O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras
Portuguese English Spanish
Interface
Adjust the interface to make it easier to use for different conditions.
This renders the document in high contrast mode.
This renders the document as white on black
This can help those with trouble processing rapid screen movements.
This loads a font easier to read for people with dyslexia.
Busca Avançada
Você está aqui: Notícias » França e Brasil comemoram 20 anos de cooperação científica

França e Brasil comemoram 20 anos de cooperação científica

Evento internacional reforçou a importância de projetos em parceria e do intercâmbio cultural e científico entre pesquisadores do Inserm e da Fiocruz
Por Jornalismo IOC16/03/2011 - Atualizado em 10/12/2019

Uma parceria que dá certo há duas décadas, aproximando cientistas do Brasil e da França. Nos dias 14 e 15 de março, o simpósio Fiocruz-Inserm: 20 anos de cooperação científica celebrou a antiga – e produtiva – colaboração internacional entre o Instituto Nacional Científico e de Pesquisa Médica da França (Inserm) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que já resultou em mais de 60 projetos conjuntos. Durante o evento, algumas das parcerias mais recentes entre o Inserm e os Laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) tiveram espaço.

Um laboratório binacional
O pesquisador do IOC Wilson Savino e a pesquisadora do Inserm Gillian Butler-Browne apresentaram a experiência desafiadora de manter um laboratório binacional. Os dois destacaram o desenvolvimento de ações convergentes das duas instituições no aprofundamento e na solução das questões relacionadas à Medicina e à Biologia através de pesquisadores e de estudantes correspondentes. Savino ressaltou os benefícios deste intercâmbio, permitindo o fluxo de pessoas e ideias de duas nações tão diferentes. “Essa interação intensifica a geração do conhecimento e a própria interpretação do conhecimento gerado”, enfatizou, ressaltando o impacto para estudantes de doutorado, mestrado e graduação. “É muito importante a possibilidade dos jovens adquirirem experiência de internacionalização do conhecimento”, afirmou.

Gutemberg Brito

Gillian Butler-Browne, pesquisadora do Inserm, destacou o desenolvimento de ações convergentes das duas instituições no aprofundamento e na solução das questões relacionadas à Medicina e à Biologia através de pesquisadores e de estudantes correspondentes

Os estudos em andamento nesta incluem uma nova terapia com o objetivo de amenizar os efeitos do processo inflamatório da distrofia muscular de Duchenne (doença neuromuscular progressiva e destrutiva, que afeta principalmente meninos), desenvolvido com a colaboração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Outra linha de pesquisa observa o efeito da laminina (proteína responsável pela estrutura e união das células do corpo) na migração, proliferação e sobrevivência de células humanas transplantadas. Também é investigada a indução de tolerância imunológica a células miogênicas (capazes de se transformar em células musculares) em camundongos imunocompetentes, com o objetivo de testar se as células desses camundongos se tornam permissivas a um implante de células humanas, sem rejeição imunológica.

Estratégias para a doença de Chagas
Acompanhada do pesquisador francês Jean-Jacques Feige, a pesquisadora do IOC Tania Araújo-Jorge apresentou o estudo colaborativo sobre o papel da citocina TGFß na doença de Chagas. “Desde os primeiros trabalhos até as investigações atuais, as grandes linhas de pesquisa sobre TGFß estão relacionadas à regulação da resposta imune, à invasão parasito hospedeiro, à modulação de ciclos intracelular do parasito e ao desenvolvimento de fibrose. Atualmente, temos um bom modelo tanto para a fase aguda quanto para a fase crônica da doença, que nos permite controlar e monitorar parâmetros, além de testar nesses modelos diferentes estratégias”, destacou. “No caso específico do nosso estudo, o TGFß está entrando na lógica de reguladores de patologia e nós temos a possibilidade de testar várias combinações”, concluiu.

Gutemberg Brito

A diretora do IOC, Tânia Araujo-Jorge, ressaltou que os vinte anos de cooperação foram decisivos para que muitos grupos de pesquisa na França e no Brasil passassem a colaborar e desenvolver linhas de pesquisa de grande importância

A pesquisadora ressaltou importantes desdobramentos da parceria entre as instiuições. “Esses 20 anos de cooperação entre Inserm e Fiocruz foram decisivos para que muitos grupos de pesquisa na França e no Brasil passassem a colaborar e desenvolver linhas de pesquisa de grande importância. A partir deste núcleo, outras redes se formaram, ampliando a conectividade e a interatividade dos grupos de pesquisa brasileiros com grupos da rede Latino Americana e da rede de pesquisa Norte-Sul, em que a Europa tem um papel fundamental”, Tania destacou.

Hepatite B em foco
A pesquisadora Selma Andrade Gomes, do Laboratório de Virologia Molecular do IOC, juntamente com o pesquisador Christian Trépo, do Inserm, introduziram o projeto que investiga vírus da hepatite B (HBV) associados a casos de infecção oculta ou de resistência aos tratamentos antivirais. Selma falou sobre as diferenças nas taxas de prevalência em níveis mundiais de infecção oculta envolvendo o HVB e o HIV, que pode variar de 0% até 90% entre alguns países, e comparou a lamevudina (um dos primeiros medicamentos utilizados na terapia contra hepatite B, associado a alta resistência) com as drogas desenvolvidas recentemente e que apresentam uma baixa resistência.

Gutemberg Brito

A pesquisadora Selma Andrade Gomes, do Laboratório de Virologia Molecular do IOC, apresentou o projeto que investiga o vírus da hepatite B (HBV) associados a casos de infecção oculta ou de resistência aos tratamentos antivirais

Além disso, apresentou o trabalho desenvolvido pela equipe brasileira com pacientes de diversos estados mostrando que a lamevudina é empregada em mais de 80% dos tratamentos enquanto terapia ou em terapias combinadas. “As terapias combinadas são utilizadas para resgatar as mutações em lamevudina. Quando comparamos a amostra brasileira com as internacionais, observamos que a carga viral diminui e que os nossos níveis de positividade para o genoma viral são muito altos, inclusive com drogas mais eficientes”, explicou.

Cristiane Albuquerque e Úrsula Neves

16/03/11

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação/Instituto Oswaldo Cruz)


 

Evento internacional reforçou a importância de projetos em parceria e do intercâmbio cultural e científico entre pesquisadores do Inserm e da Fiocruz
Por: 
jornalismo

Uma parceria que dá certo há duas décadas, aproximando cientistas do Brasil e da França. Nos dias 14 e 15 de março, o simpósio Fiocruz-Inserm: 20 anos de cooperação científica celebrou a antiga – e produtiva – colaboração internacional entre o Instituto Nacional Científico e de Pesquisa Médica da França (Inserm) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que já resultou em mais de 60 projetos conjuntos. Durante o evento, algumas das parcerias mais recentes entre o Inserm e os Laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) tiveram espaço.

Um laboratório binacional

O pesquisador do IOC Wilson Savino e a pesquisadora do Inserm Gillian Butler-Browne apresentaram a experiência desafiadora de manter um laboratório binacional. Os dois destacaram o desenvolvimento de ações convergentes das duas instituições no aprofundamento e na solução das questões relacionadas à Medicina e à Biologia através de pesquisadores e de estudantes correspondentes. Savino ressaltou os benefícios deste intercâmbio, permitindo o fluxo de pessoas e ideias de duas nações tão diferentes. “Essa interação intensifica a geração do conhecimento e a própria interpretação do conhecimento gerado”, enfatizou, ressaltando o impacto para estudantes de doutorado, mestrado e graduação. “É muito importante a possibilidade dos jovens adquirirem experiência de internacionalização do conhecimento”, afirmou.

Gutemberg Brito

Gillian Butler-Browne, pesquisadora do Inserm, destacou o desenolvimento de ações convergentes das duas instituições no aprofundamento e na solução das questões relacionadas à Medicina e à Biologia através de pesquisadores e de estudantes correspondentes

Os estudos em andamento nesta incluem uma nova terapia com o objetivo de amenizar os efeitos do processo inflamatório da distrofia muscular de Duchenne (doença neuromuscular progressiva e destrutiva, que afeta principalmente meninos), desenvolvido com a colaboração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Outra linha de pesquisa observa o efeito da laminina (proteína responsável pela estrutura e união das células do corpo) na migração, proliferação e sobrevivência de células humanas transplantadas. Também é investigada a indução de tolerância imunológica a células miogênicas (capazes de se transformar em células musculares) em camundongos imunocompetentes, com o objetivo de testar se as células desses camundongos se tornam permissivas a um implante de células humanas, sem rejeição imunológica.

Estratégias para a doença de Chagas

Acompanhada do pesquisador francês Jean-Jacques Feige, a pesquisadora do IOC Tania Araújo-Jorge apresentou o estudo colaborativo sobre o papel da citocina TGFß na doença de Chagas. “Desde os primeiros trabalhos até as investigações atuais, as grandes linhas de pesquisa sobre TGFß estão relacionadas à regulação da resposta imune, à invasão parasito hospedeiro, à modulação de ciclos intracelular do parasito e ao desenvolvimento de fibrose. Atualmente, temos um bom modelo tanto para a fase aguda quanto para a fase crônica da doença, que nos permite controlar e monitorar parâmetros, além de testar nesses modelos diferentes estratégias”, destacou. “No caso específico do nosso estudo, o TGFß está entrando na lógica de reguladores de patologia e nós temos a possibilidade de testar várias combinações”, concluiu.

Gutemberg Brito

A diretora do IOC, Tânia Araujo-Jorge, ressaltou que os vinte anos de cooperação foram decisivos para que muitos grupos de pesquisa na França e no Brasil passassem a colaborar e desenvolver linhas de pesquisa de grande importância

A pesquisadora ressaltou importantes desdobramentos da parceria entre as instiuições. “Esses 20 anos de cooperação entre Inserm e Fiocruz foram decisivos para que muitos grupos de pesquisa na França e no Brasil passassem a colaborar e desenvolver linhas de pesquisa de grande importância. A partir deste núcleo, outras redes se formaram, ampliando a conectividade e a interatividade dos grupos de pesquisa brasileiros com grupos da rede Latino Americana e da rede de pesquisa Norte-Sul, em que a Europa tem um papel fundamental”, Tania destacou.

Hepatite B em foco

A pesquisadora Selma Andrade Gomes, do Laboratório de Virologia Molecular do IOC, juntamente com o pesquisador Christian Trépo, do Inserm, introduziram o projeto que investiga vírus da hepatite B (HBV) associados a casos de infecção oculta ou de resistência aos tratamentos antivirais. Selma falou sobre as diferenças nas taxas de prevalência em níveis mundiais de infecção oculta envolvendo o HVB e o HIV, que pode variar de 0% até 90% entre alguns países, e comparou a lamevudina (um dos primeiros medicamentos utilizados na terapia contra hepatite B, associado a alta resistência) com as drogas desenvolvidas recentemente e que apresentam uma baixa resistência.

Gutemberg Brito

A pesquisadora Selma Andrade Gomes, do Laboratório de Virologia Molecular do IOC, apresentou o projeto que investiga o vírus da hepatite B (HBV) associados a casos de infecção oculta ou de resistência aos tratamentos antivirais

Além disso, apresentou o trabalho desenvolvido pela equipe brasileira com pacientes de diversos estados mostrando que a lamevudina é empregada em mais de 80% dos tratamentos enquanto terapia ou em terapias combinadas. “As terapias combinadas são utilizadas para resgatar as mutações em lamevudina. Quando comparamos a amostra brasileira com as internacionais, observamos que a carga viral diminui e que os nossos níveis de positividade para o genoma viral são muito altos, inclusive com drogas mais eficientes”, explicou.

Cristiane Albuquerque e Úrsula Neves

16/03/11

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação/Instituto Oswaldo Cruz)



 

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.