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OMS prepara relatório sobre pesquisa em doenças infecciosas da pobreza

IOC integra a iniciativa, que possui dois representantes brasileiros. Publicação do documento final está prevista para junho
Por Jornalismo IOC18/02/2011 - Atualizado em 10/12/2019

Em janeiro, o Tropical Disease Research (TDR) programa especial de pesquisa e treinamento sobre doenças tropicais da Organização Mundial da Saúde (OMS) promoveu reuniões com especialistas de diversos países para a produção de um relatório global sobre a pesquisa em doenças infecciosas da pobreza. Os encontros foram realizados em Xangai (China). A diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Tania Araújo-Jorge, participou da iniciativa como representante do comitê assessor estratégico do TDR.

Tivemos muito trabalho, já que o relatório global sobre a pesquisa em doenças infecciosas da pobreza será um marco referencial no mundo para a captação de investimento em pesquisas na área. O documento final terá co-autoria de líderes internacionais, financiadores de pesquisa, tomadores de decisão e de representantes da comunidade científica, explica Tania. O objetivo é apresentar um panorama global da atual situação dessas doenças e das pesquisas no tema. Neste contexto, o Brasil tem um enorme destaque e será apresentado como um caso de estudo, completa a pesquisadora.

Na reunião, ficou definido que o relatório global será dividido em seis capítulos, que abordarão temas sobre meio ambiente e mudança climática, investigação de sistemas de saúde, inovação e tecnologia e financiamento de pesquisas com projeções dos impactos das ações para 5, 15 e 25 anos. As datas para análise, apresentação e conclusão dos projetos para pré-publicação foram estabelecidas e a publicação do relatório está prevista para junho deste ano. Vamos buscar apoio no Ministério da Saúde para que o lançamento do relatório possa ser feito no Brasil, transformando-o em um fato político que coloque na pauta de discussões e decisões a questão do financiamento para a pesquisa em saúde, e em especial, para as doenças infecciosas relacionadas à pobreza, afirma.

Brasil e as doenças da pobreza

O Brasil possui um legado de doenças infecciosas endêmicas da pobreza que desafiam as políticas de saúde do século XXI. Neste rol, figuram velhas conhecidas que infelizmente permanecem atuais, como doença de Chagas, leishmanioses, malária, hanseníase, tuberculose, dengue, febre amarela, raiva, hantavirose, hepatites e gastroenterites virais.

Segundo Tania, controlar as doenças antigas que promovem a pobreza é uma condição prévia para o Brasil erradicar a miséria, em busca de maior equidade e justiça social. Mais de 100 milhões de brasileiros ainda vivem com essas doenças, também conhecidas como tropicais ou negligenciadas, e que cada vez mais são assumidas como doenças promotoras da pobreza. Para reverter esse quadro, é preciso uma complexa interação entre pesquisa e intervenção, destaca a pesquisadora.

A capacitação em ciências biomédicas evoluíram e formaram uma comunidade científica forte no Brasil, conduzindo a uma situação de liderança internacional no domínio da medicina tropical. Há dez anos, o Ministério da Saúde começou a financiar diretamente a pesquisa em saúde e elaborou uma agenda de prioridades para a Investigação em Saúde, e as doenças transmissíveis são um dos itens dessa agenda, finaliza.

O relatório

Também participam da elaboração do relatório global da OMS sobre a pesquisa em doenças infecciosas da pobreza outros dois cientistas brasileiros: Bianca Zingales, da Universidade de São Paulo (USP), e Ulisses Confalonieri, da Fiocruz-Minas, que atuam como membros dos grupos de especialistas que compõem o atual think tank do TDR. Este conceito, que pode ser traduzido como tanque de ideias, foi apropriado e adaptado pelo TDR a partir do conceito prevalente nos Estados Unidos, sobre de instituições que têm o papel de ajudar a formular o pensamento de uma sociedade em diversas áreas, por meio de publicações e trabalhos gerados por especialistas que estão articulados com estratégias multidisciplinares em agravos específicos, com representatividade no que se refere à distribuição geográfica de países endêmicos. Financiados inteiramente com os recursos do TDR, os seus taques de ideias não está comprometido com interesses políticos ou econômicos determinados por outros agentes que não a própria OMS.

A elaboração do relatório também conta com analistas e coordenadores dos nove grupos técnicos de referência em doenças infecciosas e temas transversais da OMS, compondo seu Think tank. Representantes da UNICEF, do Banco Mundial, do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e autoridades de países asiáticos, como o Ministro da Saúde da China, também estavam entre os participantes.

Renata Fontoura e Cristiane Albuquerque

21/02/11

IOC integra a iniciativa, que possui dois representantes brasileiros. Publicação do documento final está prevista para junho
Por: 
jornalismo

Em janeiro, o Tropical Disease Research (TDR) programa especial de pesquisa e treinamento sobre doenças tropicais da Organização Mundial da Saúde (OMS) promoveu reuniões com especialistas de diversos países para a produção de um relatório global sobre a pesquisa em doenças infecciosas da pobreza. Os encontros foram realizados em Xangai (China). A diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Tania Araújo-Jorge, participou da iniciativa como representante do comitê assessor estratégico do TDR.

Tivemos muito trabalho, já que o relatório global sobre a pesquisa em doenças infecciosas da pobreza será um marco referencial no mundo para a captação de investimento em pesquisas na área. O documento final terá co-autoria de líderes internacionais, financiadores de pesquisa, tomadores de decisão e de representantes da comunidade científica, explica Tania. O objetivo é apresentar um panorama global da atual situação dessas doenças e das pesquisas no tema. Neste contexto, o Brasil tem um enorme destaque e será apresentado como um caso de estudo, completa a pesquisadora.

Na reunião, ficou definido que o relatório global será dividido em seis capítulos, que abordarão temas sobre meio ambiente e mudança climática, investigação de sistemas de saúde, inovação e tecnologia e financiamento de pesquisas com projeções dos impactos das ações para 5, 15 e 25 anos. As datas para análise, apresentação e conclusão dos projetos para pré-publicação foram estabelecidas e a publicação do relatório está prevista para junho deste ano. Vamos buscar apoio no Ministério da Saúde para que o lançamento do relatório possa ser feito no Brasil, transformando-o em um fato político que coloque na pauta de discussões e decisões a questão do financiamento para a pesquisa em saúde, e em especial, para as doenças infecciosas relacionadas à pobreza, afirma.

Brasil e as doenças da pobreza

O Brasil possui um legado de doenças infecciosas endêmicas da pobreza que desafiam as políticas de saúde do século XXI. Neste rol, figuram velhas conhecidas que infelizmente permanecem atuais, como doença de Chagas, leishmanioses, malária, hanseníase, tuberculose, dengue, febre amarela, raiva, hantavirose, hepatites e gastroenterites virais.

Segundo Tania, controlar as doenças antigas que promovem a pobreza é uma condição prévia para o Brasil erradicar a miséria, em busca de maior equidade e justiça social. Mais de 100 milhões de brasileiros ainda vivem com essas doenças, também conhecidas como tropicais ou negligenciadas, e que cada vez mais são assumidas como doenças promotoras da pobreza. Para reverter esse quadro, é preciso uma complexa interação entre pesquisa e intervenção, destaca a pesquisadora.

A capacitação em ciências biomédicas evoluíram e formaram uma comunidade científica forte no Brasil, conduzindo a uma situação de liderança internacional no domínio da medicina tropical. Há dez anos, o Ministério da Saúde começou a financiar diretamente a pesquisa em saúde e elaborou uma agenda de prioridades para a Investigação em Saúde, e as doenças transmissíveis são um dos itens dessa agenda, finaliza.

O relatório

Também participam da elaboração do relatório global da OMS sobre a pesquisa em doenças infecciosas da pobreza outros dois cientistas brasileiros: Bianca Zingales, da Universidade de São Paulo (USP), e Ulisses Confalonieri, da Fiocruz-Minas, que atuam como membros dos grupos de especialistas que compõem o atual think tank do TDR. Este conceito, que pode ser traduzido como tanque de ideias, foi apropriado e adaptado pelo TDR a partir do conceito prevalente nos Estados Unidos, sobre de instituições que têm o papel de ajudar a formular o pensamento de uma sociedade em diversas áreas, por meio de publicações e trabalhos gerados por especialistas que estão articulados com estratégias multidisciplinares em agravos específicos, com representatividade no que se refere à distribuição geográfica de países endêmicos. Financiados inteiramente com os recursos do TDR, os seus taques de ideias não está comprometido com interesses políticos ou econômicos determinados por outros agentes que não a própria OMS.

A elaboração do relatório também conta com analistas e coordenadores dos nove grupos técnicos de referência em doenças infecciosas e temas transversais da OMS, compondo seu Think tank. Representantes da UNICEF, do Banco Mundial, do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e autoridades de países asiáticos, como o Ministro da Saúde da China, também estavam entre os participantes.

Renata Fontoura e Cristiane Albuquerque

21/02/11



Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)