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O impacto da pesquisa em vibrios no século XXI

Encontro internacional no RJ reúne até sexta-feira especialistas em vibrios, bactérias que sinalizam mudanças climáticas e têm, entre suas espécies, o agente causador da cólera
Por Jornalismo IOC03/11/2009 - Atualizado em 10/12/2019

O Rio de Janeiro sedia desde esta quarta até sexta-feira, dia 06, a III Conferência Internacional sobre Biologia de Vibrios. Neste dias, estão sendo debatidos por cerca de 110 participantes os impactos das pesquisas destes micro-organismos na biologia, saúde pública, ambiente e na economia. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) são os anfitriões do encontro, que reúne membros da Associação Internacional dos Pesquisadores em Vibrios, incluindo pesquisadores das Américas, Ásia, Europa e Oceania.

Os vibrios são bactérias presentes em oceanos, rios e lagos de todo o mundo e podem ser indicadores de alterações nos ambientes aquáticos. Eles são responsáveis pela ocorrência de agravos como cólera e gastroenterites. Estas bactérias convivem em equilíbrio com o ecossistema ao qual pertencem. Entretanto, algumas espécies têm a versatilidade de sofrer alterações no seu genoma transformando-se em patógenos de doenças que atingem seres humanos, animais e plantas.

Ana Carolina Vicente, chefe do Laboratório de Genética Molecular de Microrganismos do IOC e uma das coordenadoras do evento, ressalta a importância de estudar estes micro-organismos. A infecção com vibrios impacta diretamente a saúde do homem, já que a contaminação pode ocorrer pela via alimentar, no consumo de peixes e crustáceos contaminados. Outra característica fundamental desta bactéria é que ela funciona como indicador biológico para mudanças ocorridas em ecossistemas, ou seja, auxilia no monitoramento das mudanças climáticas, reforça.

A espécie de vibrio mais conhecida é o cólera, agente etiológico da infecção que atinge parte significativa de países na América Latina, Ásia e África e está relacionada à falta de saneamento. Os sintomas da doença são diarreia, cólica abdominal, náusea, vômitos, dor de cabeça, febre e calafrios. As gastroenterites, infecções causadas pelo Vibrio parahaemolyticus, apresentam quadro clínico semelhante, porém com manifestações mais brandas. A espécie V. vulnificus, rara no Brasil, é responsável por uma síndrome conhecida como septicemia primária, que acomete pacientes com doenças crônicas ou imunodeprimidos atingindo a corrente sanguínea e provocando choque séptico que pode ser fulminante. Vibrios são patógenos importantes também para a aquacultura, assim como para diversas espécies de organismos aquáticos.

Temas como taxonomia genômica de vibrios; genômica e virulência; epidemiologia; simbiose e interação parasita e hospedeiro; mudanças climáticas globais e a dinâmica da cólera são expostos em conferências na terceira edição do encontro da Associação Internacional dos Pesquisadores em Vibrios. O grupo formado por pesquisadores do Brasil, México, Estados Unidos, Israel, Índia, Bangladesh, Japão, Alemanha, Bélgica, Itália, França, Suíça, Reino Unido e Austrália foi criado em 2005, na Bélgica. A segunda reunião foi realizada em Paris, no Instituto Pasteur, em 2007.

Pioneirismo

O Laboratório de Genética Molecular de Microrganismos do IOC é um dos pioneiros no estudo de vibrios no Brasil. Em 1991, fez parte de um grupo de pesquisa para estudar a epidemia de cólera que atingiu o país e, desde então, lidera parcerias nacionais e internacionais. Atualmente desenvolve um estudo inédito de taxonomia genômica dos vibrios, em colaboração com a UFRJ, classificando espécies, gênero e famílias com base no DNA da bactéria. O laboratório também desenvolve estudos com o Instituto Nacional de Cólera de Calcutá, na Índia, e com centros de pesquisa na África, com foco na pesquisa de epidemias de cólera em Gana e na Nigéria.

Serviço:

Vibrios 2009: III Congresso Internacional sobre Biologia de Vibrios
De 4 a 6 de novembro de 2009
Auditório da Decania do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ
Cidade Universitária - Ilha do Fundão
Rio de Janeiro - RJ
Programação: http://www.biologia.ufrj.br/vibrio2009/index.html


Pâmela Pinto

05/11/09

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Encontro internacional no RJ reúne até sexta-feira especialistas em vibrios, bactérias que sinalizam mudanças climáticas e têm, entre suas espécies, o agente causador da cólera
Por: 
jornalismo

O Rio de Janeiro sedia desde esta quarta até sexta-feira, dia 06, a III Conferência Internacional sobre Biologia de Vibrios. Neste dias, estão sendo debatidos por cerca de 110 participantes os impactos das pesquisas destes micro-organismos na biologia, saúde pública, ambiente e na economia. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) são os anfitriões do encontro, que reúne membros da Associação Internacional dos Pesquisadores em Vibrios, incluindo pesquisadores das Américas, Ásia, Europa e Oceania.



Os vibrios são bactérias presentes em oceanos, rios e lagos de todo o mundo e podem ser indicadores de alterações nos ambientes aquáticos. Eles são responsáveis pela ocorrência de agravos como cólera e gastroenterites. Estas bactérias convivem em equilíbrio com o ecossistema ao qual pertencem. Entretanto, algumas espécies têm a versatilidade de sofrer alterações no seu genoma transformando-se em patógenos de doenças que atingem seres humanos, animais e plantas.



Ana Carolina Vicente, chefe do Laboratório de Genética Molecular de Microrganismos do IOC e uma das coordenadoras do evento, ressalta a importância de estudar estes micro-organismos. A infecção com vibrios impacta diretamente a saúde do homem, já que a contaminação pode ocorrer pela via alimentar, no consumo de peixes e crustáceos contaminados. Outra característica fundamental desta bactéria é que ela funciona como indicador biológico para mudanças ocorridas em ecossistemas, ou seja, auxilia no monitoramento das mudanças climáticas, reforça.



A espécie de vibrio mais conhecida é o cólera, agente etiológico da infecção que atinge parte significativa de países na América Latina, Ásia e África e está relacionada à falta de saneamento. Os sintomas da doença são diarreia, cólica abdominal, náusea, vômitos, dor de cabeça, febre e calafrios. As gastroenterites, infecções causadas pelo Vibrio parahaemolyticus, apresentam quadro clínico semelhante, porém com manifestações mais brandas. A espécie V. vulnificus, rara no Brasil, é responsável por uma síndrome conhecida como septicemia primária, que acomete pacientes com doenças crônicas ou imunodeprimidos atingindo a corrente sanguínea e provocando choque séptico que pode ser fulminante. Vibrios são patógenos importantes também para a aquacultura, assim como para diversas espécies de organismos aquáticos.



Temas como taxonomia genômica de vibrios; genômica e virulência; epidemiologia; simbiose e interação parasita e hospedeiro; mudanças climáticas globais e a dinâmica da cólera são expostos em conferências na terceira edição do encontro da Associação Internacional dos Pesquisadores em Vibrios. O grupo formado por pesquisadores do Brasil, México, Estados Unidos, Israel, Índia, Bangladesh, Japão, Alemanha, Bélgica, Itália, França, Suíça, Reino Unido e Austrália foi criado em 2005, na Bélgica. A segunda reunião foi realizada em Paris, no Instituto Pasteur, em 2007.

Pioneirismo

O Laboratório de Genética Molecular de Microrganismos do IOC é um dos pioneiros no estudo de vibrios no Brasil. Em 1991, fez parte de um grupo de pesquisa para estudar a epidemia de cólera que atingiu o país e, desde então, lidera parcerias nacionais e internacionais. Atualmente desenvolve um estudo inédito de taxonomia genômica dos vibrios, em colaboração com a UFRJ, classificando espécies, gênero e famílias com base no DNA da bactéria. O laboratório também desenvolve estudos com o Instituto Nacional de Cólera de Calcutá, na Índia, e com centros de pesquisa na África, com foco na pesquisa de epidemias de cólera em Gana e na Nigéria.

Serviço:

Vibrios 2009: III Congresso Internacional sobre Biologia de Vibrios

De 4 a 6 de novembro de 2009

Auditório da Decania do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ

Cidade Universitária - Ilha do Fundão

Rio de Janeiro - RJ

Programação: http://www.biologia.ufrj.br/vibrio2009/index.html



Pâmela Pinto

05/11/09

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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)