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Perspectivas no tratamento da doença de Chagas em debate

Em sua 10ª edição, Ciclo Carlos Chagas de Palestras abordou pesquisas sobre terapias e gargalos da produção de medicamentos, entre outros temas de ponta para enfrentamento do agravo
Por Maíra Menezes14/04/2022 - Atualizado em 29/06/2022

Para marcar a décima edição do Ciclo Carlos Chagas de Palestras (CCCP), uma programação especial com temas caros à saúde pública. Dentre os destaques, o evento discutiu os gargalos na produção do principal medicamento usado contra o parasito Trypanosoma cruzi, causador da infecção, e as abordagens voltadas para a fase crônica do agravo, incluindo terapias farmacológicas e não farmacológicas, em uso e em estudo. A atividade contou ainda com uma sessão dedicada a temas de ponta na pesquisa sobre o T. cruzi e apresentações de trabalhos de jovens pesquisadores. Com transmissão pelo canal do IOC no Youtube, o CCCP foi realizado nos dias 7 e 8 de abril.

Lembrando o Dia Mundial da Doença de Chagas, componentes da mesa de abertura do evento reforçaram a importância da visibilidade do agravo. Foto: Reprodução

Na mesa de abertura, a chefe do Laboratório de Biologia das Interações e coordenadora do evento, Joseli Lannes Vieira, ressaltou a importância do enfrentamento da doença de Chagas, 113 anos após a descoberta do agravo, realizada pelo médico Carlos Chagas em 1909. “O Dia Mundial da Doença de Chagas, celebrado em 14 de abril, foi criado para dar visibilidade e enfrentamento às necessidades dos portadores da doença. Precisamos dar respostas a quem está esperando, que são os portadores e as pessoas afetadas”, declarou Joseli.

Também coordenadora do evento, a diretora do IOC, Tania Cremonini de Araujo Jorge, lembrou o Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril, que este ano enfatizou a conexão entre meio ambiente e saúde com o tema ‘nosso planeta, nossa saúde’. “A OMS estima que mais de 3 milhões de pessoas morrem por causas ambientais evitáveis, e a doença de Chagas está nesse contexto, com questões ligadas ao ambiente, como discutiremos no Ciclo Carlos Chagas de Palestras”, afirmou.

A diretora leu também a mensagem emitida pela Federação Internacional de Associações de Pessoas Afetadas pela Doença de Chagas (Findechagas) em alusão ao Dia Mundial da Doença de Chagas. Com o título ‘Ajude-nos a saber quantos somos e onde estamos’, o comunicado lembrou que a maioria dos infectados desconhece a doença e salientou a importância do diagnóstico para estabelecer estratégias efetivas contra o agravo.

A mensagem foi reforçada pelo vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Rodrigo Correa de Oliveira, que afirmou que a doença permanece negligenciada. “Mesmo com a criação do Dia Mundial da Doença de Chagas em 2019, essa ainda é uma doença silenciosa e silenciada. A visibilidade é fundamental para que possamos ter mais investimento nos estudos, novos medicamentos e uma vacina”, disse o vice-presidente.

A relevância do Ciclo de Palestras Carlos Chagas no debate científico sobre o agravo foi enfatizada pelos pesquisadores Rubem Menna Barreto, do Laboratório de Biologia Celular, e André Roque, do Laboratório de Biologia de Tripanossomatídeos, ambos do IOC. Além de atuarem na coordenação do evento este ano, os especialistas vão assumir a organização das próximas edições, substituindo Joseli Lannes, que fundou o CCCP e esteve à frente do evento por dez anos.

“O Ciclo é um evento muito importante, que já marcou o IOC, por discutir sempre temas de ponta e centrais da doença de Chagas”, pontuou Rubem. “Para todos nós que estudamos a doença de Chagas é fundamental contar com um evento deste tipo, em que temos ainda os portadores participando”, comentou André.

A presidente da Associação Rio Chagas, Josefa de Oliveira Silva, também destacou a importância da união e da mobilização na busca por soluções para a doença. “Nossa luta e nosso trabalho são pela doença de Chagas. Atravessamos essa grande guerra da pandemia de Covid-19 e estamos aqui. Temos que ser firmes e sabermos que somos fortes e estamos juntos”, afirmou Josefa.

Assista à sessão da manhã do dia 7 de abril:

Pesquisas de fronteira

O primeiro dia do evento contou com três mesas de debates. Com mediação de André Roque, a sessão sobre ‘Fronteiras do conhecimento da ecologia de Tripanossomatídeos’ reuniu as pesquisadoras do Laboratório de Biologia de Tripanosomatídeos do IOC, Ana Maria Jansen e Samanta Xavier, a pós-doutoranda do mesmo Laboratório, Maria Augusta Dario, e o doutorando do Programa de Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas do IOC, Raphael Testai. 

A mesa sobre ‘Terapias farmacológicas para a fase crônica da doença de Chagas do pré-clínico ao clínico’ contou com palestras de Joseli Lannes e Tania Araujo Jorge, além do pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Alejandro Hasslocher. Já a sessão sobre ‘Terapias não-farmacológicas para a fase crônica da doença de Chagas do pré-clínico ao clínico’ teve apresentações de Rubem Menna Barreto, do professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Henrique Silveira Costa, e da médica do Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco (Procape-UPE), Cristina Carrazzone. 

Confira os debates do dia 7 de abril à tarde:

O segundo dia de atividades foi integrado ao Centro de Estudos do IOC, mais tradicional atividade acadêmica da Unidade. Quatro trabalhos selecionados entre mais de vinte resumos inscritos no evento foram apresentados por jovens pesquisadores do IOC. São eles:

:: Ludmila Fiuza, doutoranda da Pós-graduação em Biologia Parasitária; 
:: Felipe de Oliveira, mestrando do Programa de Biologia Computacional e Sistemas; 
:: Thaiane Verly, doutoranda da Pós-graduação em Biologia Parasitária; 
:: Roberto Rodrigues Ferreira, pós-doutorando dos Laboratórios de Genômica Funcional e Bioinformática e de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos. 

O evento concedeu ainda menção honrosa a Yasmin Pedra Resende, mestranda do Programa de Biologia Celular e Molecular. 

Os desafios e perspectivas para a produção de benzonidazol, principal medicamento usado contra o parasito T. cruzi, foram discutidos na mesa que teve como tema ‘Em busca da independência de produção de medicamento e da formulação pediátrica’. A sessão teve participação do técnico do Departamento de Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS, Pedro Albajar; da especialista da organização Médicos Sem Fronteiras no Brasil, Clara Alves; das pesquisadoras da organização Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi), Andrea Marchiol e Maria Jesus Pinazo; e da vice-diretora de Educação, Pesquisa e Inovação do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), Núbia Boechat.

Após o debate, que foi mediado por Tania Araujo Jorge e pelo diretor de Farmanguinhos, Jorge Souza Mendonça, o evento foi encerrado com uma homenagem e agradecimento à pesquisadora Joseli Lannes pelos dez anos à frente da coordenação do Ciclo Carlos Chagas de Palestras.

Assista à sessão do dia 8 de abril:

Em sua 10ª edição, Ciclo Carlos Chagas de Palestras abordou pesquisas sobre terapias e gargalos da produção de medicamentos, entre outros temas de ponta para enfrentamento do agravo
Por: 
maira

Para marcar a décima edição do Ciclo Carlos Chagas de Palestras (CCCP), uma programação especial com temas caros à saúde pública. Dentre os destaques, o evento discutiu os gargalos na produção do principal medicamento usado contra o parasito Trypanosoma cruzi, causador da infecção, e as abordagens voltadas para a fase crônica do agravo, incluindo terapias farmacológicas e não farmacológicas, em uso e em estudo. A atividade contou ainda com uma sessão dedicada a temas de ponta na pesquisa sobre o T. cruzi e apresentações de trabalhos de jovens pesquisadores. Com transmissão pelo canal do IOC no Youtube, o CCCP foi realizado nos dias 7 e 8 de abril.

Lembrando o Dia Mundial da Doença de Chagas, componentes da mesa de abertura do evento reforçaram a importância da visibilidade do agravo. Foto: Reprodução

Na mesa de abertura, a chefe do Laboratório de Biologia das Interações e coordenadora do evento, Joseli Lannes Vieira, ressaltou a importância do enfrentamento da doença de Chagas, 113 anos após a descoberta do agravo, realizada pelo médico Carlos Chagas em 1909. “O Dia Mundial da Doença de Chagas, celebrado em 14 de abril, foi criado para dar visibilidade e enfrentamento às necessidades dos portadores da doença. Precisamos dar respostas a quem está esperando, que são os portadores e as pessoas afetadas”, declarou Joseli.

Também coordenadora do evento, a diretora do IOC, Tania Cremonini de Araujo Jorge, lembrou o Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril, que este ano enfatizou a conexão entre meio ambiente e saúde com o tema ‘nosso planeta, nossa saúde’. “A OMS estima que mais de 3 milhões de pessoas morrem por causas ambientais evitáveis, e a doença de Chagas está nesse contexto, com questões ligadas ao ambiente, como discutiremos no Ciclo Carlos Chagas de Palestras”, afirmou.

A diretora leu também a mensagem emitida pela Federação Internacional de Associações de Pessoas Afetadas pela Doença de Chagas (Findechagas) em alusão ao Dia Mundial da Doença de Chagas. Com o título ‘Ajude-nos a saber quantos somos e onde estamos’, o comunicado lembrou que a maioria dos infectados desconhece a doença e salientou a importância do diagnóstico para estabelecer estratégias efetivas contra o agravo.

A mensagem foi reforçada pelo vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Rodrigo Correa de Oliveira, que afirmou que a doença permanece negligenciada. “Mesmo com a criação do Dia Mundial da Doença de Chagas em 2019, essa ainda é uma doença silenciosa e silenciada. A visibilidade é fundamental para que possamos ter mais investimento nos estudos, novos medicamentos e uma vacina”, disse o vice-presidente.

A relevância do Ciclo de Palestras Carlos Chagas no debate científico sobre o agravo foi enfatizada pelos pesquisadores Rubem Menna Barreto, do Laboratório de Biologia Celular, e André Roque, do Laboratório de Biologia de Tripanossomatídeos, ambos do IOC. Além de atuarem na coordenação do evento este ano, os especialistas vão assumir a organização das próximas edições, substituindo Joseli Lannes, que fundou o CCCP e esteve à frente do evento por dez anos.

“O Ciclo é um evento muito importante, que já marcou o IOC, por discutir sempre temas de ponta e centrais da doença de Chagas”, pontuou Rubem. “Para todos nós que estudamos a doença de Chagas é fundamental contar com um evento deste tipo, em que temos ainda os portadores participando”, comentou André.

A presidente da Associação Rio Chagas, Josefa de Oliveira Silva, também destacou a importância da união e da mobilização na busca por soluções para a doença. “Nossa luta e nosso trabalho são pela doença de Chagas. Atravessamos essa grande guerra da pandemia de Covid-19 e estamos aqui. Temos que ser firmes e sabermos que somos fortes e estamos juntos”, afirmou Josefa.

Assista à sessão da manhã do dia 7 de abril:

Pesquisas de fronteira

O primeiro dia do evento contou com três mesas de debates. Com mediação de André Roque, a sessão sobre ‘Fronteiras do conhecimento da ecologia de Tripanossomatídeos’ reuniu as pesquisadoras do Laboratório de Biologia de Tripanosomatídeos do IOC, Ana Maria Jansen e Samanta Xavier, a pós-doutoranda do mesmo Laboratório, Maria Augusta Dario, e o doutorando do Programa de Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas do IOC, Raphael Testai. 

A mesa sobre ‘Terapias farmacológicas para a fase crônica da doença de Chagas do pré-clínico ao clínico’ contou com palestras de Joseli Lannes e Tania Araujo Jorge, além do pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Alejandro Hasslocher. Já a sessão sobre ‘Terapias não-farmacológicas para a fase crônica da doença de Chagas do pré-clínico ao clínico’ teve apresentações de Rubem Menna Barreto, do professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Henrique Silveira Costa, e da médica do Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco (Procape-UPE), Cristina Carrazzone. 

Confira os debates do dia 7 de abril à tarde:

O segundo dia de atividades foi integrado ao Centro de Estudos do IOC, mais tradicional atividade acadêmica da Unidade. Quatro trabalhos selecionados entre mais de vinte resumos inscritos no evento foram apresentados por jovens pesquisadores do IOC. São eles:

:: Ludmila Fiuza, doutoranda da Pós-graduação em Biologia Parasitária; 
:: Felipe de Oliveira, mestrando do Programa de Biologia Computacional e Sistemas; 
:: Thaiane Verly, doutoranda da Pós-graduação em Biologia Parasitária; 
:: Roberto Rodrigues Ferreira, pós-doutorando dos Laboratórios de Genômica Funcional e Bioinformática e de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos. 

O evento concedeu ainda menção honrosa a Yasmin Pedra Resende, mestranda do Programa de Biologia Celular e Molecular. 

Os desafios e perspectivas para a produção de benzonidazol, principal medicamento usado contra o parasito T. cruzi, foram discutidos na mesa que teve como tema ‘Em busca da independência de produção de medicamento e da formulação pediátrica’. A sessão teve participação do técnico do Departamento de Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS, Pedro Albajar; da especialista da organização Médicos Sem Fronteiras no Brasil, Clara Alves; das pesquisadoras da organização Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi), Andrea Marchiol e Maria Jesus Pinazo; e da vice-diretora de Educação, Pesquisa e Inovação do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), Núbia Boechat.

Após o debate, que foi mediado por Tania Araujo Jorge e pelo diretor de Farmanguinhos, Jorge Souza Mendonça, o evento foi encerrado com uma homenagem e agradecimento à pesquisadora Joseli Lannes pelos dez anos à frente da coordenação do Ciclo Carlos Chagas de Palestras.

Assista à sessão do dia 8 de abril:

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)