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Leônidas e Maria Deane: companheiros de vida e profissão

A paixão do casal pela ciência não ficava restrita apenas aos laboratórios e às pesquisas. Ambos tinham vontade e vocação para incentivar a formação de novos pesquisadores
Por Jornalismo IOC25/03/2014 - Atualizado em 03/08/2022

:: Leônidas Deane: uma vida dedicada à ciência
:: Leônidas Deane: um legado de inspiração para a ciência


A saúde pública brasileira não seria a mesma sem a dedicada atuação do casal Deane. Maria José Von Paumgartten, mais tarde Maria Deane, nasceu em 24 de julho de 1916, em Belém do Pará.

O casal se conheceu na Faculdade de Medicina do Pará, onde Leônidas, ao ver que Maria havia tirado uma nota similar a dele no quadro da faculdade, procurou saber quem era ela. Logo depois, passaram a ser parceiros de trabalho, atuando juntos na criação do Instituto de Patologia Experimental do Norte, no Serviço de Malária do Nordeste, dentre tantos outros projetos e instituições que contribuíram para a consolidação de suas carreiras. Juntos, tiveram uma filha chamada Luíza.

Em 1980, quando ambos vieram trabalhar no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Maria exerceu a chefia do Departamento de Protozoologia e foi nomeada vice-diretora do Instituto, enquanto Leônidas assumiu o Departamento de Entomologia.

A pesquisadora Ana Jansen, do Laboratório de Biologia de Tripanossomatídeos do IOC, conheceu o casal nessa época e teve um convívio especial com ambos. Amiga da família, ela explica como era a relação dos dois: A Maria e o Leônidas tinham personalidades completamente diferentes.

Ela era ousada, aguerrida. Já ele era pacífico, tímido inclusive, mas sempre foram muito parceiros e cúmplices. Até nos momentos de lazer, eles falavam sobre ciência, lembrou Ana.

 

O casal Deane, na casa em Santa Teresa projetada por Oscar Niemeyer, onde viveram no Rio de Janeiro. Foto: Arquivo pessoal

Único neto do casal, Camilo Deane define como maravilhosa a sua experiência com os avós: Eu fui criado por eles e a nossa convivência foi fantástica. A minha avó era uma espécie de 'xerife' e mais dedicada a casa, enquanto meu avô tinha mais ternura e era ligado à questão do conhecimento.

Desde criança, por exemplo, ele já me mostrava o ciclo dos mosquitos e outras curiosidades, sempre disposto a ensinar, disse. A relação dos meus avós era de muito amor e companheirismo. Eles trabalharam juntos, se casaram e realmente construíram um lar, acrescentou Camilo.

A paixão do casal pela ciência não ficava restrita apenas aos laboratórios e às pesquisas. Ambos tinham vontade e vocação para incentivar a formação de novos pesquisadores, mesmo aqueles não habituados com o ambiente científico. Marcos Lima, que trabalhou como motorista do casal de 1982 a 1994 é a tradução desse desejo.

Atualmente técnico do Laboratório de Biologia de Tripanossomatídeos do IOC, ele conta que o apoio Do casal foi essencial para a sua escolha profissional: Enquanto trabalhei como motorista para eles, eu costumava levá-los para a Fiocruz e ficava impressionado com os laboratórios porque nunca tinha tido contato com o mundo cientifico.

Com o tempo comecei a ler mais sobre o assunto e eles me incentivaram a voltar a estudar, contou. Os dois foram os avós que eu não tive e uma grande influência para a minha vida. O que eu sou hoje agradeço muito a eles, que sempre me apoiaram, e a nossa convivência foi fundamental para isso, concluiu Marcos.

Leônidas Deane faleceu em 30 de janeiro de 1993, e Maria José Deane morreu em 13 de agosto de 1995. A atuação de ambos foi primordial para o desenvolvimento de diversos estudos e melhor compreensão das doenças, principalmente a malária e leishmaniose visceral, rendendo-lhes diversas homenagens em agradecimento à sua contribuição para a saúde pública nacional.

A paixão do casal pela ciência não ficava restrita apenas aos laboratórios e às pesquisas. Ambos tinham vontade e vocação para incentivar a formação de novos pesquisadores
Por: 
jornalismo

:: Leônidas Deane: uma vida dedicada à ciência
:: Leônidas Deane: um legado de inspiração para a ciência

A saúde pública brasileira não seria a mesma sem a dedicada atuação do casal Deane. Maria José Von Paumgartten, mais tarde Maria Deane, nasceu em 24 de julho de 1916, em Belém do Pará.

O casal se conheceu na Faculdade de Medicina do Pará, onde Leônidas, ao ver que Maria havia tirado uma nota similar a dele no quadro da faculdade, procurou saber quem era ela. Logo depois, passaram a ser parceiros de trabalho, atuando juntos na criação do Instituto de Patologia Experimental do Norte, no Serviço de Malária do Nordeste, dentre tantos outros projetos e instituições que contribuíram para a consolidação de suas carreiras. Juntos, tiveram uma filha chamada Luíza.

Em 1980, quando ambos vieram trabalhar no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Maria exerceu a chefia do Departamento de Protozoologia e foi nomeada vice-diretora do Instituto, enquanto Leônidas assumiu o Departamento de Entomologia.

A pesquisadora Ana Jansen, do Laboratório de Biologia de Tripanossomatídeos do IOC, conheceu o casal nessa época e teve um convívio especial com ambos. Amiga da família, ela explica como era a relação dos dois: A Maria e o Leônidas tinham personalidades completamente diferentes.

Ela era ousada, aguerrida. Já ele era pacífico, tímido inclusive, mas sempre foram muito parceiros e cúmplices. Até nos momentos de lazer, eles falavam sobre ciência, lembrou Ana.

 

O casal Deane, na casa em Santa Teresa projetada por Oscar Niemeyer, onde viveram no Rio de Janeiro. Foto: Arquivo pessoal

Único neto do casal, Camilo Deane define como maravilhosa a sua experiência com os avós: Eu fui criado por eles e a nossa convivência foi fantástica. A minha avó era uma espécie de 'xerife' e mais dedicada a casa, enquanto meu avô tinha mais ternura e era ligado à questão do conhecimento.

Desde criança, por exemplo, ele já me mostrava o ciclo dos mosquitos e outras curiosidades, sempre disposto a ensinar, disse. A relação dos meus avós era de muito amor e companheirismo. Eles trabalharam juntos, se casaram e realmente construíram um lar, acrescentou Camilo.

A paixão do casal pela ciência não ficava restrita apenas aos laboratórios e às pesquisas. Ambos tinham vontade e vocação para incentivar a formação de novos pesquisadores, mesmo aqueles não habituados com o ambiente científico. Marcos Lima, que trabalhou como motorista do casal de 1982 a 1994 é a tradução desse desejo.

Atualmente técnico do Laboratório de Biologia de Tripanossomatídeos do IOC, ele conta que o apoio Do casal foi essencial para a sua escolha profissional: Enquanto trabalhei como motorista para eles, eu costumava levá-los para a Fiocruz e ficava impressionado com os laboratórios porque nunca tinha tido contato com o mundo cientifico.

Com o tempo comecei a ler mais sobre o assunto e eles me incentivaram a voltar a estudar, contou. Os dois foram os avós que eu não tive e uma grande influência para a minha vida. O que eu sou hoje agradeço muito a eles, que sempre me apoiaram, e a nossa convivência foi fundamental para isso, concluiu Marcos.

Leônidas Deane faleceu em 30 de janeiro de 1993, e Maria José Deane morreu em 13 de agosto de 1995. A atuação de ambos foi primordial para o desenvolvimento de diversos estudos e melhor compreensão das doenças, principalmente a malária e leishmaniose visceral, rendendo-lhes diversas homenagens em agradecimento à sua contribuição para a saúde pública nacional.

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)