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Há 45 anos formando tropicalistas para o Brasil e o mundo

Pós-graduação em Medicina Tropical do IOC celebra bodas de rubi e a marca de 670 mestres e doutores formados
Por Yuri Neri16/05/2025 - Atualizado em 20/05/2025

Imagem: Henrique Nobre

Abraços, afetos e muita emoção. Esses sentimentos e expressões marcaram a celebração pelos 45 anos do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (PGMT IOC/Fiocruz), na última sexta-feira (9). O evento reuniu docentes, discentes e egressos no auditório do Pavilhão Arthur Neiva (campus Fiocruz Manguinhos) e refletiu sobre a história do Programa e os desafios para o futuro. 

Com nota 6 na Capes (considerada nível de excelência) e 670 mestres e doutores formados ao longo de quatro décadas e meia, a PGMT é reconhecida como referência no estudo de doenças tropicais no país.  


Integrantes da mesa de abertura do aniversário de 45 anos da Pós-Graduação em Medicina Tropical. Imagem: Henrique Nobre

Além de evidenciar o destaque acadêmico em sua área de atuação, a solenidade destacou que a PGMT é também um espaço de afeto.  

“Não vamos deixar de abraçar ou fotografar ninguém hoje”, externou Josiane Müller, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) e egressa do Programa.  

Para a coordenadora da Pós, Vanessa de Paula, o ímpeto das demonstrações saudosistas com afeto e carinho entre os mais de 100 participantes talvez seja reflexo da falta de um encontro presencial no aniversário de 40 anos da Medicina Tropical, devido à pandemia de Covid-19. 

“Em 2020, tivemos uma comemoração linda, mas nostálgica, com aquelas incertezas que todos vivemos durante a pandemia. Neste ano, tínhamos esse compromisso de fazer um encontro presencial e, mais do que isso, trazer pessoas diversas para que elas pudessem se encontrar”, explicou. “A ideia é compartilhar o legado de quem já passou por aqui para os mais jovens e mostrar o como é fazer parte desse programa”, complementou. 

O evento está disponível na íntegra no canal do YouTube do IOC. 

A mesa de abertura compartilhou bastidores da organização do aniversário e destacou o compromisso social da PGMT com o Sistema Único de Saúde (SUS). 

“A Pós-graduação em Medicina Tropical é a que mais tem interface direta com o SUS. Os laboratórios e as pesquisas produzidas aqui geram respostas diretas para a sociedade, como os kits de diagnóstico, e é importante que destaquemos isso”, frisou a vice-diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC, Luciana Garzoni.  

Participaram da mesa abertura: 

  • Vanessa de Paula, coordenadora da PGMT; 

  • Luciana Garzoni, vice-diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC; 

  • Eduardo Volotão, vice-diretor de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas do IOC; 

  • Norma Brandão, vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do IOC; 

  • Isabella Delgado, coordenadora geral adjunta e do Stricto Sensu da Fiocruz; 

  • Marly Cruz, vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. 


Cerca de 200 pessoas estiveram presentes no auditório do Pavilhão Arthur Neiva. Imagem: Henrique Nobre

Na sequência, a mesa-redonda “Principais contribuições para o programa durante a coordenação da PGMT” reuniu coordenadores de diferentes épocas da PGMT, que relembraram os desafios e os avanços ao longo de suas gestões. Estiveram presentes: 

  • Márcio Neves Bóia, 1999 a 2009; 

  • Alda Maria da Cruz, 2009 a 2011; 

  • Filipe Aníbal Carvalho Costa, 2011 a 2014; 

  • Martha Cecilia Suarez-Mutis, 2014 a 2020; 

  • Vanessa de Paula, atual coordenadora. 

A discussão destacou as diferentes áreas de conhecimento e regiões geográficas que compõem o programa. 

“Não somente foi o olhar do médico, foi o olhar multiprofissional que deu outra visão para a Medicina Tropical. Ter contato com diferentes profissões levou o nosso curso a um patamar diferente”, comentou Martha.  

“Temos o orgulho de falar que nós temos pelo menos um tropicalista em cada estado brasileiro”, acrescentou Vanessa. 


Foto de cima: coordenação, ex-coordenadores e homenageados; foto de baixo: palestrantes e debatedores das mesas-redondas. Imagem: Henrique Nobre.

A segunda mesa redonda, intitulada “Legado, modificações e desafios futuros” abordou a trajetória, as transformações e as perspectivas da PGMT. O debate destacou os novos desafios da saúde global e a posição do programa frente a eles.  

“Hoje enfrentamos simultaneamente doenças transmissíveis, doenças crônicas, violência e problemas de saúde mental. Precisamos atualizar a formação para lidar com doenças globalizadas e com a emergência permanente de novos patógenos. A Medicina Tropical precisa responder a esse cenário”, refletiu o professor titular da Universidade Central do Equador e egresso da PGMT, Marcelo Aguilar. 

Como resposta a esse panorama, a mestranda Laise Nery ponderou sobre o papel dos profissionais que passaram pelo Programa.  

“Os tropicalistas são formados para dialogar com o mundo, mas sem tirar os pés da realidade brasileira. A ciência que fazemos aqui leva em conta o vetor, o patógeno e, sobretudo, os aspectos sociais que afetam a saúde. A PGMT nos ensina a olhar para as pessoas, em todas as suas complexidades”, afirmou, emocionada. 

Um olhar para o futuro 

A celebração dos 45 anos da PGMT começou ainda antes do evento presencial de sexta-feira (9), com uma semana de minicursos online, realizados de 5 a 7 de maio. 

Entre os inscritos, estiveram estudantes e egressos da pós-graduação, além de profissionais da área de saúde pública.  


Painéis sobre a PGMT e sua trajetória foram expostos na parte externa do auditório. Imagem: Henrique Nobre

“A ideia dos cursos pré-aniversário surgiu como uma maneira de celebrar a data e, ao mesmo tempo, refletir sobre temas importantes na contemporaneidade”, explicou a pesquisadora do IOC, Paola Cristina Resende, e coordenadora do curso “Vigilância genômica: prevenção de epidemias e pandemias”. 

Ao todo, cinco cursos foram oferecidos:  

  • Inteligência Artificial aplicada à Medicina Tropical 

  • Mudanças climáticas e seus impactos nas doenças tropicais  

  • Saúde global integrada: o conceito de ‘Uma Só Saúde’ 

  • Vigilância genômica: prevenção de epidemias e pandemias  

  • Estratificação de área de risco aplicada à Medicina Tropical 

“Começamos a comemoração com uma semana intensa de minicursos, todos sugeridos pelos nossos discentes. Discutimos medicina tropical, saúde global, vigilância, estratificação de área de risco, inteligência artificial e mudanças climáticas — temas que mostram o quanto precisamos estar atentos ao presente para seguir construindo o futuro”, destacou a coordenadora da PGMT, Vanessa de Paula. 

Mais do que celebrar o passado, o evento afirmou o compromisso da PGMT com o que ainda está por vir. Ao reunir diferentes gerações de tropicalistas, o encontro mostrou que formar cientistas é também cultivar vínculos — que, neste caso, já duram 45 anos e prometem perdurar por muito mais tempo. 


Aniversário da PGMT representou um encontro de gerações entre pós-graduandos e egressos do programa. Imagem: Henrique Nobre

“A Medicina Tropical não é apenas um curso, é um lugar de acolhimento”, finalizou Vanessa. 

Pós-graduação em Medicina Tropical do IOC celebra bodas de rubi e a marca de 670 mestres e doutores formados
Por: 
yuri.neri

Imagem: Henrique Nobre

Abraços, afetos e muita emoção. Esses sentimentos e expressões marcaram a celebração pelos 45 anos do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (PGMT IOC/Fiocruz), na última sexta-feira (9). O evento reuniu docentes, discentes e egressos no auditório do Pavilhão Arthur Neiva (campus Fiocruz Manguinhos) e refletiu sobre a história do Programa e os desafios para o futuro. 

Com nota 6 na Capes (considerada nível de excelência) e 670 mestres e doutores formados ao longo de quatro décadas e meia, a PGMT é reconhecida como referência no estudo de doenças tropicais no país.  


Integrantes da mesa de abertura do aniversário de 45 anos da Pós-Graduação em Medicina Tropical. Imagem: Henrique Nobre

Além de evidenciar o destaque acadêmico em sua área de atuação, a solenidade destacou que a PGMT é também um espaço de afeto.  

“Não vamos deixar de abraçar ou fotografar ninguém hoje”, externou Josiane Müller, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) e egressa do Programa.  

Para a coordenadora da Pós, Vanessa de Paula, o ímpeto das demonstrações saudosistas com afeto e carinho entre os mais de 100 participantes talvez seja reflexo da falta de um encontro presencial no aniversário de 40 anos da Medicina Tropical, devido à pandemia de Covid-19. 

“Em 2020, tivemos uma comemoração linda, mas nostálgica, com aquelas incertezas que todos vivemos durante a pandemia. Neste ano, tínhamos esse compromisso de fazer um encontro presencial e, mais do que isso, trazer pessoas diversas para que elas pudessem se encontrar”, explicou. “A ideia é compartilhar o legado de quem já passou por aqui para os mais jovens e mostrar o como é fazer parte desse programa”, complementou. 

O evento está disponível na íntegra no canal do YouTube do IOC. 

A mesa de abertura compartilhou bastidores da organização do aniversário e destacou o compromisso social da PGMT com o Sistema Único de Saúde (SUS). 

“A Pós-graduação em Medicina Tropical é a que mais tem interface direta com o SUS. Os laboratórios e as pesquisas produzidas aqui geram respostas diretas para a sociedade, como os kits de diagnóstico, e é importante que destaquemos isso”, frisou a vice-diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC, Luciana Garzoni.  

Participaram da mesa abertura: 

  • Vanessa de Paula, coordenadora da PGMT; 

  • Luciana Garzoni, vice-diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC; 

  • Eduardo Volotão, vice-diretor de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas do IOC; 

  • Norma Brandão, vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do IOC; 

  • Isabella Delgado, coordenadora geral adjunta e do Stricto Sensu da Fiocruz; 

  • Marly Cruz, vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. 


Cerca de 200 pessoas estiveram presentes no auditório do Pavilhão Arthur Neiva. Imagem: Henrique Nobre

Na sequência, a mesa-redonda “Principais contribuições para o programa durante a coordenação da PGMT” reuniu coordenadores de diferentes épocas da PGMT, que relembraram os desafios e os avanços ao longo de suas gestões. Estiveram presentes: 

  • Márcio Neves Bóia, 1999 a 2009; 

  • Alda Maria da Cruz, 2009 a 2011; 

  • Filipe Aníbal Carvalho Costa, 2011 a 2014; 

  • Martha Cecilia Suarez-Mutis, 2014 a 2020; 

  • Vanessa de Paula, atual coordenadora. 

A discussão destacou as diferentes áreas de conhecimento e regiões geográficas que compõem o programa. 

“Não somente foi o olhar do médico, foi o olhar multiprofissional que deu outra visão para a Medicina Tropical. Ter contato com diferentes profissões levou o nosso curso a um patamar diferente”, comentou Martha.  

“Temos o orgulho de falar que nós temos pelo menos um tropicalista em cada estado brasileiro”, acrescentou Vanessa. 


Foto de cima: coordenação, ex-coordenadores e homenageados; foto de baixo: palestrantes e debatedores das mesas-redondas. Imagem: Henrique Nobre.

A segunda mesa redonda, intitulada “Legado, modificações e desafios futuros” abordou a trajetória, as transformações e as perspectivas da PGMT. O debate destacou os novos desafios da saúde global e a posição do programa frente a eles.  

“Hoje enfrentamos simultaneamente doenças transmissíveis, doenças crônicas, violência e problemas de saúde mental. Precisamos atualizar a formação para lidar com doenças globalizadas e com a emergência permanente de novos patógenos. A Medicina Tropical precisa responder a esse cenário”, refletiu o professor titular da Universidade Central do Equador e egresso da PGMT, Marcelo Aguilar. 

Como resposta a esse panorama, a mestranda Laise Nery ponderou sobre o papel dos profissionais que passaram pelo Programa.  

“Os tropicalistas são formados para dialogar com o mundo, mas sem tirar os pés da realidade brasileira. A ciência que fazemos aqui leva em conta o vetor, o patógeno e, sobretudo, os aspectos sociais que afetam a saúde. A PGMT nos ensina a olhar para as pessoas, em todas as suas complexidades”, afirmou, emocionada. 

Um olhar para o futuro 

A celebração dos 45 anos da PGMT começou ainda antes do evento presencial de sexta-feira (9), com uma semana de minicursos online, realizados de 5 a 7 de maio. 

Entre os inscritos, estiveram estudantes e egressos da pós-graduação, além de profissionais da área de saúde pública.  


Painéis sobre a PGMT e sua trajetória foram expostos na parte externa do auditório. Imagem: Henrique Nobre

“A ideia dos cursos pré-aniversário surgiu como uma maneira de celebrar a data e, ao mesmo tempo, refletir sobre temas importantes na contemporaneidade”, explicou a pesquisadora do IOC, Paola Cristina Resende, e coordenadora do curso “Vigilância genômica: prevenção de epidemias e pandemias”. 

Ao todo, cinco cursos foram oferecidos:  

  • Inteligência Artificial aplicada à Medicina Tropical 

  • Mudanças climáticas e seus impactos nas doenças tropicais  

  • Saúde global integrada: o conceito de ‘Uma Só Saúde’ 

  • Vigilância genômica: prevenção de epidemias e pandemias  

  • Estratificação de área de risco aplicada à Medicina Tropical 

“Começamos a comemoração com uma semana intensa de minicursos, todos sugeridos pelos nossos discentes. Discutimos medicina tropical, saúde global, vigilância, estratificação de área de risco, inteligência artificial e mudanças climáticas — temas que mostram o quanto precisamos estar atentos ao presente para seguir construindo o futuro”, destacou a coordenadora da PGMT, Vanessa de Paula. 

Mais do que celebrar o passado, o evento afirmou o compromisso da PGMT com o que ainda está por vir. Ao reunir diferentes gerações de tropicalistas, o encontro mostrou que formar cientistas é também cultivar vínculos — que, neste caso, já duram 45 anos e prometem perdurar por muito mais tempo. 


Aniversário da PGMT representou um encontro de gerações entre pós-graduandos e egressos do programa. Imagem: Henrique Nobre

“A Medicina Tropical não é apenas um curso, é um lugar de acolhimento”, finalizou Vanessa. 

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)