A homenagem aos servidores aposentados nos últimos anos marcou o encerramento das comemorações pelos 123 anos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Os trabalhadores que dedicaram suas carreiras ao serviço público em prol da ciência e da saúde da população brasileira foram reconhecidos no evento realizado em 25 de maio, recebendo os aplausos e o carinhos dos colegas. A cerimônia ocorreu no Auditório Emmanuel Dias, do Pavilhão Arthur Neiva, no campus Manguinhos da Fiocruz.

Ex-chefe do Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental, Claudia Portes, discursou em nome dos aposentados, ressaltando o papel de cada trabalhador na construção do IOC.

“O IOC, nos seus 123 anos de existência, tem sua história construída pelo esforço dos seus trabalhadores. Nos últimos anos, fazer ciência no Brasil foi desgastante, com cortes de verba, descrença e insegurança sobre aposentadorias, em meio a tantas incertezas. A resiliência durante a pandemia permitiu novas adaptações. Tenho certeza que esse grupo está com o coração tranquilo quando olha para trás e observa o legado deixado. Nós fizemos parte dessa história”, afirmou Claudia.

Entre 21 aposentados nos anos de 2021 e 2022, sete trabalharam no Pavilhão Lauro Travassos, recentemente atingido por um incêndio e homenageado nas atividades pelo aniversário do IOC na manhã de 25 de maio. Uma das pessoas que construíram carreira no espaço, Claudia deixou um recado de estímulo para as novas gerações, responsáveis por levar adiante as atividades desenvolvidas pelos nove laboratórios de pesquisa do prédio.

“O choque inicial foi duro. Pensar na história, projetos e financiamentos que possibilitaram o crescimento desses laboratórios. O fogo e a água destruíram parte disso. A reflexão que fica é: tudo passa. Mas os jovens estão prontos para recomeçar, reconstruir e fortalecer os laços e parcerias para reerguer essa parte da história do IOC”, disse.

A diretora do IOC, Tania Cremonini de Araujo-Jorge, destacou o exemplo deixado pelos servidores aposentados. “Quero expressar a gratidão que temos com aqueles que encerraram esse processo, deixaram legado e fizeram vínculos com cada um de nós. É um trabalho árduo. O exemplo de vocês inspira as pessoas a seguirem”, afirmou Tania.

A vice-diretora de Desenvolvimento Institucional e Gestão, Wania Santiago, e o chefe do Departamento de Gestão com Pessoas (DGP/IOC), José Luiz Lopes, também agradeceram aos servidores.

“A celebração de hoje é o reconhecimento não só pelos anos de trabalho, mas principalmente pela dedicação e comprometimento com o IOC e a Fiocruz, também pela conquista dessa oportunidade, que é a aposentadoria e assim desfrutar o resultado de todo o esforço”, declarou Wania.

“Esse programa foi pensado para homenagear aqueles que construíram e deixaram legados no Instituto. Cuidem da saúde e aproveitem a aposentadoria. Se quiserem continuar no IOC, temos programas que podem recepcionar vocês”, disse José Luís.

A cerimônia contou com apresentação do Coral Fiocruz e confraternização. Os profissionais aposentados ressaltaram a satisfação com o dever cumprido.

“Agradeço por chegar a esse momento. Gosto de trabalhar no laboratório e no campo. Fico satisfeito que ainda vou poder ajudar, mas agora sem ter a mesma obrigação”, disse José de Souza Nogueira, técnico do Laboratório de Doenças Parasitárias por mais de 40 anos.

“Levo comigo o conhecimento, a experiência as amizades que construí. Isso vou levar para a vida toda. Quando levantamos e todos aplaudiram, vemos o legado que deixamos”, comemorou Jose Eduardo do Amaral Semblano, que atuou por 35 anos na Fiocruz e se aposentou com técnico do Serviço de Gestão de Materiais (Segem/IOC).