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Homenagem para Domingos Artur Machado Filho

Um dos pesquisadores da Fiocruz cassados durante a ditadura militar, o helmintologista recebe homenagem póstuma ao nomear Espaço de Desenvolvimento Infantil
Por Jornalismo IOC28/10/2010 - Atualizado em 10/12/2019

Em 1970, dez pesquisadores de destaque da Fiocruz entraram para a história por motivos, infelizmente, nada científicos: eles foram cassados pela ditadura militar, abandonando seus trabalhos de pesquisa, muitas vezes tendo seus laboratórios desativados. Um dos cassados neste episódio, que ficou conhecido como Massacre de Manguinhos, é Domingos Artur Machado Filho, um helmintologista que atuava no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Ele acaba de receber uma homenagem póstuma, dando nome ao Espaço de Desenvolvimento Infantil inaugurado em Manguinhos na vizinhança da sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro. O equipamento municipal, que integra creche e pré-escola em um mesmo espaço, teve as atividades iniciadas em 10/09.

Arquivo COC

Domingos Arthur Machado Filho (o primeiro da direita para esquerda) recebeu uma homenagem póstuma, dando nome ao Espaço de Desenvolvimento Infantil inaugurado em Manguinhos na vizinhança da sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro

Aluno de Lauro Travassos e de Hugo de Souza Lopes, Domingos Machado Filho ingressou no IOC em agosto de 1935, como estagiário da Divisão de Zoologia Médica. Em 1951, ainda em Manguinhos, foi contratado como bolsista e, posteriormente, como pesquisador e professor. Além disso, atuou como subchefe e chefe da seção de helmintologia, onde dedicou-se principalmente ao estudo dos acantocéfalos, que é um filo de parasitas, encontrados em muitas espécies de peixes, anfíbios, pássaros e mamíferos.

Em 1970, devido ao Ato Institucional Número 5 (AI-5), as pesquisas de Domingos foram lacradas e ele teve seus direitos políticos cassados. Pelo AI-10, o pesquisador também foi impedido de exercer atividade de pesquisa e ensino em qualquer instituição que tivesse financiamento do governo brasileiro, obrigando-o a aposentar-se. O pesquisador foi reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz em 1986, mas não voltou a trabalhar na instituição. Morreu em 1990.

Delir Corrêa Gomes, chefe do Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados, que trabalhou com o pesquisador na década de 60, falou sobre a homenagem e destacou a personalidade humanitária do pesquisador. Domingos Machado Filho não foi importante apenas para a Helmintologia, ele era caridoso e pensava no cuidado com o outro. Lembro que antes do início do expediente no IOC, na década de 60, ele realizava um trabalho social no Morro do Amorim, comunidade localizada no entorno da Fiocruz, atendendo gratuitamente as crianças. Essa homenagem é o reconhecimento pelo trabalho que ele realizou na região, disse a pesquisadora.

Cristiane Albuquerque

28/10/2010

Um dos pesquisadores da Fiocruz cassados durante a ditadura militar, o helmintologista recebe homenagem póstuma ao nomear Espaço de Desenvolvimento Infantil
Por: 
jornalismo

Em 1970, dez pesquisadores de destaque da Fiocruz entraram para a história por motivos, infelizmente, nada científicos: eles foram cassados pela ditadura militar, abandonando seus trabalhos de pesquisa, muitas vezes tendo seus laboratórios desativados. Um dos cassados neste episódio, que ficou conhecido como Massacre de Manguinhos, é Domingos Artur Machado Filho, um helmintologista que atuava no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Ele acaba de receber uma homenagem póstuma, dando nome ao Espaço de Desenvolvimento Infantil inaugurado em Manguinhos na vizinhança da sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro. O equipamento municipal, que integra creche e pré-escola em um mesmo espaço, teve as atividades iniciadas em 10/09.

Arquivo COC

Domingos Arthur Machado Filho (o primeiro da direita para esquerda) recebeu uma homenagem póstuma, dando nome ao Espaço de Desenvolvimento Infantil inaugurado em Manguinhos na vizinhança da sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro

Aluno de Lauro Travassos e de Hugo de Souza Lopes, Domingos Machado Filho ingressou no IOC em agosto de 1935, como estagiário da Divisão de Zoologia Médica. Em 1951, ainda em Manguinhos, foi contratado como bolsista e, posteriormente, como pesquisador e professor. Além disso, atuou como subchefe e chefe da seção de helmintologia, onde dedicou-se principalmente ao estudo dos acantocéfalos, que é um filo de parasitas, encontrados em muitas espécies de peixes, anfíbios, pássaros e mamíferos.

Em 1970, devido ao Ato Institucional Número 5 (AI-5), as pesquisas de Domingos foram lacradas e ele teve seus direitos políticos cassados. Pelo AI-10, o pesquisador também foi impedido de exercer atividade de pesquisa e ensino em qualquer instituição que tivesse financiamento do governo brasileiro, obrigando-o a aposentar-se. O pesquisador foi reintegrado ao quadro de pesquisadores da Fiocruz em 1986, mas não voltou a trabalhar na instituição. Morreu em 1990.

Delir Corrêa Gomes, chefe do Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados, que trabalhou com o pesquisador na década de 60, falou sobre a homenagem e destacou a personalidade humanitária do pesquisador. Domingos Machado Filho não foi importante apenas para a Helmintologia, ele era caridoso e pensava no cuidado com o outro. Lembro que antes do início do expediente no IOC, na década de 60, ele realizava um trabalho social no Morro do Amorim, comunidade localizada no entorno da Fiocruz, atendendo gratuitamente as crianças. Essa homenagem é o reconhecimento pelo trabalho que ele realizou na região, disse a pesquisadora.

Cristiane Albuquerque

28/10/2010

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)