O Laboratório de Hepatites Virais (LAHEP) do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) dedica-se ao estudo de fatores virais e do hospedeiro relacionados à resposta ao tratamento da hepatite C, à geração de conhecimento sobre a infecção oculta na doença, além de desenvolver pesquisas sobre a história natural da hepatite B e C. Como Serviço de Referência Nacional para Hepatites Virais junto ao Ministério da Saúde, mantém ambulatório de atendimento direto à população, assessora ações do Ministério da Saúde no tema e atua no diagnóstico da doença e no esclarecimento de casos inconclusivos das infecções pelos vírus das hepatites.
Como Serviço de Referência, o Laboratório atende a demanda da rede pública de saúde para confirmação de diagnóstico sorológico e molecular de casos de hepatite viral aguda e crônica e presta serviços de assistência clínica ambulatorial por demanda espontânea e de pacientes em programa de tratamento antiviral encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O foco é o diagnóstico precoce dos casos agudos de hepatites, o esclarecimento de resultados discrepantes ou inconclusivos e o acompanhamento de profissionais de saúde envolvidos em acidentes biológicos.
Na área de desenvolvimento tecnológico, os pesquisadores atuam na padronização e validação de metodologias aplicadas a testes laboratoriais para diagnóstico de hepatites virais e de métodos alternativos de coleta de espécimes clínicos menos invasivos para o diagnóstico das hepatites B e C.
Seus pesquisadores também analisam fatores virais e do hospedeiro relacionados à resistência ao tratamento antiviral. Para isso, são aplicadas técnicas proteômicas na identificação de biomarcadores relacionados à resolução da infecção pelo vírus da hepatite C em pacientes respondedores e não-respondedores à terapia antiviral. Atuam, ainda, na detecção da infecção oculta pelo vírus da hepatite C em indivíduos com níveis séricos persistentemente normais de TGO, TGP e anti-HCV positivos. O estudo inclui pacientes que apresentaram resposta virológica após o tratamento antiviral, porém evoluíram com recidiva da infecção após a terapia, e pessoas com viremia indetectável.
Entre as parcerias estabelecidas pelo Laboratório, destaca-se sua participação no Programa Colaborativo Brasil-África e Distrito Sanitário Especial Indígena do Rio Negro (Amazonas), para investigação das hepatites virais em áreas remotas. São realizados trabalhos que avaliam a eficácia dos esquemas de vacinação realizados em áreas remotas, a implantação de testes no pré-natal na população indígena atendida e o rastreamento de hepatite B nos casos identificados, além da avaliação clínica.
Outra cooperação importante acontece com países do continente africano, incluindo a implantação de um laboratório universitário em Huambo, Angola. Com o mesmo país, são desenvolvidos estudos sobre a prevalência e os fatores de risco associados às hepatites B e C em profissionais de saúde nos hospitais de Huambo, Caála e Tchicala-Choloanga e sobre a transmissão materno-infantil de hepatite B em Kuito, Biê.