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Revista Memórias discute vetor da leishmaniose visceral

Estudo que aponta falhas na prescrição de antibióticos para crianças e pesquisas sobre toxoplasmose e hanseníase também são destaques da publicação
Por Maíra Menezes26/11/2015 - Atualizado em 10/03/2023

Estudo que aponta falhas na prescrição de antibióticos para crianças e pesquisas sobre toxoplasmose e hanseníase também são destaques da publicação

:: Acesse gratuitamente online

A edição de novembro da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz apresenta um artigo de revisão sobre a dispersão do inseto vetor da leishmaniose visceral em áreas urbanas da América do Sul.

Os cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e de instituições da Argentina e Venezuela mostram o avanço da espécie Lutzomyia longipalpis em 20 anos e discutem estratégias para reverter este quadro.

Entre os destaques, a publicação apresenta também um estudo sobre a prescrição inadequada de antibióticos para crianças.

Realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo, o trabalho aponta falhas em 70% das receitas de antimicrobianos para pacientes infantis em uma unidade básica de saúde.

A transmissão da toxoplasmose por fontes de água contaminada é outro tema abordado nesta edição das Memórias. Um estudo realizado na cidade de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, por pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Departamento de Agricultura dos Estados Unidos aponta uma relação direta entre a vulnerabilidade de aquíferos e a exposição de galinhas ao Toxoplasma gondii.

Já a vigilância da hanseníase é o foco de uma pesquisa do Instituto Evandro Chagas, no Pará; Universidade Federal do Ceará (UFCE); Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária Dona Libânia, no Ceará; e instituições da Inglaterra e Estados Unidos.

O trabalho confirma a disseminação do Mycobacterium leprae entre moradores de áreas pobres de Fortaleza e sugere medidas para melhorar o controle da doença. A nova edição da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz está disponível gratuitamente online.

Espécie Lutzomyia longipalpis se adapta às áreas urbanas
A dispersão dos insetos da espécie Lutzomyia longipalpis, transmissores da leishmaniose visceral, em áreas urbanas do Brasil, Paraguai, Argentina e Venezuela, é abordada em um artigo de revisão de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e de instituições da Argentina e Venezuela.

Com foco na literatura científica recente, os autores discutem a adaptação desta espécie de mosquito-palha ao ambiente das cidades, observada nos últimos 20 anos, e os desafios para controlar a sua disseminação. Os pesquisadores lembram que os primeiros casos urbanos de leishmaniose visceral no Brasil foram notificados na capital do Piauí em 1996.

Desde então, a doença alcançou 25 municípios, sendo registrada em 19 dos 27 estados brasileiros, assim como nos outros países. Os principais fatores climáticos, ambientais e socioculturais que contribuíram para esse cenário são apresentados no trabalho. O artigo discute ainda as diferentes estratégias de controle disponíveis e faz recomendações para a elaboração de programas mais efetivos de combate ao vetor. Confira o trabalho.

Prescrição inadequada de antibióticos para crianças
Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo mostra que, apesar de não terem efeito contra infecções virais, os antibióticos podem ser frequentemente receitados de forma inapropriada para crianças com resfriado e gripe.

O estudo acompanhou o atendimento de 134 pacientes infantis com sintomas como coriza, tosse e febre.

Do total, 53 crianças receberam receitas para antimicrobianos. No entanto, em apenas 30% destes casos, havia sinais de otite média aguda, sinusite bacteriana e pneumonia, que indicavam a presença de uma infecção bacteriana e justificavam o uso dos antibióticos. Já em 70% dos casos, as prescrições foram inadequadas. Os pesquisadores lembram que o uso desnecessário de antibióticos representa um risco para as crianças, que podem apresentar alergia aos medicamentos e adquirir infecções resistentes ao tratamento posteriormente.

De acordo com os especialistas, a educação médica continuada é fundamental para conter este problema, assim como avanços na vacinação para gripe e no acesso a testes para o diagnóstico de viroses respiratórias. Confira a pesquisa.

Aquíferos vulneráveis e transmissão do Toxoplasma gondii
Um estudo da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Departamento de Agricultura dos Estados Unidos pode ajudar na compreensão dos fatores ambientais envolvidos na disseminação da toxoplasmose a partir de fontes de água contaminadas. Realizada em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, a pesquisa investigou a presença de anticorpos contra o Toxoplasma gondii, causador da infecção, em galinhas criadas soltas.

O trabalho encontrou uma relação direta entre a exposição dos animais ao patógeno e o grau de vulnerabilidade das fontes de água à contaminação por poluentes e micro-organismos.

A presença de anticorpos para a doença também foi investigada em moradores do município. No entanto, a associação com a vulnerabilidade dos aquíferos não foi significativa, o que, para os autores, poderia ser explicado pelas diferenças na captação e no tratamento da água para consumo humano e animal. Acesse a pesquisa.

Vigilância para hanseníase em áreas endêmicas
A disseminação do Mycobacterium leprae, causador da hanseníase, entre moradores de áreas pobres de Fortaleza foi confirmada em uma pesquisa que utilizou a técnica de PCR para identificar o DNA do patógeno na secreção nasal de pacientes.

O estudo comparou os resultados de testes realizados em três grupos de voluntários. A presença do M. leprae foi detectada em níveis semelhantes entre pacientes de um centro de saúde portadores de hanseníase e frequentadores não diagnosticados com a doença, alcançado 69,2% e 66,9% respectivamente. Por outro lado, o percentual ficou em 28,1% entre estudantes de uma universidade privada.

Para os autores, os resultados apontam que em áreas endêmicas como Fortaleza, a vigilância da hanseníase não deve ser restrita aos contatos domésticos dos pacientes, e sim incluir, de forma geral, os moradores de áreas com alta incidência da infecção.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará; Universidade Federal do Ceará (UFCE); Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária Dona Libânia, no Ceará; e instituições da Inglaterra e Estados Unidos. Veja o estudo.

Estudo que aponta falhas na prescrição de antibióticos para crianças e pesquisas sobre toxoplasmose e hanseníase também são destaques da publicação
Por: 
maira

Estudo que aponta falhas na prescrição de antibióticos para crianças e pesquisas sobre toxoplasmose e hanseníase também são destaques da publicação

:: Acesse gratuitamente online

A edição de novembro da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz apresenta um artigo de revisão sobre a dispersão do inseto vetor da leishmaniose visceral em áreas urbanas da América do Sul.

Os cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e de instituições da Argentina e Venezuela mostram o avanço da espécie Lutzomyia longipalpis em 20 anos e discutem estratégias para reverter este quadro.

Entre os destaques, a publicação apresenta também um estudo sobre a prescrição inadequada de antibióticos para crianças.

Realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo, o trabalho aponta falhas em 70% das receitas de antimicrobianos para pacientes infantis em uma unidade básica de saúde.

A transmissão da toxoplasmose por fontes de água contaminada é outro tema abordado nesta edição das Memórias. Um estudo realizado na cidade de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, por pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Departamento de Agricultura dos Estados Unidos aponta uma relação direta entre a vulnerabilidade de aquíferos e a exposição de galinhas ao Toxoplasma gondii.

Já a vigilância da hanseníase é o foco de uma pesquisa do Instituto Evandro Chagas, no Pará; Universidade Federal do Ceará (UFCE); Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária Dona Libânia, no Ceará; e instituições da Inglaterra e Estados Unidos.

O trabalho confirma a disseminação do Mycobacterium leprae entre moradores de áreas pobres de Fortaleza e sugere medidas para melhorar o controle da doença. A nova edição da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz está disponível gratuitamente online.

Espécie Lutzomyia longipalpis se adapta às áreas urbanas
A dispersão dos insetos da espécie Lutzomyia longipalpis, transmissores da leishmaniose visceral, em áreas urbanas do Brasil, Paraguai, Argentina e Venezuela, é abordada em um artigo de revisão de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e de instituições da Argentina e Venezuela.

Com foco na literatura científica recente, os autores discutem a adaptação desta espécie de mosquito-palha ao ambiente das cidades, observada nos últimos 20 anos, e os desafios para controlar a sua disseminação. Os pesquisadores lembram que os primeiros casos urbanos de leishmaniose visceral no Brasil foram notificados na capital do Piauí em 1996.

Desde então, a doença alcançou 25 municípios, sendo registrada em 19 dos 27 estados brasileiros, assim como nos outros países. Os principais fatores climáticos, ambientais e socioculturais que contribuíram para esse cenário são apresentados no trabalho. O artigo discute ainda as diferentes estratégias de controle disponíveis e faz recomendações para a elaboração de programas mais efetivos de combate ao vetor. Confira o trabalho.

Prescrição inadequada de antibióticos para crianças
Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo mostra que, apesar de não terem efeito contra infecções virais, os antibióticos podem ser frequentemente receitados de forma inapropriada para crianças com resfriado e gripe.

O estudo acompanhou o atendimento de 134 pacientes infantis com sintomas como coriza, tosse e febre.

Do total, 53 crianças receberam receitas para antimicrobianos. No entanto, em apenas 30% destes casos, havia sinais de otite média aguda, sinusite bacteriana e pneumonia, que indicavam a presença de uma infecção bacteriana e justificavam o uso dos antibióticos. Já em 70% dos casos, as prescrições foram inadequadas. Os pesquisadores lembram que o uso desnecessário de antibióticos representa um risco para as crianças, que podem apresentar alergia aos medicamentos e adquirir infecções resistentes ao tratamento posteriormente.

De acordo com os especialistas, a educação médica continuada é fundamental para conter este problema, assim como avanços na vacinação para gripe e no acesso a testes para o diagnóstico de viroses respiratórias. Confira a pesquisa.

Aquíferos vulneráveis e transmissão do Toxoplasma gondii
Um estudo da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Departamento de Agricultura dos Estados Unidos pode ajudar na compreensão dos fatores ambientais envolvidos na disseminação da toxoplasmose a partir de fontes de água contaminadas. Realizada em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, a pesquisa investigou a presença de anticorpos contra o Toxoplasma gondii, causador da infecção, em galinhas criadas soltas.

O trabalho encontrou uma relação direta entre a exposição dos animais ao patógeno e o grau de vulnerabilidade das fontes de água à contaminação por poluentes e micro-organismos.

A presença de anticorpos para a doença também foi investigada em moradores do município. No entanto, a associação com a vulnerabilidade dos aquíferos não foi significativa, o que, para os autores, poderia ser explicado pelas diferenças na captação e no tratamento da água para consumo humano e animal. Acesse a pesquisa.

Vigilância para hanseníase em áreas endêmicas
A disseminação do Mycobacterium leprae, causador da hanseníase, entre moradores de áreas pobres de Fortaleza foi confirmada em uma pesquisa que utilizou a técnica de PCR para identificar o DNA do patógeno na secreção nasal de pacientes.

O estudo comparou os resultados de testes realizados em três grupos de voluntários. A presença do M. leprae foi detectada em níveis semelhantes entre pacientes de um centro de saúde portadores de hanseníase e frequentadores não diagnosticados com a doença, alcançado 69,2% e 66,9% respectivamente. Por outro lado, o percentual ficou em 28,1% entre estudantes de uma universidade privada.

Para os autores, os resultados apontam que em áreas endêmicas como Fortaleza, a vigilância da hanseníase não deve ser restrita aos contatos domésticos dos pacientes, e sim incluir, de forma geral, os moradores de áreas com alta incidência da infecção.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará; Universidade Federal do Ceará (UFCE); Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária Dona Libânia, no Ceará; e instituições da Inglaterra e Estados Unidos. Veja o estudo.

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)