os camundongos saudáveis que tiveram o sistema imune estimulado, quando comparados aos camundongos do grupo controle (saudáveis e não estimulados), apresentaram melhor desempenho na tarefa de reconhecimento de objeto. Já os camundongos que tiveram um episódio de malária não grave e passaram pelo mesmo processo de estimulação imune apresentaram reversão do déficit neurocognitivo e da ansiedade causados pela malária.

“O estudo evidencia que estímulos imunes de um determinado tipo podem ser benéficos para a memória de reconhecimento com potencial no tratamento adjuvante de sequelas neurocognitivas de doenças infecciosas, como a malária, e, eventualmente, de doenças crônico-degenerativas, e até na atenuação dos efeitos naturais do envelhecimento”, conclui o grupo.

O trabalho foi realizado em conjunto com neurocientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade de Ouro Preto e colaboradores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

O atual trabalho deriva de outro realizado em 2018, publicado na Revista Parasite & Vectors, sobre os efeitos a longo prazo da malária no comportamento, com o mesmo modelo experimental aplicado ao estudo atual. Na época, não havia relatos de comprometimento da memória e ansiedade em modelos experimentais tradicionais de malária não grave. O emprego do modelo na forma em que vem sendo feito pelo grupo do Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC deu aos autores a possibilidade de estudar o efeito dos estímulos imunes em sequelas neurocognitivas de uma doença infecciosa, além de na homeostase.

Nas próximas etapas, o grupo visa estudar os mecanismos imunes e cerebrais que justificam os achados dos estudos conduzidos até o momento.

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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