Tania Araujo-Jorge na mesa do evento franco-brasileiro “Um só mundo, uma só saúde: quando territórios e saberes se unem diante das epidemias”
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) participou do segundo dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) com uma programação dedicada à promoção do diálogo entre ciência, políticas públicas e comunidades locais. Em parceria com o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento da França (IRD) e o projeto Iaruçu, o IOC coorganizou o evento franco-brasileiro “Um só mundo, uma só saúde: quando territórios e saberes se unem diante das epidemias”. A atividade reuniu pesquisadores, lideranças comunitárias e representantes institucionais do Brasil e da França em um chamado à ação por soluções integradas e sustentáveis frente aos desafios da saúde global.
“A saúde é construída no território, nas relações comunitárias, na defesa da floresta e nos modos de vida. A proposta é pensar a Saúde Única a partir dessa perspectiva, onde o cuidado nasce do território e se organiza coletivamente”, afirmou a diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge, em sua fala na mesa de abertura.
As mudanças climáticas e ambientais estão impactando a saúde global ao favorecer a disseminação de doenças infecciosas como dengue, chikungunya, leishmaniose e raiva. No Brasil, os efeitos são mais intensos em territórios vulneráveis — como comunidades ribeirinhas, povos da floresta, áreas de fronteira, regiões de desmatamento e periferias urbanas — onde desigualdades sociais e ambientais se somam.
O evento “Um só mundo, uma só saúde” foi um espaço de escuta e construção coletiva, integrando o conhecimento científico aos saberes tradicionais e comunitários. A programação incluiu exibição de filme, debate e atividades interativas que destacaram experiências de vigilância participativa, mobilização cidadã e cooperação transfronteiriça.
A iniciativa também fortaleceu a cooperação científica entre o Brasil e a França, ampliando o intercâmbio de experiências e o desenvolvimento de estratégias conjuntas de vigilância e resposta a emergências em saúde.
Além da realização conjunta do evento franco-brasileiro, o IOC também integrou, na manhã do mesmo dia, a atividade “Oficina Política Pública Viva – Saúde Única com o Bem Viver nos Territórios”, organizada pela Fiocruz Brasília e pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Convidada a liderar as discussões, Tania Araujo-Jorge ressaltou a importância de incorporar o conceito de Saúde Única na formulação de políticas públicas, valorizando os modos de vida locais e o cuidado compartilhado.
A diretora do IOC na oficina “Oficina Política Pública Viva – Saúde Única com o Bem Viver nos Territórios”
A oficina foi um espaço de trocas e construção coletiva, conectando saberes tradicionais, práticas de cuidado e movimentos sociais. As discussões abordaram a Sociobioeconomia Agroecológica e o Bem Viver como caminhos para fortalecer a participação social e a sustentabilidade na gestão das políticas públicas.
“Fico muito feliz em ver que, neste ambiente da COP30 — que discute as mudanças climáticas —, conseguimos traduzir esse tema como uma questão de saúde. Pautar a saúde na COP é algo muito recente. Também me alegra ver a participação de um representante do Estado do Pará nesta discussão. É fundamental que diferentes setores e territórios estejam juntos nessa construção” destacou a diretora do IOC.
O IOC também esteve presente no painel “Garimpo e seus impactos à saúde na Amazônia”, realizado na manhã de hoje no estande do Instituto Evandro Chagas (IEC), na Green Zone da COP30. O assessor especial da direção do IOC para mudanças climáticas, Marcos Horta, participou da atividade, que discutiu os efeitos socioambientais do garimpo e suas consequências para a saúde das populações amazônicas.
Marco Horta, participando do painel “Garimpo e seus impactos à saúde na Amazônia”, no estande do IEC
Ainda no dia 12, a Universidade Federal do Pará (UFPA) iniciou, em parceria com o projeto Mosaic, sua exposição na COP30, com foco em saúde e mudanças climáticas. Realizada nos dias 12 e 13, a atividade integra uma cooperação internacional voltada ao fortalecimento de comunidades da Amazônia e da África diante dos impactos do aquecimento global. A iniciativa busca enfrentar os desafios climáticos em áreas de fronteira e promover soluções conjuntas entre territórios tropicais, ampliando a integração científica entre países do Sul Global.
O projeto Mosaic reúne 15 instituições científicas de sete países e tem como objetivo criar um ecossistema de informações que apoie comunidades locais na prevenção e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde humana, animal e ambiental.
A proposta baseia-se em três princípios norteadores — Saúde Única, Aprendizagem Horizontal e Ciência Aberta —, promovendo o intercâmbio de saberes entre pesquisadores e populações locais.
Exposição Mosaic na COP30 com foco em saúde e mudanças climáticas
Trata-se da primeira iniciativa vinculada à Plataforma Internacional de Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PICTIS), que representa um marco na cooperação científica internacional em torno da sustentabilidade, da inovação e da promoção da saúde em territórios vulneráveis.
Com essas participações, o Instituto Oswaldo Cruz reafirma seu compromisso com a integração entre ciência, saberes tradicionais e cooperação internacional – pilares essenciais para enfrentar os desafios climáticos e sanitários que afetam a Amazônia e o planeta.
Tania Araujo-Jorge na mesa do evento franco-brasileiro “Um só mundo, uma só saúde: quando territórios e saberes se unem diante das epidemias”
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) participou do segundo dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) com uma programação dedicada à promoção do diálogo entre ciência, políticas públicas e comunidades locais. Em parceria com o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento da França (IRD) e o projeto Iaruçu, o IOC coorganizou o evento franco-brasileiro “Um só mundo, uma só saúde: quando territórios e saberes se unem diante das epidemias”. A atividade reuniu pesquisadores, lideranças comunitárias e representantes institucionais do Brasil e da França em um chamado à ação por soluções integradas e sustentáveis frente aos desafios da saúde global.
“A saúde é construída no território, nas relações comunitárias, na defesa da floresta e nos modos de vida. A proposta é pensar a Saúde Única a partir dessa perspectiva, onde o cuidado nasce do território e se organiza coletivamente”, afirmou a diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge, em sua fala na mesa de abertura.
As mudanças climáticas e ambientais estão impactando a saúde global ao favorecer a disseminação de doenças infecciosas como dengue, chikungunya, leishmaniose e raiva. No Brasil, os efeitos são mais intensos em territórios vulneráveis — como comunidades ribeirinhas, povos da floresta, áreas de fronteira, regiões de desmatamento e periferias urbanas — onde desigualdades sociais e ambientais se somam.
O evento “Um só mundo, uma só saúde” foi um espaço de escuta e construção coletiva, integrando o conhecimento científico aos saberes tradicionais e comunitários. A programação incluiu exibição de filme, debate e atividades interativas que destacaram experiências de vigilância participativa, mobilização cidadã e cooperação transfronteiriça.
A iniciativa também fortaleceu a cooperação científica entre o Brasil e a França, ampliando o intercâmbio de experiências e o desenvolvimento de estratégias conjuntas de vigilância e resposta a emergências em saúde.
Além da realização conjunta do evento franco-brasileiro, o IOC também integrou, na manhã do mesmo dia, a atividade “Oficina Política Pública Viva – Saúde Única com o Bem Viver nos Territórios”, organizada pela Fiocruz Brasília e pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Convidada a liderar as discussões, Tania Araujo-Jorge ressaltou a importância de incorporar o conceito de Saúde Única na formulação de políticas públicas, valorizando os modos de vida locais e o cuidado compartilhado.
A diretora do IOC na oficina “Oficina Política Pública Viva – Saúde Única com o Bem Viver nos Territórios”
A oficina foi um espaço de trocas e construção coletiva, conectando saberes tradicionais, práticas de cuidado e movimentos sociais. As discussões abordaram a Sociobioeconomia Agroecológica e o Bem Viver como caminhos para fortalecer a participação social e a sustentabilidade na gestão das políticas públicas.
“Fico muito feliz em ver que, neste ambiente da COP30 — que discute as mudanças climáticas —, conseguimos traduzir esse tema como uma questão de saúde. Pautar a saúde na COP é algo muito recente. Também me alegra ver a participação de um representante do Estado do Pará nesta discussão. É fundamental que diferentes setores e territórios estejam juntos nessa construção” destacou a diretora do IOC.
O IOC também esteve presente no painel “Garimpo e seus impactos à saúde na Amazônia”, realizado na manhã de hoje no estande do Instituto Evandro Chagas (IEC), na Green Zone da COP30. O assessor especial da direção do IOC para mudanças climáticas, Marcos Horta, participou da atividade, que discutiu os efeitos socioambientais do garimpo e suas consequências para a saúde das populações amazônicas.
Marco Horta, participando do painel “Garimpo e seus impactos à saúde na Amazônia”, no estande do IEC
Ainda no dia 12, a Universidade Federal do Pará (UFPA) iniciou, em parceria com o projeto Mosaic, sua exposição na COP30, com foco em saúde e mudanças climáticas. Realizada nos dias 12 e 13, a atividade integra uma cooperação internacional voltada ao fortalecimento de comunidades da Amazônia e da África diante dos impactos do aquecimento global. A iniciativa busca enfrentar os desafios climáticos em áreas de fronteira e promover soluções conjuntas entre territórios tropicais, ampliando a integração científica entre países do Sul Global.
O projeto Mosaic reúne 15 instituições científicas de sete países e tem como objetivo criar um ecossistema de informações que apoie comunidades locais na prevenção e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde humana, animal e ambiental.
A proposta baseia-se em três princípios norteadores — Saúde Única, Aprendizagem Horizontal e Ciência Aberta —, promovendo o intercâmbio de saberes entre pesquisadores e populações locais.
Exposição Mosaic na COP30 com foco em saúde e mudanças climáticas
Trata-se da primeira iniciativa vinculada à Plataforma Internacional de Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PICTIS), que representa um marco na cooperação científica internacional em torno da sustentabilidade, da inovação e da promoção da saúde em territórios vulneráveis.
Com essas participações, o Instituto Oswaldo Cruz reafirma seu compromisso com a integração entre ciência, saberes tradicionais e cooperação internacional – pilares essenciais para enfrentar os desafios climáticos e sanitários que afetam a Amazônia e o planeta.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)