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Nova espécie de barbeiro homenageia pesquisadora

Batizado de ‘Belminus santosmalletae’, nome presta reconhecimento a Jacenir dos Santos Mallet pelos seus mais de 30 anos de pesquisa em vetores de doenças tropicais
Por Max Gomes02/08/2021 - Atualizado em 28/06/2022

Uma nova espécie de triatomíneo foi descrita em um artigo liderado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Batizada de Belminus santosmalletae, a descoberta carrega uma homenagem a pesquisadora Jacenir dos Santos Mallet, chefe substituta do Laboratório de Transmissores de Leishmanioses do IOC, pelos seus mais de 30 anos de trabalho sobre vetores de doenças tropicais. O achado foi publicado na revista Insects.

“É uma homenagem mais do que merecida. Jacenir é uma cientista completa. Nos estudos de triatomíneos, ela já atuou em laboratório, no campo, junto às populações e, também, na área da educação. Além da capacidade e da qualidade científica, ela se destaca pelo lado pessoal. É uma pessoa muito afetuosa, gentil e acessível com todos”, ressalta o coordenador do artigo, Cleber Galvão, chefe do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do IOC.

A descoberta da nova espécie aconteceu durante um estudo realizado pela primeira autora do artigo, Carolina Dale, na Coleção Hemiptera do Museu Nacional de História Natural Smithsonian, nos Estados Unidos. “Em 2019, fui convidada pelo Museu para analisar algumas de suas coleções biológicas. Durante o estudo, encontramos um espécime de triatomíneo oriundo do Panamá, sem identificação e datado de 1967. Ao analisá-lo, percebemos que se tratava de algo diferente do que já conhecíamos”, conta a pesquisadora do Laboratório de Biodiversidade Entomológica do IOC.

Visões dorsal e ventral do espécime de Belminus santosmalletae. Foto: Reprodução do artigo
 

A confirmação de que aquele inseto com manchas claras nas patas e elevações ao longo do corpo era uma nova espécie veio após os especialistas verificarem as descrições de outras espécies do gênero Belminus presentes na literatura científica e comparar com os materiais presentes na Coleção de Triatomíneos do IOC.

“A Coleção do IOC é referência por reunir o maior número de espécimes tipos dessa subfamília de insetos. Comparamos tudo que poderia ser próximo, fizemos a verificação dos caracteres e observamos que o espécime encontrado no Museu possuía diferenças significantes na sua forma e estrutura”, explica a pesquisadora.

De acordo com o Cleber Galvão, a descrição dessa espécie, levando em consideração seu contexto, reflete a importância da manutenção e investimento das coleções biológicas. “As coleções são de grande importância para a preservação desses materiais. Esse espécime estava há muitos anos depositado no museu e, após ser avaliado por especialistas habilitados, finalmente pôde ser identificado”, afirma.

A escolha do nome Belminus santosmalletae foi uma decisão fácil para os autores. “Uma grande referência como cientista, a Jacenir conquista todos com o seu modo de passar adiante o conhecimento adquirido ao longo de sua carreira. As portas de seu laboratório sempre estão abertas para quem precisa”, compartilha Dale.

Para Silvia Justi, segunda autora do artigo e pesquisadora associada na Instituição Smithsonian, a homenagem a Jacenir é mais uma forma de eternizar a importância da cientista. “Tive a oportunidade de tê-la como minha co-orientadora de doutorado. Ela vai além de suas atribuições e resgata a autoestima e a paixão pela pesquisa. Nomear uma espécie em sua homenagem é muito menos do que ela fez e faz pela ciência”, destaca.

Conhecidos popularmente como barbeiros, os triatomíneos são de grande importância médica por serem vetores da doença de Chagas. Com a nova identificação, a Belminus santosmalletae é a nona espécie descrita de seu gênero, que pode ser encontrado em diversos países da América Latina como Colômbia, Peru, Venezuela e Brasil.

Batizado de ‘Belminus santosmalletae’, nome presta reconhecimento a Jacenir dos Santos Mallet pelos seus mais de 30 anos de pesquisa em vetores de doenças tropicais
Por: 
max.gomes

Uma nova espécie de triatomíneo foi descrita em um artigo liderado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Batizada de Belminus santosmalletae, a descoberta carrega uma homenagem a pesquisadora Jacenir dos Santos Mallet, chefe substituta do Laboratório de Transmissores de Leishmanioses do IOC, pelos seus mais de 30 anos de trabalho sobre vetores de doenças tropicais. O achado foi publicado na revista Insects.

“É uma homenagem mais do que merecida. Jacenir é uma cientista completa. Nos estudos de triatomíneos, ela já atuou em laboratório, no campo, junto às populações e, também, na área da educação. Além da capacidade e da qualidade científica, ela se destaca pelo lado pessoal. É uma pessoa muito afetuosa, gentil e acessível com todos”, ressalta o coordenador do artigo, Cleber Galvão, chefe do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do IOC.

A descoberta da nova espécie aconteceu durante um estudo realizado pela primeira autora do artigo, Carolina Dale, na Coleção Hemiptera do Museu Nacional de História Natural Smithsonian, nos Estados Unidos. “Em 2019, fui convidada pelo Museu para analisar algumas de suas coleções biológicas. Durante o estudo, encontramos um espécime de triatomíneo oriundo do Panamá, sem identificação e datado de 1967. Ao analisá-lo, percebemos que se tratava de algo diferente do que já conhecíamos”, conta a pesquisadora do Laboratório de Biodiversidade Entomológica do IOC.

Visões dorsal e ventral do espécime de Belminus santosmalletae. Foto: Reprodução do artigo
 

A confirmação de que aquele inseto com manchas claras nas patas e elevações ao longo do corpo era uma nova espécie veio após os especialistas verificarem as descrições de outras espécies do gênero Belminus presentes na literatura científica e comparar com os materiais presentes na Coleção de Triatomíneos do IOC.

“A Coleção do IOC é referência por reunir o maior número de espécimes tipos dessa subfamília de insetos. Comparamos tudo que poderia ser próximo, fizemos a verificação dos caracteres e observamos que o espécime encontrado no Museu possuía diferenças significantes na sua forma e estrutura”, explica a pesquisadora.

De acordo com o Cleber Galvão, a descrição dessa espécie, levando em consideração seu contexto, reflete a importância da manutenção e investimento das coleções biológicas. “As coleções são de grande importância para a preservação desses materiais. Esse espécime estava há muitos anos depositado no museu e, após ser avaliado por especialistas habilitados, finalmente pôde ser identificado”, afirma.

A escolha do nome Belminus santosmalletae foi uma decisão fácil para os autores. “Uma grande referência como cientista, a Jacenir conquista todos com o seu modo de passar adiante o conhecimento adquirido ao longo de sua carreira. As portas de seu laboratório sempre estão abertas para quem precisa”, compartilha Dale.

Para Silvia Justi, segunda autora do artigo e pesquisadora associada na Instituição Smithsonian, a homenagem a Jacenir é mais uma forma de eternizar a importância da cientista. “Tive a oportunidade de tê-la como minha co-orientadora de doutorado. Ela vai além de suas atribuições e resgata a autoestima e a paixão pela pesquisa. Nomear uma espécie em sua homenagem é muito menos do que ela fez e faz pela ciência”, destaca.

Conhecidos popularmente como barbeiros, os triatomíneos são de grande importância médica por serem vetores da doença de Chagas. Com a nova identificação, a Belminus santosmalletae é a nona espécie descrita de seu gênero, que pode ser encontrado em diversos países da América Latina como Colômbia, Peru, Venezuela e Brasil.

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)