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Prêmio Nobel palestra em encerramento de congresso internacional

Evento reuniu pesquisadores internacionais para debater conquistas, desafios e fronteiras da microscopia
Por Jornalismo IOC27/09/2010 - Atualizado em 10/12/2019

A partir do momento em que desenvolveu aparelhos que permitiram a visualização de estruturas microscópicas, o conhecimento da humanidade avançou imensamente em diversas áreas. A 17ª edição do Congresso Internacional de Microscopia (IMC, na sigla em inglês), realizada de 19 a 24 de setembro, no Rio de Janeiro, reuniu centenas de pesquisadores herdeiros da paixão pelo mundo micro e nano para debater os mais recentes avanços e desafios da Microscopia. Entre os palestrantes, o egípcio naturalizado americano Ahmed Zewail, ganhador do prêmio Nobel de Química em 1999, apresentou as novas possibilidades criadas pela chamada Microscopia Eletrônica 4D e defendeu a importância da pesquisa básica, em especial para países em desenvolvimento como o Brasil.

 João Luiz Ribeiro/FINEP

 

O ganhador do prêmio Nobel de Química de 1999, Ahmed Zewail, foi um dos destaques do evento. O pesquisador apresentou estudo sobre Microscopia Eletrônica 4D e defendeu a importância da pesquisa básica
 

O evento reuniu pesquisadores de diversos países e estudantes para trocar conhecimento sobre seus mais recentes trabalhos, debater sobre os avanços da microscopia e identificar as perspectivas da área para os próximos anos. Foram abordados temas como microscopia eletrônica em biologia molecular, estrutura supramolecular, holografia eletrônica, microscopia de raios-X e técnicas de difração de elétrons quantitativas, sob aspectos relacionados a três eixos principais: Ciências dos Materiais e Nanotecnologia; Ciências Médicas e Biológicas; e Instrumentação e Técnicas.

No último dia do evento Zewail, pesquisador do California Institute of Technology, Estados Unidos, participou de mesa especial sobre as fronteiras da microscopia O especialista apresentou estudo que pode representar importante passo para a ciência, unindo a geração espacial de imagens em três dimensões com mais uma variável, o tempo, obtendo uma espécie de filmagem do que acontece em nível microscópico. “Todo fenômeno é composto por quatro dimensões. A partir desta linha de pesquisa, poderemos investigar diversos processos de forma dinâmica, com um nível de detalhamento sem precedentes”, explicou o pesquisador.

Zewail explicou que a técnica é capaz de registrar movimentos de até um femtosegundo, ou seja, um milionésimo de um bilionésimo de segundo, a velocidade com que se movimentam os átomos. “Se conseguimos registrar estes movimentos, podemos registrar qualquer outro. No futuro, talvez possamos aplicar esse conhecimento no desenvolvimento de diversas nanoestruturas”, afirmou.

O pesquisador também abordou a necessidade de países em desenvolvimento como o Brasil investirem em pesquisa básica. “Toda grande descoberta e avanço científico começa pela pesquisa básica, mesmo os acidentais, pois é preciso entender como o mundo funciona para interpretá-lo corretamente”, defendeu. “Sem entender esse processo, não será possível assumir papel de vanguarda tecnológica, estes países seguirão importando tecnologia. É preciso de uma política de Estado, de longo prazo, imune de interesse políticos, que suporte o desenvolvimento de pesquisas que podem levar dez, 20 anos para trazer resultados concretos e de grande impacto.”

Ahmed Zewail foi premiado com o Nobel de Química por fundar um novo ramo da Química, a Femtoquímica, que permite acompanhar as reações químicas em tempo real. A “filmagem” das reações químicas permitiu descobrir que entre reagentes e produtos aparecem numerosas moléculas altamente instáveis e com um tempo de vida extremamente curto. Desde 2009, o pesquisador integra o Council of Advisors on Science and Technology do presidente do Estados Unidos Barack Obama (PCAST, da sigla em inglês), grupo de conselheiros que assessora e auxilia na formulação de políticas públicas em ciência, tecnologia e inovação.

Marcelo Garcia

27/03/2010

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Evento reuniu pesquisadores internacionais para debater conquistas, desafios e fronteiras da microscopia
Por: 
jornalismo

A partir do momento em que desenvolveu aparelhos que permitiram a visualização de estruturas microscópicas, o conhecimento da humanidade avançou imensamente em diversas áreas. A 17ª edição do Congresso Internacional de Microscopia (IMC, na sigla em inglês), realizada de 19 a 24 de setembro, no Rio de Janeiro, reuniu centenas de pesquisadores herdeiros da paixão pelo mundo micro e nano para debater os mais recentes avanços e desafios da Microscopia. Entre os palestrantes, o egípcio naturalizado americano Ahmed Zewail, ganhador do prêmio Nobel de Química em 1999, apresentou as novas possibilidades criadas pela chamada Microscopia Eletrônica 4D e defendeu a importância da pesquisa básica, em especial para países em desenvolvimento como o Brasil.

 João Luiz Ribeiro/FINEP

 

O ganhador do prêmio Nobel de Química de 1999, Ahmed Zewail, foi um dos destaques do evento. O pesquisador apresentou estudo sobre Microscopia Eletrônica 4D e defendeu a importância da pesquisa básica

 

O evento reuniu pesquisadores de diversos países e estudantes para trocar conhecimento sobre seus mais recentes trabalhos, debater sobre os avanços da microscopia e identificar as perspectivas da área para os próximos anos. Foram abordados temas como microscopia eletrônica em biologia molecular, estrutura supramolecular, holografia eletrônica, microscopia de raios-X e técnicas de difração de elétrons quantitativas, sob aspectos relacionados a três eixos principais: Ciências dos Materiais e Nanotecnologia; Ciências Médicas e Biológicas; e Instrumentação e Técnicas.

No último dia do evento Zewail, pesquisador do California Institute of Technology, Estados Unidos, participou de mesa especial sobre as fronteiras da microscopia O especialista apresentou estudo que pode representar importante passo para a ciência, unindo a geração espacial de imagens em três dimensões com mais uma variável, o tempo, obtendo uma espécie de filmagem do que acontece em nível microscópico. “Todo fenômeno é composto por quatro dimensões. A partir desta linha de pesquisa, poderemos investigar diversos processos de forma dinâmica, com um nível de detalhamento sem precedentes”, explicou o pesquisador.

Zewail explicou que a técnica é capaz de registrar movimentos de até um femtosegundo, ou seja, um milionésimo de um bilionésimo de segundo, a velocidade com que se movimentam os átomos. “Se conseguimos registrar estes movimentos, podemos registrar qualquer outro. No futuro, talvez possamos aplicar esse conhecimento no desenvolvimento de diversas nanoestruturas”, afirmou.

O pesquisador também abordou a necessidade de países em desenvolvimento como o Brasil investirem em pesquisa básica. “Toda grande descoberta e avanço científico começa pela pesquisa básica, mesmo os acidentais, pois é preciso entender como o mundo funciona para interpretá-lo corretamente”, defendeu. “Sem entender esse processo, não será possível assumir papel de vanguarda tecnológica, estes países seguirão importando tecnologia. É preciso de uma política de Estado, de longo prazo, imune de interesse políticos, que suporte o desenvolvimento de pesquisas que podem levar dez, 20 anos para trazer resultados concretos e de grande impacto.”

Ahmed Zewail foi premiado com o Nobel de Química por fundar um novo ramo da Química, a Femtoquímica, que permite acompanhar as reações químicas em tempo real. A “filmagem” das reações químicas permitiu descobrir que entre reagentes e produtos aparecem numerosas moléculas altamente instáveis e com um tempo de vida extremamente curto. Desde 2009, o pesquisador integra o Council of Advisors on Science and Technology do presidente do Estados Unidos Barack Obama (PCAST, da sigla em inglês), grupo de conselheiros que assessora e auxilia na formulação de políticas públicas em ciência, tecnologia e inovação.

Marcelo Garcia

27/03/2010

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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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