Gastroband: suplemento alimentar vem em seringas e é destinado a pets. Foto: Rudson Amorim
Um novo suplemento alimentar para cães e gatos foi obtido a partir de uma tecnologia desenvolvida em conjunto com a Fiocruz. Com o nome ‘Gastroband’, o produto da Fiocruz em parceria com a empresa Omnilab utiliza extratos de plantas medicinais, visando complementar a alimentação de pets, com foco na saúde gastrointestinal. A comercialização do suplemento é realizada pela Omnilab e as informações estão disponíveis no website da empresa.
Na Fiocruz, o projeto é desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz). A parceria entre as unidades da Fundação foi estabelecida em 1996, com objetivo de desenvolver um medicamento fitoterápico para uso humano.
Pesquisador do IOC/Fiocruz e idealizador do projeto, Valber Frutuoso ressalta o diferencial da pesquisa ter evoluído para um produto veterinário.
“A partir desse projeto, com foco em saúde humana, surgiu, paralelamente, uma parceria para a produção do suplemento alimentar para animais. Consideramos essa iniciativa como uma oportunidade que agrega valor à nossa pesquisa, enquanto permanecemos empenhados no desenvolvimento do medicamento humano”, afirma Valber.
Pesquisadora de Farmanguinhos/Fiocruz, Alessandra Viçosa esteve à frente do desenvolvimento da formulação e otimização do processo de preparo da planta e destaca a parceria.
“O desenvolvimento conjunto do Gastroband com a empresa Omnilab foi bastante desafiador e envolveu muitas pesquisas e experimentos para se chegar a uma formulação estável”, conta.
“O processo de preparo foi também otimizado de forma a tornar a produção industrial facilitada para obtenção de um produto que atenda aos critérios de qualidade exigidos pelo mercado. Houve um aprendizado mútuo e salutar entre as empresas”, completa.
Ao longo dos estudos para desenvolvimento do fitoterápico humano, os pesquisadores aprimoraram as metodologias das etapas de cultivo da planta, obtenção do extrato e caracterização e determinação químicas da espécie vegetal para alcançar a produção do insumo farmacêutico ativo vegetal (IFAv) em escala piloto.
Ensaios em modelos experimentais confirmaram os efeitos do IFAv como analgésico e gastroprotetor e a segurança da sua administração, sem registros de efeitos colaterais.
O acordo para desenvolvimento do suplemento alimentar foi inicialmente firmado pela Fiocruz com a empresa Inovet, em 2019. Posteriormente, a empresa cedeu os direitos de fabricação para a Omnilab, atual parceira para oferta do produto no mercado.
Os primeiros lotes foram elaborados com extrato vegetal produzido pela Fiocruz a partir do cultivo da respectiva planta na Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos de Farmanguinhos/Fiocruz, no campus Fiocruz Mata Atlântica, em Jacarepaguá, na zona Oeste do Rio de Janeiro.
Os pesquisadores Valber Furtuoso, do IOC, e Sandra Aurora, de Farmanguinhos, ao lado de Aline Moraes, do Núcleo de Inovação Tecnológica. Foto: Rudson Amorim
Pesquisadora de Farmanguinhos/Fiocruz, Maria Raquel destaca a importância do uso sustentável da biodiversidade brasileira.
“O crescente reconhecimento do valor da biodiversidade, especialmente em países com ampla diversidade biológica, aliado aos avanços tecnológicos, tem ampliado a valorização do natural. O aprofundamento dos estudos em biodiversidade pode se consolidar como um eixo essencial de crescimento em diferentes áreas”, afirma.
“Explorar os recursos naturais de forma sustentável é uma das estratégias mais eficazes para promover inovação, fortalecer a indústria e melhorar as condições de vida da população”, complementa.
Em conjunto, foi alcançada uma formulação estável com odor e sabor adequados para facilitar a aceitação pelos animais. A apresentação do suplemento alimentar é feita em seringas de 15 gramas. A forma de administração é indicada na bula e pode ser orientada pelo médico veterinário.
“Como suplementos alimentares não são medicamentos, não são indicados para o tratamento de doenças. Esses produtos têm o objetivo de oferecer nutrientes ou substâncias bioativas, que podem trazer benefícios para o organismo”, pontua Valber.
Atualmente, os pesquisadores realizam análises de estabilidade do IFAv para produção do medicamento fitoterápico humano e iniciam conversas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para avaliar as exigências dos ensaios clínicos.
Os cientistas destacam o caráter multidisciplinar da pesquisa, que, recentemente, passou a contar também com participação do Instituto Nacional de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz).
“Nesse projeto, temos união de pesquisadores em farmacologia, farmacotécnica, agronomia, metodologias analíticas e toxicologia, além de especialistas em gestão e inovação tecnológica. O trabalho integrado é fundamental para sair da pesquisa e trabalhar no desenvolvimento de um produto”, ressalta Valber.
Ao longo dos anos, o projeto contou com o apoio de diversas iniciativas da Fiocruz para fomento à inovação, como o Programa de Desenvolvimento Tecnológico em Insumos para Saúde (PDTIS) e o Programa Inova Fiocruz. Também recebeu recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Atualmente, o braço fitoterápico do projeto obteve financiamento do edital Inova Ceis.
O desenvolvimento de tecnologias inovadoras já faz parte da rotina do IOC. Produtos como kits diagnósticos e métodos de controle de vetores nasceram a partir das pesquisas realizadas nos laboratórios do Instituto, tornando-se soluções aplicáveis à saúde pública.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), Aline Morais, a colaboração entre instituições públicas e empresas privadas é uma via estratégica para transformar pesquisa em soluções acessíveis à população.
“Essas interações beneficiam a todos, sobretudo, a população brasileira, que passa a ter acesso a produtos de qualidade e com comprovação científica, capazes de melhorar a saúde humana e a veterinária”, aponta.
Em agosto, a patente do produto foi depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), em cotitularidade: 50% Fiocruz e 50% Omnilab. Aline destaca que, com a entrada do produto no mercado, os royalties serão reinvestidos no projeto original do medicamento fitoterápico para uso humano.
Equipes Fiocruz e Omnilab durante lançamento do Gastroband. Foto: Rudson Amorim
Para a coordenadora, a experiência também tem valor institucional. Além de abrir uma frente na área veterinária, gera aprendizado na interface com a indústria e consolida práticas de inovação.
“Esse resultado é muito importante, pois representa um fruto da pesquisa pública retornando ao mercado nacional. O processo trouxe ganho de experiência tanto para o IOC quanto para Farmanguinhos, além de gerar recursos que serão reinvestidos no projeto inicial”, conclui.
A pesquisadora de Farmanguinhos, Sandra Aurora, destaca o rigor e a qualidade construída ao longo de cada etapa, desde a pesquisa inicial à chegada do produto ao mercado.
“É um processo que leva tempo, exige amadurecimento e controle tecnológico. Temos muito orgulho de fazer parte dessa construção e de ter a Omnilab nessa parceria”, finaliza.
O produto foi lançado no último dia 26/09 em uma feira internacional, no Rio de Janeiro.
Gastroband: suplemento alimentar vem em seringas e é destinado a pets. Foto: Rudson Amorim
Um novo suplemento alimentar para cães e gatos foi obtido a partir de uma tecnologia desenvolvida em conjunto com a Fiocruz. Com o nome ‘Gastroband’, o produto da Fiocruz em parceria com a empresa Omnilab utiliza extratos de plantas medicinais, visando complementar a alimentação de pets, com foco na saúde gastrointestinal. A comercialização do suplemento é realizada pela Omnilab e as informações estão disponíveis no website da empresa.
Na Fiocruz, o projeto é desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz). A parceria entre as unidades da Fundação foi estabelecida em 1996, com objetivo de desenvolver um medicamento fitoterápico para uso humano.
Pesquisador do IOC/Fiocruz e idealizador do projeto, Valber Frutuoso ressalta o diferencial da pesquisa ter evoluído para um produto veterinário.
“A partir desse projeto, com foco em saúde humana, surgiu, paralelamente, uma parceria para a produção do suplemento alimentar para animais. Consideramos essa iniciativa como uma oportunidade que agrega valor à nossa pesquisa, enquanto permanecemos empenhados no desenvolvimento do medicamento humano”, afirma Valber.
Pesquisadora de Farmanguinhos/Fiocruz, Alessandra Viçosa esteve à frente do desenvolvimento da formulação e otimização do processo de preparo da planta e destaca a parceria.
“O desenvolvimento conjunto do Gastroband com a empresa Omnilab foi bastante desafiador e envolveu muitas pesquisas e experimentos para se chegar a uma formulação estável”, conta.
“O processo de preparo foi também otimizado de forma a tornar a produção industrial facilitada para obtenção de um produto que atenda aos critérios de qualidade exigidos pelo mercado. Houve um aprendizado mútuo e salutar entre as empresas”, completa.
Ao longo dos estudos para desenvolvimento do fitoterápico humano, os pesquisadores aprimoraram as metodologias das etapas de cultivo da planta, obtenção do extrato e caracterização e determinação químicas da espécie vegetal para alcançar a produção do insumo farmacêutico ativo vegetal (IFAv) em escala piloto.
Ensaios em modelos experimentais confirmaram os efeitos do IFAv como analgésico e gastroprotetor e a segurança da sua administração, sem registros de efeitos colaterais.
O acordo para desenvolvimento do suplemento alimentar foi inicialmente firmado pela Fiocruz com a empresa Inovet, em 2019. Posteriormente, a empresa cedeu os direitos de fabricação para a Omnilab, atual parceira para oferta do produto no mercado.
Os primeiros lotes foram elaborados com extrato vegetal produzido pela Fiocruz a partir do cultivo da respectiva planta na Plataforma Agroecológica de Fitomedicamentos de Farmanguinhos/Fiocruz, no campus Fiocruz Mata Atlântica, em Jacarepaguá, na zona Oeste do Rio de Janeiro.
Os pesquisadores Valber Furtuoso, do IOC, e Sandra Aurora, de Farmanguinhos, ao lado de Aline Moraes, do Núcleo de Inovação Tecnológica. Foto: Rudson Amorim
Pesquisadora de Farmanguinhos/Fiocruz, Maria Raquel destaca a importância do uso sustentável da biodiversidade brasileira.
“O crescente reconhecimento do valor da biodiversidade, especialmente em países com ampla diversidade biológica, aliado aos avanços tecnológicos, tem ampliado a valorização do natural. O aprofundamento dos estudos em biodiversidade pode se consolidar como um eixo essencial de crescimento em diferentes áreas”, afirma.
“Explorar os recursos naturais de forma sustentável é uma das estratégias mais eficazes para promover inovação, fortalecer a indústria e melhorar as condições de vida da população”, complementa.
Em conjunto, foi alcançada uma formulação estável com odor e sabor adequados para facilitar a aceitação pelos animais. A apresentação do suplemento alimentar é feita em seringas de 15 gramas. A forma de administração é indicada na bula e pode ser orientada pelo médico veterinário.
“Como suplementos alimentares não são medicamentos, não são indicados para o tratamento de doenças. Esses produtos têm o objetivo de oferecer nutrientes ou substâncias bioativas, que podem trazer benefícios para o organismo”, pontua Valber.
Atualmente, os pesquisadores realizam análises de estabilidade do IFAv para produção do medicamento fitoterápico humano e iniciam conversas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para avaliar as exigências dos ensaios clínicos.
Os cientistas destacam o caráter multidisciplinar da pesquisa, que, recentemente, passou a contar também com participação do Instituto Nacional de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz).
“Nesse projeto, temos união de pesquisadores em farmacologia, farmacotécnica, agronomia, metodologias analíticas e toxicologia, além de especialistas em gestão e inovação tecnológica. O trabalho integrado é fundamental para sair da pesquisa e trabalhar no desenvolvimento de um produto”, ressalta Valber.
Ao longo dos anos, o projeto contou com o apoio de diversas iniciativas da Fiocruz para fomento à inovação, como o Programa de Desenvolvimento Tecnológico em Insumos para Saúde (PDTIS) e o Programa Inova Fiocruz. Também recebeu recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Atualmente, o braço fitoterápico do projeto obteve financiamento do edital Inova Ceis.
O desenvolvimento de tecnologias inovadoras já faz parte da rotina do IOC. Produtos como kits diagnósticos e métodos de controle de vetores nasceram a partir das pesquisas realizadas nos laboratórios do Instituto, tornando-se soluções aplicáveis à saúde pública.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), Aline Morais, a colaboração entre instituições públicas e empresas privadas é uma via estratégica para transformar pesquisa em soluções acessíveis à população.
“Essas interações beneficiam a todos, sobretudo, a população brasileira, que passa a ter acesso a produtos de qualidade e com comprovação científica, capazes de melhorar a saúde humana e a veterinária”, aponta.
Em agosto, a patente do produto foi depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), em cotitularidade: 50% Fiocruz e 50% Omnilab. Aline destaca que, com a entrada do produto no mercado, os royalties serão reinvestidos no projeto original do medicamento fitoterápico para uso humano.
Equipes Fiocruz e Omnilab durante lançamento do Gastroband. Foto: Rudson Amorim
Para a coordenadora, a experiência também tem valor institucional. Além de abrir uma frente na área veterinária, gera aprendizado na interface com a indústria e consolida práticas de inovação.
“Esse resultado é muito importante, pois representa um fruto da pesquisa pública retornando ao mercado nacional. O processo trouxe ganho de experiência tanto para o IOC quanto para Farmanguinhos, além de gerar recursos que serão reinvestidos no projeto inicial”, conclui.
A pesquisadora de Farmanguinhos, Sandra Aurora, destaca o rigor e a qualidade construída ao longo de cada etapa, desde a pesquisa inicial à chegada do produto ao mercado.
“É um processo que leva tempo, exige amadurecimento e controle tecnológico. Temos muito orgulho de fazer parte dessa construção e de ter a Omnilab nessa parceria”, finaliza.
O produto foi lançado no último dia 26/09 em uma feira internacional, no Rio de Janeiro.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)