Educadores na COP 30, durante a inauguração da programação "125 anos do IOC - Encontros na Amazônia" Foto: divulgação
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) deu início, na última sexta-feira, (07/11), à sua participação na COP30 com a realização de uma oficina voltada a professores da rede pública, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia, da Universidade do Estado do Pará (UEPA). A atividade reuniu cerca de 70 educadores e teve como objetivo fortalecer a ciência cidadã e formar multiplicadores locais no enfrentamento da doença de Chagas na região amazônica.
O encontro inaugurou a programação especial “125 anos do Instituto Oswaldo Cruz – Encontros na Amazônia”, que reúne todas as ações do IOC durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), além de integrar as iniciativas da Rede Internacional Chagas Pró Amazônia, vinculada ao projeto “Educação Científica e Inclusão para Promover a Alegria de Viver com a Doença de Chagas em Áreas Amazônicas”.
Participaram da atividade professores de diversas regiões do Pará, incluindo representantes dos municípios de Aurora do Pará, Bagre, Igarapé-Miri, Marituba, Melgaço, Santarém Novo, Soure e Santo Antônio do Tauá, entre outros, além da capital, Belém.
Durante a solenidade de abertura, as instituições destacaram a importância da integração entre ciência e educação básica na promoção da saúde pública e da sustentabilidade da Amazônia. A diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, que liderou as atividades, celebrou a presença expressiva de professores da região e ressaltou o simbolismo do evento.
“Estou muito emocionada. Estar aqui com vocês, no epicentro da expansão da doença de Chagas na Amazônia, que é Belém, onde o maior número de casos acontece, é muito importante. O risco está presente, e precisamos trabalhar o risco o tempo todo”, disse. “Estamos honrados por celebrar nossos 125 anos aqui com vocês. Nossa parceria está se consolidando e logo teremos outros momentos significativos de troca”, finalizou.
Já a coordenadora do PPGEECA/UEPA, Priscyla da Luz, destacou que a nova cooperação firmada pretende ampliar de forma expressiva a atuação em diferentes frentes acadêmicas.
“Temos a convicção de que essa cooperação ampliará significativamente a atuação da rede no campo do ensino, da pesquisa e da extensão, fortalecendo o diálogo entre ciência, educação e sociedade. Além disso, contribuirá para a internacionalização do PPGEECA, fortalecendo suas metas e impulsionando o avanço e a consolidação do programa neste quadriênio”, declarou.
À tarde, as atividades prosseguiram com o 1º Seminário da Rede Internacional Chagas, também vinculado ao projeto CNPq Pró-Amazônia. O encontro, realizado em formato híbrido, reuniu especialistas para discutir o tema “Educação Científica e Inclusão para promover alegria de viver com a doença de Chagas em áreas amazônicas”.
O debate destacou um dos principais desafios de saúde pública na região: a transmissão oral da doença de Chagas, especialmente associada ao consumo do açaí. Tradicionalmente transmitida pelo inseto conhecido como “barbeiro”, a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi tem apresentado, na Amazônia, um novo padrão epidemiológico. Hoje, a ingestão de alimentos contaminados, em especial o açaí, é considerada a principal via de transmissão na região Norte.
Encontro remoto, do 1º Seminário da Rede Internacional Chagas Foto: divulgação
Dados recentes do relatório epidemiológico do Estado do Pará reforçam essa tendência: o estado concentra cerca de 80% dos casos de doença de Chagas registrados no país, com 536 confirmações em 2023, 485 em 2024 e 72 casos apenas entre janeiro e março de 2025. Do total de registros, aproximadamente 89% estão associados à transmissão oral.
A contaminação ocorre, principalmente, durante o processamento artesanal do fruto, quando o inseto vetor ou suas fezes podem ser triturados junto à polpa. Caso o inseto esteja infectado, o parasita é ingerido com a bebida. O período de incubação da doença para a via oral é estimado entre 3 e 22 dias, segundo o Ministério da Saúde.
Por isso, a parceria entre o IOC e a UEPA adquire caráter estratégico. Ao investir na formação de professores e multiplicadores locais, as instituições ampliam o alcance da informação científica e fortalecem a vigilância em saúde pública. Por meio da educação básica e da ciência cidadã, o conhecimento se transforma em prática, promovendo a conscientização sobre formas seguras de produção e consumo.
Educadores na COP 30, durante a inauguração da programação "125 anos do IOC - Encontros na Amazônia" Foto: divulgação
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) deu início, na última sexta-feira, (07/11), à sua participação na COP30 com a realização de uma oficina voltada a professores da rede pública, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia, da Universidade do Estado do Pará (UEPA). A atividade reuniu cerca de 70 educadores e teve como objetivo fortalecer a ciência cidadã e formar multiplicadores locais no enfrentamento da doença de Chagas na região amazônica.
O encontro inaugurou a programação especial “125 anos do Instituto Oswaldo Cruz – Encontros na Amazônia”, que reúne todas as ações do IOC durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), além de integrar as iniciativas da Rede Internacional Chagas Pró Amazônia, vinculada ao projeto “Educação Científica e Inclusão para Promover a Alegria de Viver com a Doença de Chagas em Áreas Amazônicas”.
Participaram da atividade professores de diversas regiões do Pará, incluindo representantes dos municípios de Aurora do Pará, Bagre, Igarapé-Miri, Marituba, Melgaço, Santarém Novo, Soure e Santo Antônio do Tauá, entre outros, além da capital, Belém.
Durante a solenidade de abertura, as instituições destacaram a importância da integração entre ciência e educação básica na promoção da saúde pública e da sustentabilidade da Amazônia. A diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, que liderou as atividades, celebrou a presença expressiva de professores da região e ressaltou o simbolismo do evento.
“Estou muito emocionada. Estar aqui com vocês, no epicentro da expansão da doença de Chagas na Amazônia, que é Belém, onde o maior número de casos acontece, é muito importante. O risco está presente, e precisamos trabalhar o risco o tempo todo”, disse. “Estamos honrados por celebrar nossos 125 anos aqui com vocês. Nossa parceria está se consolidando e logo teremos outros momentos significativos de troca”, finalizou.
Já a coordenadora do PPGEECA/UEPA, Priscyla da Luz, destacou que a nova cooperação firmada pretende ampliar de forma expressiva a atuação em diferentes frentes acadêmicas.
“Temos a convicção de que essa cooperação ampliará significativamente a atuação da rede no campo do ensino, da pesquisa e da extensão, fortalecendo o diálogo entre ciência, educação e sociedade. Além disso, contribuirá para a internacionalização do PPGEECA, fortalecendo suas metas e impulsionando o avanço e a consolidação do programa neste quadriênio”, declarou.
À tarde, as atividades prosseguiram com o 1º Seminário da Rede Internacional Chagas, também vinculado ao projeto CNPq Pró-Amazônia. O encontro, realizado em formato híbrido, reuniu especialistas para discutir o tema “Educação Científica e Inclusão para promover alegria de viver com a doença de Chagas em áreas amazônicas”.
O debate destacou um dos principais desafios de saúde pública na região: a transmissão oral da doença de Chagas, especialmente associada ao consumo do açaí. Tradicionalmente transmitida pelo inseto conhecido como “barbeiro”, a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi tem apresentado, na Amazônia, um novo padrão epidemiológico. Hoje, a ingestão de alimentos contaminados, em especial o açaí, é considerada a principal via de transmissão na região Norte.
Encontro remoto, do 1º Seminário da Rede Internacional Chagas Foto: divulgação
Dados recentes do relatório epidemiológico do Estado do Pará reforçam essa tendência: o estado concentra cerca de 80% dos casos de doença de Chagas registrados no país, com 536 confirmações em 2023, 485 em 2024 e 72 casos apenas entre janeiro e março de 2025. Do total de registros, aproximadamente 89% estão associados à transmissão oral.
A contaminação ocorre, principalmente, durante o processamento artesanal do fruto, quando o inseto vetor ou suas fezes podem ser triturados junto à polpa. Caso o inseto esteja infectado, o parasita é ingerido com a bebida. O período de incubação da doença para a via oral é estimado entre 3 e 22 dias, segundo o Ministério da Saúde.
Por isso, a parceria entre o IOC e a UEPA adquire caráter estratégico. Ao investir na formação de professores e multiplicadores locais, as instituições ampliam o alcance da informação científica e fortalecem a vigilância em saúde pública. Por meio da educação básica e da ciência cidadã, o conhecimento se transforma em prática, promovendo a conscientização sobre formas seguras de produção e consumo.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)