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Laboratório de Pesquisa em Leishmaniose

 O Laboratório de Pesquisas em Leishmaniose (LPL) do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi criado em outubro de 1978 pelo pesquisador Dr. Gabriel Grimaldi, que liderou este grupo até maio de 2011. Atualmente, o Laboratório incorpora também o Laboratório de Referência para Diagnóstico e Identificação de Leishmania e a Coleção de Leishmania (CLIOC) do IOC.

Entre 1979 e 1984, foram desenvolvidos vários estudos sobre resposta imune, histopatologia e patologia ultraestrutural da leishmaniose cutânea, sendo ainda realizados estudos de caracterização bioquímica e imunológica de leishmânias.

Desde sua criação, foram desenvolvidos neste laboratório projetos para estudar fatores (tanto do parasito como do hospedeiro) determinantes na expressão da doença humana ou em modelos experimentais, incluindo: (a) antígenos específicos dos parasitas caracterizados com anticorpos monoclonais; (b) alterações imunopatológicas nas lesões cutâneas; (c) moléculas de Leishmania expressas na diferenciação celular; (d) caracterização do polimorfismo genético (taxonomia) e evolução molecular (filogenia) de Leishmania. Como desdobramento dos estudos de tipagem molecular pode-se citar o mapeamento geográfico dos agentes etiológicos das leishmanioses nas Américas e o conhecimento adquirido de vários aspectos da epidemiologia da doença neotropical.

Em 1994, foi implantado o Programa de Estudos para Testes de Vacinas contra Leishmanioses. Os projetos são financiados por agências internacionais (Bill & Melinda Gates Foundation; NIH, OMS/TDR) e nacionais (Fiocruz, CNPq, FAPERJ), sendo os estudos multidisciplinares realizados em colaboração com outros pesquisadores que desenvolvem vacinas recombinantes de Leishmania (S. Reed e A. Campos Neto, Infectious Disease Research Institute, Seattle, EUA; S.Beverley, Washington University, S. Louis, EUA; D. McMahon-Pratt, Yale University, New Haven, EUA).

O Laboratório é formado por três pesquisadores doutores e quatro tecnologistas (biólogos, mestres e doutores). Dentre as linhas de pesquisa desenvolvidas pelo grupo relacionamos as seguintes (1) Taxonomia de tripanossomatídeos (serviços de referência para tipagem de Leishmania); (2) Polimorfismo genético e/ou antigênico de leishmânias e flebotomíneos (epidemiologia molecular e diagnóstico); (3) Desenvolvimento de métodos moleculares específicos para o diagnóstico das leishmanioses (para uso no diagnóstico direto da infecção); e (4) Leishmaniose experimental em primatas (estudos de resposta imune, imunopatologia e vacinas).

Entre 1998 e 2003, o impacto da produção científica do Laboratório, refletida neste caso em indicadores quantitativos [publicações em revistas indexadas = 37; apresentando assim um índice de 12,33 trabalhos por doutor] e qualitativos [como os seguintes índices de impacto: FI =55,60 e FI =1.50] documentam, de maneira categórica, a contribuição do grupo quanto ao avanço do conhecimento na área específica de atuação do laboratório. O impacto da formação de recursos humanos em todos os níveis está igualmente refletido nos indicadores de produtividade no período.

Desde 1990, o LPL funciona como Centro de Referência para Tipagem de Leishmania (WHO International Leishmania Reference Strain Center). O acervo, constituído de aproximadamente 3.000 cepas, divididas em dois subgêneros e 30 espécies, representa os principais grupos taxonômicos de Leishmania do mundo. Estas cepas são provenientes de diversas localidades e diferentes hospedeiros, sendo a maior parte da América do Sul. A coleção de Leishmania, denominada “Coleção de Leishmania do Instituto Oswaldo Cruz” (WDCM 731), é membro associado da “World Federation Culture Collection” (WFCC) e cadastrada como Fiel Depositária pelo Ministério do Meio Ambiente.