Portuguese English Spanish
Interface
Adjust the interface to make it easier to use for different conditions.
This renders the document in high contrast mode.
This renders the document as white on black
This can help those with trouble processing rapid screen movements.
This loads a font easier to read for people with dyslexia.
Busca Avançada
Você está aqui: Notícias » Projeto internacional focado em saúde e sustentabilidade realiza missão no Quênia

Projeto internacional focado em saúde e sustentabilidade realiza missão no Quênia

Ação inicial foi de prospecção de parcerias locais para desenvolvimento de atividades em Saúde Única e mudanças climáticas
Por Kadu Cayres e Maíra Menezes25/09/2024 - Atualizado em 04/10/2024

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou os primeiros trabalhos do projeto internacional ‘Aplicação multilocal da ciência aberta na criação de ambientes saudáveis envolvendo comunidades locais’ (Mosaic, na sigla em inglês), que une cerca de 90 pesquisadores, de 15 instituições científicas, de sete países, e tem como objetivo contribuir para a saúde das populações e dos ecossistemas na Amazônia e no Leste da África diante das mudanças climáticas e da degradação ambiental. Saiba mais sobre a iniciativa.

Pesquisadores do IOC em atividade de campo com a comunidade local e integrantes de ações do African Conservation Centre (ACC). Foto: José Joaquin Carvajal - ILMD

De 02 a 13 de setembro, os pesquisadores estiveram em missão no Quênia. A atividade fez parte de uma série de trabalhos de campo a serem realizadas pela equipe em três áreas de estudo situadas nas fronteiras Quênia-Tanzânia; Brasil-Colômbia-Peru e Brasil-Guiana Francesa.

“Esta missão buscou prospectar e reconhecer atores locais e instituições envolvidos com a temática da Saúde Única, Mudanças Climáticas e degradação ambiental e seus efeitos na saúde”, explica Paulo Peiter, pesquisador do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC e do Laboratório Setorial One Health/Global Health da Plataforma Internacional para Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PICTIS) – líder do pacote de trabalho sob responsabilidade do Instituto, via PICTIS – centro de pesquisa estabelecido em colaboração entre Fiocruz e a Universidade de Aveiro, em Portugal (saiba mais).

Primeira atividade de campo do projeto reuniu cientistas na fronteira entre Quênia e Tanzânia. Foto: Divulgação Mosaic IRD

O Instituto participa da iniciativa como liderança nas ações relativas à identificação e ao engajamento dos atores interessados, incluindo instituições e comunidades, visando a co-construção do projeto.

Pesquisadores do IOC e do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) integraram a equipe da Fiocruz e do Laboratório Setorial One Health/Global Health PICTIS no Quênia. O grupo contou com apoio logístico e administrativo da PICTIS.

Segundo os especialistas, a missão representou um momento fundamental para o Mosaic já que, junto à população local, a equipe técnica pôde definir os aspectos da Saúde Única a serem monitorados com ferramentas futuramente produzidas pela iniciativa.

A primeira parada do grupo foi no Parque Nacional Amboseli, próximo à fronteira entre o Quênia e a Tanzânia, onde ocorreu uma apresentação do projeto para pesquisadores e comunidades locais; encontros com lideranças de mulheres, pastores, agentes locais de saúde; e reunião com líderes dos demais pacotes de trabalho do Mosaic.

Paulo e Martha reunidos com representantes do ACC e stakeholders locais no Quênia.
Foto: Danielle Crawshaw - PICTIS

A programação contou ainda com coletas de amostras dentro do Parque Nacional; exibição da metodologia utilizada pelo African Conservation Centre para recolhimento de dados de vegetação, solo e animais, com a participação das comunidades locais; análise das informações coletadas pelos pesquisadores e assistentes das comunidades; e visita às comunidades fronteiriças com o intuito de observar suas atividades e modos de vida.

“Foi muito interessante observar os avanços dos povos Massai nos estudos da ecologia desde uma perspectiva comunitária e a profunda sabedoria acumulada no manejo do seu ecossistema”, salientou a chefe do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC e pesquisadora vinculada ao Laboratório Setorial One Health/Global Health da PICTIS, Martha Mutis, integrante do projeto.

Na segunda semana, a equipe se deslocou para Nairobi, capital queniana. Os cientistas fizeram uma visita técnica à sede da African Conservation Centre (ACC) e realizaram reunião para avaliação das atividades de campo desenvolvidas no Parque Amboseli. Também foram realizadas oficinas para mapeamento dos atores envolvidos no projeto e dos serviços de saúde disponíveis na fronteira Quênia-Tanzânia, além de discussão sobre o catálogo de dados de Saúde Única que está sendo elaborado.


Jogos fizeram parte de atividades desenvolvidas com comunidade local. Foto: Divulgação

Para os cientistas, os pontos fortes da iniciativa e as principais contribuições à comunidade queniana estão no fortalecimento da capacidade comunitária em monitorar dados e informações socioambientais e da vida selvagem e no planejamento de ações voltadas para a proteção da saúde humana, animal e ambiental diante dos eventos climáticos extremos e das degradações do meio ambiente que impactam – ou venham impactar – nas condições de vida dessa população.

“O projeto mobiliza conhecimento técnico-científico na construção de um ecossistema de informação útil e acessível às comunidades locais por meio da disponibilização e organização de múltiplas bases de dados existentes nos países envolvidos, porém pouco disponíveis por conta da complexidade ou pela inespecificidade dessas bases em relação às necessidades cotidianas das populações em foco”, detalha Martha.

Após a conclusão das atividades no Quênia, os cientistas se preparam para os trabalhos de campo no Brasil, que devem ocorrer entre outubro e novembro.

"Estamos realizando o mapeamento das partes interessadas em nível local nas fronteiras entre Brasil, Colômbia e Peru e entre Brasil e Guiana Francesa”, adianta a especialista, lembrando que o grupo da Fiocruz mantém contato com lideranças da área de vigilância em saúde na região a partir de projeto anterior desenvolvido com financiamento do programa Inova Fiocruz.

“O projeto Mosaic contempla também componentes de saúde animal e saúde dos ecossistemas. Portanto, estamos mapeando estes atores neste momento”, completa a pesquisadora.

Mais sobre o MOSAIC

O projeto é coordenado pelo Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD, na sigla em francês), da França, e foi selecionado pelo programa ‘Horizon Europe’, da União Europeia, para financiamento no período 2024 a 2027. É o primeiro edital europeu de fomento à pesquisa com participação da PICTIS.

Ação inicial foi de prospecção de parcerias locais para desenvolvimento de atividades em Saúde Única e mudanças climáticas
Por: 
kadu
maira

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou os primeiros trabalhos do projeto internacional ‘Aplicação multilocal da ciência aberta na criação de ambientes saudáveis envolvendo comunidades locais’ (Mosaic, na sigla em inglês), que une cerca de 90 pesquisadores, de 15 instituições científicas, de sete países, e tem como objetivo contribuir para a saúde das populações e dos ecossistemas na Amazônia e no Leste da África diante das mudanças climáticas e da degradação ambiental. Saiba mais sobre a iniciativa.

Pesquisadores do IOC em atividade de campo com a comunidade local e integrantes de ações do African Conservation Centre (ACC). Foto: José Joaquin Carvajal - ILMD

De 02 a 13 de setembro, os pesquisadores estiveram em missão no Quênia. A atividade fez parte de uma série de trabalhos de campo a serem realizadas pela equipe em três áreas de estudo situadas nas fronteiras Quênia-Tanzânia; Brasil-Colômbia-Peru e Brasil-Guiana Francesa.

“Esta missão buscou prospectar e reconhecer atores locais e instituições envolvidos com a temática da Saúde Única, Mudanças Climáticas e degradação ambiental e seus efeitos na saúde”, explica Paulo Peiter, pesquisador do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC e do Laboratório Setorial One Health/Global Health da Plataforma Internacional para Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PICTIS) – líder do pacote de trabalho sob responsabilidade do Instituto, via PICTIS – centro de pesquisa estabelecido em colaboração entre Fiocruz e a Universidade de Aveiro, em Portugal (saiba mais).

Primeira atividade de campo do projeto reuniu cientistas na fronteira entre Quênia e Tanzânia. Foto: Divulgação Mosaic IRD

O Instituto participa da iniciativa como liderança nas ações relativas à identificação e ao engajamento dos atores interessados, incluindo instituições e comunidades, visando a co-construção do projeto.

Pesquisadores do IOC e do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) integraram a equipe da Fiocruz e do Laboratório Setorial One Health/Global Health PICTIS no Quênia. O grupo contou com apoio logístico e administrativo da PICTIS.

Segundo os especialistas, a missão representou um momento fundamental para o Mosaic já que, junto à população local, a equipe técnica pôde definir os aspectos da Saúde Única a serem monitorados com ferramentas futuramente produzidas pela iniciativa.

A primeira parada do grupo foi no Parque Nacional Amboseli, próximo à fronteira entre o Quênia e a Tanzânia, onde ocorreu uma apresentação do projeto para pesquisadores e comunidades locais; encontros com lideranças de mulheres, pastores, agentes locais de saúde; e reunião com líderes dos demais pacotes de trabalho do Mosaic.

Paulo e Martha reunidos com representantes do ACC e stakeholders locais no Quênia.
Foto: Danielle Crawshaw - PICTIS

A programação contou ainda com coletas de amostras dentro do Parque Nacional; exibição da metodologia utilizada pelo African Conservation Centre para recolhimento de dados de vegetação, solo e animais, com a participação das comunidades locais; análise das informações coletadas pelos pesquisadores e assistentes das comunidades; e visita às comunidades fronteiriças com o intuito de observar suas atividades e modos de vida.

“Foi muito interessante observar os avanços dos povos Massai nos estudos da ecologia desde uma perspectiva comunitária e a profunda sabedoria acumulada no manejo do seu ecossistema”, salientou a chefe do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC e pesquisadora vinculada ao Laboratório Setorial One Health/Global Health da PICTIS, Martha Mutis, integrante do projeto.

Na segunda semana, a equipe se deslocou para Nairobi, capital queniana. Os cientistas fizeram uma visita técnica à sede da African Conservation Centre (ACC) e realizaram reunião para avaliação das atividades de campo desenvolvidas no Parque Amboseli. Também foram realizadas oficinas para mapeamento dos atores envolvidos no projeto e dos serviços de saúde disponíveis na fronteira Quênia-Tanzânia, além de discussão sobre o catálogo de dados de Saúde Única que está sendo elaborado.


Jogos fizeram parte de atividades desenvolvidas com comunidade local. Foto: Divulgação

Para os cientistas, os pontos fortes da iniciativa e as principais contribuições à comunidade queniana estão no fortalecimento da capacidade comunitária em monitorar dados e informações socioambientais e da vida selvagem e no planejamento de ações voltadas para a proteção da saúde humana, animal e ambiental diante dos eventos climáticos extremos e das degradações do meio ambiente que impactam – ou venham impactar – nas condições de vida dessa população.

“O projeto mobiliza conhecimento técnico-científico na construção de um ecossistema de informação útil e acessível às comunidades locais por meio da disponibilização e organização de múltiplas bases de dados existentes nos países envolvidos, porém pouco disponíveis por conta da complexidade ou pela inespecificidade dessas bases em relação às necessidades cotidianas das populações em foco”, detalha Martha.

Após a conclusão das atividades no Quênia, os cientistas se preparam para os trabalhos de campo no Brasil, que devem ocorrer entre outubro e novembro.

"Estamos realizando o mapeamento das partes interessadas em nível local nas fronteiras entre Brasil, Colômbia e Peru e entre Brasil e Guiana Francesa”, adianta a especialista, lembrando que o grupo da Fiocruz mantém contato com lideranças da área de vigilância em saúde na região a partir de projeto anterior desenvolvido com financiamento do programa Inova Fiocruz.

“O projeto Mosaic contempla também componentes de saúde animal e saúde dos ecossistemas. Portanto, estamos mapeando estes atores neste momento”, completa a pesquisadora.

Mais sobre o MOSAIC

O projeto é coordenado pelo Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD, na sigla em francês), da França, e foi selecionado pelo programa ‘Horizon Europe’, da União Europeia, para financiamento no período 2024 a 2027. É o primeiro edital europeu de fomento à pesquisa com participação da PICTIS.

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)