Portuguese English Spanish
Interface
Adjust the interface to make it easier to use for different conditions.
This renders the document in high contrast mode.
This renders the document as white on black
This can help those with trouble processing rapid screen movements.
This loads a font easier to read for people with dyslexia.
Busca Avançada
Você está aqui: Notícias » Lições do professor José Rodrigues Coura

Lições do professor José Rodrigues Coura

Organizado por ex-alunos, primeiro 'Encontro de Medicina Tropical Professor José Rodrigues Coura' recordou atuação e ensinamentos do tropicalista, que percorreu os caminhos do Brasil em busca de soluções para doenças negligenciadas
Por Maíra Menezes01/12/2021 - Atualizado em 09/12/2021

Marcado pela emoção, o primeiro ‘Encontro de Medicina Tropical Professor José Rodrigues Coura’ recordou a atuação e as lições do pesquisador emérito da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que faleceu no dia 3 de abril de 2021. Organizado por ex-alunos do cientista, o evento destacou o legado do tropicalista, que deixou contribuições científicas apontadas entre as mais influentes do mundo e ensinamentos gravados na trajetória de centenas de profissionais. A atividade foi realizada no dia 26 de novembro, através do canal do IOC no Youtube, em sessão integrada ao Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Assista à íntegra da sessão:

Formador de cientistas

A mesa de abertura do evento ressaltou a importância de José Rodrigues Coura para a formação de gerações de pesquisadores, lembrando seu papel como orientador de dezenas de mestres e doutores e como fundador do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do IOC e do Programa de Pós-graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“O professor Coura é nosso patrono. É graças a ele que a Pós-graduação em Medicina Tropical do IOC é uma referência em relação às moléstias tropicais, que, ao longo dos séculos, vêm assolando nossas populações, especialmente as vulneráveis”, ressaltou o coordenador adjunto da Pós em Medicina Tropical, Marco Horta.

“Ele foi uma das pessoas mais importantes da minha vida. De todos os ensinamentos, como gestor, professor e amigo, lembro que ele disse: ‘as palavras têm alma. Ao fazer qualquer coisa, cuide das palavras e da maneira como você fala com as pessoas’”, recordou a diretora do IOC, Tania Cremoini de Araujo Jorge, que foi aluna de Coura na Faculdade de Medicina da UFRJ. 

“O professor Coura é um daqueles mestres que têm discípulos fortemente engajados. Passei a chamá-lo de professor sem nunca ter sido aluna dele, como reconhecimento desse papel tão importante de formar tantas gerações e ser uma referência”, pontuou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.

A chefe do Laboratório de Ecoepidemiologia da Doença de Chagas e coordenadora do Centro de Estudos do IOC, Marli Lima, recordou ainda o ‘Curso Básico’, que foi implantado por Coura no IOC em 1980, retomando um modelo de especialização profissional estabelecido por Oswaldo Cruz em 1909.

“Tivemos 12 meses completos de aulas no ‘Curso Básico’, com o professor Coura com mão de ferro em cima dos alunos. Foi extremamente gratificante e aprendi muito mais do que na graduação sobre medicina tropical e pesquisa científica”, contou Marli, que integrou a turma do ‘Curso Básico’ em 1981.

Doutoras pelo Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical, as organizadoras do evento ressaltaram a gratidão pelos ensinamentos recebidos e a importância de manter legado do professor Coura. Por esse motivo, o ‘Encontro de Medicina Tropical Professor José Rodrigues Coura’ deve se tornar uma atividade regular, promovendo debates acadêmicos relacionados ao campo. Já em fase de planejamento, a segunda edição está prevista para 15 de junho de 2022, data em que o pesquisador completaria 95 anos.

“Em um ano marcado por tantas perdas, queremos demonstrar reconhecimento e gratidão ao professor Coura. A grandeza da história dele está na construção de sua existência, em compartilhar seu caminho com os outros e pelos outros”, afirmou Elba Lemos, chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do IOC.

“O professor Coura formou centenas de pessoas, no Brasil, na América Latina e na África. Então, esse legado tem que continuar, porque as doenças tropicais continuam”, declarou Martha Mutis, que sucedeu Coura na chefia do Laboratório de Doenças Parasitárias.

“O professor Coura tinha uma visão de futuro, ele enxergava longe e pavimentou o caminho para esse futuro com vários tropicalistas que formou. Nós temos a missão de dar continuidade a isso”, acrescentou Alda Maria da Cruz, chefe do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas.

As palestras do primeiro ‘Encontro de Medicina Tropical Professor José Rodrigues Coura’ abordaram a atuação do cientista em diferentes regiões do Brasil. Ex-alunos e colegas de longa data do cientista, os palestrantes ressaltaram as lições do professor, que enfatizava a importância de unir pesquisas em laboratório e em campo, aproximando-se da população e reforçando o compromisso com a busca de soluções para os problemas que atingem especialmente as pessoas mais pobres do país.

José Borges Pereira, pesquisador aposentado do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC, ministrou a palestra ‘Pelos caminhos de Minas’. Antônio Rafael da Silva, professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), abordou o tema ‘Pelos caminhos do Nordeste’. Já Ângela Junqueira, pesquisadora do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC, apresentou a palestra ‘Pelos caminhos do Amazonas’. O evento contou ainda com sessões de depoimentos, apresentações musicais e exibição do documentário 'José Rodrigues Coura – o tropicalista do sertão', dirigido por Genilton José Vieira. O encerramento foi realizado com a apresentação do Coral Fiocruz.

Foto de capa: reprodução do documentário 'José Rodrigues Coura – o tropicalista do sertão'

Organizado por ex-alunos, primeiro 'Encontro de Medicina Tropical Professor José Rodrigues Coura' recordou atuação e ensinamentos do tropicalista, que percorreu os caminhos do Brasil em busca de soluções para doenças negligenciadas
Por: 
maira

Marcado pela emoção, o primeiro ‘Encontro de Medicina Tropical Professor José Rodrigues Coura’ recordou a atuação e as lições do pesquisador emérito da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que faleceu no dia 3 de abril de 2021. Organizado por ex-alunos do cientista, o evento destacou o legado do tropicalista, que deixou contribuições científicas apontadas entre as mais influentes do mundo e ensinamentos gravados na trajetória de centenas de profissionais. A atividade foi realizada no dia 26 de novembro, através do canal do IOC no Youtube, em sessão integrada ao Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Assista à íntegra da sessão:

Formador de cientistas

A mesa de abertura do evento ressaltou a importância de José Rodrigues Coura para a formação de gerações de pesquisadores, lembrando seu papel como orientador de dezenas de mestres e doutores e como fundador do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do IOC e do Programa de Pós-graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“O professor Coura é nosso patrono. É graças a ele que a Pós-graduação em Medicina Tropical do IOC é uma referência em relação às moléstias tropicais, que, ao longo dos séculos, vêm assolando nossas populações, especialmente as vulneráveis”, ressaltou o coordenador adjunto da Pós em Medicina Tropical, Marco Horta.

“Ele foi uma das pessoas mais importantes da minha vida. De todos os ensinamentos, como gestor, professor e amigo, lembro que ele disse: ‘as palavras têm alma. Ao fazer qualquer coisa, cuide das palavras e da maneira como você fala com as pessoas’”, recordou a diretora do IOC, Tania Cremoini de Araujo Jorge, que foi aluna de Coura na Faculdade de Medicina da UFRJ. 

“O professor Coura é um daqueles mestres que têm discípulos fortemente engajados. Passei a chamá-lo de professor sem nunca ter sido aluna dele, como reconhecimento desse papel tão importante de formar tantas gerações e ser uma referência”, pontuou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.

A chefe do Laboratório de Ecoepidemiologia da Doença de Chagas e coordenadora do Centro de Estudos do IOC, Marli Lima, recordou ainda o ‘Curso Básico’, que foi implantado por Coura no IOC em 1980, retomando um modelo de especialização profissional estabelecido por Oswaldo Cruz em 1909.

“Tivemos 12 meses completos de aulas no ‘Curso Básico’, com o professor Coura com mão de ferro em cima dos alunos. Foi extremamente gratificante e aprendi muito mais do que na graduação sobre medicina tropical e pesquisa científica”, contou Marli, que integrou a turma do ‘Curso Básico’ em 1981.

Doutoras pelo Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical, as organizadoras do evento ressaltaram a gratidão pelos ensinamentos recebidos e a importância de manter legado do professor Coura. Por esse motivo, o ‘Encontro de Medicina Tropical Professor José Rodrigues Coura’ deve se tornar uma atividade regular, promovendo debates acadêmicos relacionados ao campo. Já em fase de planejamento, a segunda edição está prevista para 15 de junho de 2022, data em que o pesquisador completaria 95 anos.

“Em um ano marcado por tantas perdas, queremos demonstrar reconhecimento e gratidão ao professor Coura. A grandeza da história dele está na construção de sua existência, em compartilhar seu caminho com os outros e pelos outros”, afirmou Elba Lemos, chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do IOC.

“O professor Coura formou centenas de pessoas, no Brasil, na América Latina e na África. Então, esse legado tem que continuar, porque as doenças tropicais continuam”, declarou Martha Mutis, que sucedeu Coura na chefia do Laboratório de Doenças Parasitárias.

“O professor Coura tinha uma visão de futuro, ele enxergava longe e pavimentou o caminho para esse futuro com vários tropicalistas que formou. Nós temos a missão de dar continuidade a isso”, acrescentou Alda Maria da Cruz, chefe do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas.

As palestras do primeiro ‘Encontro de Medicina Tropical Professor José Rodrigues Coura’ abordaram a atuação do cientista em diferentes regiões do Brasil. Ex-alunos e colegas de longa data do cientista, os palestrantes ressaltaram as lições do professor, que enfatizava a importância de unir pesquisas em laboratório e em campo, aproximando-se da população e reforçando o compromisso com a busca de soluções para os problemas que atingem especialmente as pessoas mais pobres do país.

José Borges Pereira, pesquisador aposentado do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC, ministrou a palestra ‘Pelos caminhos de Minas’. Antônio Rafael da Silva, professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), abordou o tema ‘Pelos caminhos do Nordeste’. Já Ângela Junqueira, pesquisadora do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC, apresentou a palestra ‘Pelos caminhos do Amazonas’. O evento contou ainda com sessões de depoimentos, apresentações musicais e exibição do documentário 'José Rodrigues Coura – o tropicalista do sertão', dirigido por Genilton José Vieira. O encerramento foi realizado com a apresentação do Coral Fiocruz.

Foto de capa: reprodução do documentário 'José Rodrigues Coura – o tropicalista do sertão'

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)