A vacina contra gripe tem uma nova campanha a cada ano, mobilizando postos de saúde de todo o paÃs. Isso acontece porque o vÃrus causador da doença tem uma taxa expressiva de mutações genéticas, exigindo que as vacinas tenham sua composição revisada periodicamente para que sua eficácia esteja mantida.
Definir a composição do imunizante não é nada simples: em todo o mundo, uma centena de Centros Nacionais de Influenza (NICs, na sigla em inglês) atuam no acompanhamento permanente das mudanças genéticas do vÃrus, a partir da análise de amostras de pacientes, e abastecem os dados do Sistema Global de Vigilância e Resposta à Influenza da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, o Laboratório de VÃrus Respiratório e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) cumpre esse papel, enquanto referência nacional para influenza junto ao Ministério da Saúde, num trabalho permanente de investigação do perfil genético do vÃrus articulado junto ao Instituto Adolfo Lutz (SP) e do Instituto Evandro Chagas (PA). No IOC, a equipe liderada pela virologista Marilda Siqueira - que tem quase 40 anos de experiência em vÃrus respiratórios - analisa amostras enviadas por unidades sentinelas espalhadas por todas as regiões do paÃs.
Além de acompanhar a evolução dos distintos grupos de Influenza, por meio de análises filogenéticas, os pesquisadores atuam na identificação de cepas variantes dos vÃrus que circulam durante as epidemias sazonais - aquelas que acontecem a cada ano, principalmente no inverno.
Apenas no ano de 2017, os Centros Nacionais de Influenza coletaram e testaram mais de três milhões de amostras clÃnicas de pacientes. Estas informações são compartilhadas com os Centros Colaboradores sobre o tema da OMS.
"Nos Centros Colaboradores, que são laboratórios internacionais de alta complexidade, presentes nos Estados Unidos, Inglaterra, China, Japão e Austrália, cientistas realizam análises genéticas avançadas buscando compreender a dinâmica de circulação dos vÃrus Influenza", explica Siqueira.
"Todos os paÃses com Centros Nacionais de Influenza são parte dessa engrenagem altamente complexa, que nos permite proteger a população mais vulnerável ao vÃrus a partir da formulação de composições da vacina atualizadas com o perfil genético do vÃrus que está em circulação", completa o pesquisador Fernando Motta, que atua no mesmo Laboratório.
Para definir a composição das vacinas que serão aplicadas nas próximas temporadas de influenza, a OMS realiza reuniões com um grupo consultivo de especialistas duas vezes por ano.
Os encontros acontecem entre os meses de fevereiro e março para deliberar as recomendações voltadas para o hemisfério norte e, em setembro, para o hemisfério sul. Durante as reuniões, os especialistas analisam dados de vigilância produzidos pelos Centros Nacionais de Influenza, além de informações sobre a caracterização genética dos vÃrus e estudos de sorologia em humanos com vacinas de vÃrus inativado.
O grupo avalia, ainda, dados de resistência aos medicamentos antivirais e resultados da eficácia da vacina utilizada na temporada atual e nas anteriores. Com base no conjunto de análises, a OMS emite, ao término dos encontros, a recomendação das cepas que devem compor o imunizante.
O documento é usado por agências nacionais de regulamentação de vacinas e empresas farmacêuticas para desenvolver, produzir e licenciar vacinas contra o vÃrus. As epidemias sazonais são causadas principalmente por variações de três vÃrus Influenza: dois do tipo A (os subtipos H1N1 e H3N2) e um subtipo de influenza B (que, por sua vez, se divide entre as linhagens Yagamata e Victoria).
As vacinas trivalentes contra gripe são construÃdas para recobrir essas três variações, considerando sempre o perfil genético dos vÃrus predominantes na temporada anterior. Já as vacinas quadrivalentes possuem formulação idêntica, com o acréscimo da linhagem de influenza B restante.
A vacina contra gripe tem uma nova campanha a cada ano, mobilizando postos de saúde de todo o paÃs. Isso acontece porque o vÃrus causador da doença tem uma taxa expressiva de mutações genéticas, exigindo que as vacinas tenham sua composição revisada periodicamente para que sua eficácia esteja mantida.
Definir a composição do imunizante não é nada simples: em todo o mundo, uma centena de Centros Nacionais de Influenza (NICs, na sigla em inglês) atuam no acompanhamento permanente das mudanças genéticas do vÃrus, a partir da análise de amostras de pacientes, e abastecem os dados do Sistema Global de Vigilância e Resposta à Influenza da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, o Laboratório de VÃrus Respiratório e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) cumpre esse papel, enquanto referência nacional para influenza junto ao Ministério da Saúde, num trabalho permanente de investigação do perfil genético do vÃrus articulado junto ao Instituto Adolfo Lutz (SP) e do Instituto Evandro Chagas (PA). No IOC, a equipe liderada pela virologista Marilda Siqueira - que tem quase 40 anos de experiência em vÃrus respiratórios - analisa amostras enviadas por unidades sentinelas espalhadas por todas as regiões do paÃs.
Além de acompanhar a evolução dos distintos grupos de Influenza, por meio de análises filogenéticas, os pesquisadores atuam na identificação de cepas variantes dos vÃrus que circulam durante as epidemias sazonais - aquelas que acontecem a cada ano, principalmente no inverno.
Apenas no ano de 2017, os Centros Nacionais de Influenza coletaram e testaram mais de três milhões de amostras clÃnicas de pacientes. Estas informações são compartilhadas com os Centros Colaboradores sobre o tema da OMS.
"Nos Centros Colaboradores, que são laboratórios internacionais de alta complexidade, presentes nos Estados Unidos, Inglaterra, China, Japão e Austrália, cientistas realizam análises genéticas avançadas buscando compreender a dinâmica de circulação dos vÃrus Influenza", explica Siqueira.
"Todos os paÃses com Centros Nacionais de Influenza são parte dessa engrenagem altamente complexa, que nos permite proteger a população mais vulnerável ao vÃrus a partir da formulação de composições da vacina atualizadas com o perfil genético do vÃrus que está em circulação", completa o pesquisador Fernando Motta, que atua no mesmo Laboratório.
Marilda Siqueira e Fernando Motta atuam no Laboratório de VÃrus Respiratório e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz. Foto: Gutemberg Brito/IOC/FiocruzPara definir a composição das vacinas que serão aplicadas nas próximas temporadas de influenza, a OMS realiza reuniões com um grupo consultivo de especialistas duas vezes por ano.
Os encontros acontecem entre os meses de fevereiro e março para deliberar as recomendações voltadas para o hemisfério norte e, em setembro, para o hemisfério sul. Durante as reuniões, os especialistas analisam dados de vigilância produzidos pelos Centros Nacionais de Influenza, além de informações sobre a caracterização genética dos vÃrus e estudos de sorologia em humanos com vacinas de vÃrus inativado.
O grupo avalia, ainda, dados de resistência aos medicamentos antivirais e resultados da eficácia da vacina utilizada na temporada atual e nas anteriores. Com base no conjunto de análises, a OMS emite, ao término dos encontros, a recomendação das cepas que devem compor o imunizante.
O documento é usado por agências nacionais de regulamentação de vacinas e empresas farmacêuticas para desenvolver, produzir e licenciar vacinas contra o vÃrus. As epidemias sazonais são causadas principalmente por variações de três vÃrus Influenza: dois do tipo A (os subtipos H1N1 e H3N2) e um subtipo de influenza B (que, por sua vez, se divide entre as linhagens Yagamata e Victoria).
As vacinas trivalentes contra gripe são construÃdas para recobrir essas três variações, considerando sempre o perfil genético dos vÃrus predominantes na temporada anterior. Já as vacinas quadrivalentes possuem formulação idêntica, com o acréscimo da linhagem de influenza B restante.
Imagem de capa: Flickr Creative Commons
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)