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Evento sobre doença de Chagas debate impactos das mudanças climáticas

Atividade integrou a programação “125 anos do Instituto Oswaldo Cruz – Encontros na Amazônia” e reuniu representantes da Fiocruz, DNDi e Bayer
Por Renata Silva da Fontoura e Laura Cordeiro11/11/2025 - Atualizado em 18/11/2025
Tania Araujo-Jorge na atividade “125 anos do Instituto Oswaldo Cruz – Encontros na Amazônia”
 

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) participou nesta segunda-feira (10/11) de mais uma atividade da série “125 anos do Instituto Oswaldo Cruz – Encontros na Amazônia”, que reúne as ações do Instituto durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). O evento, intitulado “Doença de Chagas: Mudanças climáticas, o olhar da comunidade e desafios na prevenção e acesso ao tratamento”, foi realizado na Casa Bayer, em Belém (PA), e reuniu autoridades em saúde pública, pesquisadores, representantes de organizações da sociedade civil, jornalistas e profissionais envolvidos em projetos voltados à doença de Chagas.

Organizado em parceria entre a Fiocruz e a Bayer, a iniciativa “Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi)”, teve como objetivo promover o diálogo entre cientistas, gestores e comunidades sobre o impacto das mudanças climáticas na disseminação da doença de Chagas, bem como os desafios relacionados à prevenção, diagnóstico e tratamento.

Durante o debate, Tania Araujo-Jorge, diretora do IOC, destacou a importância do tema estar na agenda da COP30:

“Eu acho muito simbólico que nós tenhamos conseguido pautar a doença de Chagas na abertura da COP30. Bem-vindos à COP30, bem-vindos à discussão sobre Chagas! Que esse seja um marco para ampliarmos o diálogo entre ciência, políticas públicas e comunidades”, ressaltou.

Palestrantes durante o evento “Doença de Chagas: Mudanças climáticas, o olhar da comunidade e desafios na prevenção e acesso ao tratamento"
 

Eder Monteiro, da Coordenação Estadual de doença de Chagas da Secretaria de Saúde do Pará, destacou o panorama da doença no estado:

“A doença de Chagas foi evoluindo desde uma condição mais aguda e infecciosa para se tornar um grande problema de populações vulneráveis, com novas formas de manifestação e presença em territórios diversificados — a Amazônia, hoje, é um caso muito desafiador — até chegar ao momento atual, em que se tornou um indicador expressivo dos efeitos da questão climática.”

Clima, saúde e equidade

As doenças tropicais negligenciadas (DTNs), como a doença de Chagas, continuam a afetar milhões de pessoas em regiões tropicais e subtropicais, atingindo com maior intensidade as populações em situação de vulnerabilidade. Apesar do impacto social e econômico que causam, essas enfermidades ainda ocupam espaço limitado nas agendas globais de saúde.

A realização da COP30 no Brasil representa uma oportunidade estratégica para integrar as pautas de clima, equidade e saúde pública, evidenciando como o aquecimento global pode agravar a propagação dessas doenças. Estudos recentes indicam que o aumento das temperaturas médias globais favorece a adaptação e expansão de mais de uma centena de espécies de vetores da doença de Chagas, ampliando o risco de transmissão vetorial e oral.

Representante da Secretaria do Estado do Pará falou sobre o monitoramento do processo de preparo do açaí:

“É preciso unir tecnologia, cuidado sanitário e inclusão social. O desafio é equilibrar tradição artesanal com inovação tecnológica. Nossa meta é ter uma produção de açaí segura, competitiva e sustentável”.

Nesse contexto, o evento reforçou a importância de fortalecer a vigilância epidemiológica e as políticas públicas integradas, capazes de considerar os efeitos das mudanças climáticas sobre as doenças negligenciadas.

Protagonismo amazônico e ações do IOC

A atividade contou com a participação de representantes da Fiocruz, do Ministério da Saúde (SVSA), da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (SES/PA), da Bayer e da DNDi. A diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge, apresentou as ações do projeto Expresso Chagas na Amazônia, destacando a expectativa de criação de um núcleo pró-associação de pessoas afetadas pela doença de Chagas em Belém e municípios vizinhos. A dirigente também ressaltou as articulações com cadeias produtivas locais, como as do açaí e da castanha-do-Brasil, com o objetivo de fortalecer o diálogo entre ciência, comunidades e desenvolvimento sustentável.

Além dos debates, o evento contou com atividades simultâneas e expositivas, como projeções digitais de imagens de campo do Expresso Chagas na Amazônia e a exibição de um vídeo sobre a doença. A programação incluiu ainda o lançamento do fotolivro digital “Expresso Chagas na Amazônia” e a divulgação de histórias em quadrinhos temáticas — entre elas, edições especiais da Turma da Mônica e da Turma Papa Chibé — voltadas à popularização da ciência e à conscientização sobre a doença.

Com foco em uma abordagem participativa e interdisciplinar, a atividade reafirmou o compromisso histórico do IOC e da Fiocruz com a ciência, a saúde pública e o enfrentamento das mudanças climáticas.

Parceria científica

Ainda durante o dia, a diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge, e o assessor especial da direção, coordenador de pesquisas de mudanças climáticas do IOC, Marco Horta, visitaram o estande do Instituto Evandro Chagas (IEC), localizado na Green Zone da COP30. Em celebração aos 89 anos do IEC, Tania entregou o kit comemorativo de 125 anos do IOC à diretora do Instituto, Lívia Carício Martins, e aos pesquisadores Pedro Vasconcellos e Marinete Povoa, em reconhecimento à parceria histórica e às contribuições científicas conjuntas das duas instituições amazônicas para a saúde pública e o desenvolvimento sustentável da região.

Entrega do kit comemorativo do IOC para a diretora do IEC, Livia Caricio Martins e para os pesquisadores Pedro Vaconcellos e Marinete Povoa
 
Atividade integrou a programação “125 anos do Instituto Oswaldo Cruz – Encontros na Amazônia” e reuniu representantes da Fiocruz, DNDi e Bayer
Por: 
renata
laura.cordeiro
Tania Araujo-Jorge na atividade “125 anos do Instituto Oswaldo Cruz – Encontros na Amazônia”
 

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) participou nesta segunda-feira (10/11) de mais uma atividade da série “125 anos do Instituto Oswaldo Cruz – Encontros na Amazônia”, que reúne as ações do Instituto durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). O evento, intitulado “Doença de Chagas: Mudanças climáticas, o olhar da comunidade e desafios na prevenção e acesso ao tratamento”, foi realizado na Casa Bayer, em Belém (PA), e reuniu autoridades em saúde pública, pesquisadores, representantes de organizações da sociedade civil, jornalistas e profissionais envolvidos em projetos voltados à doença de Chagas.

Organizado em parceria entre a Fiocruz e a Bayer, a iniciativa “Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi)”, teve como objetivo promover o diálogo entre cientistas, gestores e comunidades sobre o impacto das mudanças climáticas na disseminação da doença de Chagas, bem como os desafios relacionados à prevenção, diagnóstico e tratamento.

Durante o debate, Tania Araujo-Jorge, diretora do IOC, destacou a importância do tema estar na agenda da COP30:

“Eu acho muito simbólico que nós tenhamos conseguido pautar a doença de Chagas na abertura da COP30. Bem-vindos à COP30, bem-vindos à discussão sobre Chagas! Que esse seja um marco para ampliarmos o diálogo entre ciência, políticas públicas e comunidades”, ressaltou.

Palestrantes durante o evento “Doença de Chagas: Mudanças climáticas, o olhar da comunidade e desafios na prevenção e acesso ao tratamento"
 

Eder Monteiro, da Coordenação Estadual de doença de Chagas da Secretaria de Saúde do Pará, destacou o panorama da doença no estado:

“A doença de Chagas foi evoluindo desde uma condição mais aguda e infecciosa para se tornar um grande problema de populações vulneráveis, com novas formas de manifestação e presença em territórios diversificados — a Amazônia, hoje, é um caso muito desafiador — até chegar ao momento atual, em que se tornou um indicador expressivo dos efeitos da questão climática.”

Clima, saúde e equidade

As doenças tropicais negligenciadas (DTNs), como a doença de Chagas, continuam a afetar milhões de pessoas em regiões tropicais e subtropicais, atingindo com maior intensidade as populações em situação de vulnerabilidade. Apesar do impacto social e econômico que causam, essas enfermidades ainda ocupam espaço limitado nas agendas globais de saúde.

A realização da COP30 no Brasil representa uma oportunidade estratégica para integrar as pautas de clima, equidade e saúde pública, evidenciando como o aquecimento global pode agravar a propagação dessas doenças. Estudos recentes indicam que o aumento das temperaturas médias globais favorece a adaptação e expansão de mais de uma centena de espécies de vetores da doença de Chagas, ampliando o risco de transmissão vetorial e oral.

Representante da Secretaria do Estado do Pará falou sobre o monitoramento do processo de preparo do açaí:

“É preciso unir tecnologia, cuidado sanitário e inclusão social. O desafio é equilibrar tradição artesanal com inovação tecnológica. Nossa meta é ter uma produção de açaí segura, competitiva e sustentável”.

Nesse contexto, o evento reforçou a importância de fortalecer a vigilância epidemiológica e as políticas públicas integradas, capazes de considerar os efeitos das mudanças climáticas sobre as doenças negligenciadas.

Protagonismo amazônico e ações do IOC

A atividade contou com a participação de representantes da Fiocruz, do Ministério da Saúde (SVSA), da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (SES/PA), da Bayer e da DNDi. A diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge, apresentou as ações do projeto Expresso Chagas na Amazônia, destacando a expectativa de criação de um núcleo pró-associação de pessoas afetadas pela doença de Chagas em Belém e municípios vizinhos. A dirigente também ressaltou as articulações com cadeias produtivas locais, como as do açaí e da castanha-do-Brasil, com o objetivo de fortalecer o diálogo entre ciência, comunidades e desenvolvimento sustentável.

Além dos debates, o evento contou com atividades simultâneas e expositivas, como projeções digitais de imagens de campo do Expresso Chagas na Amazônia e a exibição de um vídeo sobre a doença. A programação incluiu ainda o lançamento do fotolivro digital “Expresso Chagas na Amazônia” e a divulgação de histórias em quadrinhos temáticas — entre elas, edições especiais da Turma da Mônica e da Turma Papa Chibé — voltadas à popularização da ciência e à conscientização sobre a doença.

Com foco em uma abordagem participativa e interdisciplinar, a atividade reafirmou o compromisso histórico do IOC e da Fiocruz com a ciência, a saúde pública e o enfrentamento das mudanças climáticas.

Parceria científica

Ainda durante o dia, a diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge, e o assessor especial da direção, coordenador de pesquisas de mudanças climáticas do IOC, Marco Horta, visitaram o estande do Instituto Evandro Chagas (IEC), localizado na Green Zone da COP30. Em celebração aos 89 anos do IEC, Tania entregou o kit comemorativo de 125 anos do IOC à diretora do Instituto, Lívia Carício Martins, e aos pesquisadores Pedro Vasconcellos e Marinete Povoa, em reconhecimento à parceria histórica e às contribuições científicas conjuntas das duas instituições amazônicas para a saúde pública e o desenvolvimento sustentável da região.

Entrega do kit comemorativo do IOC para a diretora do IEC, Livia Caricio Martins e para os pesquisadores Pedro Vaconcellos e Marinete Povoa
 

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)