O Laboratório de Virologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) investiga aspectos genotÃpicos, moleculares, imunológicos e evolutivos do vÃrus da hepatite B (HBV). Seus pesquisadores avaliam mecanismos de resistência das diversas cepas de HBV aos medicamentos, estudam a infecção oculta por HBV, a coinfecção com HBV-HIV e a expressão de antÃgenos de superfÃcie em células de mamÃferos.
As pesquisas sobre hepatite B investigam as origens africanas das cepas do vÃrus que circulam no Brasil, através de estudos de virologia molecular de populações negras isoladas geograficamente, localizadas em Goiás. Populações de Angola e Cabo Verde também são estudadas quanto à filogenia do genótipo A do vÃrus, predominante no Brasil.
Para esclarecer as diferenças de patogeniciade e/ou de resposta terapêutica entre os genótipos do HBV e investigar a associação de certos genótipos com grupos vulneráveis, os pesquisadores investigam a distribuição dos genótipos A, D, F e G do HBV em grupos especÃficos de pacientes. São incluÃdos no estudo pacientes que não foram indicados para tratamento, pacientes indicados porém ainda não tratados, pacientes tratados há pelo menos um ano e pacientes homens homossexuais tratados e não tratados.
Os estudos de mutações de resistência a medicamentos de isolados do HBV incluem casos de monoterapia para hepatite B e de multiterapia para a co-infecção HBV-HIV. O objetivo é avaliar o acúmulo de mutações frente ao tempo de uso do medicamento e associar a história clÃnica e a histopatologia do paciente com a carga viral, o genótipo, os padrões de mutações de resistência e a detecção da forma replicativa do HBV. Também é realizada a avaliação da eficácia de novas drogas em pacientes com prévia resistência a drogas de primeira geração.
O grupo desenvolve, ainda, o teste de resistência fenotÃpico in vitro para pacientes em estado grave com resistência clÃnica a mais de uma droga.
A infecção oculta pelo vÃrus da hepatite B se caracteriza pela presença do genoma viral e a ausência do antÃgeno de superficie HbsAg, usado em procedimentos de diagnóstico. Os pesquisadores visam determinar se a falta de detecção do HBsAg está mais associada à s mutações que causam deficiência na secreção do HBsAg ou à quelas que diminuem a afinidade do antÃgeno com anticorpos comerciais, ou ainda à s mutações que interferem no processo de replicação viral.
Utilizando técnicas de DNA recombinante, o grupo desenvolve metodologias que permitem a expressão de antÃgenos de superfÃcie (HBsAg) em células eucarióticas. A partir destes estudos, busca-se uma plataforma para expressão de genes exógenos, com possibilidade de desenvolvimento de vacinas bivalentes.