Portuguese English Spanish
Interface
Adjust the interface to make it easier to use for different conditions.
This renders the document in high contrast mode.
This renders the document as white on black
This can help those with trouble processing rapid screen movements.
This loads a font easier to read for people with dyslexia.
Busca Avançada
Você está aqui: Notícias » MedTrop 2025: Simpósio especial destaca contribuições do IOC para o Programa Brasil Saudável

MedTrop 2025: Simpósio especial destaca contribuições do IOC para o Programa Brasil Saudável

Programação também contou com palestras de pesquisadores e apresentações de estudantes
Por Jornalismo IOC05/11/2025 - Atualizado em 11/11/2025
Cientistas do IOC no Medtrop 2025. Foto: divulgação
 

Como parte das comemorações do Jubileu Secular de Prata do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o simpósio “125 anos do IOC: Contribuições de destaque para o Programa Brasil Saudável” integrou a programação do 60º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MedTrop) no dia 4 de novembro, em João Pessoa (PB).

O evento reuniu pesquisadoras e lideranças científicas do Instituto para apresentar marcos e avanços do IOC em doenças de relevância para a saúde pública. A mesa foi moderada por Alda Cruz, vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, e contou com as apresentações das pesquisadoras Monick Guimarães, Marilza M. Herzog, Roberta Olmo, Anna Carvalho e da diretora do Instituto, Tania Araújo-Jorge.

Na abertura do simpósio especial, Alda Cruz destacou o protagonismo do IOC nas ações de prevenção e controle das doenças contempladas pelo Programa Brasil Saudável, iniciativa que, pela primeira vez, integra a pauta dos países do BRICS.

“Participamos ativamente do controle e da prevenção das doenças incluídas no Brasil Saudável. Este é um momento oportuno, que reforça a importância e a responsabilidade que temos diante dessas enfermidades”, afirmou.

Durante o encontro, também foi entregue a Medalha José Rodrigues Coura de Honra ao Mérito Científico, concedida pelo IOC a personalidades de destaque. O homenageado foi o pesquisador Alejandro Luquetti, professor emérito da Universidade Federal de Goiás, reconhecido por sua relevante contribuição científica na área da doença de Chagas e pela trajetória pioneira no estudo da enfermidade no Brasil, abrangendo diagnóstico, sorologia, bancos de dados clínicos e coleções de parasitas.

Ao anunciar a homenagem, a diretora do IOC destacou a importância do legado científico e humano do pesquisador.

“É com enorme satisfação que, na condição de diretora, comunico que o Instituto se alegra em conceder esta medalha ao professor Luquetti, que celebra a excelência científica e o compromisso com a saúde pública”, afirmou.

Em seguida, Alda fez uma fala emocionada dirigida ao homenageado:

“Já tive o privilégio de trabalhar com o professor Luquetti, que é um exemplo para todos nós. Com certeza o Coura está muito feliz vendo você receber essa medalha!”

Ao agradecer, Luquetti se mostrou comovido e reforçou sua ligação com o IOC e com José Rodrigues Coura:

“Eu convivi com Coura durante algumas décadas e receber uma medalha dele, realmente é motivo de orgulho para mim. E orgulho também pela Instituição, que tem 125 anos de história”, ressaltou.

Alda Cruz, vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Alejandro Luquetti, professor da Universidade Federal de Goiás,Tania Araújo-Jorge, diretora do IOC e Andrea Silvestre, pesquisadora do INI Fiocruz. Foto: divulgação


Avanços científicos apresentados

A pesquisadora Monick Guimarães apresentou os marcos na pesquisa sobre transmissão vertical do HIV e os avanços alcançados pelo Laboratório de Aids e Imunologia Molecular, incluindo o desenvolvimento do teste rápido de diagnóstico do HIV, lançado em 2010 — um marco para a ampliação do acesso ao diagnóstico no país.

Marilza Herzog, do Laboratório de Simulídeos e Oncocercose, abordou as contribuições do IOC para a evolução do conhecimento sobre a oncocercose no Brasil, enfatizando a criação da Coleção de Simulídeos do Instituto, fundamental para estudos entomológicos e para o monitoramento da doença.

Em sua fala, Roberta Olmo destacou a atuação do Laboratório e Ambulatório de Hanseníase do IOC, relembrando a trajetória de Souza Araújo, referência histórica na pesquisa sobre a doença. Roberta ainda ressaltou o papel do Instituto na reorganização do Programa Nacional de Hanseníase e o legado de nomes como Euzenir Sarno e Milton Ozório, que consolidaram o IOC como serviço de referência na área.

Anna Carvalho, do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos, traçou um panorama histórico da tuberculose como problema de saúde pública, desde sua disseminação durante a Revolução Industrial até o cenário atual. Ela observou que o Brasil está entre os 30 países com maior número de casos, concentrando cerca de um terço das ocorrências nas Américas, e apresentou resultados de macroprojetos conduzidos por cinco laboratórios do IOC na última década.

Encerrando o simpósio,Tania Araújo-Jorge apresentou a linha do tempo da doença de Chagas, destacando o protagonismo do IOC desde a descoberta da enfermidade por Carlos Chagas, em 1909. A pesquisadora ressaltou a robusta produção científica e as ações de enfrentamento da doença, como o Projeto Selênio, o Expresso Chagas, o Portal Chagas — voltado à divulgação científica e conscientização da população — e a Associação Rio Chagas, criada com apoio do Instituto.

Presença na programação científica

Além da atividade especial, pesquisadores do IOC ministraram palestras no MedTrop, cerca de 40 estudantes apresentaram trabalhos em pôsteres e Genilton Vieira, diretor de documentários, foi o curador mostra de filmes do CineMedTrop 2025.

Gabriel Rocha Schuab, um dos estudantes do IOC que apresentou trabalho durante o MedTrop 2025

Na segunda, dia 03, a chefe do Laboratório de Biologia Molecular e Doenças Endêmicas, Constança Britto, participou da mesa-redonda “Inovações no diagnóstico da doença de Chagas: prioridades nos diferentes territórios”, com o tema “Diagnóstico molecular da doença de Chagas: da bancada à prateleira, pesquisa translacional”. Já a pesquisadora do Laboratório de Biologia Molecular Parasitas e Vetores, Yara Traub-Csekö, participou da Sessão Temas Livres, abordando o controle de vetores.

Na mesa-redonda “Infecções por Estreptococo do grupo B – desigualdades de uma doença prevenível e o futuro da prevenção”, a pesquisadora em Saúde Pública, Laura Maria Andrade de Oliveira, falou sobre “Streptococcus agalactiae sob a perspectiva de uma só saúde”. Miriam Tendler, do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Vacinas Anti-Helmínticas foi a convidada para falar na mesa-redonda “Novas formulações vacinais brasileiras”, e abordou o desenvolvimento da vacina Sm14, contra esquistossomose.

Já Fernando Motta, chefe substituto do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais, moderou o debate sobre “Vigilância e epidemiologia da covid-19, influenza e outros vírus respiratórios de importância em saúde pública”.

Constança Britto durante apresentação na mesa-redonda "Inovações no diagnóstico da doença de Chagas: prioridades nos diferentes territórios". Foto: divulgação

No dia 04 de novembro, além do simpósio especial dos 125 anos, o pesquisador do Laboratório de Biologia, Controle e Vigilância de Insetos Vetores, José Bento Lima, palestrou sobre “Novas abordagens científicas e tecnológicas aplicadas ao monitoramento e controle de mosquitos vetores.”

Ana Paula Assef, chefe do Laboratório de Bacteriologia Aplicada a Saúde Única e Resistência Antimicrobiana, falou sobre o “Panorama dos desafios da resistência antimicrobiana no Brasil”.

No último dia do congresso, 05/11, Manoel de Oliveira, do Laboratório de Taxonomia, Bioquímica e Bioprospecção de Fungos, palestrou sobre “Inovação em malária com vistas à eliminação”, Nildimar Honório, do Laboratório das Interações Vírus-Hospedeiros, palestrou sobre "Bioecologia de Ae. aegypti e Ae. albopictus: implicações e desafios na dinâmica de transmissão das arboviroses urbanas" e Gilberto Gazêta, coordenador do Serviço de Referência Nacional em Vetores das Riquetsioses, foi moderador do debate sobre “Estratégias de vigilância de vetores e diagnóstico de patógenos aplicada ao serviço”.

Nildmar Honório (ao centro) e demais especialistas da mesa-redonda sobre arbovírus. Foto: divulgação
Programação também contou com palestras de pesquisadores e apresentações de estudantes
Por: 
jornalismo
Cientistas do IOC no Medtrop 2025. Foto: divulgação
 

Como parte das comemorações do Jubileu Secular de Prata do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o simpósio “125 anos do IOC: Contribuições de destaque para o Programa Brasil Saudável” integrou a programação do 60º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MedTrop) no dia 4 de novembro, em João Pessoa (PB).

O evento reuniu pesquisadoras e lideranças científicas do Instituto para apresentar marcos e avanços do IOC em doenças de relevância para a saúde pública. A mesa foi moderada por Alda Cruz, vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, e contou com as apresentações das pesquisadoras Monick Guimarães, Marilza M. Herzog, Roberta Olmo, Anna Carvalho e da diretora do Instituto, Tania Araújo-Jorge.

Na abertura do simpósio especial, Alda Cruz destacou o protagonismo do IOC nas ações de prevenção e controle das doenças contempladas pelo Programa Brasil Saudável, iniciativa que, pela primeira vez, integra a pauta dos países do BRICS.

“Participamos ativamente do controle e da prevenção das doenças incluídas no Brasil Saudável. Este é um momento oportuno, que reforça a importância e a responsabilidade que temos diante dessas enfermidades”, afirmou.

Durante o encontro, também foi entregue a Medalha José Rodrigues Coura de Honra ao Mérito Científico, concedida pelo IOC a personalidades de destaque. O homenageado foi o pesquisador Alejandro Luquetti, professor emérito da Universidade Federal de Goiás, reconhecido por sua relevante contribuição científica na área da doença de Chagas e pela trajetória pioneira no estudo da enfermidade no Brasil, abrangendo diagnóstico, sorologia, bancos de dados clínicos e coleções de parasitas.

Ao anunciar a homenagem, a diretora do IOC destacou a importância do legado científico e humano do pesquisador.

“É com enorme satisfação que, na condição de diretora, comunico que o Instituto se alegra em conceder esta medalha ao professor Luquetti, que celebra a excelência científica e o compromisso com a saúde pública”, afirmou.

Em seguida, Alda fez uma fala emocionada dirigida ao homenageado:

“Já tive o privilégio de trabalhar com o professor Luquetti, que é um exemplo para todos nós. Com certeza o Coura está muito feliz vendo você receber essa medalha!”

Ao agradecer, Luquetti se mostrou comovido e reforçou sua ligação com o IOC e com José Rodrigues Coura:

“Eu convivi com Coura durante algumas décadas e receber uma medalha dele, realmente é motivo de orgulho para mim. E orgulho também pela Instituição, que tem 125 anos de história”, ressaltou.

Alda Cruz, vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Alejandro Luquetti, professor da Universidade Federal de Goiás,Tania Araújo-Jorge, diretora do IOC e Andrea Silvestre, pesquisadora do INI Fiocruz. Foto: divulgação

Avanços científicos apresentados

A pesquisadora Monick Guimarães apresentou os marcos na pesquisa sobre transmissão vertical do HIV e os avanços alcançados pelo Laboratório de Aids e Imunologia Molecular, incluindo o desenvolvimento do teste rápido de diagnóstico do HIV, lançado em 2010 — um marco para a ampliação do acesso ao diagnóstico no país.

Marilza Herzog, do Laboratório de Simulídeos e Oncocercose, abordou as contribuições do IOC para a evolução do conhecimento sobre a oncocercose no Brasil, enfatizando a criação da Coleção de Simulídeos do Instituto, fundamental para estudos entomológicos e para o monitoramento da doença.

Em sua fala, Roberta Olmo destacou a atuação do Laboratório e Ambulatório de Hanseníase do IOC, relembrando a trajetória de Souza Araújo, referência histórica na pesquisa sobre a doença. Roberta ainda ressaltou o papel do Instituto na reorganização do Programa Nacional de Hanseníase e o legado de nomes como Euzenir Sarno e Milton Ozório, que consolidaram o IOC como serviço de referência na área.

Anna Carvalho, do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos, traçou um panorama histórico da tuberculose como problema de saúde pública, desde sua disseminação durante a Revolução Industrial até o cenário atual. Ela observou que o Brasil está entre os 30 países com maior número de casos, concentrando cerca de um terço das ocorrências nas Américas, e apresentou resultados de macroprojetos conduzidos por cinco laboratórios do IOC na última década.

Encerrando o simpósio,Tania Araújo-Jorge apresentou a linha do tempo da doença de Chagas, destacando o protagonismo do IOC desde a descoberta da enfermidade por Carlos Chagas, em 1909. A pesquisadora ressaltou a robusta produção científica e as ações de enfrentamento da doença, como o Projeto Selênio, o Expresso Chagas, o Portal Chagas — voltado à divulgação científica e conscientização da população — e a Associação Rio Chagas, criada com apoio do Instituto.

Presença na programação científica

Além da atividade especial, pesquisadores do IOC ministraram palestras no MedTrop, cerca de 40 estudantes apresentaram trabalhos em pôsteres e Genilton Vieira, diretor de documentários, foi o curador mostra de filmes do CineMedTrop 2025.

Gabriel Rocha Schuab, um dos estudantes do IOC que apresentou trabalho durante o MedTrop 2025

Na segunda, dia 03, a chefe do Laboratório de Biologia Molecular e Doenças Endêmicas, Constança Britto, participou da mesa-redonda “Inovações no diagnóstico da doença de Chagas: prioridades nos diferentes territórios”, com o tema “Diagnóstico molecular da doença de Chagas: da bancada à prateleira, pesquisa translacional”. Já a pesquisadora do Laboratório de Biologia Molecular Parasitas e Vetores, Yara Traub-Csekö, participou da Sessão Temas Livres, abordando o controle de vetores.

Na mesa-redonda “Infecções por Estreptococo do grupo B – desigualdades de uma doença prevenível e o futuro da prevenção”, a pesquisadora em Saúde Pública, Laura Maria Andrade de Oliveira, falou sobre “Streptococcus agalactiae sob a perspectiva de uma só saúde”. Miriam Tendler, do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Vacinas Anti-Helmínticas foi a convidada para falar na mesa-redonda “Novas formulações vacinais brasileiras”, e abordou o desenvolvimento da vacina Sm14, contra esquistossomose.

Já Fernando Motta, chefe substituto do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais, moderou o debate sobre “Vigilância e epidemiologia da covid-19, influenza e outros vírus respiratórios de importância em saúde pública”.

Constança Britto durante apresentação na mesa-redonda "Inovações no diagnóstico da doença de Chagas: prioridades nos diferentes territórios". Foto: divulgação

No dia 04 de novembro, além do simpósio especial dos 125 anos, o pesquisador do Laboratório de Biologia, Controle e Vigilância de Insetos Vetores, José Bento Lima, palestrou sobre “Novas abordagens científicas e tecnológicas aplicadas ao monitoramento e controle de mosquitos vetores.”

Ana Paula Assef, chefe do Laboratório de Bacteriologia Aplicada a Saúde Única e Resistência Antimicrobiana, falou sobre o “Panorama dos desafios da resistência antimicrobiana no Brasil”.

No último dia do congresso, 05/11, Manoel de Oliveira, do Laboratório de Taxonomia, Bioquímica e Bioprospecção de Fungos, palestrou sobre “Inovação em malária com vistas à eliminação”, Nildimar Honório, do Laboratório das Interações Vírus-Hospedeiros, palestrou sobre "Bioecologia de Ae. aegypti e Ae. albopictus: implicações e desafios na dinâmica de transmissão das arboviroses urbanas" e Gilberto Gazêta, coordenador do Serviço de Referência Nacional em Vetores das Riquetsioses, foi moderador do debate sobre “Estratégias de vigilância de vetores e diagnóstico de patógenos aplicada ao serviço”.

Nildmar Honório (ao centro) e demais especialistas da mesa-redonda sobre arbovírus. Foto: divulgação

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)