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Novas perspectivas para controle da leishmaniose

Pesquisadores testam nova estratégia para o controle do vetor da leishmaniose visceral. Projeto envolve 18 municípios de São Paulo e conta com a parceria de 700 moradores voluntários
Por Jornalismo IOC29/08/2013 - Atualizado em 23/05/2025

A leishmaniose visceral representa ainda hoje um importante agravo na saúde pública do Brasil. Segundo dados no Ministério da Saúde, entre 2009 e 2011, foram notificados mais de seis mil casos da doença.

A ocorrência da enfermidade, que é transmitida pelo inseto Lutzomyia longipalpis, conhecido popularmente como mosquito palha, vem aumentando nas áreas urbanas, sendo o cachorro o principal reservatório doméstico do parasito.

Atentos a essa realidade, pesquisadores  do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com o pesquisador Gordon Hamilton da Universidade Keele, na Inglaterra, estão desenvolvendo um projeto para o controle do vetor da doença na região sudeste do país.

 
O pesquisador Reginaldo Brazil instala a armadilha contendo ferormônio para atrair os mosquistos transmissores da leishmaniose visceral. Foto: Gutemberg Brito

 

Estratégia de controle

Financiando pela Wellcome Trust, fundação internacional que apoia pesquisas biomédicas, o projeto está em sua segunda fase, envolvendo 18 municípios do noroeste do Estado de São Paulo, região com muitos casos da doença.

A iniciativa testa o uso do ferormônio sintético do mosquito palha: o 9-Metil Germacreno.

O ferormônio é uma substância química secretada por espécies animais com o objetivo principal de promover a atração sexual de indivíduos da mesma espécie.

De acordo com o coordenador do projeto e pesquisador do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC, Reginaldo Peçanha Brazil, a captura dos vetores é realizada por meio de armadilhas especiais instaladas nas residências de 700 moradores voluntários.

“Como as aves também são fonte alimentar para os flebotomíneos (vetor da doença), as armadilhas foram instaladas em galinheiros. O equipamento possui um mecanismo que libera durante três meses o ferormônio, utilizado para atrair as fêmeas do mosquito palha. Nossa estratégia é atrair o inseto e depois eliminá-lo, ajudando no controle da leishmaniose visceral”, explica o pesquisador.

A etapa inicial do projeto foi realizada na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, entre 2008 e 2010, época em que a incidência da leishmaniose visceral canina na região estava aumentando e ainda não havia estratégia de controle de flebotomíneos no estado.

“A eliminação do vetor da doença é um desafio. Por isso, temos que pensar em estratégias para controlá-lo, a fim de contribuir para a redução da transmissão da leishmaniose, que ainda acomete muitas pessoas em todo o país e com consequências graves para esses pacientes”, destaca o especialista.

Perspectivas
O pesquisador antecipa que está em fase de desenvolvimento um kit que utiliza o ferormônio combinado a um cortinado impregnado com inseticida a base.

“O ferormônio irá atrair os mosquitos e o inseticida o eliminará”, explica. 

“Planejamos testar o uso do kit como estratégia de controle, com o objetivo de favorecer a diminuição da densidade de flebotomíneos em determinada localidade”, finaliza Reginaldo Brazil.

Sobre a leishmaniose visceral
A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa sistêmica que compromete o fígado e o baço, além de ocasionar a perda de peso, fraqueza, redução da força muscular, anemia, dentre outras manifestações. Os sintomas podem surgir entre 10 dias a 24 meses após a infecção pelo parasito do gênero leishmania.

As manifestações clínicas da doença variam de moderadas até as mais graves, que, se não forem tratadas, podem levar o paciente a óbito.

Os medicamentos mais utilizados no tratamento são o antimoniato e a anfotericina, que apresentam efeitos colaterais diversos e alto grau de toxicidade. O tratamento para a leishmaniose visceral é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.

Pesquisadores testam nova estratégia para o controle do vetor da leishmaniose visceral. Projeto envolve 18 municípios de São Paulo e conta com a parceria de 700 moradores voluntários
Por: 
jornalismo

A leishmaniose visceral representa ainda hoje um importante agravo na saúde pública do Brasil. Segundo dados no Ministério da Saúde, entre 2009 e 2011, foram notificados mais de seis mil casos da doença.

A ocorrência da enfermidade, que é transmitida pelo inseto Lutzomyia longipalpis, conhecido popularmente como mosquito palha, vem aumentando nas áreas urbanas, sendo o cachorro o principal reservatório doméstico do parasito.

Atentos a essa realidade, pesquisadores  do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com o pesquisador Gordon Hamilton da Universidade Keele, na Inglaterra, estão desenvolvendo um projeto para o controle do vetor da doença na região sudeste do país.

 
O pesquisador Reginaldo Brazil instala a armadilha contendo ferormônio para atrair os mosquistos transmissores da leishmaniose visceral. Foto: Gutemberg Brito

 

Estratégia de controle

Financiando pela Wellcome Trust, fundação internacional que apoia pesquisas biomédicas, o projeto está em sua segunda fase, envolvendo 18 municípios do noroeste do Estado de São Paulo, região com muitos casos da doença.

A iniciativa testa o uso do ferormônio sintético do mosquito palha: o 9-Metil Germacreno.

O ferormônio é uma substância química secretada por espécies animais com o objetivo principal de promover a atração sexual de indivíduos da mesma espécie.

De acordo com o coordenador do projeto e pesquisador do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC, Reginaldo Peçanha Brazil, a captura dos vetores é realizada por meio de armadilhas especiais instaladas nas residências de 700 moradores voluntários.

“Como as aves também são fonte alimentar para os flebotomíneos (vetor da doença), as armadilhas foram instaladas em galinheiros. O equipamento possui um mecanismo que libera durante três meses o ferormônio, utilizado para atrair as fêmeas do mosquito palha. Nossa estratégia é atrair o inseto e depois eliminá-lo, ajudando no controle da leishmaniose visceral”, explica o pesquisador.

A etapa inicial do projeto foi realizada na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, entre 2008 e 2010, época em que a incidência da leishmaniose visceral canina na região estava aumentando e ainda não havia estratégia de controle de flebotomíneos no estado.

“A eliminação do vetor da doença é um desafio. Por isso, temos que pensar em estratégias para controlá-lo, a fim de contribuir para a redução da transmissão da leishmaniose, que ainda acomete muitas pessoas em todo o país e com consequências graves para esses pacientes”, destaca o especialista.

Perspectivas
O pesquisador antecipa que está em fase de desenvolvimento um kit que utiliza o ferormônio combinado a um cortinado impregnado com inseticida a base.

“O ferormônio irá atrair os mosquitos e o inseticida o eliminará”, explica. 

“Planejamos testar o uso do kit como estratégia de controle, com o objetivo de favorecer a diminuição da densidade de flebotomíneos em determinada localidade”, finaliza Reginaldo Brazil.

Sobre a leishmaniose visceral
A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa sistêmica que compromete o fígado e o baço, além de ocasionar a perda de peso, fraqueza, redução da força muscular, anemia, dentre outras manifestações. Os sintomas podem surgir entre 10 dias a 24 meses após a infecção pelo parasito do gênero leishmania.

As manifestações clínicas da doença variam de moderadas até as mais graves, que, se não forem tratadas, podem levar o paciente a óbito.

Os medicamentos mais utilizados no tratamento são o antimoniato e a anfotericina, que apresentam efeitos colaterais diversos e alto grau de toxicidade. O tratamento para a leishmaniose visceral é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.

Texto: Vanessa Sol

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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