O uso da tecnologia de informação como base para o processamento de dados biológicos é uma das abordagens científicas mais promissoras da atualidade. A chamada biologia computacional encara, com a ajuda dos computadores, o desafio de lidar com o volume gigantesco de dados contidos no código genético de diferentes organismos.
A proposta de criação do Pólo de Biologia Computacional e Sistemas foi aprovada recentemente, durante o Congresso Interno da Fiocruz, realizado em outubro de 2010. O pólo tem a proposta de unir competências de diferentes Institutos, inclusive regionais, a fim de ampliar as discussões em torno da área genômica e biologia computacional, procurando colocar em prática projetos de abrangência nacional e internacional. Um dos nossos projetos usa a plataforma tecnológica de ensaios em alta vazão no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) para estudos em metagenômica funcional, quimiogenômica e de descoberta de novos fármacos, vinculado à pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas, do IOC, e que conta com o apoio da CAPES, relatou o chefe do Laboratório de Biologia Computacional e Sistemas do IOC Alberto Dávila. Ele é um dos proponentes da criação do pólo ao lado dos pesquisadores Ana Carolina Paulo Vicente, do Laboratório de Genética Molecular de Microorganismos, Adeilton Alves Brandão, do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas, Floriano Paes Silva Júnior, do Laboratório de Bioquímica de Proteínas e Peptídeos e Antônio Basílio Miranda, do Laboratório de Biologia Computacional e Sistemas, além dos colaboradores Sérgio Luz (Fiocruz-Manaus), Jerônimo Ruiz (Fiocruz -Minas) e Christian Probst (Fiocruz-Paraná).
O projeto é divido em cinco núcleos: Observatório avançado de doenças emergentes; Moléculas bioativas de interesse em saúde e biotecnologia; Microbiomas para saúde pública e biotecnologia; Banco de dados de genomas e suas partes construídas artificialmente; e Incubadora de software e bancos de dados para Biologia Computacional e Sistemas. Para Alberto Dávila, o ‘observatório avançado de doenças emergentes’ será um dos destaques do Pólo. Seria muito interessante atuarmos em fronteiras, com a possibilidade de monitorar que tipos de organismos patogênicos estão circulando nessas áreas. No caso de encontrarmos uma cepa de uma bactéria muito resistente, por exemplo, seria possível detectar e informar rapidamente os órgãos competentes. A ideia é detectar possíveis epidemias antes que elas se alastrem, detalhou.
No núcleo de ‘Moléculas bioativas de interesse em saúde e biotecnologia’, a intenção é sequenciar biomas específicos, pois além da possibilidade de mapear a biodiversidade do solo, do mar e do ar, será possível identificar micro-organismos que produzam moléculas de interesse biotecnológico e em saúde. Referente a esta segunda área, a Fiocruz recentemente teve o projeto de biodiversidade molecular usando código de barras (barcoding) aprovado, como parte de uma rede nacional financiada pelo CNPq, coordenado pelo pesquisador Fernando Monteiro, do IOC. O pólo entrou como responsável pela parte de Bioinformática. A área de Nanotecnologia e Biologia Sintética é a mais desafiadora do pólo. Como Alberto Dávila indicou, trata-se provavelmente de uma iniciativa pioneira no país.
Já existem todas as ferramentas funcionais na Fiocruz para a consolidação da área de banco de dados, mas a equipe gestora do pólo pretende que a estruturação seja realizada de forma mais integrada, considerando a crescente necessidade que a Fiocruz possui em tecnologia de alta vazão. Envolvido atualmente nos projetos de sequenciamento de genomas bacterianos de interesse em saúde e do genoma da Leishmania amazonensis, agente causador da leishmaniose cutânea.
Úrsula Neves
01/03/11
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação/Instituto Oswaldo Cruz)
O uso da tecnologia de informação como base para o processamento de dados biológicos é uma das abordagens científicas mais promissoras da atualidade. A chamada biologia computacional encara, com a ajuda dos computadores, o desafio de lidar com o volume gigantesco de dados contidos no código genético de diferentes organismos.
A proposta de criação do Pólo de Biologia Computacional e Sistemas foi aprovada recentemente, durante o Congresso Interno da Fiocruz, realizado em outubro de 2010. O pólo tem a proposta de unir competências de diferentes Institutos, inclusive regionais, a fim de ampliar as discussões em torno da área genômica e biologia computacional, procurando colocar em prática projetos de abrangência nacional e internacional. Um dos nossos projetos usa a plataforma tecnológica de ensaios em alta vazão no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) para estudos em metagenômica funcional, quimiogenômica e de descoberta de novos fármacos, vinculado à pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas, do IOC, e que conta com o apoio da CAPES, relatou o chefe do Laboratório de Biologia Computacional e Sistemas do IOC Alberto Dávila. Ele é um dos proponentes da criação do pólo ao lado dos pesquisadores Ana Carolina Paulo Vicente, do Laboratório de Genética Molecular de Microorganismos, Adeilton Alves Brandão, do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas, Floriano Paes Silva Júnior, do Laboratório de Bioquímica de Proteínas e Peptídeos e Antônio Basílio Miranda, do Laboratório de Biologia Computacional e Sistemas, além dos colaboradores Sérgio Luz (Fiocruz-Manaus), Jerônimo Ruiz (Fiocruz -Minas) e Christian Probst (Fiocruz-Paraná).
O projeto é divido em cinco núcleos: Observatório avançado de doenças emergentes; Moléculas bioativas de interesse em saúde e biotecnologia; Microbiomas para saúde pública e biotecnologia; Banco de dados de genomas e suas partes construídas artificialmente; e Incubadora de software e bancos de dados para Biologia Computacional e Sistemas. Para Alberto Dávila, o ‘observatório avançado de doenças emergentes’ será um dos destaques do Pólo. Seria muito interessante atuarmos em fronteiras, com a possibilidade de monitorar que tipos de organismos patogênicos estão circulando nessas áreas. No caso de encontrarmos uma cepa de uma bactéria muito resistente, por exemplo, seria possível detectar e informar rapidamente os órgãos competentes. A ideia é detectar possíveis epidemias antes que elas se alastrem, detalhou.
No núcleo de ‘Moléculas bioativas de interesse em saúde e biotecnologia’, a intenção é sequenciar biomas específicos, pois além da possibilidade de mapear a biodiversidade do solo, do mar e do ar, será possível identificar micro-organismos que produzam moléculas de interesse biotecnológico e em saúde. Referente a esta segunda área, a Fiocruz recentemente teve o projeto de biodiversidade molecular usando código de barras (barcoding) aprovado, como parte de uma rede nacional financiada pelo CNPq, coordenado pelo pesquisador Fernando Monteiro, do IOC. O pólo entrou como responsável pela parte de Bioinformática. A área de Nanotecnologia e Biologia Sintética é a mais desafiadora do pólo. Como Alberto Dávila indicou, trata-se provavelmente de uma iniciativa pioneira no país.
Já existem todas as ferramentas funcionais na Fiocruz para a consolidação da área de banco de dados, mas a equipe gestora do pólo pretende que a estruturação seja realizada de forma mais integrada, considerando a crescente necessidade que a Fiocruz possui em tecnologia de alta vazão. Envolvido atualmente nos projetos de sequenciamento de genomas bacterianos de interesse em saúde e do genoma da Leishmania amazonensis, agente causador da leishmaniose cutânea.
Úrsula Neves
01/03/11
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação/Instituto Oswaldo Cruz)
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)