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Preparação contra emergências de saúde pública nas Américas 

Instituto integrou seminário promovido pela Opas sobre regulamento sanitário internacional, segurança alimentar e vigilância genômica 
Por Maíra Menezes25/09/2025 - Atualizado em 03/10/2025
Mais de 150 especialistas participaram do evento. Foto: Felip Suarez/Opas

Para fortalecer a preparação e resposta a emergências de saúde pública, promovendo a coordenação entre setores e o compartilhamento rápido de informações, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) promoveu uma reunião com representantes dos países das Américas, de 9 a 11 de setembro, em Cali, na Colômbia. 

O evento reuniu mais de 150 especialistas, incluindo autoridades de saúde, representantes dos pontos focais nacionais para o Regulamento Sanitário Internacional (RSI) e especialistas das redes regionais de segurança dos alimentos e vigilância genômica. 

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) integrou a delegação brasileira no evento, contribuindo em sessões plenárias e grupos de trabalho. Estiveram presentes: Eduardo de Mello Volotão, diretor de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas; Felipe Gomes Naveca, chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos; e Dalia dos Prazeres Rodrigues, coordenadora do Laboratório de Referência Nacional de Enteroinfecções Bacterianas, vinculado Laboratório de Enterobactérias. 

“Foi muito importante discutir o Regulamento Sanitário Internacional, que indica prazos para difundir informações de importância sobre diversos patógenos. Por exemplo, a partir da notificação de um evento de risco internacional, o ponto focal do Ministério da Saúde tem 24 horas para confirmar dados e informar a Opas e a OMS [Organização Mundial da Saúde]. Os países precisam estar preparados para atender essas exigências e alinhados no entendimento sobre o que é uma emergência sanitária internacional”, declarou Volotão, salientando a necessidade de integração entre setores da saúde humana, animal e ambiental na perspectiva da saúde única. 

Eduardo Volotão abordou impacto da vigilância genômica do Sars-CoV-2. Foto: Divulgação 

Além de contribuir com as discussões plenárias sobre o Regulamento Sanitário Internacional, os pesquisadores do IOC participaram de reuniões como foco na vigilância genômica de vírus respiratórios, arbovírus e bactérias transmitidas por alimentos. 

Volotão apresentou ações realizadas no monitoramento genômico do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19. Entre outros aspectos, o pesquisador destacou a detecção de variantes do patógeno, produção de kits de diagnóstico, treinamentos realizados para equipes nacionais e internacionais e a atuação da Rede Genômica Fiocruz. 

“Essa atuação demonstra a capacidade nos processos de pesquisa e inovação do IOC e contribuiu para enfrentar a pandemia de forma mais efetiva”, comentou Volotão, apontando desafios que foram identificados por especialistas de diversos países durante o evento.  

“Manter o parque tecnológico atualizado é um desafio permanente. Outros gargalos são dependência de insumos internacionais, treinamento e retenção de pessoal e armazenamento seguro de dados", enumerou. 

Pesquisadores do Instituto integraram delegação do Brasil no evento. Foto: Divulgação

O chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC fez apresentação sobre vigilância do vírus Oropouche e de encefalites equinas, detalhando experiências recentes. Ele abordou a caracterização da linhagem do vírus Oropouche responsável pelo surto dos últimos dois anos, que se espalhou do Norte para outras regiões do Brasil e países da América Latina. 

Naveca também falou sobre a missão realizada em apoio ao Ministério da Saúde do Uruguai, que confirmou o vírus da encefalite equina do Oeste no país, identificando variações na linhagem em circulação que exigiram atualização dos testes para diagnóstico. 

Descreveu ainda a detecção de três casos de encefalite equina venezuelana em Tabatinga, na fronteira do Brasil com Colômbia e Peru, através do estudo ‘Front Fever’, realizado pelo IOC em parceria com o Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia).  

Em todos os casos, os protocolos para detecção dos patógenos e os genomas dos vírus foram compartilhados pelo IOC. 

Felipe Naveca e Eduardo Volotão destacaram importância da cooperação regional. Foto: Divulgação

Naveca ressaltou a relevância do encontro regional para a vigilância dos arbovírus.  

“É importante que esses eventos ocorram, pois permitem a troca direta de experiências com profissionais de diversos países. Representantes do Panamá e da Colômbia agradeceram o compartilhamento dos protocolos de sequenciamento e dos genomas do vírus Oropouche do começo do surto no Brasil, que ajudaram na identificação e compreensão do cenário epidemiológico”, relatou o pesquisador. 

A oportunidade de trocas também foi salientada pela coordenadora do Laboratório de Referência Nacional de Enteroinfecções Bacterianas, que integrou as discussões sobre vigilância de bactérias de transmissão alimentar, como Salmonella, Shigella, Escherichia coli e Vibrio cholerae. 

“Desde os nos 2000, participamos da rede Pulsenet, que promove encontros periódicos dos laboratórios de referência da América Latina e do Caribe que atuam na caracterização molecular de bactérias transmitidas por alimentos. Desta vez, a Opas conseguiu promover o encontro conjunto de diversas redes de vigilância. Foi um evento importante para discutir atualizações no Regulamento Sanitário Internacional”, comentou a pesquisadora.  

Segundo a Opas, entre os resultados do evento, podem ser destacadas propostas para coordenação entre os pontos focais do RSI e as redes de vigilância genômica e de segurança dos alimentos; a construção de uma agenda regional para fortalecer a colaboração e o compartilhamento de informações nas Américas; e recomendações operacionais para aprimorar os fluxos de informação e a coordenação institucional durante eventos de saúde pública. 

Instituto integrou seminário promovido pela Opas sobre regulamento sanitário internacional, segurança alimentar e vigilância genômica 
Por: 
maira
Mais de 150 especialistas participaram do evento. Foto: Felip Suarez/Opas

Para fortalecer a preparação e resposta a emergências de saúde pública, promovendo a coordenação entre setores e o compartilhamento rápido de informações, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) promoveu uma reunião com representantes dos países das Américas, de 9 a 11 de setembro, em Cali, na Colômbia. 

O evento reuniu mais de 150 especialistas, incluindo autoridades de saúde, representantes dos pontos focais nacionais para o Regulamento Sanitário Internacional (RSI) e especialistas das redes regionais de segurança dos alimentos e vigilância genômica. 

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) integrou a delegação brasileira no evento, contribuindo em sessões plenárias e grupos de trabalho. Estiveram presentes: Eduardo de Mello Volotão, diretor de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas; Felipe Gomes Naveca, chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos; e Dalia dos Prazeres Rodrigues, coordenadora do Laboratório de Referência Nacional de Enteroinfecções Bacterianas, vinculado Laboratório de Enterobactérias. 

“Foi muito importante discutir o Regulamento Sanitário Internacional, que indica prazos para difundir informações de importância sobre diversos patógenos. Por exemplo, a partir da notificação de um evento de risco internacional, o ponto focal do Ministério da Saúde tem 24 horas para confirmar dados e informar a Opas e a OMS [Organização Mundial da Saúde]. Os países precisam estar preparados para atender essas exigências e alinhados no entendimento sobre o que é uma emergência sanitária internacional”, declarou Volotão, salientando a necessidade de integração entre setores da saúde humana, animal e ambiental na perspectiva da saúde única. 

Eduardo Volotão abordou impacto da vigilância genômica do Sars-CoV-2. Foto: Divulgação 

Além de contribuir com as discussões plenárias sobre o Regulamento Sanitário Internacional, os pesquisadores do IOC participaram de reuniões como foco na vigilância genômica de vírus respiratórios, arbovírus e bactérias transmitidas por alimentos. 

Volotão apresentou ações realizadas no monitoramento genômico do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19. Entre outros aspectos, o pesquisador destacou a detecção de variantes do patógeno, produção de kits de diagnóstico, treinamentos realizados para equipes nacionais e internacionais e a atuação da Rede Genômica Fiocruz. 

“Essa atuação demonstra a capacidade nos processos de pesquisa e inovação do IOC e contribuiu para enfrentar a pandemia de forma mais efetiva”, comentou Volotão, apontando desafios que foram identificados por especialistas de diversos países durante o evento.  

“Manter o parque tecnológico atualizado é um desafio permanente. Outros gargalos são dependência de insumos internacionais, treinamento e retenção de pessoal e armazenamento seguro de dados", enumerou. 

Pesquisadores do Instituto integraram delegação do Brasil no evento. Foto: Divulgação

O chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC fez apresentação sobre vigilância do vírus Oropouche e de encefalites equinas, detalhando experiências recentes. Ele abordou a caracterização da linhagem do vírus Oropouche responsável pelo surto dos últimos dois anos, que se espalhou do Norte para outras regiões do Brasil e países da América Latina. 

Naveca também falou sobre a missão realizada em apoio ao Ministério da Saúde do Uruguai, que confirmou o vírus da encefalite equina do Oeste no país, identificando variações na linhagem em circulação que exigiram atualização dos testes para diagnóstico. 

Descreveu ainda a detecção de três casos de encefalite equina venezuelana em Tabatinga, na fronteira do Brasil com Colômbia e Peru, através do estudo ‘Front Fever’, realizado pelo IOC em parceria com o Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia).  

Em todos os casos, os protocolos para detecção dos patógenos e os genomas dos vírus foram compartilhados pelo IOC. 

Felipe Naveca e Eduardo Volotão destacaram importância da cooperação regional. Foto: Divulgação

Naveca ressaltou a relevância do encontro regional para a vigilância dos arbovírus.  

“É importante que esses eventos ocorram, pois permitem a troca direta de experiências com profissionais de diversos países. Representantes do Panamá e da Colômbia agradeceram o compartilhamento dos protocolos de sequenciamento e dos genomas do vírus Oropouche do começo do surto no Brasil, que ajudaram na identificação e compreensão do cenário epidemiológico”, relatou o pesquisador. 

A oportunidade de trocas também foi salientada pela coordenadora do Laboratório de Referência Nacional de Enteroinfecções Bacterianas, que integrou as discussões sobre vigilância de bactérias de transmissão alimentar, como Salmonella, Shigella, Escherichia coli e Vibrio cholerae. 

“Desde os nos 2000, participamos da rede Pulsenet, que promove encontros periódicos dos laboratórios de referência da América Latina e do Caribe que atuam na caracterização molecular de bactérias transmitidas por alimentos. Desta vez, a Opas conseguiu promover o encontro conjunto de diversas redes de vigilância. Foi um evento importante para discutir atualizações no Regulamento Sanitário Internacional”, comentou a pesquisadora.  

Segundo a Opas, entre os resultados do evento, podem ser destacadas propostas para coordenação entre os pontos focais do RSI e as redes de vigilância genômica e de segurança dos alimentos; a construção de uma agenda regional para fortalecer a colaboração e o compartilhamento de informações nas Américas; e recomendações operacionais para aprimorar os fluxos de informação e a coordenação institucional durante eventos de saúde pública. 

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)