O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras
Portuguese English Spanish
Interface
Adjust the interface to make it easier to use for different conditions.
This renders the document in high contrast mode.
This renders the document as white on black
This can help those with trouble processing rapid screen movements.
This loads a font easier to read for people with dyslexia.

vw_cabecalho_novo

Busca Avançada
Você está aqui: Notícias » Estudos genéticos no combate à hanseníase

Estudos genéticos no combate à hanseníase

Descobertas sobre características genéticas associadas à hanseníase serão apresentadas no Simpósio França Brasil: Os desafios da ciência biomédica no início do século XXI, realizado pela Fiocruz
Por Jornalismo IOC15/10/2009 - Atualizado em 10/12/2019

A investigação de características genéticas associadas a doenças é um dos campos de atividade mais intensa na pesquisa biomédica, na atualizada. O Laboratório de Hanseníase do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) tem investigado a suscetibilidade genética para doenças infecciosas, principalmente a hanseníase. Resultados destas pesquisas foram apresentados pelo biólogo Milton Moraes durante o Simpósio França Brasil: Os desafios da ciência biomédica no início do século XXI, nesta quarta-feira (21/10), no campus de Manguinhos (RJ).

 Gutemberg Brito

 

 Milton Ozório durante a palestra Polimorfismos de genes humanos e hanseníase, no Simpósio França Brasil

Em sua fala, o pesquisador fez uma retrospectiva dos avanços alcançados pelo IOC neste campo. Em 2007, Milton participou de uma colaboração multinacional que resultou na identificação da linfotoxina-&945;, um gene associado à suscetibilidade humana à hanseníase. O estudo desenvolvido no IOC integra uma rede mundial de pesquisa colaborativa com parcerias entre instituições do Brasil, Canadá, França, Índia e Vietnã. A rede permite o estudo integrado do genoma e de micobactérias que ocorrem em diversos países.

Após dois anos de atividades, o Laboratório de Hanseníase identificou mais três genes relacionados com a suscetibilidade humana à infecção. Os genes TNF (Fator de Neurose Tumoral), Interferon-gama e Interleucina-10 são apontados como marcadores genéticos capazes de sinalizar uma maior propensão de um indivíduo a desenvolver a infecção pelo Mycobacterium. Leprae – o agente causador da doença. “Eles controlam a ativação de células em resposta a infecções e são responsáveis pela regulação da imunidade na hanseníase. “Os pacientes com hanseníase não ativam completamente este sistema que controla a multiplicação da micobactéria, apresentando uma resposta imune fraca. Essa resposta significa muitas vezes que a pessoa tem uma probabilidade maior de desenvolver a doença”, indica Milton.

De acordo com o pesquisador, a identificação do funcionamento destes genes nos diferentes padrões imunológicos encontrados em seres humanos é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de prevenção específica, que levem em consideração as características genéticas de cada indivíduo.

A descoberta dos genes associados a uma maior propensão à hanseníase também pode auxiliar na elaboração de vacinas e no tratamento de outras infecções. “Ao definir os principais fatores imunológicos que regulam os processos de proteção do organismo a doenças infecciosas podemos pensar em novos alvos para a pesquisa de imunobiológicos e estratégias alternativas de vacinação. Nossa meta é aplicar a mesma técnica utilizada no estudo da hanseníase para investigar a suscetibilidade genética do homem a outras doenças infecciosas, como leishmaniose, dengue e tuberculose”, pontua o biólogo.

Hanseníase

Em 2007, foram registrados 254.525 novos casos de hanseníase no mundo, sendo que 54% ocorreram na Índia. Deste total, 40 mil casos ocorreram no Brasil, sendo 8% em menores de 15 anos. Cerca de 3 mil casos são diagnosticados em fases avançadas da doença, com deformidades físicas. Em 2007, a taxa de detecção do Brasil foi de 21,2 para cada 100 mil habitantes, considerada alta. A maior concentração de casos está nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, de acordo com dados do Ministério da Saúde.


Serviço:

Simpósio França Brasil: Os desafios da ciência biomédica no início do século XXI
Data: 20 a 22 de outubro de 2009
Campus da Fiocruz - Manguinhos, Rio de Janeiro (RJ)
Programação e informações no www.fiocruz.br/simposiofrancabrasil
A palestra Polimorfismos de genes humanos e hanseníase será apresentada no dia 21/10 (quarta-feira), às 12h.

Pâmela Pinto

15/10/09

.

Descobertas sobre características genéticas associadas à hanseníase serão apresentadas no Simpósio França Brasil: Os desafios da ciência biomédica no início do século XXI, realizado pela Fiocruz
Por: 
jornalismo

A investigação de características genéticas associadas a doenças é um dos campos de atividade mais intensa na pesquisa biomédica, na atualizada. O Laboratório de Hanseníase do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) tem investigado a suscetibilidade genética para doenças infecciosas, principalmente a hanseníase. Resultados destas pesquisas foram apresentados pelo biólogo Milton Moraes durante o Simpósio França Brasil: Os desafios da ciência biomédica no início do século XXI, nesta quarta-feira (21/10), no campus de Manguinhos (RJ).

 Gutemberg Brito

 

 Milton Ozório durante a palestra Polimorfismos de genes humanos e hanseníase, no Simpósio França Brasil

Em sua fala, o pesquisador fez uma retrospectiva dos avanços alcançados pelo IOC neste campo. Em 2007, Milton participou de uma colaboração multinacional que resultou na identificação da linfotoxina-&945;, um gene associado à suscetibilidade humana à hanseníase. O estudo desenvolvido no IOC integra uma rede mundial de pesquisa colaborativa com parcerias entre instituições do Brasil, Canadá, França, Índia e Vietnã. A rede permite o estudo integrado do genoma e de micobactérias que ocorrem em diversos países.

Após dois anos de atividades, o Laboratório de Hanseníase identificou mais três genes relacionados com a suscetibilidade humana à infecção. Os genes TNF (Fator de Neurose Tumoral), Interferon-gama e Interleucina-10 são apontados como marcadores genéticos capazes de sinalizar uma maior propensão de um indivíduo a desenvolver a infecção pelo Mycobacterium. Leprae – o agente causador da doença. “Eles controlam a ativação de células em resposta a infecções e são responsáveis pela regulação da imunidade na hanseníase. “Os pacientes com hanseníase não ativam completamente este sistema que controla a multiplicação da micobactéria, apresentando uma resposta imune fraca. Essa resposta significa muitas vezes que a pessoa tem uma probabilidade maior de desenvolver a doença”, indica Milton.

De acordo com o pesquisador, a identificação do funcionamento destes genes nos diferentes padrões imunológicos encontrados em seres humanos é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de prevenção específica, que levem em consideração as características genéticas de cada indivíduo.

A descoberta dos genes associados a uma maior propensão à hanseníase também pode auxiliar na elaboração de vacinas e no tratamento de outras infecções. “Ao definir os principais fatores imunológicos que regulam os processos de proteção do organismo a doenças infecciosas podemos pensar em novos alvos para a pesquisa de imunobiológicos e estratégias alternativas de vacinação. Nossa meta é aplicar a mesma técnica utilizada no estudo da hanseníase para investigar a suscetibilidade genética do homem a outras doenças infecciosas, como leishmaniose, dengue e tuberculose”, pontua o biólogo.

Hanseníase

Em 2007, foram registrados 254.525 novos casos de hanseníase no mundo, sendo que 54% ocorreram na Índia. Deste total, 40 mil casos ocorreram no Brasil, sendo 8% em menores de 15 anos. Cerca de 3 mil casos são diagnosticados em fases avançadas da doença, com deformidades físicas. Em 2007, a taxa de detecção do Brasil foi de 21,2 para cada 100 mil habitantes, considerada alta. A maior concentração de casos está nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, de acordo com dados do Ministério da Saúde.



Serviço:

Simpósio França Brasil: Os desafios da ciência biomédica no início do século XXI

Data: 20 a 22 de outubro de 2009

Campus da Fiocruz - Manguinhos, Rio de Janeiro (RJ)

Programação e informações no www.fiocruz.br/simposiofrancabrasil

A palestra Polimorfismos de genes humanos e hanseníase será apresentada no dia 21/10 (quarta-feira), às 12h.

Pâmela Pinto

15/10/09

.

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)