O município de Limoeiro do Norte, no Ceará homenageou, no dia 26 de agosto, o pesquisador Roberto Ferreira, do Laboratório de Biologia das Interações do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz), com o Título de Cidadão Limoeirense, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela iniciativa ‘Expresso Chagas XXI’, atuante na região desde 2023.

A cerimônia celebrou os resultados expressivos alcançados pela tecnologia social, que já mobilizou quase 1.200 pessoas em três municípios cearenses – Limoeiro do Norte, Quixeré e Tabuleiro do Norte. Até o momento, foram realizados 670 testes rápidos, com 51 diagnósticos positivos para doença de Chagas, representando uma taxa de infecção superior a 7%.

“Esse reconhecimento é coletivo. Ele reflete o esforço de toda a equipe e da comunidade local, que se mobilizaram para dar visibilidade a essa causa tão importante”, ressaltou Ferreira durante a solenidade.

Confira alguns destaques da atuação da iniciativa no Ceará:
•    Capacitação de 250 profissionais de saúde, fortalecendo as redes locais de atenção básica;
•    Criação da Associação de Chagas de Limoeiro do Norte, promovendo organização comunitária e apoio a pacientes;
•    Inserção de profissionais locais em programas de pós-graduação, como os cursos Stricto sensu da Fiocruz (mestrado e doutorado);
•    Implantação do CEPAV Limoeiro – Centro de Prevenção e Atendimento à doença de Chagas, com previsão de funcionamento a partir de janeiro de 2025. O centro oferecerá atendimento domiciliar em comunidades rurais;
•    Implementação da Semana Municipal de Conscientização da doença de Chagas, oficializada no calendário local;
•    Realização de oficinas educativas em escolas, com foco em narrativas gráficas e educação em saúde, promovendo a ciência cidadã entre crianças e adolescentes.

Sobre o Expresso Chagas XXI

Implementado na região em 2023, o Expresso Chagas XXI é uma tecnologia social inovadora que articula ciência, arte e cidadania na promoção da saúde e na visibilidade da doença de Chagas, historicamente negligenciada no Brasil.

A iniciativa nasceu de um processo formativo com equipes locais e tem como objetivo mobilizar comunidades, capacitar profissionais e integrar ações educativas ao cotidiano das populações afetadas, fortalecendo o Sistema Único de Saúde (SUS) e o controle de doenças endêmicas.

Com uma abordagem humanizada e territorial, o projeto tem se consolidado como referência em mobilização social, vigilância participativa e educação em saúde nas regiões endêmicas do semiárido nordestino.