“Em ciência e em inovação, nada se faz sem cooperação.” A frase da vice-reitora da Universidade de Lisboa, Cecília Rodrigues, apresentou o tom do 2º Encontro Internacional para Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (II EICTIS), realizado nos dias 12 e 13/11 em Portugal, pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Plataforma Internacional para Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PICTIS).
O evento reuniu representantes da Fiocruz, das Universidades de Aveiro e de Lisboa e de outras instituições internacionais para fortalecer parcerias estratégicas e discutir temas de fronteira em saúde global.
A mesa de abertura foi conduzida pelo coordenador de Relações Internacionais do Instituto, Carlos Eduardo Rocha. Além de Cecília Rodrigues, também compuseram a sessão o diretor executivo do IOC, Guilherme de Beaurepaire — representando a diretora Tania Araujo-Jorge, em missão na COP 30; o presidente da PICTIS e docente da Universidade de Aveiro, David Resende; e o vice-presidente de Saúde Global e Relações Internacionais da Fiocruz, Marcelo Pelajo.

Diante de um cenário internacional marcado por crises ambientais, novas epidemias e tensões geopolíticas, Marcelo Pelajo destacou que a cooperação internacional depende cada vez mais de estruturas sólidas e relações de confiança, capazes de sustentar projetos de longo prazo e transformar ciência em diplomacia da saúde.
Já Cecília Rodrigues enfatizou que a colaboração se fortalece quando é articulada com diferentes nacionalidades, formações e perspectivas, criando ambientes em que saberes diversos se encontram. Para ela, é justamente essa pluralidade que amplia a capacidade de produzir respostas inovadoras para desafios contemporâneos.
David Resende apontou que a PICTIS traduz essa perspectiva ao estabelecer uma estrutura permanente para o desenvolvimento de projetos conjuntos entre Brasil e Portugal. A iniciativa é fruto da parceria entre o Instituto Oswaldo Cruz e a Universidade de Aveiro, voltada ao intercâmbio de conhecimento e à colaboração entre os dois países.
Guilherme reforçou o papel estratégico da PICTIS para consolidar a presença internacional do IOC e ampliar o alcance das ações de pesquisa, formação e inovação conduzidas pelo Instituto. Assista, abaixo, à íntegra do primeiro dia de programação.
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As mudanças climáticas estão alterando padrões epidemiológicos e ampliando riscos diretos e indiretos à saúde humana no Brasil, em Portugal e em todo o mundo.
Para discutir esta urgência, a mesa ‘Saúde Planetária – Mudanças Climáticas e Saúde’ reuniu a chefe do Laboratório Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em Diptera e Hemiptera do IOC, Elizabeth Rangel, e o climatologista Ricardo Machado Trigo, da Universidade de Lisboa, para analisar evidências sobre os impactos do aquecimento global na saúde e debater estratégias de resposta.
Com moderação da pesquisadora do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Manaus), Alessandra Nava, a sessão abordou como o aquecimento global vem alterando a dinâmica das infecções e pressionando os sistemas de vigilância.
Trigo e Rangel apresentaram evidências de que as mudanças climáticas já impactam diretamente a saúde humana, tanto pelo aumento de eventos extremos — como ondas de calor, secas e enchentes — quanto pela alteração na distribuição de vetores. Segundo os pesquisadores, esse processo tem favorecido a expansão de doenças como leishmanioses, oropouche e leptospirose para novas áreas e em novas intensidades.
Apesar da urgência, Rangel destacou que ainda há espaço para ações coletivas contra o aquecimento global.
“Então ainda temos tempo para trabalhar com consciência, governança e solidariedade”, disse.
Alessandra Nava ressaltou que clima e saúde são dimensões inseparáveis e que seus impactos se estendem também à biodiversidade e aos ecossistemas, reforçando a urgência de respostas intersetoriais.

Na sequência, a mesa ‘Vigilância em Saúde e o Projeto MOSAIC’ continuou as reflexões sobre os impactos das transformações ambientais na saúde, com foco nas estratégias de resposta e no papel da cooperação internacional.
O debate apresentou o MOSAIC, projeto financiado pelo programa europeu ‘Horizon Europe’ e que reúne instituições de sete países — incluindo o IOC. A iniciativa desenvolve sistemas de informação para apoiar comunidades da Amazônia e do Leste da África na identificação dos efeitos ambientais sobre a saúde.
O objetivo do projeto é fortalecer ações locais de prevenção, adaptação e mitigação diante das rápidas transformações climáticas e ecológicas.
Ainda no primeiro dia, a assessora internacional da Coordenação de Relações Internacionais do IOC, Cecília Siliansky de Andreazzi, apresentou a conferência ‘Ecologia e saúde: soluções baseadas na natureza’. A pesquisadora reforçou que ações de restauração e conservação podem reduzir riscos à saúde, desde que levem em conta o contexto ecológico de cada território.
O segundo dia do encontro aprofundou os debates sobre cooperação internacional, trazendo discussão prática e estratégica sobre como instituições brasileiras podem acessar e executar projetos financiados pela União Europeia.
Assista à íntegra do segundo dia.
Na sessão, foram detalhados critérios, exigências e nuances de editais europeus, como o Horizon Europe e o Erasmus+.
David Resende ressaltou que a competitividade dos editais europeus exige planejamento rigoroso e clareza na definição de metas, evitando promessas inalcançáveis e priorizando objetivos factíveis dentro do orçamento disponível.
Segundo ele, não existe ‘projeto do eu sozinho’: é indispensável construir redes sólidas, integrar múltiplas instituições europeias e latino-americanas e dominar as regras específicas de cada chamada para aumentar as chances de aprovação.
Nesse contexto, a PICTIS foi apresentada como um mecanismo inovador de cooperação, capaz de articular a legislação e o regramento brasileiro com as exigências fiscais, jurídicas e diplomáticas europeias.
“Em ciência e em inovação, nada se faz sem cooperação.” A frase da vice-reitora da Universidade de Lisboa, Cecília Rodrigues, apresentou o tom do 2º Encontro Internacional para Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (II EICTIS), realizado nos dias 12 e 13/11 em Portugal, pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Plataforma Internacional para Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PICTIS).
O evento reuniu representantes da Fiocruz, das Universidades de Aveiro e de Lisboa e de outras instituições internacionais para fortalecer parcerias estratégicas e discutir temas de fronteira em saúde global.
A mesa de abertura foi conduzida pelo coordenador de Relações Internacionais do Instituto, Carlos Eduardo Rocha. Além de Cecília Rodrigues, também compuseram a sessão o diretor executivo do IOC, Guilherme de Beaurepaire — representando a diretora Tania Araujo-Jorge, em missão na COP 30; o presidente da PICTIS e docente da Universidade de Aveiro, David Resende; e o vice-presidente de Saúde Global e Relações Internacionais da Fiocruz, Marcelo Pelajo.

Diante de um cenário internacional marcado por crises ambientais, novas epidemias e tensões geopolíticas, Marcelo Pelajo destacou que a cooperação internacional depende cada vez mais de estruturas sólidas e relações de confiança, capazes de sustentar projetos de longo prazo e transformar ciência em diplomacia da saúde.
Já Cecília Rodrigues enfatizou que a colaboração se fortalece quando é articulada com diferentes nacionalidades, formações e perspectivas, criando ambientes em que saberes diversos se encontram. Para ela, é justamente essa pluralidade que amplia a capacidade de produzir respostas inovadoras para desafios contemporâneos.
David Resende apontou que a PICTIS traduz essa perspectiva ao estabelecer uma estrutura permanente para o desenvolvimento de projetos conjuntos entre Brasil e Portugal. A iniciativa é fruto da parceria entre o Instituto Oswaldo Cruz e a Universidade de Aveiro, voltada ao intercâmbio de conhecimento e à colaboração entre os dois países.
Guilherme reforçou o papel estratégico da PICTIS para consolidar a presença internacional do IOC e ampliar o alcance das ações de pesquisa, formação e inovação conduzidas pelo Instituto. Assista, abaixo, à íntegra do primeiro dia de programação.
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As mudanças climáticas estão alterando padrões epidemiológicos e ampliando riscos diretos e indiretos à saúde humana no Brasil, em Portugal e em todo o mundo.
Para discutir esta urgência, a mesa ‘Saúde Planetária – Mudanças Climáticas e Saúde’ reuniu a chefe do Laboratório Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em Diptera e Hemiptera do IOC, Elizabeth Rangel, e o climatologista Ricardo Machado Trigo, da Universidade de Lisboa, para analisar evidências sobre os impactos do aquecimento global na saúde e debater estratégias de resposta.
Com moderação da pesquisadora do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Manaus), Alessandra Nava, a sessão abordou como o aquecimento global vem alterando a dinâmica das infecções e pressionando os sistemas de vigilância.
Trigo e Rangel apresentaram evidências de que as mudanças climáticas já impactam diretamente a saúde humana, tanto pelo aumento de eventos extremos — como ondas de calor, secas e enchentes — quanto pela alteração na distribuição de vetores. Segundo os pesquisadores, esse processo tem favorecido a expansão de doenças como leishmanioses, oropouche e leptospirose para novas áreas e em novas intensidades.
Apesar da urgência, Rangel destacou que ainda há espaço para ações coletivas contra o aquecimento global.
“Então ainda temos tempo para trabalhar com consciência, governança e solidariedade”, disse.
Alessandra Nava ressaltou que clima e saúde são dimensões inseparáveis e que seus impactos se estendem também à biodiversidade e aos ecossistemas, reforçando a urgência de respostas intersetoriais.

Na sequência, a mesa ‘Vigilância em Saúde e o Projeto MOSAIC’ continuou as reflexões sobre os impactos das transformações ambientais na saúde, com foco nas estratégias de resposta e no papel da cooperação internacional.
O debate apresentou o MOSAIC, projeto financiado pelo programa europeu ‘Horizon Europe’ e que reúne instituições de sete países — incluindo o IOC. A iniciativa desenvolve sistemas de informação para apoiar comunidades da Amazônia e do Leste da África na identificação dos efeitos ambientais sobre a saúde.
O objetivo do projeto é fortalecer ações locais de prevenção, adaptação e mitigação diante das rápidas transformações climáticas e ecológicas.
Ainda no primeiro dia, a assessora internacional da Coordenação de Relações Internacionais do IOC, Cecília Siliansky de Andreazzi, apresentou a conferência ‘Ecologia e saúde: soluções baseadas na natureza’. A pesquisadora reforçou que ações de restauração e conservação podem reduzir riscos à saúde, desde que levem em conta o contexto ecológico de cada território.
O segundo dia do encontro aprofundou os debates sobre cooperação internacional, trazendo discussão prática e estratégica sobre como instituições brasileiras podem acessar e executar projetos financiados pela União Europeia.
Assista à íntegra do segundo dia.
Na sessão, foram detalhados critérios, exigências e nuances de editais europeus, como o Horizon Europe e o Erasmus+.
David Resende ressaltou que a competitividade dos editais europeus exige planejamento rigoroso e clareza na definição de metas, evitando promessas inalcançáveis e priorizando objetivos factíveis dentro do orçamento disponível.
Segundo ele, não existe ‘projeto do eu sozinho’: é indispensável construir redes sólidas, integrar múltiplas instituições europeias e latino-americanas e dominar as regras específicas de cada chamada para aumentar as chances de aprovação.
Nesse contexto, a PICTIS foi apresentada como um mecanismo inovador de cooperação, capaz de articular a legislação e o regramento brasileiro com as exigências fiscais, jurídicas e diplomáticas europeias.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)