Homenagens e emoção marcaram o Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) dedicado à memória do pesquisador do IOC Henrique Leonel Lenzi, que faleceu em setembro deste ano. Sob o tema ‘AngiostrongilÃase abdominal: uma parasitose negligenciada’, a edição, integrada ao Instituto de Informação CientÃfica e Tecnológica (Icict/Fiocruz), encerrou, na última sexta-feira (16/12), a temporada 2011 do encontro cientÃfico. O Centro de Estudos Especial marcou a nomeação da Sala de Leitura Henrique Lenzi, na Biblioteca do Icict, e o lançamento da edição das Memórias do IOC dedicada ao pesquisador. O evento contou ainda, com a abertura da mostra fotográfica ‘Henrique Leonel Lenzi: Dedicação à saúde pública brasileira'.
Em sua fala de abertura, a diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Tania Araújo-Jorge, ressaltou a relação do pesquisador com o Instituto. O Lenzi tinha uma relação muito intensa com o Instituto. O relatório do IOC que ele coordenou em 2003 no I Encontro tornou-se a base para o Plano de Gestão, em 2005, quando nossa Diretoria assumiu pela primeira vez o Instituto. Ele sempre se propôs a colaborar com o Instituto no que era possÃvel e, várias vezes, nos orientou com os seus conselhos, lembrou.
Icict

A diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Tânia Araújo-Jorge, ressaltou a relação do pesquisador com o Instituto
Debate CientÃfico
A Sessão Especial do Centro de Estudos contou com a participação da pesquisadora Ester Maria Mota, do Laboratório de Patologia do IOC, que ministrou a palestra ‘Histopatologia da angiostrongilÃase abdominal em modelos experimentais’, referente à biologia do parasito Angiostrongylus costaricensis, grande foco dos estudos do pesquisador Henrique Lenzi, que iniciou os trabalhos de pesquisa sobre o tema em 1986.
O Angiostrongylus costaricensis apresenta como hospedeiro diversas espécies de roedores e moluscos. Os vermes adultos habitam no interior de ramos das artérias mesentéricas superior desses hospedeiros vertebrados, explicou. O homem é considerado hospedeiro ocidental porque não elimina LI nas fezes, o que dificulta o diagnóstico. Além disso, tanto no roedor quanto no homem o A. costaricensis é responsável por causar um processo infeccioso intestinal chamado de angiostrongilÃase abdominal, doença pouco conhecida de sintomas inespecÃficos, também podem ser confundidos com outras doenças, completou Ester. Destacando a importância dos trabalhos iniciados por Lenzi, a pesquisadora ressaltou a contribuição para o estudo da doença no Brasil e também para o conhecimento e comparação dos aspectos clÃnicos e epidemiológicos que ocorria aqui no Brasil com a que ocorria na Costa Rica. A maior contribuição da pesquisa iniciada foi à determinação do histopatológico que facilitava o diagnóstico da angiostrongilÃase abdominal, que conseguiu caracterizar aspectos histológicos para confirmação do diagnóstico da angiostrongilÃase abdominal, pontuou Ester Maria Mota.
As ‘Contribuições de proteômica para o estudo de nematóide Angiostrongylus costaricensis’ foi o tema apresentado por Ana Gisele Neves Ferreira, pesquisadora do Laboratório de Toxinologia do IOC. De acordo com a pesquisadora, a proteômica, assim como a genômica, é a tecnologia que permite o estudo de sistemas biológicos, além da coleta de uma quantidade significativa de dados sobre os sistemas que serão analisados. O Dr. Lenzi viu na proteômica a possibilidade de coletar um grande volume de informações sobre o Angiostrongylus costaricensis a fim de desenvolver hipóteses e modelos a respeito da angiostrongilÃase abdominal, revelou. Originalmente, o estudo do proteoma é definido como uma coleção de todas as proteÃnas expressas por um genoma. Atualmente, essa definição é um pouco mais ampla, fala-se em proteômica para definir qualquer estudo em larga escala de proteÃnas ou mesmo estudos em pequena escala onde se utiliza o ferramental proteômico, ou seja, as tecnologias proteômicas para realizar a analise, finalizou.
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz
A última edição da revista cientÃfica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, lançada durante o Centro de Estudos, também homenageou a memória do pesquisador Henrique Leonel Lenzi. A edição é inteiramente dedicada à esquistossomose, doença considerada negligenciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), prevalente em áreas tropicais e sub-tropicais. A doença é especialmente importante em contextos com precariedade de saneamento básico, o que afeta pelo menos 240 milhões de pessoas em todo o mundo. Em sua carreira, Lenzi contribuiu com diversas pesquisas cientÃficas sobre os diferentes aspectos desta helmintÃase, desde a biologia do S. mansoni à patologia da infecção experimental. Para acessar a edição completa, clique aqui.
Icict

A última edição da revista cientÃfica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, lançada durante o Centro de Estudos, também homenageou a memória do pesquisador Henrique Leonel Lenzi
O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, falou sobre a relevância da revista cientÃfica e destacou que um dos maiores legados deixados pelo pesquisador foi à criação de escolas de pesquisadores e linhas de estudos que devem ser mantidos. A Memórias do IOC é, sem dúvidas, o veÃculo mais importante que a Fiocruz tem no campo de divulgação cientÃfica e, dedicar uma edição especial ao Lenzi é mais uma das grandes formas de reconhecer a continuidade da presença dele entre nós, pois isso é que sustenta, da vitalidade e permanência para instituição, afirmou.
Chefe do Laboratório de Patologia e um dos responsáveis pela composição do memorial em homenagem a Lenzi, Marcelo Pelajo, revelou que o prefácio da revista destacou caracterÃsticas importantes sobre a linha de pesquisa desenvolvida pelo cientista. Lenzi foi um pesquisador brilhante e uma figura humana indescritÃvel. Ele era referência para construção da ciência nesta Instituição e neste paÃs. IndivÃduos como ele, que deixam uma grande obra, não partem, pois a obra persiste e nós temos a importante missão de seguir buscando alcançar os exemplos e competências prestadas, concluiu.
Sala de leitura Henrique Leonel Lenzi
O evento marcou também a nomeação da Sala de Leitura Henrique Lenzi, na Biblioteca do Icict. O Diretor do Icict, Humberto Trigueiros, destacou a importância da homenagem a Henrique Lenzi, fundador do Icict, e a linha de pesquisa pela qual ele se dedicou. O Lenzi era uma pessoa muito antenada com o tempo, inclusive com a informação, a comunicação e com as novas maneiras de se fazer divulgação cientÃfica. Com o seu valioso trabalho cientÃfico, atuou na formação de novos pesquisadores e contribuiu com o acervo cientÃfico desta Fundação e do Brasil, destacou.
Icict

A pesquisadora Jane Lenzi participou da nomeação da Sala de Leitura Henrique Lenzi, na Biblioteca do Icict
Vice-presidente de Pesquisa de Laboratórios de Referência, Claude Pirmez, reiterou a importância da homenagem prestada ao pesquisador com a nomeação da Sala de Leitura. Nomear esse espaço com o nome do Lenzi é uma homenagem que cabe perfeitamente a ele, por se tratar de um verdadeiro formador de pessoas e de opinião. Me sinto muito gratificada por ter convivido e aprendido com ele, acrescentou emocionada.
19/12/2011
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Homenagens e emoção marcaram o Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) dedicado à memória do pesquisador do IOC Henrique Leonel Lenzi, que faleceu em setembro deste ano. Sob o tema ‘AngiostrongilÃase abdominal: uma parasitose negligenciada’, a edição, integrada ao Instituto de Informação CientÃfica e Tecnológica (Icict/Fiocruz), encerrou, na última sexta-feira (16/12), a temporada 2011 do encontro cientÃfico. O Centro de Estudos Especial marcou a nomeação da Sala de Leitura Henrique Lenzi, na Biblioteca do Icict, e o lançamento da edição das Memórias do IOC dedicada ao pesquisador. O evento contou ainda, com a abertura da mostra fotográfica ‘Henrique Leonel Lenzi: Dedicação à saúde pública brasileira'.
Em sua fala de abertura, a diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Tania Araújo-Jorge, ressaltou a relação do pesquisador com o Instituto. O Lenzi tinha uma relação muito intensa com o Instituto. O relatório do IOC que ele coordenou em 2003 no I Encontro tornou-se a base para o Plano de Gestão, em 2005, quando nossa Diretoria assumiu pela primeira vez o Instituto. Ele sempre se propôs a colaborar com o Instituto no que era possÃvel e, várias vezes, nos orientou com os seus conselhos, lembrou.
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Icict

A diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Tânia Araújo-Jorge, ressaltou a relação do pesquisador com o Instituto
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Debate CientÃfico
A Sessão Especial do Centro de Estudos contou com a participação da pesquisadora Ester Maria Mota, do Laboratório de Patologia do IOC, que ministrou a palestra ‘Histopatologia da angiostrongilÃase abdominal em modelos experimentais’, referente à biologia do parasito Angiostrongylus costaricensis, grande foco dos estudos do pesquisador Henrique Lenzi, que iniciou os trabalhos de pesquisa sobre o tema em 1986.
O Angiostrongylus costaricensis apresenta como hospedeiro diversas espécies de roedores e moluscos. Os vermes adultos habitam no interior de ramos das artérias mesentéricas superior desses hospedeiros vertebrados, explicou. O homem é considerado hospedeiro ocidental porque não elimina LI nas fezes, o que dificulta o diagnóstico. Além disso, tanto no roedor quanto no homem o A. costaricensis é responsável por causar um processo infeccioso intestinal chamado de angiostrongilÃase abdominal, doença pouco conhecida de sintomas inespecÃficos, também podem ser confundidos com outras doenças, completou Ester. Destacando a importância dos trabalhos iniciados por Lenzi, a pesquisadora ressaltou a contribuição para o estudo da doença no Brasil e também para o conhecimento e comparação dos aspectos clÃnicos e epidemiológicos que ocorria aqui no Brasil com a que ocorria na Costa Rica. A maior contribuição da pesquisa iniciada foi à determinação do histopatológico que facilitava o diagnóstico da angiostrongilÃase abdominal, que conseguiu caracterizar aspectos histológicos para confirmação do diagnóstico da angiostrongilÃase abdominal, pontuou Ester Maria Mota.
As ‘Contribuições de proteômica para o estudo de nematóide Angiostrongylus costaricensis’ foi o tema apresentado por Ana Gisele Neves Ferreira, pesquisadora do Laboratório de Toxinologia do IOC. De acordo com a pesquisadora, a proteômica, assim como a genômica, é a tecnologia que permite o estudo de sistemas biológicos, além da coleta de uma quantidade significativa de dados sobre os sistemas que serão analisados. O Dr. Lenzi viu na proteômica a possibilidade de coletar um grande volume de informações sobre o Angiostrongylus costaricensis a fim de desenvolver hipóteses e modelos a respeito da angiostrongilÃase abdominal, revelou. Originalmente, o estudo do proteoma é definido como uma coleção de todas as proteÃnas expressas por um genoma. Atualmente, essa definição é um pouco mais ampla, fala-se em proteômica para definir qualquer estudo em larga escala de proteÃnas ou mesmo estudos em pequena escala onde se utiliza o ferramental proteômico, ou seja, as tecnologias proteômicas para realizar a analise, finalizou.
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz
A última edição da revista cientÃfica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, lançada durante o Centro de Estudos, também homenageou a memória do pesquisador Henrique Leonel Lenzi. A edição é inteiramente dedicada à esquistossomose, doença considerada negligenciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), prevalente em áreas tropicais e sub-tropicais. A doença é especialmente importante em contextos com precariedade de saneamento básico, o que afeta pelo menos 240 milhões de pessoas em todo o mundo. Em sua carreira, Lenzi contribuiu com diversas pesquisas cientÃficas sobre os diferentes aspectos desta helmintÃase, desde a biologia do S. mansoni à patologia da infecção experimental. Para acessar a edição completa, clique aqui.
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A última edição da revista cientÃfica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, lançada durante o Centro de Estudos, também homenageou a memória do pesquisador Henrique Leonel Lenzi
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O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, falou sobre a relevância da revista cientÃfica e destacou que um dos maiores legados deixados pelo pesquisador foi à criação de escolas de pesquisadores e linhas de estudos que devem ser mantidos. A Memórias do IOC é, sem dúvidas, o veÃculo mais importante que a Fiocruz tem no campo de divulgação cientÃfica e, dedicar uma edição especial ao Lenzi é mais uma das grandes formas de reconhecer a continuidade da presença dele entre nós, pois isso é que sustenta, da vitalidade e permanência para instituição, afirmou.
Chefe do Laboratório de Patologia e um dos responsáveis pela composição do memorial em homenagem a Lenzi, Marcelo Pelajo, revelou que o prefácio da revista destacou caracterÃsticas importantes sobre a linha de pesquisa desenvolvida pelo cientista. Lenzi foi um pesquisador brilhante e uma figura humana indescritÃvel. Ele era referência para construção da ciência nesta Instituição e neste paÃs. IndivÃduos como ele, que deixam uma grande obra, não partem, pois a obra persiste e nós temos a importante missão de seguir buscando alcançar os exemplos e competências prestadas, concluiu.
Sala de leitura Henrique Leonel Lenzi
O evento marcou também a nomeação da Sala de Leitura Henrique Lenzi, na Biblioteca do Icict. O Diretor do Icict, Humberto Trigueiros, destacou a importância da homenagem a Henrique Lenzi, fundador do Icict, e a linha de pesquisa pela qual ele se dedicou. O Lenzi era uma pessoa muito antenada com o tempo, inclusive com a informação, a comunicação e com as novas maneiras de se fazer divulgação cientÃfica. Com o seu valioso trabalho cientÃfico, atuou na formação de novos pesquisadores e contribuiu com o acervo cientÃfico desta Fundação e do Brasil, destacou.
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Icict

A pesquisadora Jane Lenzi participou da nomeação da Sala de Leitura Henrique Lenzi, na Biblioteca do Icict
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Vice-presidente de Pesquisa de Laboratórios de Referência, Claude Pirmez, reiterou a importância da homenagem prestada ao pesquisador com a nomeação da Sala de Leitura. Nomear esse espaço com o nome do Lenzi é uma homenagem que cabe perfeitamente a ele, por se tratar de um verdadeiro formador de pessoas e de opinião. Me sinto muito gratificada por ter convivido e aprendido com ele, acrescentou emocionada.
19/12/2011
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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)