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IOC 125 anos: inauguração de laboratório de alta contenção nível 3 e a importância de estudos com biomodelos

Terceiro ato do Simpósio comemorativo reforçou o compromisso do Instituto com ciência, inovação e segurança em pesquisa
Por Laura Cordeiro14/10/2025 - Atualizado em 20/10/2025

Mesa de abertura do terceiro ato do Jubileu destacou biossegurança e pesquisa com biomodelos. Foto: Rudson Amorim

No dia 10 de outubro, o Simpósio Jubileu IOC 125 anos chegou ao seu terceiro ato, dando sequência às celebrações de aniversário do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

A programação teve início com a inauguração do primeiro ambiente de alta contenção biológica nível 3 (NBA3) do Instituto, seguida do 9º Simpósio de Pesquisa e Inovação, que contou com cinco sessões temáticas sobre biossegurança, seus desafios e os avanços científicos.

Durante a cerimônia de inauguração, realizada no Pavilhão Carlos Chagas, a diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge, destacou a relevância da nova estrutura e o papel das parcerias que viabilizaram a construção. Ela lembrou que o projeto contou com emenda parlamentar do deputado Paulo Ramos, apoio da presidência da Fiocruz e colaboração da empresa Biotec, responsável pela obra e manutenção do módulo.

Clique aqui para ler a matéria sobre o tema.

Em seguida, as atividades foram direcionadas para o auditório Emmanuel Dias, com a abertura do 9º Simpósio de Pesquisa e Inovação do IOC. A diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Luciana Garzoni, fez um breve panorama sobre o histórico de implementação do biomódulo e agradeceu à equipe que viabilizou o projeto.

“Este laboratório é parte de uma ação estruturante e estratégica de extrema importância para o futuro da pesquisa e para o enfrentamento de emergências em saúde”, ressaltou.

A vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Alda Maria Cruz, pontuou que a pandemia de Covid-19 deixou importantes legados e impulsionou avanços científicos.

“Os estudos com biomodelo são fundamentais para a saúde pública, eles são uma espécie de chave-mestra para as descobertas”, salientou.


Diretora de Pesquisa, Luciana Garzoni comemorou a construção do biomódulo. Foto: Rudson Amorim

Já a coordenadora da Comissão Interna de Biossegurança do IOC, Dalziza Victalina, abordou o compromisso do Instituto com o serviço público.

“Não estamos aqui apenas celebrando a ciência, mas também um compromisso de responsabilidade social”, salientou.

Sessões científicas

Na primeira palestra, intitulada ‘Ciência de animais de laboratório: o conceito de alta contenção para a experimentação biológica e animal’, o coordenador da Plataforma NB3 do IOC, Marco Horta, explicou os conceitos e a infraestrutura necessária para a implementação de ambientes de alta contenção biológica e animal.

Ele destacou as diferenças entre os laboratórios NB3 e NBA3 e descreveu elementos essenciais desse tipo de instalação — como salas com portas duplas, sistemas automatizados de lavagem das mãos, equipamentos de proteção individual, contenção e filtragem de ar, monitoramento contínuo e alarmes, além da importância de treinamentos regulares e avaliações de competência das equipes.

‘A importância dos Centro de Experimentação do IOC na pesquisa de soluções para as emergências sanitárias no Brasil' foi mote da apresentação do chefe do Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico em Virologia do Instituto, Marcelo Alves Pinto.

O especialista abordou a importância do centro de experimentação do Instituto para o enfrentamento de emergências sanitárias em território nacional. Ele lembrou que mais de 90% dos países não dispõem de infraestrutura semelhante, o que torna o investimento no NBA3 ainda mais estratégico.


Evento apresentou tecnologias institucionais inovadoras. Foto: Rudson Amorim

A programação da tarde teve início com o coordenador do Centro de Experimentação Animal (CEA/IOC), André Nunes de Sales, que apresentou o ‘Panorama da ciência de animais de laboratório no IOC’.

Ele detalhou a capacidade e a infraestrutura dos laboratórios do CEA, apresentou dados sobre o número de pesquisadores e projetos em andamento e exibiu um vídeo que mostra detalhes da infraestrutura de um laboratório de alta contenção.

Na sequência, a diretora do IOC discorreu sobre ‘Pesquisa translacional: caso concreto do conceito à clínica’. Ela explicou que a pesquisa translacional, conceito consolidado desde a década de 1990, busca integrar diferentes etapas.

Segundo ela, o “espectro translacional” é composto por cinco fases: descobertas básicas; translação para humanos; translação para pacientes; translação para a prática clínica; e translação para a comunidade. Ela exemplificou a teoria com o projeto que usa selênio em pacientes com doença de Chagas, apresentando resultados parciais e destacando a complexidade do caminho até a aplicação prática dos estudos.

Encerrando a programação, foram apresentadas quatro tecnologias institucionais que fortalecem a capacidade de pesquisa e inovação.

A pós-doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC, Laura Lacerda Coelho, apresentou a Plataforma Incucyte, equipamento que em breve será incorporado ao Instituto. A pesquisadora demonstrou o potencial da tecnologia para o monitoramento em tempo real de culturas celulares, destacando os ganhos em precisão e agilidade para experimentos que demandam observação contínua.

Na sequência, o pesquisador Vinicius de Frias Carvalho apresentou a Plataforma de Tomografia Computadorizada (Micro CT) para pequenos animais, tecnologia em operação há cerca de um ano. Ele explicou as possibilidades oferecidas pelo equipamento e mostrou como o software associado permite análises detalhadas de estruturas internas.

Já Pedro Paulo Manso apresentou a Plataforma de Microscopia Confocal, que acaba de incorporar o equipamento LSM 980, ampliando suas possibilidades de aplicação. Criada em 1995, a plataforma conta atualmente com 95 usuários ativos e possibilita a obtenção de imagens em super-resolução, 3D e 4D.

Por fim, Monique Ribeiro, veterinária do CEA e responsável por um dos biotérios do Instituto e pela Plataforma de Bioimageamento, apresentou o sistema Lago X. O equipamento permite imagens de alta resolução, utiliza um software gratuito e intuitivo e tem compatibilidade com outros sistemas de imagem — característica que facilita a continuidade de pesquisas já iniciadas em outras plataformas. Monique destacou ainda que o sistema reduz o número de animais utilizados em experimentos e dispensa procedimentos invasivos, já que permite o monitoramento dos mesmos animais ao longo do tempo.

Terceiro ato do Simpósio comemorativo reforçou o compromisso do Instituto com ciência, inovação e segurança em pesquisa
Por: 
laura.cordeiro

Mesa de abertura do terceiro ato do Jubileu destacou biossegurança e pesquisa com biomodelos. Foto: Rudson Amorim

No dia 10 de outubro, o Simpósio Jubileu IOC 125 anos chegou ao seu terceiro ato, dando sequência às celebrações de aniversário do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

A programação teve início com a inauguração do primeiro ambiente de alta contenção biológica nível 3 (NBA3) do Instituto, seguida do 9º Simpósio de Pesquisa e Inovação, que contou com cinco sessões temáticas sobre biossegurança, seus desafios e os avanços científicos.

Durante a cerimônia de inauguração, realizada no Pavilhão Carlos Chagas, a diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge, destacou a relevância da nova estrutura e o papel das parcerias que viabilizaram a construção. Ela lembrou que o projeto contou com emenda parlamentar do deputado Paulo Ramos, apoio da presidência da Fiocruz e colaboração da empresa Biotec, responsável pela obra e manutenção do módulo.

Clique aqui para ler a matéria sobre o tema.

Em seguida, as atividades foram direcionadas para o auditório Emmanuel Dias, com a abertura do 9º Simpósio de Pesquisa e Inovação do IOC. A diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Luciana Garzoni, fez um breve panorama sobre o histórico de implementação do biomódulo e agradeceu à equipe que viabilizou o projeto.

“Este laboratório é parte de uma ação estruturante e estratégica de extrema importância para o futuro da pesquisa e para o enfrentamento de emergências em saúde”, ressaltou.

A vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Alda Maria Cruz, pontuou que a pandemia de Covid-19 deixou importantes legados e impulsionou avanços científicos.

“Os estudos com biomodelo são fundamentais para a saúde pública, eles são uma espécie de chave-mestra para as descobertas”, salientou.


Diretora de Pesquisa, Luciana Garzoni comemorou a construção do biomódulo. Foto: Rudson Amorim

Já a coordenadora da Comissão Interna de Biossegurança do IOC, Dalziza Victalina, abordou o compromisso do Instituto com o serviço público.

“Não estamos aqui apenas celebrando a ciência, mas também um compromisso de responsabilidade social”, salientou.

Sessões científicas

Na primeira palestra, intitulada ‘Ciência de animais de laboratório: o conceito de alta contenção para a experimentação biológica e animal’, o coordenador da Plataforma NB3 do IOC, Marco Horta, explicou os conceitos e a infraestrutura necessária para a implementação de ambientes de alta contenção biológica e animal.

Ele destacou as diferenças entre os laboratórios NB3 e NBA3 e descreveu elementos essenciais desse tipo de instalação — como salas com portas duplas, sistemas automatizados de lavagem das mãos, equipamentos de proteção individual, contenção e filtragem de ar, monitoramento contínuo e alarmes, além da importância de treinamentos regulares e avaliações de competência das equipes.

‘A importância dos Centro de Experimentação do IOC na pesquisa de soluções para as emergências sanitárias no Brasil' foi mote da apresentação do chefe do Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico em Virologia do Instituto, Marcelo Alves Pinto.

O especialista abordou a importância do centro de experimentação do Instituto para o enfrentamento de emergências sanitárias em território nacional. Ele lembrou que mais de 90% dos países não dispõem de infraestrutura semelhante, o que torna o investimento no NBA3 ainda mais estratégico.


Evento apresentou tecnologias institucionais inovadoras. Foto: Rudson Amorim

A programação da tarde teve início com o coordenador do Centro de Experimentação Animal (CEA/IOC), André Nunes de Sales, que apresentou o ‘Panorama da ciência de animais de laboratório no IOC’.

Ele detalhou a capacidade e a infraestrutura dos laboratórios do CEA, apresentou dados sobre o número de pesquisadores e projetos em andamento e exibiu um vídeo que mostra detalhes da infraestrutura de um laboratório de alta contenção.

Na sequência, a diretora do IOC discorreu sobre ‘Pesquisa translacional: caso concreto do conceito à clínica’. Ela explicou que a pesquisa translacional, conceito consolidado desde a década de 1990, busca integrar diferentes etapas.

Segundo ela, o “espectro translacional” é composto por cinco fases: descobertas básicas; translação para humanos; translação para pacientes; translação para a prática clínica; e translação para a comunidade. Ela exemplificou a teoria com o projeto que usa selênio em pacientes com doença de Chagas, apresentando resultados parciais e destacando a complexidade do caminho até a aplicação prática dos estudos.

Encerrando a programação, foram apresentadas quatro tecnologias institucionais que fortalecem a capacidade de pesquisa e inovação.

A pós-doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC, Laura Lacerda Coelho, apresentou a Plataforma Incucyte, equipamento que em breve será incorporado ao Instituto. A pesquisadora demonstrou o potencial da tecnologia para o monitoramento em tempo real de culturas celulares, destacando os ganhos em precisão e agilidade para experimentos que demandam observação contínua.

Na sequência, o pesquisador Vinicius de Frias Carvalho apresentou a Plataforma de Tomografia Computadorizada (Micro CT) para pequenos animais, tecnologia em operação há cerca de um ano. Ele explicou as possibilidades oferecidas pelo equipamento e mostrou como o software associado permite análises detalhadas de estruturas internas.

Já Pedro Paulo Manso apresentou a Plataforma de Microscopia Confocal, que acaba de incorporar o equipamento LSM 980, ampliando suas possibilidades de aplicação. Criada em 1995, a plataforma conta atualmente com 95 usuários ativos e possibilita a obtenção de imagens em super-resolução, 3D e 4D.

Por fim, Monique Ribeiro, veterinária do CEA e responsável por um dos biotérios do Instituto e pela Plataforma de Bioimageamento, apresentou o sistema Lago X. O equipamento permite imagens de alta resolução, utiliza um software gratuito e intuitivo e tem compatibilidade com outros sistemas de imagem — característica que facilita a continuidade de pesquisas já iniciadas em outras plataformas. Monique destacou ainda que o sistema reduz o número de animais utilizados em experimentos e dispensa procedimentos invasivos, já que permite o monitoramento dos mesmos animais ao longo do tempo.

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)