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Cooperação com a África: 24 mestres moçambicanos formados no Programa Internacional de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Fiocruz

Segunda turma defendeu suas dissertações em abril e dezembro. Aids, tuberculose e malária foram alguns dos temas
Por Jornalismo IOC18/04/2013 - Atualizado em 17/04/2024

Criado há cinco anos, o Programa Internacional de Pós-graduação em Ciências da Saúde, que ministra os conceituados cursos Stricto sensu do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em Moçambique, formou, em 2013, sua segunda turma de mestres. Já são 24 os profissionais capacitados pela iniciativa.

“A qualidade dos trabalhos já era boa, mas tivemos alguns realmente excelentes e que não deixaram nada a desejar às melhores dissertações da Fiocruz”, comemorou o pesquisador Milton Moraes, vice-coordenador da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular.

Moraes faz parte do corpo docente do Programa desde sua implementação, em 2008, e participou das bancas avaliadoras ao lado de José Carlos Couto Fernandez, Adeilton Brandão e Martha Murtis, também pesquisadores do IOC. As defesas aconteceram na primeira semana de abril e de dezembro, no Instituto Nacional de Saúde (INS), em Maputo, capital do país.

Formandos do primeiro semestre foram homenageados no encerramento das defesas. Da esquerda para a direita: Nédio Mabunda, Adolfo Vubil, Guilhermina Fernandes, Agostinho Teófilo, Augusto Magubeia, Crizolgo Salvador, Cremildo Maueia e Jerônimo Langa. Foto: Divulgação

De acordo com o pesquisador, o Programa Internacional está se consolidando rapidamente. A terceira turma, que ingressou no segundo semestre de 2012 e tem previsão de formatura para agosto de 2014, tem uma composição mais plural, ou seja, possui diversos projetos vinculados aos cursos de Biologia Parasitária e Medicina Tropical.

O diretor do IOC, Wilson Savino, até então  responsável pela coordenação brasileira do Programa, assinala que o edital para o segundo semestre de 2014, que poderá preencher até 20 vagas, já está em fase de elaboração.

“Ano que vem começamos a debater sobre a participação do IOC na criação de um curso de doutorado em Maputo, nos mesmos moldes do mestrado, voltado para funcionários do INS e realizado em parceria com a Universidade Eduardo Mondlane. É a continuidade da capacitação destes cientistas em prol do desenvolvimento científico local para a Saúde daquele país”, afirmou.  

O mestrado contempla aulas e orientação de professores moçambicanos e brasileiros, além de um intercâmbio de cinco a seis meses nos laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.

Dentre os temas das dissertações defendidas em 2013, estão a co-infecção malária-HIV, tuberculose, rotavírus e toxoplasmose.

“A maioria dos estudantes são funcionários do INS, parceiro do Programa. Eles costumam se basear nas linhas prioritárias de pesquisa em saúde pública do órgão para definirem seus projetos”, explicou.

Moraes aposta que a iniciativa vai ajudar o governo local a captar recursos no exterior e atrair visibilidade.

"Eles vão desenvolver a habilidade de criar projetos mais complexos, tanto do ponto de vista técnico quanto acadêmico. Além disso, conseguirão publicar seus achados em periódicos científicos com mais facilidade e rapidez que o grupo anterior", justificou.

Sensibilidade para orientar

Pesquisador do Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do IOC, Fernandez orientou seu primeiro estudante do Programa Internacional este ano: Adolfo Vubil.

A partir de amostras de sangue coletadas de doadores vivendo no norte do país e em Maputo, o moçambicano investigou a diversidade genética do vírus do HIV e descobriu novos subtipos circulando no país. Uma vez que ambas as regiões fazem fronteira com a Tanzânia, onde há predominância do tipo A, e com a África do Sul, onde o C é mais comum, mutações permitiram a emergência de diversos subtipos recombinantes.

“Os achados contribuem com o monitoramento da resistência do vírus, importante para o desenvolvimento de vacinas e para a adaptação da terapia antirretroviral a nível global”, explicou Fernandez.

Toda a parte de processamento de amostras e genotipagem foi realizada no Laboratório do IOC, que é credenciado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o primeiro Centro de Referência Nacional no Monitoramento da Resistência do HIV para a América Latina. Com o êxito do estudo, Vubil retornará ao Brasil no fim do ano para prosseguir com as pesquisas.

“Nosso foco será a filogenia viral e filogeografia, ou seja, vamos tentar descobrir como ocorre a circulação dos vírus e suas possíveis rotas de entrada naquele país”, afirmou.

Para Fernandez, o compromisso de formar mestres em Saúde para a África é gratificante e exige sensibilidade do orientador, pois muitas vezes é preciso adequar os processos à realidade e à cultura dos estudantes.

“Por outro lado, não se pode perder de vista os critérios que vão garantir a boa execução da pesquisa científica. Afinal, eles adquirem e constroem o conhecimento conosco para disseminá-lo e expandi-lo por lá”, assinalou.

Segunda turma defendeu suas dissertações em abril e dezembro. Aids, tuberculose e malária foram alguns dos temas
Por: 
jornalismo

Criado há cinco anos, o Programa Internacional de Pós-graduação em Ciências da Saúde, que ministra os conceituados cursos Stricto sensu do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em Moçambique, formou, em 2013, sua segunda turma de mestres. Já são 24 os profissionais capacitados pela iniciativa.

“A qualidade dos trabalhos já era boa, mas tivemos alguns realmente excelentes e que não deixaram nada a desejar às melhores dissertações da Fiocruz”, comemorou o pesquisador Milton Moraes, vice-coordenador da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular.

Moraes faz parte do corpo docente do Programa desde sua implementação, em 2008, e participou das bancas avaliadoras ao lado de José Carlos Couto Fernandez, Adeilton Brandão e Martha Murtis, também pesquisadores do IOC. As defesas aconteceram na primeira semana de abril e de dezembro, no Instituto Nacional de Saúde (INS), em Maputo, capital do país.

Formandos do primeiro semestre foram homenageados no encerramento das defesas. Da esquerda para a direita: Nédio Mabunda, Adolfo Vubil, Guilhermina Fernandes, Agostinho Teófilo, Augusto Magubeia, Crizolgo Salvador, Cremildo Maueia e Jerônimo Langa. Foto: Divulgação

De acordo com o pesquisador, o Programa Internacional está se consolidando rapidamente. A terceira turma, que ingressou no segundo semestre de 2012 e tem previsão de formatura para agosto de 2014, tem uma composição mais plural, ou seja, possui diversos projetos vinculados aos cursos de Biologia Parasitária e Medicina Tropical.

O diretor do IOC, Wilson Savino, até então  responsável pela coordenação brasileira do Programa, assinala que o edital para o segundo semestre de 2014, que poderá preencher até 20 vagas, já está em fase de elaboração.

“Ano que vem começamos a debater sobre a participação do IOC na criação de um curso de doutorado em Maputo, nos mesmos moldes do mestrado, voltado para funcionários do INS e realizado em parceria com a Universidade Eduardo Mondlane. É a continuidade da capacitação destes cientistas em prol do desenvolvimento científico local para a Saúde daquele país”, afirmou.  

O mestrado contempla aulas e orientação de professores moçambicanos e brasileiros, além de um intercâmbio de cinco a seis meses nos laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.

Dentre os temas das dissertações defendidas em 2013, estão a co-infecção malária-HIV, tuberculose, rotavírus e toxoplasmose.

“A maioria dos estudantes são funcionários do INS, parceiro do Programa. Eles costumam se basear nas linhas prioritárias de pesquisa em saúde pública do órgão para definirem seus projetos”, explicou.

Moraes aposta que a iniciativa vai ajudar o governo local a captar recursos no exterior e atrair visibilidade.

"Eles vão desenvolver a habilidade de criar projetos mais complexos, tanto do ponto de vista técnico quanto acadêmico. Além disso, conseguirão publicar seus achados em periódicos científicos com mais facilidade e rapidez que o grupo anterior", justificou.

Sensibilidade para orientar

Pesquisador do Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do IOC, Fernandez orientou seu primeiro estudante do Programa Internacional este ano: Adolfo Vubil.

A partir de amostras de sangue coletadas de doadores vivendo no norte do país e em Maputo, o moçambicano investigou a diversidade genética do vírus do HIV e descobriu novos subtipos circulando no país. Uma vez que ambas as regiões fazem fronteira com a Tanzânia, onde há predominância do tipo A, e com a África do Sul, onde o C é mais comum, mutações permitiram a emergência de diversos subtipos recombinantes.

“Os achados contribuem com o monitoramento da resistência do vírus, importante para o desenvolvimento de vacinas e para a adaptação da terapia antirretroviral a nível global”, explicou Fernandez.

Toda a parte de processamento de amostras e genotipagem foi realizada no Laboratório do IOC, que é credenciado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o primeiro Centro de Referência Nacional no Monitoramento da Resistência do HIV para a América Latina. Com o êxito do estudo, Vubil retornará ao Brasil no fim do ano para prosseguir com as pesquisas.

“Nosso foco será a filogenia viral e filogeografia, ou seja, vamos tentar descobrir como ocorre a circulação dos vírus e suas possíveis rotas de entrada naquele país”, afirmou.

Para Fernandez, o compromisso de formar mestres em Saúde para a África é gratificante e exige sensibilidade do orientador, pois muitas vezes é preciso adequar os processos à realidade e à cultura dos estudantes.

“Por outro lado, não se pode perder de vista os critérios que vão garantir a boa execução da pesquisa científica. Afinal, eles adquirem e constroem o conhecimento conosco para disseminá-lo e expandi-lo por lá”, assinalou.

Texto de Isadora Marinho
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)